Tem-se falado muito das sociedades democráticas, abertas. Já se falou da Constituição da República Portuguesa, que é uma constituição democrática, mas quando se fala de imprensa tem de se considerar que podem também existir institucionalmente toda uma gama de limitações censórias ou várias formas de manipulação. Tem que se recordar que há também órgãos de informação em países não democráticos, em ditaduras. Também aí a informação é muito importante. Repugnaria trabalhar num órgão de informação onde houvesse censura, onde tivessem de se sujeitar à aprovação prévia de uma entidade administrativa exterior à redação, onde tivesse de escrever segundo, ou defender, as ideias provindas da propaganda do governo, ou submeter-se aos seus parâmetros informativos, naturalmente instrumentalizadores. Mas é forçoso reconhecer que, por vezes, os órgãos de informação em sociedades não democráticas acabam por desempenhar um papel social de natureza reformista, transformadora, podendo até desencadear profundos processos políticos de mudança, revoluções, quedas de governo, etc.
Veja-se o caso de regimes de “democracia popular” no leste europeu, ditaduras de raiz comunista inseridas na esfera soviética, cujo colapso no fim dos anos oitenta, princípios dos anos noventa do século passado se deveu em parte considerável ao afluxo de informação recebido pela população através de canais estrangeiros de televisão, quando as transmissões televisivas começaram a ser difundidas internacionalmente por intermédio de satélites e podiam ser captadas nas habitações particulares com pequenas antenas parabólicas. Em Portugal temos o exemplo clássico do Expresso, que nos últimos meses da ditadura do Estado Novo, em 1973, inícios de 74, desafiou permanentemente a Censura, lançando para o espaço público mensagens informativas que os cidadãos sabiam descodificar mas que os censores tinham dificuldade em eliminar previamente, contribuindo assim, para o crescimento de um espirito cada vez mais favorável ao fim do regime. A informação não é apanágio das sociedades democráticas. A diferença está na independência, no rigor, na natureza, na liberdade de escolha (pela existência de diferentes formas de informar) e na credibilidade.
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