Um trabalho de Vasco Ribeiro, a que o Público fez referência há dias, lança uma luz particularmente preocupante sobre o jornalismo português. Nele se escreve, citando o Público, que
mais de 60 por cento do noticiário é induzido por assessores de imprensa, relações-públicas, consultores de comunicação, porta-vozes. Não cabem aqui apenas comunicados de imprensa e conferências de imprensa. A categoria abrange actos como acções de campanha, assembleias, cerimónias oficiais, eleições, inaugurações, visitas oficiais, manifestações, sondagens... Vasco Ribeiro sublinha a "incapacidade" de os leitores detectarem a intervenção de tais técnicos de comunicação e relações públicas. É que só muito raramente surge qualquer referência à sua existência (1,3 por cento das notícias analisadas). Eles "não gostam" de aparecer. E os jornalistas não gostam de os mostrar.
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