O direito à livre associação constitui, assim, uma garantia básica de realização pessoal dos indivíduos enquanto seres sociais, e é pena que, actualmente, o associativismo tenha vindo a perder terreno na sociedade. (a) São cada vez menos as pessoas que fazem parte de um grupo cultural, que dão um pouco de si em prol da comunidade em geral, sem que, para isso, tenham de receber algo em troca.
Sempre reconheci a importância das associações culturais na formação plena dos indivíduos, mas isso sou eu, que tive a sorte de ter pais que estiveram sempre ligados a associações e me incentivaram a isso. No entanto, e porque “não há bela sem senão”, não posso deixar de manifestar o meu total desagrado por alguns aspectos que vão caracterizando, de uma maneira geral, algumas associações e que prejudicam, a meu ver, o seu bom funcionamento e credibilidade das mesmas perante a população em geral. Sem mais rodeios, dizer que abomino todo e qualquer aproveitamento dos bens materiais das associações em benefício pessoal; todas aquelas pessoas que, por pertencerem à família ou serem amigas de elementos que fazem parte das colectividades, se acham no direito de acompanhar os grupos, sejam eles folclóricos, teatrais, ou o que quer que sejam, para qualquer sítio que vão, comendo e bebendo à custa do grupo ou da organização que os convidou, e achando-se com os mesmos (ou mais, até!) direitos do que os que dele fazem parte; todas aquelas pessoas que criam cargos que nunca existiram nas colectividades, ou que nunca foram necessários, apenas com o objectivo de fazerem incluir nos grupos pessoas que, de outra forma, nunca lhes pertenceriam.
Bárbara Quaresma (sócia executante de uma colectividade há dezassete anos, por mérito próprio, claro!)