A pobreza em Portugal agravou-se nos últimos três anos! Se não fosse a ajuda alimentar da União Europeia, a situação seria calamitosa ! Deve-se acrescentar, que se não fosse o RSI ( Rendimento Social de Inserção), que não faz qualquer inserção, e a pobreza e fome em Portugal estariam em níveis elevadíssimos!"
Crise alimentar: «Verdadeira dimensão da pobreza está por avaliar»
A verdadeira dimensão da pobreza em Portugal está por avaliar, em parte pelo atraso de dois anos na publicação dos inquéritos nacionais e europeus sobre condições de vida e rendimentos familiares.
Quem o diz é Alfredo Bruto da Costa, um dos investigadores portugueses que mais tem estudado a questão da pobreza, considerando aqueles inquéritos «instrumentos fundamentais» para traçar um perfil da situação em Portugal.
O especialista, que actualmente preside ao Conselho Económico e Social (CES) e que coordenou vários estudos sobre o tema , o primeiro dos quais pioneiro - "A pobreza em Portugal" -, que incidiu sobre os anos 80, sublinhou que actualmente não dispõe de dados reais sobre a dimensão do problema, uma vez que os últimos dados publicados reportam a 2005/2006.
«Este não é um problema exclusivo de Portugal, também afecta outros países europeus, mas era importante que os resultados dos inquéritos sobre as condições de vida e os rendimentos das famílias fossem publicados a tempo e horas para se perceber a dimensão do problema social que é a pobreza em tempo útil», sustentou.
O investigador considera, porém, «mais do que necessário fazer um estudo» que avalie a dimensão real e actual da pobreza em Portugal, apesar de existir um plano nacional para a inclusão, da responsabilidade do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.
Para Bruto da Costa, «tão ou mais importante» do que saber «mais sobre a pobreza» é combatê-la. «Porque o que sabemos já permite sermos mais eficazes. Fazer mais e melhor para a combater, caso queiramos», sustenta.
E o combate à pobreza passa, segundo o especialista, por um «envolvimento grande do Governo, sociedade civil, empresas, instituições de solidariedade social, opinião pública, e todos os agentes sociais».
O problema actual, acredita, resulta de uma série de «aspectos conjunturais» que se reflectem na economia portuguesa, entre os quais a subida do preço dos bens alimentares, dos combustíveis, do petróleo, o problema dos biocombustíveis, e as dificuldades de crescimento económico de outros países de que a economia portuguesa está dependente.
Novos pobres
«Tradicionalmente os dois grandes grupos de pobres em Portugal eram os idosos e os desempregados, mas ultimamente, sobretudo de há três anos para cá, sabemos que surgiu um novo grupo a que chamamos os ´novos pobres´», diz Isabel Jonet, responsável do Banco Alimentar (BA) contra a Fome.
«São pessoas que têm um emprego, até têm salário fixo ao final do mês, mas cujo rendimento não chega para cobrir as despesas e muitas das vezes até procuram um segundo emprego, não declarado, e que mesmo assim não conseguem fazer face ao custo de vida», afirma.
«São pessoas que se não atrasavam a pagar as suas despesas fixas como mensalidade da casa, água, luz, gás, electricidade ou até as creches dos filhos e que agora se atrasam sistematicamente porque o dinheiro não lhes chega», acrescenta.
Nesta categoria, Isabel Jonet inclui ainda casos de «trabalhadores a recibos verdes, outros trabalhadores afectados pela precariedade do emprego, pessoas que contraíram créditos bancários sem capacidade para os saldar, crianças, jovens, que são outra camada muito vulnerável da população, e muitos realojados que também não têm condições mínimas de vida».
Da sua experiência arrisca dizer que estes ´novos pobres` estão concentrados nas grandes zonas urbanas portuguesas, onde existem «grandes bolsas de pobreza». Para combatê-la defende políticas de inclusão que partam do Governo, mas também da sociedade civil.
«Porque o Estado pode e deve potenciar e mesmo regular o trabalho de solidariedade social, mas são as instituições que trabalham no terreno que devem ser mais eficazes e dar respostas mais rápidas a quem precisa», preconiza.
O risco de fome em Portugal face à crise alimentar mundial foi a base de um alerta da Comissão Permanente da Cáritas Portuguesa, sábado passado, ao mesmo tempo que defendeu a necessidade de o Governo preparar programas de apoio a carenciados.
Confiança governativa
O ministro da Agricultura minimizou terça-feira o risco de fome em Portugal, acrescentando tratar-se de um risco inexistente caso a rede institucional de apoio a pessoas carenciadas seja eficaz.
Em declarações à Lusa, o ministro Jaime Silva explicou que através do programa de ajuda alimentar aos mais carenciados, totalmente financiado pela União Europeia, as organizações podem ter acesso a alimentos gratuitamente e distribuí-los pelas instituições de menores dimensões e pelas pessoas que necessitam.
Para este ano, está prevista a distribuição de alimentos no valor de 14 milhões de euros, através de oito concursos. Mas, se houver mais necessidade, Jaime Silva está disponível para «rever a situação».
«Há uma rede institucional de apoio na UE e, se formos eficazes, o risco de fome não se coloca» em Portugal, apesar da subida dos preços dos cereais que implicou, por exemplo, um acréscimo de 9% no valor a pagar pelo pão, garantiu.
JC, Sexta, 9 de Maio às 11:02
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