Percebe-se que não existe na população uma ideia clara e bem definida, sobre esta importantíssima realidade na vida do nosso, ou de qualquer outro, país democrático.
É dado adquirido que algum poder político passa pelos partidos, não todo. Felizmente. A “Sociedade Civil” pode e deve deter uma parte desse todo, se perceber que o deve agarrar. Em Portugal a sociedade civil está, quase completamente, dependente do ESTADO.
Segundo acreditados estudiosos desta matéria, as estruturas mediadoras da sociedade civil são essenciais para a vitalidade de uma sociedade democrática.
"O sociólogo Manuel Vila Verde Cabral, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e diretor do Instituto do Envelhecimento, avisa, no entanto, que o conceito de sociedade civil adotado pelos dois investigadores (da evolução democrática em Espanha e Portugal) está, quanto a ele, mais próximo daquilo que considera serem “grupos organizados” na sociedade portuguesa. “O que existe em Portugal são alguns lóbis poderosíssimos, que têm contribuído em grande parte para impedir uma ultrapassagem mais rápida da crise económica."
No domínio das associações, por exemplo, de acordo com uma investigação da Universidade Nova, no universo da defesa dos direitos dos trabalhadores, no ano 2000 havia mais de 50% de portugueses sindicalizados do que no outro lado da fronteira. E esse fosso já foi maior. Em 1975, 61% da população ativa em Portugal estava inscrita nos sindicatos, quase o dobro dos 33,8 % em Espanha de 1980."
Contudo, estamos a empobrecer sistematicamente! Esta elevada “pseudo” participação cívica em Portugal relativamente a Espanha, pode nada ter de valorativa se nos recordarmos dos lóbis atrás referidos. Se nos recordarmos da vida pouco democrática dos nossos partidos, ao arrastarem a sociedade civil para compromissos políticos pouco edificantes! Será mentira que quando os municípios detêm o privilégio da concessão de “subsídios”, e outros, às associações, tais subsídios ficam dependentes de um curvar a espinha à cor política que gere esses municípios? Seria bem fácil corrigir muitos desses desvios que corroem a tão elevada afiliação associativa. Bastaria não sujeitar os mesmos subsídios ao controle político local, mas sim, em alternativa ao cheque eleiçoeiro e partidarizável, seria fundamental que as Câmaras Municipais disponibilizassem apoios e condições locais para que os produtos culturais e a prestação de serviços sociais, recreativos e desportivos fossem a fonte legítimada receita fundamental para as atividades das associações.
A verdade é que a prática associativa assenta na vontade de indivíduos dotados para tal. Tais indíviduos
não podem ser joguete de gente castrada para promover o voto amestrado. Sendo isto uma emergência
social que não pode ser lida fora do seu contexto – a sociedade em que vivemos – porque não se trata de um fenómeno de geração espontânea, nem de grupos (fora da constituição), releva da vontade de uns tantos que tenazmente se opõem às correntes partidárias submersas, para agirem livremente. É que se a Sociedade Civil for amordaçada ou subestimada, todos saímos a perder! E gente com alma associativa e forte participação cívica, não abunda por aí. E se for maltratada afasta-se para sempre, deixando de mãos vazias as apregoadas altas afiliações.
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