Por mais que custe a José Sócrates, é no actual quadro parlamentar – e não noutro – que vai ter de governar. O nosso regime dá competências legislativas ao governo, mas as questões fundamentais têm de merecer o crivo da Assembleia da República, e ratificação presidencial.
E pode José Sócrates bociferar, protestar, que não vai a lado nenhum, pois à maioria dos Portugueses agrada que o Parlamento exerça os seus poderes; e tem razões para isso: veja-se o caso dos professores; na anterior legislatura, o PS, com maioria absoluta, empurrou a relação com os professores para o pântano. Recentemente, os impasses foram ultrapassados, em negociação com o PSD. Como bem se vê, é perfeitamente possível governar com este Parlamento, desde que o PS perca o instinto do “posso, quero e mando”.
Nos diplomas fundamentais que aí vêm, é bom que o PS seja capaz de ter uma postura construtiva, na substância e na atitude, porque o país e os cidadãos não vão perdoar “birras” ao senhor Primeiro-Ministro