( .) Há dez anos começo as minhas aulas na Universidade Católica colocando a seguinte pergunta: “Por que razão Portugal é um país atrasado?”
E a resposta começa pela seguinte conatação: porque a sociedade civil nunca se autonomizou em relação ao poder do Estado.
Porque nunca se formou em Portugal uma burguesia empreendedora e com vida própria. No momento em que nos países hoje desenvolvidos se afirmava uma burguesia com iniciativa, autónoma, independente, em Portugal a incipiente burguesia viveu enfeudada ao Estado central. Nunca se libertou dele. E este foi o nosso fado até hoje.
A dependência do país em relação ao Estado tem sempre estado na base do nosso atraso. Só que, se essa situação foi até agora possível – embora com consequências conhecidas -, a partir de agora deixou de ser suportável. Por duas razões principais. Primeira: porque uma excessiva concentração de poder nas mãos do Estado não é compatível com o nosso sistema de partidos. Os partidos tendem a usar a máquina do estado e as empresas públicas como coutada sua, o que produz grandes traumas sempre que o poder político muda de mãos.
Ora isto só se resolve aligeirando o Estado e dando mais força à sociedade civil. (...)
José António Saraiva - SOL
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