Só há uma forma de compatibilizar a 'política de verdade' com a inclusão de António Preto nas listas do PSD: é Manuela Ferreira Leite querer que se saiba toda a verdade sobre este assunto. Se não fosse isto, o processo, e as suas peripécias, trapalhadas e sarilhos, estaria agora relativamente esquecido.
Obviamente, até ter uma sentença com trânsito em julgado, António Preto - como todos os outros - é inocente. Mas pode ser candidato? Eis uma questão ética, ou se preferirem (os mais puristas), moral, mas que deve ser ponderada também politicamente. O único líder que, até hoje, defendeu o afastamento e expurgou das listas todos os candidatos a contas com a Justiça foi Marques Mendes, quando foi presidente do PSD. Manuela Ferreira Leite não é pois uma excepção. É, infelizmente, a regra! O que dela se diz, pode ser dito de todos os líderes, incluindo esse árbitro da honestidade política que é Francisco Louçã. Se formos ao básico, um candidato - seja a deputado ou à autarquia - pretende usar o poder e o dinheiro dos cidadãos para tomar decisões em nome dos eleitores. Na antiguidade, vestiam-se de toga branca para mostrar a sua candidez (o brilho da pureza, da imparcialidade, da insuspeita) - e daí o termo candidato. Espera-se que não seja um mero 'inocente até prova em contrário', mas um cidadão acima de qualquer suspeita. Infelizmente, quando olhamos para tantos - António Preto, com o seu braço ao peito, Isaltino com a sua condenação à espera de recurso, Fátima Felgueiras com a sua fuga para o Brasil e a sua condenação em recurso, Valentim Loureiro com os casos do futebol, Helena Lopes da Costa com as casas atribuídas por critérios duvidosos, Ana Cristina Ribeiro com os seus licenciamentos em litígio, Avelino Ferreira Torres e os seus inúmeros casos - verificamos que estão longe de cumprir esse requisito exigível a quem vai tratar da nossa vida, decidir sobre o dinheiro dos nossos impostos e pretender dar-nos o exemplo. E falamos apenas daqueles que já têm processos em curso, calando por decência e imperativo ético aqueles sobre os quais cai a mera suspeita da rua. A suspeição banalizou-se e muitos dos arguidos, pronunciados e mesmo condenados serão eleitos - alguns em ombros. Dá vontade de emigrar, sempre que se aborda este assunto. Mas ele ilustra o modo como os líderes políticos nos vêem e se vêem. Depois, há os que se queixam, com razão, de que ser político é um inferno porque as suspeitas abundam e a recompensa é baixa. Mas há uma frase popular que ilustra bem a origem do problema: quem não se dá ao respeito, não é respeitado...
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