Há já alguns anos, foi publicado um documento da Conferência Episcopal Portuguesa, sobre o estado em que se encontra o país e a nossa sociedade civil. Trabalho de muito mérito e de grande oportunidade. Mas os anos passaram e, até hoje, não houve vontade de mudar. Tudo continua na mesma, ou de mal a pior !
Nesse documento, são apontados os chamados « 7 Pecados Sociais», como causa de tal situação, e que são :
a) os egoismos individualistas.
b) o consumismo
c) a corrupção
d) a desarmonia do sistema fiscal
e) a irresponsabilidade na estrada
f) a exagerada comercialização do fenómeno desportivo
g) a exclusão social
Na sequência desta publicação, o então grão-mestre do GOL, António Arnaut veio a publico apoiar esse trabalho da Igreja portuguesa, introduzindo somente mais um ponto em adição aqueles que foram evidenciados pela CEP.
h) a comercialização da vida.
Os sete pontos que tinham sido destacados e se mantêm, têm em vista que o Estado precisa de uma verdadeira revolução e ruptura com o passado, seja na definição do âmbito do seu papel e actividade , seja na organização e forma de trabalhar.
Não podemos aceitar da classe política, dos empresários, das polícias, dos magistrados, e dos detentores do poder , em geral, um civismo que não seja o do conjunto da população.
Impõe-se vigilância sobre todos os tipos de funcionamento democrático que pareçam esquecer as virtudes de que a própria democracia necessita.
Os pilares da nossa democracia, têm de ser reconstruídos.
Muito mais que a vontade da maioria votante, a democracia tem necessidade de virtude, tanto para os dirigentes como para os cidadãos. Tem necessidade de uma ética que assente num sistema de valores essenciais : ou seja, aquilo a que chamamos o respeito pelos valores humanos.
Os políticos só agindo em prol do bem comum, ao serviço de todos e sem ambição de poder, podem assegurar uma verdadeira sociedade democrática.
Por fim, a democracia tem forçosamente de conduzir uma sociedade de modo a que cada ser humano reconheça todos os outros como irmãos e os trate como tal . De parte, nunca pode ficar a igualdade de oportunidades para todos. Quando organizações com a credibilidade das acima citadas, tornam publicas as suas muito legítimas preocupações sobre a nossa sociedade civil, salvo melhor opinião, não podem deixá-las cair no esquecimento . Mesmo que o poder político finja que não viu, nem ouviu !