FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
A INCOMPETÊNCIA DOS NOSSOS GOVERNANTES
ENTRADAS EM MASSA
Ao sistema de retribuições na Função Pública, que vinha já a agravar a despesa desde o início dos anos 90, o Governo de António Guterres juntou a admissão em massa de funcionários públicos. Entre 1995 e 2001, ou seja, durante o mandato e meio que esteve em São Bento, entraram mais de 100 mil funcionários. Este “efeito-quantidade”, como lhe chamou um ex-funcionário público ouvido pelo Expresso, reagiu de forma explosiva quando combinado com o “efeito-preço”. Este fato foi ainda mais agravado pela integração nos quadros do Estado de cerca de 15 mil pessoas que estavam a recibos verdes.
Dois dados que contribuíram decisivamente para o crescimento percentual anual de dois digitos que a despesa pública apresentou na segunda metade da década. Desta forma, acabou por conduzir Portugal, ao primeiro procedimento por défice excessivo na União Europeia, por violação do Pacto de Estabilidade e Crescimento em 2002. Isto, depois do Governo de António Guterres, com Pina Moura no Ministério das Finanças, ter fechado o ano com um défice de 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Expresso, 14 de Abril de 2007
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