( ... ) Claro que um golpe de Estado no Portugal do século XXI é uma impossibilidade técnica, dado que o comando das telecomunicações já não passa pela torre do telégrafo nos Correios do Terreiro do Paço; o poder instalado já não cabe numa Chaimite que se tire do Quartel do Carmo e se remeta de avião para a ilha da Madeira; e não se consegue decretar a mudança do regime através de um simples comunicado lido na RTP. Portugal já não tem Império e a metrópole capitaleira que resta já não é uma ilha, apesar de Manela ser neta de José Eugénio Dias Ferreira e de ter, como principal colaborador, um dos netos do ministro das finanças de António Maria. Passámos a periferia da grande Europa da moeda única e dependência dos restos da globalização. Temos os banqueiros, os governantes, o presidente e os partidocratas que merecemos. Todos vamos gerindo as dependências e navegando na incerteza da interdependência, onde o bater de asas de uma andorinha de dez despedimentos nos States, ao abrigo da Primavera do Plano Obama, pode produzir uma tempestade invernosa de falências no Portugal profundo das PMEs... (... )
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