Enquanto o tempo passava e o século XX dobrava, Portugal apareceu, de repente, invadido com milhares de coisas que não existiam. O mundo também.
Algumas até falavam e noutras podíamos ver o mundo inteiro, primeiro a preto e branco e depois a cores. Eram tantas coisas que nos deixavam de boca aberta. A geração que despontava não se assustou e, em pouco tempo, já dominava a sua utilização e mesmo as técnicas utilizadas. Computadores e tudo. Até programar a primor, os jovens faziam com mestria!
Este Portugal de grandes feitos, não ficou envergonhado nem atemorizado com tal evolução, e até tínhamos dos melhores técnicos do mundo, segundo diziam os nossos emigrantes de férias em Portugal! Quando se quer muito tudo se resolve, mas é preciso que acreditem em nós, ou seja, no povo.
Num momento Portugal também ficou cheio de carros, barcos de recreio etc. A sua posse tornou-se banal. As divisas e o ouro depositado no Banco de Portugal, davam-nos o crédito internacional necessário. Os satélites e as viagens à lua também, enchiam os noticiários!
Certo dia, num aeroporto, ouviu-se alguém que chegava do Funchal dizer à mulher que o esperava:viajei de avião para a Madeira em serviço e dormi num bom hotel. Nunca esperei. Sinto-me tratado com respeito e dignidade. Nem tudo foram sacrifícios, esta geração já tinha férias, subsídios, assistência médica e social, descontava para a reforma e começava a ir ao estrangeiro. Diziam que não havia liberdade mas, esta geração vivia de esperança, e nem ligava a conceitos puramente políticos. Foi uma geração de ouro, que aquilo que ambicionava era trabalhar e poupar, para que nada faltasse aos seus filhos, nem aos seus pais, já velhinhos, e sem proteção social.
De repente, num Abril, começaram-nos a dizer para não trabalharmos tanto e pedirmos aumento do vencimento e fazer greves. Muitos ingenuamente fizeram-no. No final dos meses os vencimentos começaram a estar em perigo. Havia boatos de que era preciso reduzir custos e despedir ou pré – reformar os mais velhos, aqueles que nunca quiseram fazer greve e só quiseram trabalhar. Aos cinquenta eram muitos que estavam sentados nos bancos do jardim. Aos poucos vinham chegando cada vez mais e mais. Outros foram saneados ou fugiram do país. Aqui ao lado, em Espanha, também se desejou a liberdade, mas sem perseguir ninguém!
Em Portugal foi a rotura com uma geração de ouro. Tinha de ser ela a pagar a crise, mesmo sem fazer greves nem fazer política. Naturalmente sentiu-se mal tratada, e até desprezada.Mesmo a reforma descontada mensalmente, anos a fio, começou a ficar em perigo! Enterraram a geração de ouro nos bancos do jardim, prematuramente, e continuam a tirar-lhes dinheiro e regalias que com tanto sacrifício tinham conseguido!
Se calhar estavam a mais e deveriam ter morrido mais cedo, como os seus pais, aos cinquenta anos. Era melhor para todos. Cometeram o crime de não terem emigrado! Agora os políticos, não encontram remédio para os défices das finanças públicas e a dívida não pára de crescer!
Curiosa e descaradamente, estão a obrigá-los a pagar, também, a bancarrota! !
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