Tive um colega assim. Era mau professor. No início do ano, perdia quase todos os alunos, de tão mau professor que era. No final do ano, na hora de lhes fazer o exame, classificava-os com 19 e 20 valores; e comentava, nos corredores da Faculdade, que tinha excelentes alunos, querendo com isso significar, presume-se, que era um excelente professor.
As classificações que um sistema de ensino atribui aos seus alunos, nos exames que organiza, não avaliam a qualidade do sistema de ensino. Se a decência se mantiver, avaliam os alunos, sempre em mérito relativo (estabelecem uma ordem de mérito); e deixam perceber onde se encontra o grau de exigência que separa a aprovação da reprovação. Avaliar um sistema de ensino é outra coisa. Exige a comparação com outros sistemas de ensino (por exemplo, submeter amostras dos alunos, em todos os países do mundo, a um exame standard, e compara os resultados, como se faz na matemática). Exige que se salte para fora do sistema de ensino, que nos expúnhamos a algum tipo de comparação e validação exterior, conduzida por terceiros, sob forma de confronto de resultados objectivos - quaisquer que estes sejam. "Este ano, a média subiu" : não significa nada senão que, presumivelmente, o grau de exigência baixou.
Expresso - Daniel Bessa 04-07-2009
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