A partir dos anos 50 do último século, os países chamados industrializados na sequência do grande desenvolvimento tecnológico entram numa produção espantosa, surgindo as famosas multinacionais. São elas que na procura de mão-de-obra barata invadem os países nessas condições como o nosso, mas de qualquer modo fazem chegar os seus produtos a todo o mundo.
Chegam a Portugal instalando-se principalmente na periferia das grandes cidades. É assim que os trabalhadores do interior abandonam as terras, as suas casas e os seus hábitos de vida e rumam em busca do emprego para sustento da família que tinham ou esperavam vir a ter. Ao menos, tais multinacionais, trouxeram para muitos trabalhadores qualificações técnicas de assinalar.
Os bairros de barracas, além de degradantes, eram uma vergonha para uma sociedade e um país dito europeu!
Este fenómeno de chegada de gente às grandes cidades arrasta, em si, um grande desenvolvimento da construção civil na qual muitas dessas pessoas irão trabalhar, deixando a enxada. A agricultura havia entrada em crise.
Por exemplo Lisboa e Porto continua a cresceram desordenadamente, submergindo a ritmo avassalador as zonas verdes das vizinhanças, transformando pacatas aldeias em cidades-dormitórios, multiplicando-se para além dos planos de urbanização, levando os problemas da cidade aonde o campo era verde e fértil, sem um mínimo aceitável de estruturas de base, de orientação - sequer de fiscalização.
Aconteceu um pouco por todos os lados por onde a cidade tendia a expandir-se.
Igualmente a muitos jovens do interior, de ambos os sexos, já com cursos secundários, acontecia o mesmo. Em conformidade com os proventos do trabalho, uns iriam habitar modestos apartamentos na periferia das grandes cidades, outros em desespero faziam uma barraca de madeira num qualquer terreno e sem o mínimo de condições aí iriam passar anos com a família anos a fio.
É certo que o custo de vida era barato antes do 25 de Abril de 1974, um café custava 14 tostões e o jornal apenas um escudo. Um automóvel novinho em folha chegava aos 65 contos (300.euros!) e caro mesmo só a gasolina que, na altura, cifrava-se nos sete escudos.
Barato ficava também uma ida ao cinema: apenas cinco escudos. O bilhete mais caro chegava à quantia de 7$50. O mesmo custava tomar um bom pequeno-almoço no café da esquina, com direito a sumo de laranja e croissant com fiambre. Já fumar era vício que ficava barato. Um maço de SG Gigante custava 6$50.
Os professores recebiam no final do mês cerca de três contos e quinhentos. Mas um docente efetivo podia chegar aos sete contos por mês. Uma quantia razoável, se pensarmos que o aluguer de uma casa nova custava cerca de dois contos.
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