Deve ter sido a última geração a ter ouvido alguém dizer para:
“Se Produzir e Poupar”.
As gerações seguintes foram incentivadas a recorrer ao crédito até atingirem o endividamento que é hoje dos mais elevados e escandalosos do mundo! Alguns acreditaram que depois da revolução dos cravos, que o consumismo traria a abastança ao país. Mesmo sem se produzir!
Tal geração teve uma alimentação deficiente e ainda ouviu falar de “uma sardinha para três”, nos lares de então! Não teve médicos de família, nem professores, nem tudo aquilo que agora se esbanja para apresentar indicadores de gente rica, a fim de não perderem eleições.
Os professores, os médicos, os juízes etc., que havia, não pensavam nos interesses de classe. Pensavam no serviço público que muito os honrava. Saía-se de casa dos pais cedo, muito cedo, às vezes para muito longe e muitas outras vezes para nunca mais voltar. Roíam as saudades, mas era preciso poupar para enviar “dinheiro” que assegurasse algum sustento aos país já velhinhos e ajudasse também a equilibrar as finanças da mãe pátria, já que ela não os tinha podido ajudar.
Sempre com Portugal no coração, mesmo sem dinheiro para vir de férias, iam mandando para cá o pouco que sobrava, ou faziam sobrar apertando o cinto. Souberam mais tarde que era esse pouco de cada um e o muito porque era de muitos, que ia permitindo ao nosso país manter uns senhores doutores a ganhar bem e a dizer que a culpa do estado do país era povo, porque não tinha estudos! Não há melhor universidade que a vida! Os maiores empresários portugueses e do mundo não tinham cursado, mas Deus deu-lhes o dom de saberem reproduzir a riqueza! Diplomas tirados ao domingo não havia!
Assim, se ia mantendo um país que comia muito mais do que aquilo que produzia e deste modo desequilibrou, anos a fio, a sua balança de pagamentos e as contas do Estado.
Fizeram-se empresários, portugueses espalhados por todo o mundo, que foram admirados e respeitados pelo seu comportamento cívico e profissional que souberam ter.
Foram eles, daquela geração, que também aguentaram guerras, como as da Guiné, de Angola, de Timor, de Moçambique, da Índia etc. Quantos deles lá morreram? Quantos ficaram feridos para sempre? Até na própria alma!
Quantos perderam o sossego e ganharam noites de insónias sem fim? Quantos deles viram desaparecer com amargura o conceito de pátria, que lhes tinham ensinado? Até sabiam que esses povos, supostamente independentes, iriam passar um longo calvário e que, no fundo, se consideravam também portugueses, porque nos bancos da escola foi isso que aprenderam.
Quantos anos têm hoje é o que menos importa, pois, o mais importante é que têm uma experiência de vida nunca antes alcançada por outra geração anterior ou posterior. São polivalentes, experientes e com uma alma de “antes quebrar que torcer”.
Pela experiência de vida que tiveram, viveram muitos mais anos que a esperança média de vida, referida nas estatísticas oficiais, permitiria, mesmo sem os viverem de facto.
Precariedade foi aquilo que sempre tiveram mas, do pouco que ganhavam, sempre descontaram para na velhice terem uma reforma com 13ª e 14ª meses que agora lhe estão a tirar! Sentem medo ao verem uns "políticos" reduzirem-lhes as suas reformas, que não as deles, pondo em perigo aquilo que eles honestamente conquistaram. Eles, que arrecadam reformas chorudas em 4 ou 5 anos de pouco ou nulo trabalho e nenhuns descontos.
Eles que acumulam erros graves na governação do nosso país, a todos os níveis, sem os assumirem, nem havendo quem os obrigue a assumir. Erros que são eles, a geração de ouro portuguesa, que os paga com sacrifícios e muito sofrimento.
Os mesmos senhores "políticos" que os atiraram para reformas antecipadas que eles não queriam. Pois sempre quiseram trabalhar até poder.
Quiseram com isso dar os seus lugar a jovens, disfarçando o desemprego, que dizem ter cursos superiores mas, na realidade, pouco sabe e por isso o país está e continuará a estar, como todo o mundo sabe, com elevado desemprego, endividado e sem economia produtiva. Mas sempre a pedir cada vez mais sacrifícios ao povo.
As universidades já não formam elites, mas grandes contingentes de desempregados! Entretanto, receberam-se milhares de emigrantes porque os portugueses não sabiam ou não queriam, arranjar torneiras, jardins, televisões, barcos etc. Os alunos das estatísticas nacionais sabem de tudo e não sabem de nada. O mercado de trabalho não os quer! Também eles não têm culpa, hoje já nem podem empregar-se na Função Pública de onde terão que sair muitos milhares de trabalhadores considerados excedentários. As outras gerações também não têm culpa, são igualmente vitimas. A culpa está dos poderes de decisão deste país, estejam eles onde estiverem.
As Dívidas de Portugal levam os portugueses a continuarem a procurar melhor sorte noutros países. O Instituto Nacional de Estatística (INE) diz que, em 2006, 30 mil portugueses fixaram residência por mais de um ano noutros países, mas a Igreja católica e os sindicatos dizem que, neste ano, foram mais de cem mil os cidadãos lusos a procurar emprego e melhor sorte além – fronteiras, o que corresponde a um aumento de 20 por cento em relação a 2005.
Dar ao povo alguma esperança é "cortar a direito" na governação atual, sem exceções de espécie alguma, já que melhores dias não chegarão tão depressa para todos, só para alguns.
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