O V IMPÉRIO
Existiram quatro impérios: • o Império Grego – aglutinando todos os conhecimentos e toda a experiência dos antigos impérios pré-culturais; • o Império Romano – juntando toda a experiência e cultura gregas e fundindo em seu âmbito todos os povos formadores, já ou depois, da nossa civilização; • o Império Cristão – fundindo a extensão do Império Romano com a cultura do Império Grego, e complementando com elementos de toda a ordem oriental, entre os quais o elemento hebraico); * o Império Inglês – distribuindo por toda a terra os resultados dos outros três impérios.
O V Império é um Império desejado por Fernando Pessoa, que este espera que Portugal o crie. Basicamente o V Império, esse tão esperado, consiste na reunião das duas forças separadas há muito, mas há muito que se estão a aproximar: • o lado esquerdo da sabedoria, isto é, a ciência, o raciocínio, a especulação intelectual; • e o seu lado direito, ou seja, o conhecimento oculto, a intuição, a especulação mística e cabalística. Este Império Português caso viesse a existir seria ao mesmo tempo um império de cultura e um império universal.
Que Portugal é um país predestinado no mundo e para o mundo, a sua história parece comprová-lo. Mesmo como país predestinado, nunca poderíamos fugir aos ciclos, mesmo andando, como por vezes parece, em contraciclo ! Provavelmente por isso mesmo. Só andando com o passo trocado, em momentos determinados, podemos liderar um novo ciclo. Englobados dentro de um ciclo, nunca alcançamos os lugares cimeiros.
“… Quase ao mesmo tempo emudeceu a lira de Camões e parou a pena de João de Barros, o cronista da Índia. A providência levou-os a todos quando a Pátria já não precisava dos cantos do Poeta, nem das crónicas do Historiador, nem dos cálculos do Cosmógrafo...”.
À medida que foi sendo consolidado o comércio na rota das índias, a partir da sua descoberta em 1498, a coroa foi absorvendo gradualmente os poderes da Ordem de Cristo. Até que em 1550 o rei D. João III fez o papa Júlio III fundir as duas instituições. Com isso, o grão-mestre passa a ser sempre o rei de Portugal, e o seu filho tem o direito de sucedê-lo também no comando da Ordem de Cristo e das expedições.
Por esta ou outra razão depois de se ter atingido o apogeu de Portugal o nosso país vai começar a entrar em declínio até se extinguir todo o Império !
O declínio irá atingir Portugal em todos os seus aspectos mais essenciais, nomeadamente nos valores morais dos seus cidadãos. Sem eles o país, no seu conjunto, perde a confiança. Os timoneiros, eleitos ou não, igualam-se por baixo.
..... Desprezam os gostos e os valores; o mau gosto torna-se sinónimo de requinte o idiota passa por genial, cantores medíocres são vistos como estrelas. Já não há em Portugal mais lugar para um bravo Português......
Bater bem no fundo é o inicio do virar de página. São os ciclos que ocorreram em todas as grandes civilizações. Portugal e os Portugueses têm de acreditar no V Império de Fernando Pessoa.