Todos os esforços para encontrar o rumo deste país, continuaram a cair em cima de uma geração sofredora, como outra não houve até hoje em Portugal. É ela que está a pagar tais esforços, com as suas reformas, conquistadas durante uma vida de muitos sacrifícios
Tal geração, nascida em clima de Guerras Mundiais e Civis (1920 a 1945), quando tirar um curso médio, só estava ao alcance de poucos endinheirados. Porém, nesses tempos, ficava-se a saber bastante na Instrução Primária! Era o saber de uma geração que viu morrerem-lhes os pais depois de uma velhice sem reforma nem segurança social, ou quaisquer outros apoios estatais.
Lares não havia, nem era de supor vir a haver Morria-se de quê? Ninguém sabia. Morria-se.
Depois de uma vida a trabalhar de sol a sol, sem férias, nem conforto! Eram felizes quando assim acontecia e por tal davam Graças a Deus!
Morriam olhando os filhos com ar de agradecimento, pelas migalhas e alguns beijos recebidos deles.
Dos filhos de então, que em simultâneo tiveram que dar carinho e apoio a duas gerações, enfraquecidas por razões opostas. A dos seus pais e a dos seus filhos.
Alguns dos filhos já estudavam para aprenderem um ofício. Mas a grande maioria trabalhava desde criança! Para milhares e milhares de pessoas o emprego não aparecia. Esses, legalmente ou a “salto“, debandavam outras terras longínquas, umas vezes para as grandes cidades do seu país outras, para onde não conheciam nada nem ninguém. Sequer a língua que tanta falta fazia.
Muitas vezes para morar em barracas, gelados de frio, como nos “bidon ville”, a fim de mandarem para Portugal as suas remessas em dinheiro. Aos poucos o pecúlio ia crescendo, mas o país que não lhes tinha dado a mão, já não podia passar sem ele, para comprar o crude para a nossa nova economia, de que outros iriam beneficiar.
Mais guerras foram aparecendo, na Índia, na Guiné, em Angola e Moçambique, em Timor e mais soldados morreram, com sonhos por cumprir! Outros, ficaram para sempre inutilizados ou sofredores de pesadelos por matarem, ou por medo de serem mortos.
Nas suas aldeias não havia quem tivesse carro. Mesmo na vila, só duas ou três pessoas usufruíam desse luxo! Por carências de toda a ordem, muitos morriam prematuramente. Também isso pouco importava, perante uma esperança de vida tão baixa. Com várias epidemias, outros milhares deixavam filhos órfãos, sem sustento nem qualquer apoio.
O Estado era rico, mas o país era pobre!
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