25 Maio 2009 - 09h00
A campanha eleitoral para as Europeias não podia ter começado melhor, com espectáculos de circo em Valência e Coimbra, em que duas vedetas ibéricas, que se imaginam grandes líderes europeus, berraram que se farta e acabaram num estado lastimável, alagadas em suor dos pés às brilhantes cabecinhas.
A crise, aquela que arrasa a vida de milhões de indígenas ibéricos, não conta para este campeonato. O Bambi castelhano e o seu homólogo luso são almas que vivem disto, ganham bem, não precisam de andar por aí à procura de emprego ou preocupados com o dia de amanhã. São rapazes que Mário Soares já classificou de medíocres e que não conseguem viver sem a propaganda e os espectáculos obscenos. No meio das discursatas com teleponto, o senhor presidente do Conselho mostrou que as línguas são mesmo a sua verdadeira vocação. Ao inglês técnico feito por fax juntou agora ao seu currículo um extraordinário castelhano técnico que deixou os socialistas espanhóis de Valência verdadeiramente maravilhados. Mas foi em Coimbra, ao lado de um senhor que se intitula cabeça-de-lista do PS às Europeias, que o senhor presidente do Conselho mostrou todas as suas virtualidades.
Alagado em suor, perante uma sala que os socialistas coimbrinhas não conseguiram encher, talvez por falta de camionetas disponíveis, atacou forte e feio Manuela Ferreira Leite por ter agradecido a Deus o fim dos comícios eleitorais, uma desculpa, disse, para a falta de jeito político da líder do PSD. É verdade. Jeitoso só há um, o senhor presidente do Conselho e mais nenhum. Foi assim que na década de oitenta assinou uns projectos medonhos nas profundezas da Guarda, foi assim que se meteu em diversas embrulhadas na Cova da Beira, foi assim que terminou uma licenciatura em engenharia civil, foi assim que licenciou o Freeport, foi assim que andou metido nas histórias de pressões a magistrados do Ministério Público.
A vida, política, económica e social, está decididamente para os jeitosos deste sítio manhoso, pobre, deprimido, quase falido e obviamente cada vez mais mal frequentado. Os jeitosos da banca, os jeitosos dos negócios, os jeitosos dos sindicatos e, evidentemente, os jeitosos da política. A campanha eleitoral para as Europeias começou, por isso mesmo, da melhor maneira possível. De um lado está o espectáculo e o circo com animais ferozes. Do outro estão as palavras duras, o falar verdade e a recusa em alinhar num jogo cada vez mais obsceno.
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