Domingo, 29 de Novembro de 2009
29 Novembro 2009 - 00h30
Dia a dia
Atender a quem precisa
Há quem diga que a família não conta para nada. Os dois últimos séculos idolatraram o Estado como solução para todos os problemas. É notório, porém, tratar-se de uma ideia precipitada. Mesmo em Portugal, onde com o regime democrático saído do 25 de Abril se alargaram os apoios da Segurança Social, com pensões, subsídio de desemprego, reformas, criação do Serviço Nacional de Saúde e depois, em 1996, do Rendimento Mínimo Garantido.
A realidade é que muitos portugueses se confrontam com carências graves. São obrigados a trabalhar até muito depois dos 70 anos, como é frequente ver nos táxis de Lisboa, porque reformas de 200 e tal euros não dão para viver. Para os que acham que o Estado resolve tudo e há apenas que aprovar leis, os efeitos da crise económica deviam motivar a reflexão. O problema é que, quando os problemas se agravam, o Estado encolhe-se. É uma máquina. Hoje, domingo, dia de descanso e também de encontros mais ou menos alargados de famílias, vale a pena reflectir onde se educa, se aprende a tolerância, o respeito, e ainda a sonhar e criar. E já que decorre uma recolha de produtos para o Banco Alimentar Contra a Fome, que cada um mostre a si próprio que é capaz de um passo à frente na solidariedade e que as pessoas são sempre mais importantes do que o Estado.
João Vaz, redactor principal