Nasceram como cogumelos e poucos sabem quantas são e como funcionam ! São ainda “ bebés “, começaram a gatinhar com este governo, mas depressa ganharam a “ manha “ de gente de provecta idade !
De entre muitas, analisemos a mais badalada, talvez não a mais mortífera, que dá pelo nome de : GMCS - Gabinete para os Meios de Comunicação Social (ex-ICS)
Convergência e Regulação (histórico)
O Gabinete para os Meios de Comunicação Social entrou em funcionamento no dia 1 de Junho de 2007, substituindo o Instituto da Comunicação Social ... O GMCS apoia o Governo na concepção, execução e avaliação das políticas públicas para a comunicação social, procurando a qualificação do sector e dos novos serviços de comunicação social
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Este é o caldo de cultura que permite a este governo, ou a outro que se siga, transformar a democracia numa brincadeira ! É tudo gente nomeada pelo governo !
Envolve muita gente tendenciosa e aproxima, perigosamente, a comunicação social do poder governamental . O “ envio de recados “, tem sido assumido por gente colocada nas “ Agências Noticiosas ”, embora se diga que eles vêm de todos os lados. Acredita-se que sim, só que a sua força, eficácia e medo, aparece bem visível e temida, somente, nos recados que vêm das bandas do poder.
( Pricipalmente quando os recados vêm acompanhados de 14 milhões de euros, como aconteceu com a Agência Lusa, recentemente ! Serviço público porquê ? O que é isso, tem alguma coisa a ver com a "estagnação" ? )
O que é de estranhar é que este monstro tenha nascido há pouco mais de um ano, de forma rasteira e silenciosa, comprovada no facto de mais de 90% dos portugueses desconhecerem a sua existência e os possíveis malefícios que podem provocar na vida democrática. Tudo o que envolva a transparência das regras democráticas, deve ser anunciado alto e bom som, não passando ao lado de um profundo debate nacional. Fica na minha sensibilidade pessoal a convicção de um tratamento largamente discricionário dispensado pela comunicação social à actual oposição ! Essa falta de transparência, anda no ar, sentindo-se dela um forte cheiro.
Só depois de um profundo debate nacional, estarão ciadas as condições para a população entender se está a “ comer coelho ou gato “. Só depois disso ela saberá se a nossa comunicação social é “ partidária ou independente”. Se for partidária e essa for a regra do jogo, tudo bem, então talvez muita gente se sinta mais segura com a situação que se vive nos EUA (onde por exemplo o NY Times assume a sua orientação democrata) ou aqui ao lado em Espanha (onde por exemplo o grupo Prisa assume a sua orientação de esquerda. A partir daí, cada um come daquilo que gosta. Agora dentro de uma suposta informação “ imparcial “ servirem-nos “ gato “ nunca ! Se é para emitir opinião ou tomar partido, então chamem-se os comentadores ou cronistas... que temos . Mas eles que se assumam, também, como partidários .
O jornalista que faz uma reportagem, uma entrevista ou escreve uma peça, talvez deva ficar-se pelos factos, mantendo uma rigorosa isenção . Todavia, as Entidades Reguladoras devem esclarecer primeiro que tudo a população, de quais são as regras em que nos movemos. De quem é quem. Antes disso, não se diga que vivemos em democracia.
António Reis da Luz