POST PUBLICADO EM 12-09-2008
"O país não aguenta mais quatro ou oito anos sem políticas estruturais". A reforma da Administração Pública anunciada pelo Governo está por fazer" !
Aquilo a que resolveram chamar Reforma da Função Pública, está embrulhada em centenas e centenas de conceitos legais, de negociações e de milhares de aspectos administrativos. Entretanto a Economia de Portugal afunda-se e os portugueses suportam a tragédia do desemprego, dos impostos elevadíssimos, e a Despesa Pública não diminui ! O governo perde-se nas estratégias políticas, apavorado em perder as próximas eleições ! O país precisa, como pão para a boca, disto resolvido. A matriz do PS é exactamente esta, mexer em tudo para não resolver nada!
Talvez através de uma Fábula, possamos todos compreender aquilo de que o governo tem medo e pouca pressa em fazer :
- Todos os dias a formiga chegava à sua secção e desatava a trabalhar.
- Produzia e era feliz.
- O gerente, o leão, estranhou que a formiguinha trabalhasse sem supervisor.
- Se ela produzia tanto sem supervisão melhor seria, supervisionada.
- Contratou uma barata, que tinha muita experiência como supervisora e fazia belíssimos relatórios.
- A primeira preocupação da barata foi de estabelecer um horário para a entrada e saída da formiga.
- De seguida, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e ...
- Contratou uma aranha que além do mais, organizava os arquivos e controlava as ligações telefónicas.
- O leão ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com índices de produção e análise de tendências, que eram mostrados em reuniões específicas para o efeito.
- Foi então que a barata comprou um computador e uma impressora laser e ...
- Admitiu a mosca para gerir o departamento de informática.
- A formiga de produtiva e feliz, passou a lamentar-se com todo aquele universo de papeis e reuniões que lhe consumiam o tempo !
- O leão concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga operária trabalhava.
- O cargo foi dado a uma cigarra, cuja primeira medida foi comprar uma carpete e uma cadeira ortopédica para o seu gabinete.
- A nova gestora, a cigarra, precisou ainda de computador e de uma assistente ( que trouxe do seu anterior emprego ) para ajudar na preparação de um plano estratégico de optimização do trabalho e no controlo do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e cada dia se mostrava mais enfadada.
- Foi nessa altura que a cigarra, convenceu o gerente, o leão, da necessidade de fazer um estudo climático do ambiente.
- Ao considerar as disponibilidades, o leão, deu-se conta de que a unidade em que a formiga trabalhava já não rendia como antes e ...
- E contratou a coruja, uma prestigiada consultora muito famosa para que fizesse um diagnóstico e sugerisse soluções.
- A coruja permaneceu três meses nos escritórios e fez um extenso relatório em vários volumes que concluía: “ Há muita gente nesta empresa”.
- Adivinhem quem o leão começou por despedir?
- A formiga, claro, porque “ andava muito desmotivada e aborrecida “ .
Nota: Os personagens desta fábula são fictícios, qualquer semelhança com pessoas ou factos reais na Função Pública, é pura coincidência ...... .
Desde a implementação da Republica, ou antes ainda, que o Estado foi sendo o refúgio dos desempregados deste país. Depois, criou-se a " bola de neve" ou seja, o empolamento para justificar mais promções e mais entradas. Os lóbis multiplicaram-se, o tráfico de influências disparou, as clentelas têm um poder enorme que assusta os Partidos, eles também, atascados neste " Monstro" despesista. Anda todo o povo a trabalhar para sustentar esta situação insustentável! O povo está exausto e o PS conta os votos da Função Pública e resolveu parar aquilo que nunca podia parar. A fome de poder, falou mais alto. Os críticos, vão aplaudindo ! Muitos interesses estão dependentes de um Estado, que vai morrer de qualquer maneira ! Se não morrer ele, morre todo o país ! Coitada da formiga . Tem que haver uma saída humana e realista para este problema. Parar não.
António Reis Luz