"Escola a tempo inteiro" a partir de Setembro
Programa de enriquecimento curricular foi apresentado hoje. José Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues deslocaram-se a "escola exemplo" em Matosinhos.
No próximo ano lectivo, todas as escolas do primeiro ciclo do ensino básico terão actividades de enriquecimento curricular, como apoio ao estudo, ensino da música, actividade desportiva, expressão plástica e ensino do inglês ou de outras línguas estrangeiras.
As escolas devem disponibilizar pelo menos duas horas diárias de actividades extra-curriculares e, no caso de não terem os meios para o fazer, devem recorrer a outros espaços das autarquias.
O primeiro-ministro destacou o "envolvimento das câmaras municipais" como o "segredo para o sucesso" do programa apresentado hoje, quarta-feira, numa escola de Matosinhos. José Sócrates apontou o trabalho da EB1 da Viscondessa como um "exemplo" e um "sinal de cooperação entre o Governo e as autarquias".
A acompanhar Sócrates, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, destacou o estudo acompanhado como a actividade mais importante no projecto da "escola a tempo inteiro". "O acompanhamento dos trabalhos de casa permite a igualdade de oportunidades, com o acesso às bibliotecas, dicionários ou computadores", disse.
420 mil alunos terão "escola a tempo inteiro" a partir de Setembro, num investimento que oscila entre os 80 e os 100 milhões de euros.
Apoio ao estudo e inglês obrigatório
O objectivo da "escola a tempo inteiro" é garantir 10 horas semanais de actividades de enriquecimento curricular. Os estabelecimentos de ensino terão de ficar a funcionar até às 17h30, num mínimo de oito horas diárias.
As escolas terão, obrigatoriamente, de oferecer apoio ao estudo e inglês para os 3º e 4º anos. Entre as actividades opcionais estão a "actividade física e desportiva, o ensino da música ou outras expressões artísticas", lê-se no despacho, datado de 26 de Maio, do Ministério da Educação.
Cabe às autarquias locais, agrupamentos de escolas, associações de pais e de encarregados de educação ou instituições particulares de solidariedade social (IPSS) promoverem as actividades.
Sócrates admitiu que o ensino básico é a "área que os professores mais sentem ter ficado para trás". Nesse sentido, apontou a educação como "a batalha onde o país não pode falhar".
Comentário : É uma visão do Estado dominador. Ninguém se interroga se não haveria outras formas destes objectivos, em princípio de apludir, poderem ser atingidos. Talvez , até, com maior eficácia . Numa altura em que é imperioso fazer-se a reforma da " Função Pública", para que Portugal deixe de aparecer como tendo uma Função Pública que tudo absorve, e que faz com que a despesa do Estado seja, na União Europeia, uma das mais elevadas face ao PIB e, consequentemente, eleve a nossa carga de impostos para níveis imcomportáveis para os trabalhadores e para as empresas. Tais impostos retiram, ainda, às nossas empresas a devida capacidade de competetividade, logo, impossibilitando as nossas exportações, em definitivo, único caminho disponível para podermos pagar a fabulosa dívida externa que temos às costas. Ultrapassadas as eleições, não tenhamos dúvidas, quem for governo terá de reduzir a dívida, também, com recurso à diminuição do número de trabalhadores do Estado. Enquanto isso estamos a aumentá-los desnecessáriamente. Nem sequer se cuida de saber como as coisas estavam a correr até hoje, o PS só pensa em mudar radicalmente. Até hoje estava em marcha um processo consolidado de abertura de centenas de ATLs, por todos os cantos do país. Muita gente garantiu emprego nas suas terras e muitas PMEs pagavam impostos ao Estado. As crianças diversificavam o ambiente diário e tinham tudo que precisavam, para aguardarem a chegada diária dos seus pais. Tudo funcionava e o Estado não engordava. Havia uma máquina leve e familiar.
Hoje, fecharam muitos ATLs, e a burocracia paralisou as escolas e em boa parte o país. Nada de novo, ou de bom, Vital Moreira levará para Bruxelas. Não somos um país rico, temos de saber viver com o pouco que temos. Sem criar dívidas. Para tal é forçoso olhar primeiro o país pelo seu lado propdutivo e, só depois, partir na doçura da distribuição. Nada melhor que distribuir, pricipalmente, quando se têm aspirações políticas. Todavia, isso só é possível depois de montar uma boa máquina produtiva. Criadora de riqueza. Para hoje. Não é alimentar teorias, sejam elas quais forem, que só dão frutos daqui a 20 anos. Se defendermos o presente, também estaremos a defender o futuro. O contrário pode não ser verdadeiro.