O governo necessita de reduzir as despesas do Estado. Infelizmente, Sócrates não está a fazer isso. Sócrates limita-se a reduzir a diferença entre as receitas e as despesas, a que se chama défice. E fá-lo à custa do aumento das receitas.
É preciso ter em conta que os défices das contas públicas são piores para a economia que os impostos altos. Os impostos levam a uma redução do consumo, enquanto os défices retiram dinheiro das poupanças dos cidadãos necessárias para financiar o despesismo do Estado. A apreensão de Jorge Sampaio com a obsessão que Manuela Ferreira Leite tinha pelo défice resultou da ignorância do ex-presidente nesta matéria, o que foi pena numa altura tão crucial.
Desta forma, a redução do défice conseguida por Sócrates, não só é artificial (porque subsidiada pelos contribuintes) como terá consequências gravíssimas nos próximos anos. Na verdade, o futuro espera-nos com um défice à espreita (basta disparar a despesa) a que se somam os impostos altos. Menos poupança e menos consumo.