A farsa das "Novas Oportunidades"
No final do passado mês de Março, terminei o designado processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) que me atribuiu um diploma de conclusão do Ensino Secundário, ou seja, de equivalência ao 12.º ano de escolaridade. Este procedimento foi realizado numa escola do ensino público, em Lisboa, sendo que a formalização da inscrição no respectivo Centro Novas Oportunidades (CNO) e o início de frequência remontam ao primeiro semestre de 2008.
Dir-se-á : com a duração aproximada de um ano, tratou-se de algo especialmente trabalhoso e com um grau de dificuldade assinalável. Nada mais enganoso.
De facto, somando todo o conjunto de requisitos e solicitações apresentados aos "formandos", a verdade é que, com um empenhamento mínimo, não teria sido necessário mais do que um mês para a sua conclusão. Quais, então, os motivos para esta dilação temporal, passível das mais falaciosas interpretações ?
A resposta é simples: sessões ( i.e., qualquer coisa parecida com as tradicionais aulas) marcadas com mais de um mês de intervalo e um trabalho final, consubstanciado numa autobiografia, baseada em parâmetros tão confusos quanto idiotas (vertidos num designado " Referencial de Competências- Chave" ) que até os próprios formadores, apesar do seu meritório esforço, têm nítida dificuldade em interpretar, gerando uma aplicabilidade meramente arbitrária.
Sinteticamente, trata-se de um processo medíocre, do qual nada mais resulta do que uma atribuição administrativa de equivalência escolar, sendo que a sua ilusória dificuldade consiste, para os "formandos"", apenas em não serem vencidos pelo cansaço e pela fadiga de muitas horas despendidas em trabalhos e procedimentos que, genericamente, não compreendem.
No meu caso pessoal, devo confessar que o diploma que me foi conferido em nada alterou a minha situação de indigente desempregado (apesar de constantes investidas, junto do Centro de Emprego, no sentido de conseguir um curso de formação adequado, um estágio profissional ou mesmo, por mais estranho que pareça, um emprego).
Por outro lado, como não tenho vocação para "figurante", tive que declinar o convite que, há uma dezena de dias, me foi endereçado pela responsável do CNO que frequentei, para ir receber das mãos do primeiro-ministro o mesmo diploma que já tinha sido atribuído. Provavelmente, deixei escapar uma oportunidade, esta sim, irrepetível.
Sol - 29-05-2009
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