O filho devorado, com um corpo já adulto, ocupa o centro da composição. Assim como na pintura de Judite e Holofernes, um dos temas centrais é o do corpo humano mutilado. Não somente o é o corpo atroz do menino, mas também, mediante o enquadre recolhido e a iluminação de claro-escuro extraordinariamente contrastada, as pernas do deus, sumidas a partir do joelho na negrura, num vácuo imaterial.
Emprega uma gama de brancos e negros, aplicada em manchas de cor grossas, só rota pelo ocre das carnações e a chama fúlgida em branco e vermelho da carne viva do filho. Sánchez Cantón comparou-o com o que pintara Rubens em 1636 para a Torre da Parada do Palácio de El Pardo de Madrid. No seu estudo assinala como a violência do de Goya é muito superior, despojado do seu pretexto de mitologia, prefigurando com isso o expressionismo.
Outra análise pode ser feita, se tomando por base a mitologia grega onde a imagem que se tem de Chronos (chamado de Saturno pelos romanos), é a de um homem que devora o seu próprio filho, num ato de canibalismo difícil de compreender na actualidade. No entanto, esta representação deve-se ao fato de os antigos gregos tomarem Chronos como o criador do tempo, logo de tudo o que existe e possa ser relatado, a exemplo do Deus único e criador dos cristãos, judeus e muçulmanos, sendo que, por este fato, se consideravam como filhos do tempo (Chronos), e uma vez que é impossível fugir do tempo, todos seriam mais cedo ou mais tarde vencidos (devorados) pelo tempo.
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