Sábado, 13 de Dezembro de 2008
A insustentável fantasia do critério jornalístico!...
Ontem, Belmiro de Azevedo fez importantes declarações sobre o modo como via as políticas públicas e as prioridades de investimento para o país. Como importante empresário e força económica que é, as suas palavras deviam ser difundidas e escutadas.
Mas não, a avaliar, hoje, pelas primeiras páginas de dois jornais ditos de referência. As grandes questões e “notícias” são outras. Vejamos qual a sua ínclita natureza.
Para um, a relevância do dia eram as multas do fisco, as emissões de CO2, os presos de Guantanamo, o inevitável Sá Fernandes, tudo matéria de grande originalidade e oportunidade, e ainda o regresso do Cais das Colunas, o prémio de Carrilho da Graça e, muito importante, a corrupção do Governador de Illinois!...
Para o outro, a política parece ser tudo, e aí temos novamente a avaliação dos professores, a Casa Pia, o Estatuto dos Açores, os apoios de Sócrates aos desempregados, as pressões de Manuel Alegre, Guantanamo... tudo coisas que não sabíamos!...A sociedade civil nãoé esquecida, e tem toda a relevância que merece, com o aliciante tema de que Liedson quer fazer pé de meia!...
No desporto, já que ontem tinha enxergado, numa notícia de 12 linhas, letra mínima, em coluna da última página de um desportivo jornal da capital, que o CNID, Clube Nacional de Imprensa Desportiva, iria entregar o prémio de melhor jogador do ano a Lisandro, ousei procurar, nesse mesmo jornal, o relato do acontecimento. As notícias da primeira página eram avassaladoramente o Benfica, e depois, testes de fórmula 1 no Algarve, Ronaldo, e chamadas para referências ao Porto e ao Sporting nas páginas interiores. Da entrega do prémio, nada. Aquilo que os jornalistas premiaram, os Directores não relevam. Mostra como se respeitam a si próprios.
Questão de critério jornalístico, apurado gene apenas exclusivo e monopólio dos Directores e editores dos media...
No entanto, a realidade acaba sempre com as fantasias. Disso podemos ter a certeza, embora muitos dos que se deixam levar pela fantasia mediática ainda não acreditem!...
Pinho Cardão