Dentro de todos os jornais portugueses, mormente semanários, o Expresso parece merecer uma vénia da grande maioria dos leitores . Com ele, todos eles se tornaram mais conhecedores e cultos. Porém, o jornal deste fim de semana ( 26/07 ), abusa num cântico de louvor e compreensão para com o actual governo. Bate-se em quem critica ( profetas da desgraça) e tecem-se rasgados elogios e desculpas para o depauperado panorama económico nacional. Vítor Constâncio, não faria melhor, do seu alto e independente cargo . As previsões do BdP , andam ao sabor das conveniências do governo, mesmo quando é muito arriscado desautorizar as previsões de credíveis instituições internacionais ! Se o PIB cresce 0,1 % é mérito do governo se desce 0,7 % é a crise internacional ! Em que é que ficamos ? E a experiência de vida dos portugueses ? Não conta?
No único artigo de feição critica como o nome sugere ( Massa crítica ), que salta por cima das célebres promessas eleitorais de Sócrates, lembra, com a-propósito, a sua entrada na governação, definindo a sua prioridade na política externa : “ Espanha, Espanha, Espanha “. Sem nunca referir o calamitoso défice externo com a Espanha ao fim de três anos ( 7100 milhões de euros ) faz a agulha e elege como parceiros prioritários a Líbia, Angola e Venezuela! Numa grande entrevista com o SETF Carlos Pina e num largo auto-elogio, este afirma: “ voltava a alterar os certificados”. E afirma que ao reduzir a rentabilidade destes produtos toma uma medida do tipo : “ Robin dos Bosques”. Não admira está na moda! Explica depois que grande parte dos subscritores não são pequenos investidores. Bom o dito Robin deve estar baralhado. Para acabar com os ricos mata os pobres. Podia ao menos lembrar-se de que podia estabelecer escalões, a partir dos quais reduziria, sim, a rentabilidade. Dessa forma não destruía a poupança, tão útil e salutar, evitando a enorme corrida ao resgate. A impunidade é confrangedora (460 milhões de euros perdidos). A outra descoberta dos serviços públicos pagarem renda ao Estado pelas instalações que ocuparem, para financiamento dos monumentos nacionais, não joga muito bem com o sistema “ Simplex" implementado . Mas eles lá sabem. Ir de Lisboa ao Porto pelo Algarve ? Não lembra ao diabo! Responsabilização precisa-se.
Depois, no caderno de economia, em título garrafal : ” Investir à grande em Portugal “. Aí temos mais um espaçoso artigo sobre os famigerados “ PIN Turísticos “ ! Milhões aos milhões de investimentos e nem uma palavra para as despesas que nos cabem ! Qualquer pessoa, hoje, já visitou vários locais ditos turísticos ( Punta Cana, Cancun, Marrocos, Tunísia etc. ) e o que viu ? Locais bonitos, férias em conta, água morna, e à volta, quando isso é possível, um povo miserável ! Neste turismo as pessoas pagam a estadia nos seus países de origem e depois pouco ou nada gastam. O país receptor ficará, quando muito, com alguns empregos para emigrantes chegados a Portugal! Turismo para dar dinheiro só na Suíça e pouco mais. É outra gente. Outro país !
O nosso negócio, aquele que nos dá dinheiro, são milhares de PMEs, quando apostam em produtos de valor acrescentado, exportáveis. Essas são nossas. Não nos abandonam.
Noutro artigo podemos ler “ OUTRO SCOLARI, NÂO “. Bom o articulista mostra-se aterrorizado com a possibilidade do actual presidente da TAP se ir embora. O próprio afirma que com as coisas nesta situação, não pode sair. É insubstituível !
Isto representa um insulto para nós portugueses e particularmente para os empregados da TAP. Esta companhia foi o orgulho de Portugal no mundo inteiro ! Voou para todo os cantos, com eficiência, alta qualidade e muita pontualidade. Cresceu e ajudou os emigrantes primeiro que os consulados ou embaixadas, promoveu o turismo, salvou o país com volumosas entradas de divisas, muito antes do Sr. Fernando Pinto. Atravessou um mau momento, muito empolado, pelas vicissitudes da política, introduzidas nas empresas públicas e privadas. No país. Quanto ao Senhor F. Pinto seria bom que se falesse mais do seu curriculo e da sua passagem pela VARIG. Pouco sabemos disso. Só sabemos que esta grande companhia faliu . Também sabemos que depois de Scolari sair, temos um novo seleccionador chamado Carlos Queiroz e que é português. Ah, já conquistou vários títulos mundiais para Portugal. E o senhor SCOLARI ?
De salientar, sem mais delongas, outro título : “ CRISE, REFORMAS e ESPERANÇA.” Este articulista diz : “ A oposição, quando avançar soluções que impliquem custos, deve quantificá-las. Basta uma folha de A4. Que podemos dizer a isto? Bom que o governo gasta do OE milhões de euros por ano em estudos e toma decisões completamente erradas. Muitas . Lembram-se da OTA ? e tantas outras, como por exemplo a prioridade “ Espanha, Espanha, Espanha.”
Os partidos estão como o país, sem dinheiro. Um líder da oposição, a maioria das vezes tem que fazer estudos perdendo noites e pagando do seu bolso ! O articulista poderia ajudar a passar a crise, ensinando os partidos a fazerem estudos numa folha A4. O governo tem, segundo diz, muitos estudos e não os mostra à oposição. Mesmo quando solicitados na AR ! Quanto aos automobilistas que entopem as Auto-estradas, para verem um acidente na faixa contrária, talvez fosse bom lembrar-se de que a maioria dos portugueses não têm carro. Andam a pé ou de bicicleta !
Muitos passam fome e lutam desesperadamente . Perderam a esperança ! Também não discutem o passado, isso, é para o nosso PM. Outra promessa eleitoral falhada ! Temos que acabar. Chegou ao fim a folha A4. Depois de muito viajar, pode ser que o nosso PM ainda venha a tempo de ler o último artigo do expresse que se intitula " Estamos ainda a entrar na tempestade " ! Depois, até a etnia cigana precisará das " Novas Oportunidades". Mais um diplomazito....
António Reis Luz