O Neto e o Avô
Ficamos a pensar na noção que todos nós temos sobre a passagem do tempo, que nos leva de novos a velhos e se tem arrastado por gerações intermináveis.
A história que segue é para ler até ao fim e depois reflectir, como uma geração, com a instrução primária ou um curso médio, absorveu a maior explosão técnica que houve no mundo, (em 50 anos do último século),sem precedentes, com Guerras, emigração em massa e sem "AS NOVAS OPORTUNIDADES" ou diplomas ridículos, ou qualquer MAGALHÃES, dominou estes avanços tecnológicos em pé de igualdade com os países mais evoluídos do mundo. Assistência técnica de alta qualidade prestada por portugueses. O nosso problema não é de falta de habilitações, é de acreditarmos, ou não, muito na valia de um povo que, para além de ter 100 anos de república, tem mais de oitocentos anos de história e monárquia. Somos um todo e não um país partido em parcelas, chegámos onde estamos, "novamente na bancarrota" e com a sua "geração de ouro" posta nos bancos do jardim aos 55 anos de idade, por falta de respeito no presente, pelo passado.
Comprometendo o FUTURO. É isto que nos deixa de rastos!
>>O NETO E O AVÔ...
>>Uma tarde um neto conversava com o seu avô sobre os acontecimentos actuais.
>>Então, de repente, o neto perguntou:
>>- Quantos anos tem, avô?
>>E o avô respondeu:
>>- Bem, deixa-me pensar um momento...
>>Nasci antes da televisão, que já crescidinho apareceu, com um único canal e a preto e branco.
>>Nasci antes das vacinas contra a poliomielite, das comidas congeladas, da fotocopiadora, das lentes de contacto e da pílula anticoncepcional.
>>Não existiam os radares, os cartões de crédito, o raio laser nem os patins on - line.
>>Não se tinha inventado o ar condicionado, as máquinas de lavar e secar, (as roupas secavam ao vento) e frigoríficos quase ninguém tinha.
>>O homem nem tinha chegado à lua.
>>A tua avó e eu casámos e só depois vivemos juntos e em cada família havia um pai e uma mãe.
>> "Gay" era uma palavra inglesa que significava uma pessoa contente, alegre e divertida, não homossexual.
>>Das lésbicas, nunca tínhamos ouvido falar e os rapazes não usavam piercings.
>>Nasci antes das duplas carreiras universitárias e das terapias de grupo.
>>Não havia computador, Comunicávamos através de cartas, postais e telegramas.
>>Mails, chats e Messenger, não existiam. Computadores portáteis ou Internet nem em sonhos...
>>Estudávamos só por livros e consultávamos enciclopédias e dicionários.
>>As pessoas não eram medicadas, a menos que os médicos pedissem um exame de sangue.
>>Chamava-se a cada polícia e a cada homem "senhor" e a cada mulher "senhora".
>>Nos meus tempos a virgindade não produzia cancro.
>>As nossas vidas eram governadas pelos 10 mandamentos e bom juízo.
>>Ensinaram-nos a diferençar o bem do mal e a ser responsáveis pelos nossos actos.
>>Acreditávamos que "comida rápida" era o que comíamos quando estávamos com pressa.
>>Ter um bom relacionamento, queria dizer dar-se bem com os primos e amigos.
>>Tempo compartilhado, significava que a família compartilhava as férias juntos.
>>Ninguém conhecia telefones sem fios e muito menos os telemóveis.
>>Nunca tínhamos ouvido falar de música estereofónica, rádios FM, Fitas, cassetes, CDs, DVDs, máquinas de escrever eléctricas, calculadoras
>> (nem as mecânicas quanto mais as portáteis).
>>"Notebook" era um livro de anotações.
>>"Ficar" dizia-se quando pessoas ficavam juntas como bons amigos.
>>Aos relógios dava-se corda todos os dias, mesmo aos de pulso.
>>Não existia nada digital, nem os relógios nem os indicadores com números luminosos dos marcadores de jogos, nem as máquinas.
>>Falando de máquinas, não existiam as cafeteiras eléctricas, ferros de passar eléctricos, os fornos microondas nem os rádios-relógios despertadores. Para não falar dos vídeos ou VHF, ou das máquinas de filmar minúsculas de hoje...
>>As fotos não eram instantâneas e nem coloridas. Eram a branco e preto e a sua revelação demorava mais de três dias. As de cores não existiam e quando apareceram, a sua revelação era muito cara e demorada.
>>Se nos artigos lêssemos "Made in Japan", não se considerava de má qualidade e não existia "Made in Korea", nem "Made in Taiwan", nem "Made in China".
>>Não se falava de "Pizza Hut" ou "McDonald's", nem de café instantâneo.
>>Havia casas onde se compravam coisas por 5 e 10 centavos. Os sorvetes, os bilhetes de autocarros e os refrigerantes, que se chamavam pirolitos, tudo custava 10 centavos.
>>Cem escudos dizia-se: "cem mil reis".
>>No meu tempo, "erva" era algo que se cortava e não se fumava.
>>"Hardware" era uma ferramenta e "software" não existia.
>>Fomos a última geração que acreditou que uma senhora precisava de um marido para ter um filho.
>>Agora diz-me, quantos anos achas que tenho?
>>- Meu Deus, Avô! Mais de 200! - disse o neto.
>>- Não , querido. Tenho 55!
O avô, decididamente, não quis complicar mais as coisas ao neto que, já de si, estava completamente confuso.
Todavia, para além destas nuanças à linha do tempo e da história, uma das primeiras coisas de que tomamos consciência quando nos tornamos conscientes é da passagem do tempo", mas pela vida fora nunca temos uma noção exacta dela. Ela é realmente variável e influenciada por muitos factores. E, não é igual para todas as pessoas !
Na noite de passagem de ano, mesmo sem querer, o tempo que passou é uma coisa que nos ocorre!
A partir daí, o tempo é na nossa vida um rio, que corre sem cessar, com tempos de normalidade e outros de cheia ou mesmo de seca. Não temos "mão" nele!