Pai
Diz-me o que fizeram ao rio,
Que já não canta.
Resvala como um barbo morto,
Sob um palmo, de espuma branca.
Pai
Que o rio já não é o rio.
Pai
Antes que chegue o verão escondei.
Tudo o que estiver vivo.
Diz-me o que fizeram ao bosque,
Que já não há árvores.
No inverno não teremos fogo,
Nem no verão lugar,
Onde resguardarmo-nos.
Pai,
Que o bosque já não é o bosque.
Pai,
Antes que tudo escureça,
Enchei de vida a despensa.
Sem lenha e sem peixes, pai,
Teremos que queimar a barca,
Lavrar o trigo entre as ruínas, pai,
E pôr a tranca na casa, e dizia você ……..
Pai,
Se não há pinheiros,
Não haverá pinhões,
Nem vermes, nem pássaros.
Pai,
Onde não há flores,
Não se dão as abelhas, nem a cera,
Nem o mel.
Pai,
Que o campo já não é o campo.
Pai,
Amanhã do céu choverá sangue,
O vento o canta chorando.
Pai
Já estão aqui ….
Monstros de carne,
Com vermes de ferro.
Pai,
Não, não tenhais medo,
E dizei que não, Que eu vos espero.
Pai,
Deixai de chorar,
Que nos declararam a GUERRA.
. O CONCEITO DE SERVIÇO PÚB...
. ENDIVIDAMENTO PÚBLICO E P...
. A SACRALIDADE DA PESSOA H...
. 200 000
. A VERDADE PODE SER DOLORO...
. IMAGINEM
. PORTUGAL, UM PAÍS DO ABSU...
. CIVILIZAÇÃO Pré-histórica...
. UMA SOCIEDADE SEM "EXTRAV...
. O POVOADO PRÉ-HISTÓRICO D...
. AS INTRIGAS NO BURGO (Vil...
. MANHOSICES COM POLVO, POT...
. NOTA PRÉVIA DE UM LIVRO Q...