IDevido à recusa em aceitar o poder nas mãos do partido islâmico, em pouco tempo, aquela era a mais próspera das nações do Norte de África passou a ser um país em guerra constante. Bastante vulnerável aos ataques do GIA (grupo Integrista Islâmico), a Argélia é, neste momento, uma ameaça para todo o Mediterrâneo e um enorme problema de difícil solução. A estabilidade política no Argélia é importantíssima para toda a União Europeia, na medida em que vem daí o gás natural, a principal alternativa de que dispõe relativamente ao consumo de petróleo. Se a norte a instabilidade é muita, no centro e no sul do continente africano a situação não é mais optimista. Entre conflitos étnicos e guerras de poder, ficam duas importantes reservas de petróleo: Angola e a Nigéria.
Em Angola, a guerra da independência durou quase 30 anos e decerto irá ter continuidade no enclave de Cabinda, região muito rica em crude. A morte de Jonas Savimbi, acalmou os conflitos, mas a paz em África apresenta, de forma constante, grande incerteza. A Nigéria, situada entre os 13 maiores exploradores, é conhecida pelos conflitos étnicos e religiosos. Na zona do delta do Níger, onde se fez a extracção de petróleo, as empresas americanas anunciaram a suspensão das operações de extracção dada a insegurança na área.
Segundo a “Human Rigths Watch”, o petróleo é a principal razão para inúmeros atentados aos direitos humanos naquela zona. A organização referencia execuções sumárias sem culpa formada e perseguições. Ainda em África, a grande aposta parece ser a extracção no mar entre São Tomé e Príncipe e a Nigéria. Tal como, a Oriente, as grandes esperanças estão nos milhões de barris de petróleo que irão sair do mar de Timor Leste, país que, até 1999, viveu a ocupação Indonésia com a complacência da Austrália. Naturalmente por causa do Petróleo.
No continente americano, além dos Estados Unidos e do Canadá (em menor escala), a grande produção faz-se entre o México e a Venezuela, num eixo que inclui algumas das ilhas das Caraíbas, como Trinidad and Tobago. Também por estas paragens, como noutras partes do mundo onde o petróleo abunda, a instabilidade política, a grande diferença de classes e a corrupção marcam o dia-a-dia dos países e das populações. Terá ainda sido por causa do petróleo que os venezuelanos saíram à rua em Caracas, para pedir a Chávez que deixasse o poder. A empresa Petróleos da Venezuela foi a origem da greve de dois que parou o país. Apesar deste cenário de incerteza política nos países onde estão situadas as reservas de petróleo, a verdade é que as necessidades deste produto por parte dos países mais industrializados, vão continuar a crescer nos próximos 20 anos, sobretudo nos Estados Unidos. O Ocidente apresenta claramente grande fragilidade neste domínio. Estima-se que o consumo dos Estados Unidos seja em 2020 superior em mais de 10,3 milhões de barris àquele que teve em 1999, consideram-se também que a sua produção (das maiores do mundo) se irá manter. O que indica que a maior economia do mundo – que é também o maior consumidor de petróleo (19,9 milhões de barris por dia) – continuará dependente do exterior e das tensões nas áreas de extracção, importando mais de metade do petróleo que consome. As estimativas de petróleo para 2020 mostram, no entanto, que o crescimento da procura irá aumentar por todo o mundo. Seja em África, na América latina, na Ásia, na Europa de Leste e na Europa Ocidental. Embora, no que respeita à União Europeia, o crescimento previsto seja menor. Tão industrializada como os estados Unidos, a redução na procura europeia pretende-se alcançar com a aposta no gás natural e no gasoduto do Norte de África. O petróleo ficará essencialmente para o sector dos transportes. A certeza é que a pressão sobre o consumo do petróleo irá aumentar nos próximos anos, mantendo-se como principal fonte de energia dos países industrializados.
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