A poesia dos goliardos era uma natural expressão do espírito das tabernas e confrarias. Descritos por Van Woensel (2001, p. 25) como "a ala 'esquerda' da corporação clerical", os goliardos se aproveitavam da formação erudita para compor, algumas vezes na clandestinidade, canções nada edificantes de teor satírico, amoroso e até mesmo licencioso.
No Medievo existe também uma vertente goliardesca em literatura, que teve como expoentes Cecco Angiolieri e Gautier de Châtillon, que também expressam em seus poemas esse caráter debochado do indivíduo que se dedica aos jogos, às mulheres, aos prazeres mundanos - um personagem que inspirou numerosos gêneros literários.1
Esta tendência ao amor, ao jogo e ao vinho marcam suas composições poéticas reunidas nos Carmina Burana, nos quais à exaltação dos prazeres carnais se associa a crítica à Igreja medieval, que condena os costumes libertinos. Carmina Burana é um códice contendo mais de 200 canções profanas compostas por esses artistas, que esmolavam para ganhar a vida. Carl Orffeditou, em 1937, parte dessas canções para compor a cantata cênica homônima.
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