Na primeira semana de Dezembro de 2008, foi publicado um livro intitulado : “ Milagres de Vida em busca do Eterno “. Esta publicação do Padre Alexandre F. Santos, aborda de uma forma muito original toda a vida do poeta e os multifacetados contornos da sua veia poética e sensibilidade pessoal. Em tempos de pedagogia, disfarçada em ofertas de “ Magalhães” ( ? ), comecemos por adiantar uma pequena abordagem do autor de "Sebastião da Gama ", versando a enorme vocação do poeta, na difícil área pedagógica:
“ Vemos, uma vez mais, a intensa criatividade de um pedagogo que não se poupa a esforços, nem se acomoda à simples didáctica escolar que vai exercitando. Ele próprio procura novas formas e novos caminhos para o bom aproveitamento escolar dos seus alunos.
Sebastião da Gama tinha viva consciência da importante missão que desempenhava como professor e educador. Estes dois vocábulos eram nele um todo inseparável. Sentia-se horticultor de um canteiro onde podiam desabrochar as mais belas flores, mas que precisava de ser cultivado com a paciência de um bom jardineiro, “ dando tempo ao tempo “ porque “ ser professor é dar-se “ porque “ ensinar é amar “ é estar próximo como amigo “ um pouco mais velho”, “ é ter confiança” e “ acreditar no aluno” é procurá-lo quando as faltas continuadas e não justificadas acontecem, ou quando algum anda perdido, é falar-lhe ao coração e com ternura. Isto exigia o estabelecer de parcerias de negociação para que a aula fosse um espaço de aprendizagem e de boa disposição e, quando os resultados não são os melhores, há que incutir-lhes o alento e a autoconfiança de que eles serão capazes de “ uma atitude nova” “combinado ? “ porque “ esperando é que se aprende”, sem esquecer que o professor deve “ ser exemplo em tudo”. Cada um dos seus alunos revelava todos estes potenciais necessários para poder crescer, para desenvolver os talentos que possuía. E, para que isso acontecesse, não havia nada melhor do que colocar os rapazes à vontade, e presenciar-se-ia, então, o milagre da criatividade e da alegria na sala de aula.
Ao contrário de todo o ensino tradicional centrado no “ magister dixit “, que o Émile, de Jean - Jacques Roussseau, tinha posto em descrédito ao colocar o aluno como centro e fundamento de todas as atenções, poucos foram os professores que tiveram a ousadia de acolher a novidade desta pedagogia e de a incrementar no seu ensino. A inovação acarreta sempre riscos, mas é preciso corrê-los para acompanhar as mudanças que se operam na sociedade em que vivemos. O jovem professor, Sebastião da Gama, não só soube intuir tudo isto como ele próprio colocou os seus alunos no centro da sua acção educativa. Descobrira que é na boa relação mestre- aluno que radica a verdadeira chave do sucesso escolar e que a confiança e o diálogo franco são as janelas desta intimidade. “