O tema é usado com regularidade nos dias de hoje: por exemplo, quando uma professora chama a atenção de um aluno por causa de alguma travessura na sala de aula e a primeira coisa que ele responde é “não fui eu”. Então, a culpa da bagunça recai sobre aquele estudante que geralmente é mais ingénuo ou menos popular da turma. Também, quando o bode expiatório era um animal que era apartado do rebanho e deixado só na natureza selvagem como parte das cerimónias hebraicas do Yom Kippur, o Dia da Expiação, à época do Templo de Jerusalém. Este rito é descrito na Bíblia no livro do Levítico.
São, em momentos como este, que os bodes expiatórios costumam a aparecer.
O bode expiatório é o alvo favorito dos gracejadores e daqueles que querem fazer alguém submeter-se ao ridículo, recebendo arbitrariamente as culpas pelos erros dos outros, explica o escritor e professor Ari Riboldi no seu livro "O bode expiatório".
Porém, vem de muito longe o uso desta simbologia: “Mas o bode, sobre que cair a sorte para ser bode emissário, apresentar-se-á vivo perante o Senhor, para fazer expiação com ele, a fim de enviá-lo ao deserto como bode emissário” (Lv 16.10). No Dia da Expiação, conforme Levítico 16, um bode era sacrificado como oferecimento pelo pecado. Sobre a cabeça de outro bode, a ser enviado ao deserto, fazia-se a confissão de pecados.
“O primeiro bode era morto e o seu sangue, derramado (Lv 16.15), representava a morte substitutiva de Cristo e o derramamento do Seu sangue pelos nossos pecados. O sumo-sacerdote tinha então de fazer o bode emissário, confessar os pecados de Israel sobre a cabeça daquele bode, e enviá-lo para o deserto. Isso representava o efeito de levar embora, para sempre, os pecados de Israel, e simbolizava a obra de Cristo, que era levar para sempre os nossos pecados, como Isaías profetizou: “Mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos” (Is 53.6). Os vários aspetos da obra de Cristo na redenção são simbolizados pelo que os dois animais desempenhavam no Dia da Expiação, cada um com o seu papel” (Norman Geisler).
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