Góis: Autarcas e dirigentes associativos acusados pelo DIAP
Obra financiada não foi feita
O ex-gestor do programa comunitário Leader II, Nuno Jordão, seis dirigentes associativos de Góis e três autarcas foram acusados pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra por causa de um projecto financiado com fundos comunitários que não foi concretizado no devido prazo.Em causa estão quase 234 mil euros atribuídos em 1999 a um projecto agroturístico a desenvolver na Quinta do Baião, em Góis, mas a escritura para aquisição do terreno só foi realizada em 2007 e o plano continua por concretizar.
O caso investigado pela PJ de Coimbra incluía 17 arguidos, mas só dez foram acusados pelo DIAP. Além do então gestor do Leader II, Nuno Jordão, entretanto aposentado, foram acusados os membros da direcção da Associação de Desenvolvimento da Beira Serra (ADIBER), entidade promotora da iniciativa. Todos respondem pelo crime de fraude na obtenção de subsídio. Entre os arguidos estão os socialistas José Cabeças e Lurdes Castanheira, actual candidata à Câmara de Góis.
Os três membros do executivo camarário, que em 1999 aprovou a venda do terreno à ADIBER, são suspeitos do crime de participação económica em negócio por terem vendido a parcela por menos 75 mil euros do seu real valor.
A decisão foi justificada por se tratar de um projecto "importante para o concelho", mas o argumento não foi considerado pelo DIAP. O actual presidente da Câmara, José Girão Vitorino, que em 1999 era vice-presidente do executivo liderado por José Cabeças, é um dos acusados por ter votado favoravelmente o negócio.
Alguns dos actuais elementos da autarquia, que chegaram a ser constituídos arguidos, viram os autos ser arquivados pelo DIAP.