«É tudo uma fraude. Sinto-me inútil nos centros»
Procurar emprego e responder a anúncios faz parte da rotina diária do casal Fernandes. Inês Soares, 27 anos, e Álvaro Fernandes, 36, residem em Guimarães estão há meio ano, sem sucesso, a procurar trabalho, depois de terem sido obrigados a fechar o escritório que geriam.
A situação acontece numa das regiões mais afectadas pelo desemprego, onde o Centro de Emprego não consegue responder às necessidades dos desempregados. « O Centro é uma fraude. Expõem os mesmos trabalhos semanas a fio, quando já estão todos preenchidos», acusa Álvaro.
O casal já perdeu a conta ao número de cartas que foi buscar ao Centro de Emprego de Guimarães para se candidatar a empregos. «É tudo uma mentira, estão a enganar as pessoas», revolta-se Álvaro. Inês reforça a posição do companheiro, lamentando o tratamento ali dado aos desempregados. « Tratam-nos como se não tivessemos valor nenhum, sinto-me inútil quando lá vou».
Pastelarias, restaurantes, imobiliárias, perfumarias, lojas de roupa, emprego como motorista .... a lista de portas a que os pais da pequena Francisca, de três anos, bateram é infindável e a resposta tem sido sempre a mesma: não !
Inês admite estar a ir-se abaixo. «De tanto procurar e não arranjar nada fico triste, desanimada, sem forças».
Sem nunca deixarem de estar atentos a possíveis oportunidades, ambos traçam um cenário negativo da sua situação social, comum a várias famílias de todo o país. «Neste momento não vemos saída possível para esta situação. A nossa situação está muito má e, pior do que isso, é não conseguirmos sair dela», desabafa Álvaro.
O casal chegou a ter rendimentos superiores a três mil euros, mas agora a sua vida deu una volta de 180 graus. «Desmoronou-se tudo muito depressa. Tínhamos tudo, estávamos bem e agora não temos nada», suspira Inês.
Venderam a carrinha, mudaram-se para uma casa mais barata e desfizeram-se de todo o material do escritório. porém, coinseguiram apenas um pequeno "balão de ar". «Estamos a dever quatro meses de renda, não pagámos ao banco, à loja de electrodomésticos, aos amigos e até ao infantário da Francisca. E estão sempre a ameaçar-nos que vão cortar a água e a luz», confessa Álvaro, dizendo que «já nem sei quanto devo a alguns amigos de tanto lhe pedir».
Os dois vêem as vidas a andar para trás. » A nossa situação é muito precária e piora a cada dia que passa. Já não vemos a luz ao fundo do túnel», lamenta Inês.
O SOL 29-05-2009
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