Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2013
Falta mais e melhor democracia”
“ É necessária vontade de agir, de maneira a cultivar a democracia, fazer progredir o desenvolvimento e expandir as liberdades humanas, em todo o mundo – eis a conclusão do Relatório do Desenvolvimento Humano 2002, encomendado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Depois de analisar a evolução do índice de desenvolvimento dos 173 países considerados, o relatório denuncia os males dos regimes não democráticos e defende uma maior participação cívica. Portugal ocupa o 28º lugar do ranking (estava em 27º em 1999), liderado pela Noruega.
(...) Excesso de poder das forças armadas, da polícia e dos serviços secretos, falta de confiança nos partidos políticos foram alguns dos males detectados, na base do actual estado do mundo.
As soluções passam por uma maior participação civil, acompanhada por políticas de educação eficientes, e pela criação de instituições justas e responsáveis, que protejam os direitos humanos e as liberdades básicas “.
Visão 25 Julho 2002
" ( ... ) Para perceber o tipo de "regras do jogo" que deveriam ser objecto de mudança é útil recordar a história da democracia em Portugal, tentando destrinçar o denominador comum aos sucessivos fracassos. A democracia liberal-constitucional da monarquia teve a sua maior convulsão económico-financeira em 1890 com a bancarrota do país.O regime monárquico nunca mais se endireitou desse golpe, definhando progressivamente até cair em 1910 com a implantação da Republica. O desfecho da 1.ª Republica seria também a bancarrota não fora a supressão da democracia e as fortes medidas de austeridade e de repressão tomadas pelo Estado Novo. Em ambos os casos o povo assistiu com indiferença à morte e enterro do regime vigente. Em suma, todas as experiências democráticas pautaram-se pela irresponsabilidade financeira do Estado e dos seus agentes: Défices crónicos da fazenda pública , uma dívida crescente, rematando numa situação real ou iminente de insolvência financeira. A conclusão parece, pois, inescapável: nos períodos em que vivemos em democracia acabamos na penúria. ( ... )"
José filipe Correia Guedes - Universidade Católica
( ... ) Para manter o Estado sóbrio e disciplinado precisamos de aperfeiçoar a democracia, criando mecanismos que restrinjam a tendência natural do regime para engordar e viver acima dos seus meios. Em particular, é necessário encontrar mecanismos que corrijam uma falha estrutural do mercado político: a ausência da voz das gerações futuras no debate e acção político. Porém como a defesa dos interesses dos que ainda não votam colide com os interesses dos partidos políticos, para serem eficazes, têm de ser de aplicação automática. ( .. ) A intervenção externa foi uma oportunidade perdida para irmos à raiz do problema. Se não aprendemos com os nossos erros estamos condenados a repeti-los.
José filipe Correia Guedes - Universidade Católica
DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que se industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e tornaram - se cada vez maiores e mais importantes.
Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez num grande país, havia mais pessoas vivendo nas cidades do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres aglomeravam - se em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, se comparadas com as habitações dos países industrializados hoje em dia. Mas representavam uma grande melhoria se comparadas às condições de vida dos camponeses, que viviam em choupanas de palha. Conviviam com a falta de água canalizada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas.
O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e repetitivas. A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A cada instante, surgiam novas máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas.
Terça-feira, 22 de Janeiro de 2013
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Um moinho é uma instalação destinada à fragmentação ou pulverização de materiais em bruto, especificadamente grãos de trigo ou de outros cereais, por meio de mós. Há dois grandes grupos de moinhos tradicionais, que se classificam pela fonte da energia utilizada para fazer mover a mó:
Além desses, também existem ou existiram moinhos movidos a tração animal (atafonas) ou a eletricidade.
A tecnologia dos moinhos foi, por vezes, adaptada para fins bem diferentes dos originais. Na Holanda, por exemplo, o célebre moinho de vento foi, na maioria dos casos, utilizado para acionar bombas hidráulicas movidas a energia eólica, construídas para drenar a água das chuvas para o mar. Atualmente a drenagem, na Holanda, é efetuada por motores elétricos que acionam bombas tipo Parafuso de Arquimedes.
É um período que se caracteriza pela emergência de um novo grupo social: os burgueses, dedicados essencialmente ao comércio (que se vai impondo como uma das actividades económicas mais determinantes da sociedade). É interessante verificar que até o nome burguês provém de "burgo", que remete para outra característica desta época histórica: a modificação das cidades que vão abandonando a sua dependência agrária, em torno dos castelos e dos mosteiros.
As mudanças culturais são também reflexos do contacto com o mundo oriental e árabe através das cruzadas e do movimento de reconquista da Península Ibérica. De fato, na altura, o mundo islâmico encontrava-se bastante avançado em termos intelectuais e científicos. Os autores árabes tinham mantido durante muito tempo um contacto regular com as obras clássicas gregas (Aristóteles, por exemplo), tendo feito um trabalho de tradução que se tornaria valioso para os povos ocidentais, já que por este meio voltaram a entrar em contacto com as suas raízes eruditas anteriormente “esquecidas”. Seja em Espanha (Toledo), seja no sul de Itália, os tradutores europeus vão produzir um espólio considerável de traduções que permitiram avanços importantes em conhecimentos como a astronomia, a matemática, a biologia e a medicina, e que se tornariam o gérmen da evolução intelectual europeia dos séculos seguintes.
O mesmo ciclo de prosperidade que impulsionou a produção cultural traz também grande impacto na área da técnica. Ocorrem muitas inovações na forma de utilizar os meios tradicionais de produção. No sector agrícola, por exemplo, foi essencial o desenvolvimentos de ferramentas como a charrua, o peitoral, o uso de ferraduras, e a utilização de moinhos d'água. Na arquitectura, surge o estilo Estilo gótico, que foi possibilitado por diversos avanços nas técnicas que foram aplicadas à construção das catedrais.
Domingo, 20 de Janeiro de 2013
A característica essêncial da Revolução Industrial é que antes dela o progresso económico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e depois a renda per capita e a população começaram a crescer de forma acelerada nunca antes vista na história da humanidade. A partir do aparecimento da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até terceira e quarta Revoluções Industriais. Porém, se concebermos a industrialização como um processo, seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no século XVIII), num segundo momento (energia eléctrica no século XIX) e num terceiro e quarto momentos, representados prospectivamente pela energia nuclear e pelo avanço da informática, da robótica e do sector de comunicações ao longo dos séculos XX e XXI.
Até ao avanço da informática, os homens já se reuniam e discutiam as suas ideias em grupos fechados. Com o avanço da informática foi-se dando um aumento considerável do número de internautas e, na década de 90 surge a Web idealizada por Tim Bernerse-Lee, para troca de arquivos, entre amigos. Tudo principiado pela troca de e-mails ou seja, o correio eletrónico servido por endereços eletrónicos.
Hoje, a internet faz parte da maioria da população mundial ou seja, por virtude das redes sociais na internet! Esta evolução continua a prosseguir de diversas formas, agora já não de grupos de amigos mas entre gente que navega por prazer da descoberta e do conhecimento, sem se conhecer. Por exemplo, no mundo da blogosfera. A imprensa escrita começa a correr perigo, devido às transferências de leitores para este vastíssimo campo de informação de qualidade e diversidade. O mundo dos internautas pode recorrer a informações de muitíssimas fontes e a fazer o seu próprio julgamento. Este mundo pode propiciar avanços muito importantes na política e na economia social, também na democracia se, entretanto, as “redes politicas” não atrofiarem, com pressões ilegítimas, sobre a vida privada ou profissional desses internautas, que trabalham por amor à cultura e à investigação social. Queira Deus, que não forcem as “redes sociais” a temer seja o que for, utilizando a Lei da Rolha de modo a refrear os pensamentos legítimos e tão úteis na descoberta das soluções necessárias, para que a humanidade ultrapasse as grandes dificuldades que são de esperar no século em que vivemos. Só a liberdade de pensamento pode trazer à humanidade descobertas úteis para uma vivência digna de toda a gente tão amedrontada com este início de século.
Em 1880 Júlio Verne muda seu contexto otimista e começa a criticar e mostrar sua descrença no futuro da humanidade e o uso que esta daria aos avanços tecnológicos assim ele escreve Robur o Conquistador, que através de sua máquina voadora chamada de Albatroz traz pânico para os moradores de vários países, uma espécie de caricatura dos países que detinham o poder na época e que estavam prestes a detonar a Guerra Franco-Prussiana e posteriormente a Primeira Guerra Mundial
Em 1994 seu manuscrito Paris no século XX foi lançado, esta obra tinha sido recusada pela editora Hetzel no fim da década de 1880. Neste livro Verne nos mostra um futuro depressiva, muito diferente de suas obras optimistas anteriores a 1880, nesta obra podemos constatar a fama de visionário de Verne, onde ele narra sobre uma Paris super povoada, contrastes de perfis sociais e económicos, metros lotados e aparelhos semelhantes ao nosso fax.
Júlio Verne morreu em 24 de março de 1905, ao todo escreveu 80 romances e montou 15 peças de teatro, sozinho ou com colaboradores, no início era considerado um pouco à margem das grandes obras e escritores da época (século XIX), porém sua imaginação prodigiosa e suas histórias fantasiosas conquistaram um público cativo que ávido por aventuras e descobertas científicas viram na obra de Verne uma válvula de escape.
As suas obras falam da humanidade e do seu futuro com grande esperança, concebendo várias conquistas no mundo tecnológico que estava prestes a começar no final do século XIX.
Júlio Verne (1828 - 1905)
Júlio Verne foi escritor, ensaísta e escreveu também para o teatro, tornou-se famoso por suas obras onde a aventura e as grandes descobertas científicas são o tema de seus enredos, também é considerado um visionário já que muito antes do homem viajar para a lua, ou da invenção do fax ou do submarino nuclear, Verne já colocava ao dispor de seus leitores essas joias da tecnologia.
Júlio Verne nasceu em 1828 em Nantes cidade pitoresca da França, aos vinte anos com o intuito de estudar direito muda-se para Paris era o ano de 1848. Apaixonado pela literatura e pelo teatro logo começa a escrever peças e incentivado por Alexandre Dumas (Pai) , estreia sua primeira peça em 1950 "Palhas Quebradas" , neste mesmo ano começa a trabalhar no Teatro Lírico de Paris.
Em 1851 demonstra um grande interesse pelas novas descobertas científicas e pela geografia, ciências pelas quais sempre teve fascínio porém agora ele as estuda mais seriamente visando seu propósito maior escrever suas obras. Em 1857 casa-se com Honorine-Anne-Hebe Morel e para manter a casa se emprega na Bolsa de Valores de Paris, mas sem deixar de lado seus escritos.
Em 1862 ele apresenta a editora Hetzel a obra " Cinco Semanas em um Balão" a venda desse livro foi um sucesso primeiro na França e depois no mundo seu editor fecha um contrato com Verne de vinte anos, com os ganhos de suas futuras obras ele pode abandonar seu emprego na Bolsa de Valores e se dedicar inteiramente a literatura.
Júlio Verne é convidado por sua editora a colaborar em uma nova revista chamada: Revista de Educação e Recreação , ele manda seus primeiros escritos para lá.
Em 20 de março de 1864 na estreia da revista seu conto é publicado, assim nascem várias de suas obras mais conhecidas: Viagem ao centro da Terra e As aventuras dos Capitão Hátteras.
A partir de 1865 ele pública, Da Terra a Lua e Ao redor da Lua, estes últimos lançados em capítulos publicados no Journal des Débats. Outras obras se seguiram: A volta ao mundo em oitenta dias, Vinte mil léguas submarinas e A esfinge dos gelos.
Em Vinte mil léguas submarinas aparece o Nautilus , submarino com dispositivo semelhante ao mecanismo termo nuclear utilizado actualmente, conhecemos também um dos seus personagens mais famosos Capitão Nemo. Que sonha em construir uma base submarina para sua nação utópica e organizada, utilizando a energia nuclear para suprir as necessidades de abastecimento desta base.
A arte de Leonardo da Vinci se destaca da grande safra de génios da pintura que viveram naqueles tempos, mesmo entre os renascentistas italianos. A técnica, o talento, o trabalho minucioso que parece dar vida aos personagens. Da vontade de sorrir de volta para a Gioconda e de perguntar o porquê daquele sorriso tão maroto e instigante. O que estaria pensando a bela mulher? Se é que é uma mulher, afinal, pois há quem pense o contrário. Da Vinci impressiona pela perfeição mas o que, para alem da retórica e do devaneio, faz admirar esse homem é o seu espírito criador, capaz de pensar e projetar o que ninguém mais sonhava. Uma máquina de fazer parafusos, uma poderosa artilharia, complicados estudos trigonométricos, esteiras industriais que vislumbravam a produção em série, helicópteros, tanques de guerra que só iriam surgir na Primeira Guerra Mundial e uma infinidade de criações, simples e complexas, em quantidade inesgotável e sobre todos os assuntos, mostram bem como funcionava a mente desse homem admirável.
Em vida, da Vinci jamais permitiu o manuseio dos seus muitos cadernos, onde anotava tudo, desde os compromissos particulares, dívidas, frases, pensamentos, poemas, até projetos inteiros, experiências científicas, onde explicava mais através de esboços e desenhos do que de palavras. Dizia que quanto mais detalhadamente se explicasse um projeto, mais pareceria confuso, ao passo que uma figura esclareceria tudo. Toda a riqueza desse material só foi examinada após a sua morte.
Escreveu muitas coisas de modo que só podia ser lido através do espelho ou camuflando escritos dentro de labirintos complicados. Uma boa precaução pois era tido como feiticeiro em uma época que os feiticeiros iam para a fogueira e muitas das suas ideias científicas pareceriam feitiçaria para o povo, naquele tempo. Dissecava cadáveres quando a Igreja condenava essa prática e foi proibido pelo Papa Leão X de continuar seus estudos. Foi o maior futurólogo de todos os tempos, mais do que Júlio Verne, em minha opinião, principalmente pelo embasamento científico correcto sobre o qual montava os seus sonhos e projectos. Alem das maravilhosas obras de artes, deixou mais de 6.000 páginas de anotações com poemas, pensamentos, devaneios e principalmente, ciência. O génio da Vinci é considerado o iniciador da óptica, da acústica, da hidráulica, da balística e da aviação. Não se conhece nenhum homem que tenha superado tão amplamente os limites do seu tempo como Leonardo da Vinci, Alem de pai da anatomia o artista, o cientista, o génio.
Conviveram nessa época de grande efervescência artística mas também de guerras, intrigas e abuso do poder, outros génios da pintura, como Raphael e Michelangelo, por exemplo, mas nenhum foi versátil como Leonardo da Vinci. Trabalhando como engenheiro militar para Cesare Borgia, irmão de Lucrécia Borgia, projectou desvio de rios importantes e equipamentos de guerra, ao mesmo tempo que deslumbrava o mundo com sua arte. Cesare Borgia foi um conquistador e parte do seu poder provinha das inovações bélicas sugeridas e fabricadas por da Vinci. Muitos progressos científicos tiveram início com os seus esboços.
Olhando do nosso tempo, é difícil imaginar alguém pensando em máquinas voadoras no final do século XV. Fosse outra a tecnologia da época e Leonardo da Vinci teria voado. Claro que não disputa o título do primeiro voo mas mesmo assim é o pai da aviação.
Esboço de Helicóptero
Sábado, 19 de Janeiro de 2013
Cabe agora fazer o diagnóstico desta situação, citando para tal James Madison no seu federalist paper n.º 51:
Se os homens fossem anjos não seria necessário haver governo. Se os homens fossem governados por anjos, não seriam necessários sistemas de controlo sobre o Poder Político eleito, nos governos e autarquias. Isto serve para dizer que a experiência ensinou aos homens que são precisas precauções adicionais, face ao poder político.
Lamentavelmente, sabe-se que a maioria das ONG vivem hoje em profunda e promíscua associação com os Estados, Autarquias e os seus orçamentos.
Mesmo sabendo que a espontânea colaboração de homens livres dá frutos maiores do que a mente das pessoas alguma vez pode imaginar, não poderemos esquecer que os “tais anjos da política”, por vezes, se transformam em “demónios”e deixam cair a democracia em roda livre.
A referida promiscuidade assenta muito na vontade do poder político pretender domesticar o voto dos eleitores, diariamente influenciados por estes seus servidores e, por outro lado, nas necessidades prementes das ONG para acudirem às suas múltiplas despesas.
Ora, a legislação existente diz claramente, nas competências atribuídas às autarquias:
"Apoiar ou comparticipar, pelos meios adequados, no apoio a actividades de interesse da freguesia, de natureza social, cultural, educativa, desportiva, recreativa ou outra."
Compreende-se que é função do poder político apoiar as ONG, sem necessidade que estas lhe estendam a mão, e ainda se compreende melhor que ninguém pode ser discriminado por não o fazer.
Percebe-se desta forma a razão porque os respeitados e influentes “pelotões” ( ONG ) não podem aceitar o fardo de estarem submetidos a uma política em rede verticalmente estruturada de cima para baixo e sob o controlo do poder político. Assim, ficam em situação desfavorável para depois dos seus vibrantes desempenhos e normas de empenhamento cívico, poderem servir de controlo à acção do poder político.
A comunidade cívica ( ONG ) que se distinguir mais por uma cidadania activa e por um espírito público de controlo, acaba por ser discriminada ficando de fora na atribuição de subsídios dados pelas autarquias (dinheiro do povo e para o povo).
São os demónios à solta, discriminando e desconhecendo que a própria União Europeia, desde a sua criação, fez da luta contra a discriminação uma das missões mais urgentes.
Finalmente, também expressou a sua convicção de que as organizações da sociedade civil desempenham um papel essencial de intermediário entre as instituições e os cidadãos, corrigindo inconvenientes promiscuidades do poder político.
Que haja unidade no todo, mas sem o uso de anestesia ao que recebe.
É dado adquirido que algum poder político passa pelos partidos, não todo. Felizmente.
A “Sociedade Civil” pode e deve deter uma parte desse todo, se perceber que o deve agarrar. Segundo acreditados estudiosos desta matéria, as estruturas mediadoras da sociedade civil são essenciais para a vitalidade de uma sociedade democrática.
Em livro publicado, Dahrendorf associou a sociedade civil a grupos de activistas ao serviço das ONG, e definiu estas como a totalidade das organizações e instituições cívicas voluntárias que formam a base de uma sociedade em funcionamento, por oposição às estruturas apoiadas pela força de um Estado (independentemente de seu sistema político).
São, ainda, estas organizações também conhecidas por pelotões, que englobam “associações voluntárias em geral, clubes, bombeiros, corporações” e muitas outras instituições civis. Podem e devem ainda englobar as famílias, a vizinhança e as igrejas.
Está também demonstrado que nas regiões onde elas existem e são vivas, livres e participativas, tais regiões se tornam mais desenvolvidas, ricas e prósperas.
Nos últimos tempos este conhecimento levou a que algum “Poder Local e Central” tivesse reconhecido o seu alto mérito, aglutinado-as em “Redes Sociais” directamente controladas pelo poder político, quando na sua função essencial elas devem existir e moverem-se na horizontal sem tutelas alheias.
Cabe agora fazer o diagnóstico desta situação, citando para tal James Madison no seu federalist paper n.º 51:
Se os homens fossem anjos não seria necessário haver governo. Se os homens fossem governados por anjos, não seriam necessários sistemas de controlo sobre o Poder Político eleito, nos governos e autarquias. Isto serve para dizer que a experiência ensinou aos homens que são precisas precauções adicionais, face ao poder político.
Lamentavelmente, sabe-se que a maioria das ONG vivem hoje em profunda e promíscua associação com os Estados, Autarquias e os seus orçamentos.
Mesmo sabendo que a espontânea colaboração de homens livres dá frutos maiores do que a mente das pessoas alguma vez pode imaginar, não poderemos esquecer que os “tais anjos da política”, por vezes, se transformam em “demónios”e deixam cair a democracia em roda livre.
A referida promiscuidade assenta muito na vontade do poder político pretender domesticar o voto dos eleitores, diariamente influenciados por estes seus servidores e, por outro lado, nas necessidades prementes das ONG para acudirem às suas múltiplas despesas.
Ora, a legislação existente diz claramente, nas competências atribuídas às autarquias:
"Apoiar ou comparticipar, pelos meios adequados, no apoio a actividades de interesse da freguesia, de natureza social, cultural, educativa, desportiva, recreativa ou outra."
Compreende-se que é função do poder político apoiar as ONG, sem necessidade que estas lhe estendam a mão, e ainda se compreende melhor que ninguém pode ser discriminado por não o fazer.
Percebe-se desta forma a razão porque os respeitados e influentes “pelotões” ( ONG ) não podem aceitar o fardo de estarem submetidos a uma política em rede verticalmente estruturada de cima para baixo e sob o controlo do poder político. Assim, ficam em situação desfavorável para depois dos seus vibrantes desempenhos e normas de empenhamento cívico, poderem servir de controlo à acção do poder político.
A comunidade cívica ( ONG ) que se distinguir mais por uma cidadania activa e por um espírito público de controlo, acaba por ser discriminada ficando de fora na atribuição de subsídios dados pelas autarquias (dinheiro do povo e para o povo).
São os demónios à solta, discriminando e desconhecendo que a própria União Europeia, desde a sua criação, fez da luta contra a discriminação uma das missões mais urgentes.
Finalmente, também expressou a sua convicção de que as organizações da sociedade civil desempenham um papel essencial de intermediário entre as instituições e os cidadãos, corrigindo inconvenientes promiscuidades do poder político.
Que haja unidade no todo, mas sem o uso de anestesia ao que recebe.
(::: ) Em Portugal e após a revolução de 1974, o regime da limitação de mandatos foi instituído como norma constitucional no que respeita ao Presidente da República, mas ficaram de fora, inicialmente, presidentes de câmaras municipais e de regiões autónomas. Curiosamente, não existe limitação de mandatos para o Primeiro-ministro, apesar de ser a pessoa que dispõe de maior poder no país, uma vez que o Presidente da República não dispõe de poderes executivos.
A.C. Silva, tendo ganho três eleições, foi (até agora) a única pessoa a ultrapassar os dois mandatos (duas legislaturas completas; oito anos) como Primeiro-ministro. Contudo, optou por não se apresentar a uma quarta eleição legislativa como líder partidário, tendo vindo a ser eleito para Presidente da República alguns anos mais tarde.
Sou de parecer que o regime constitucional português deveria contemplar a limitação de mandatos para o Primeiro-ministro, correspondente a uma impossibilidade de uma nova candidatura após estar no poder pelo período de tempo correspondente a duas legislaturas completas. Tal norma levaria a
reforçar o melhor da Democracia, a possibilidade da transição pacífica do poder.
José Pedro Lopes Nunes
K.R. Popper sugere o termo “Democracia” para designar “todos os regimes que são passíveis de ser destituídos sem derramamento de sangue” (O.S.E., cap. 7, II). Neste sentido, a Democracia seria caracterizada, na prática, pela verificação da alternância pacífica do poder. Popper acrescenta que “todos aqueles que aceitam o princípio da democracia neste sentido não são forçados a encarar o resultado de um voto democrático como uma expressão impositiva da justiça”.
A característica assinalada pelo filósofo, a destituição do poder de forma pacífica, podemos designá-la como o melhor da democracia. Ler mais »
Quinta-feira, 17 de Janeiro de 2013
Se alguém pensa que a elevação de uma qualquer terra a vila, cidade etc. , está dependente de uma só pessoa, está de facto totalmente errado. Embora, seja necessário e indispensável que alguém assuma a iniciativa, condução e o controlo dessa caminhada complicada. Isto, tem de ser um orgulho para qualquer habitante de Queijas que, de três conquistas, neste momento só lhe restam a VILA e a PARÓQUIA. A FREGUESIA está eliminada! Perder uma conquista, doi muito a quem lutou para a conseguir!
A decisão pode começar pela iniciativa de uma pessoa, a elaboração da fundamentação também, mas uma vez iniciado o processo, todas as decisões são tomadas por órgãos colectivos, como segue:
¨ Aprovação no Executivo da Junta
¨ Aprovação na Assembleia de Freguesia
§ Envio para a Assembleia da Republica através de um Grupo Parlamentar
§ Desce para parecer
¨ Ao Executivo Camarário
¨ À assembleia Municipal
Ø Volta à Assembleia da Republica para aprovação em reunião plenária
Foi exactamente todo esta caminhada que o pedido e respectiva fundamentação fizeram, até ao dia da sua aprovação em plenário da Assembleia da Republica.
O pedido de elevação de Queijas a vila, feito pela Junta de Freguesia de Queijas, havia dado entrada na Assembleia da República em 10/10/2000, apresentado pelo Grupo Parlamentar do PSD, ao cuidado do Dr. Marques Mendes, tornando-se então no Projecto de Lei N.º 311/VIII, após o que foi apreciado na Comissão Parlamentar de Administração e Ordenamento do Território.
Chegou à Assembleia Municipal de Oeiras, para ser aprovado em 27 de Novembro de 2000.
Obteve aprovação no Executivo Camarário em 14 de Fevereiro de 2001, com realce para o facto de Queijas já dispor de 8429 habitantes e na relação de equipamentos colectivos e dos estabelecimentos que compõem os sectores secundário e terciário, totalizarem vinte e sete unidades funcionais e cento e sessenta e uma unidades, respectivamente.
A Elevação de Queijas a Vila foi votado por unanimidade em todos os órgãos executivos e deliberativos onde foi submetida a aprovação, até ser submetido à decisão final na Assembleia da República em 03 de Abril de 2001. Em dia de grande festa, 7 de Junho de 2001, havia centenas e centenas de pessoas e autocarros à volta das instalações da AR, vindas de todas as partes do País para assistirem a aprovações similares, foi aprovada a elevação de Queijas a Vila, através da Lei n.º 56/2001, publicada no Diário da República n.º 160 I - A série de Quinta Feira , 12 de Julho de 2001.
O então Presidente da Junta de Queijas esteve presente no parlamento, assistiu e, já noite, chegou a Queijas com a boa-nova.
No dia 23 de Abril de 2001, na Sessão Ordinária N.2/2001 (1.ª Reunião), foi aprovada na Assembleia Municipal uma Moção sobre a elevação de Queijas a Vila, considerando que este facto se traduz numa importante valorização da localidade e das respectivas populações.
Entretanto a Junta de Freguesia, no dia 26 de Maio de 2001, no palco da nova Vila de Queijas levou a efeito uma grande festa comemorativa.
Começou com uma Workshop juvenil largamente participada, seguiu-se uma Sessão Solene no Salão Paroquial, completamente cheio, onde usaram da palavra o Presidente da Câmara, Dr. Isaltino de Morais e o Presidente da Junta Sr. António Reis Luz.
Foi o dia mais indicado para fazer as homenagens mais que devidas, àqueles a quem chamámos "Os Homens Bons da Freguesia".
Esta Sessão Solene acabou com o nosso querido e saudoso Poeta Ricardo
declamando um seu poema, à novel Vila de Queijas :
Linda Queijas das vivendas--Os rebanhos a pastar
E dos moinhos de vento --E as giestas em flor
Perfume de reais lendas --Uma janela p'ro mar
E caçadas com espavento --Um paraíso de cor
Na sinfonia das cores --Assim de gala vestida
As searas ondulantes --Foste minha perdição
Escondem novos amores -- Fiquei para toda a vida
Em baile de debutantes -- Sem nenhuma condição
De imediato foi inaugurado um novo Parque Infantil do Largo dos Correios, que ficou pertença da Junta de Freguesia e uma Exposição Colectiva de Pintura e Artes Plásticas no ginásio da Escola Primária, hoje chamada de Gil Vicente.
À noite a população pôde assistir a um bonito espectáculo, no largo do Mercado Municipal, com exibição de uma conhecida girlsband, perante uma multidão de gente orgulhosa da sua vila.
O que muda de imediato ?
De imediato vai ser preciso e obrigatório, proceder a modificações no Brasão, na Bandeira e no Guião.
Ao nível do Brasão as vilas têm " Coroa mural de prata de quatro Torres" enquanto só tinha de três .
O listel branco, com legenda a negro : deve passar a ter Vila de Queijas
Tais alterações devem ser pedidas, em parecer, à Comissão Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e seguidamente remetidas para publicação no Diário da República.
Brasão - Escudo de prata, duas armações de moinho negro, cordoadas do mesmo e vestidas de azul, livro aberto de prata, encadernado de vermelho e realçado de ouro; em Ponta cômoro de negro carregado de um coração vermelho, coroado do mesmo, e nimbado de ouro. Coroa mural de ouro de quatro torres. Listel branco, com legenda a negro dizendo : VILA DE QUEIJAS.
No resto os habitantes de Queijas continuarão a sentirem-se privilegiados por se saberem numa zona incontestavelmente sossegada, mas com muita qualidade de vida e indiscutivelmente às portas de Lisboa e com bons acessos para todo o país.
A condição de vila em concreto e imediato pode parecer que não lhe trará muitas vantagens, mas para quem tiver de bater a muitas portas, pedindo ou exigindo aquilo que por mérito é nosso, porque merecemos de facto, o estatuto de vila para Queijas vai ajudar bastante....
Porquê Vila ?
A freguesia de Queijas evoluiu, em poucos anos, de pequeno aglomerado e dormitório para uma área urbana em expansão, na qual a edificação de novos equipamentos estava a trazer a qualidade esperada. Nesta perspectiva começou, quase colectivamente a sonhar em ser Vila, o que só foi possível graças ao dinamismo e desenvolvimento de que foi alvo nos últimos anos.
Com efeito, os novos equipamentos e entre eles a construção sequencial da Escola Básica n.3, Escola C+S Professor Noronha Feio e, agora o novo Mercado, com o Posto da GNR, vieram trazer a esta localidade uma nova coerência e uma nova forma de vida.
Empresas a instalarem-se na freguesia, um Hotel, a nova Igreja de S. Miguel Arcanjo e o Centro Social.
O urbanismo em expansão crescente, com qualidade, e longe dos índices de ocupação dos bairros de betão.
O pioneirismo na recolha selectiva de lixo, os novos arruamentos e reforço da iluminação pública são outros beneficios bem visíveis, coroados pela notável obra da Fonte escultórica e cibernética de S.Miguel Arcanjo, que transformou a rotunda de Queijas num portal de grande simbolismo e impacto visual e também pela estátua cheia de beleza da Madre Maria Clara.
Se a tudo isto somarmos o êxito alcançado no realojamento, foram eliminados 5
bairros de barracas (Taludes, Beco dos Pombais, Atrás dos Verdes, Rocha e Suave Milagre) onde quase 2000 pessoas viviam em condições degradantes e passaram a ter a sua casa bem confortável.
Ficámos então, com um conjunto de razões de sobra para que a população da Freguesia esteja agora ao melhor nível do Concelho a que justamente pertence, razão pela qual a elevação de Queijas a vila, não era mais do que o reconhecimento e corolário do nosso desenvolvimento.
Em entrevista a um órgão de comunicação social, o Presidente da Junta, António Reis Luz , afirmou então :
" É minha convicção que Queijas tem um futuro risonho !!! "
O sonho a caminho da realidade
Foi então que o Presidente da Junta meteu mãos à obra, começando por se inteirar do caminho a seguir para Queijas chegar a vila..
Leu a legislação adequada, informou-se e começou a elaborar o projecto a ser remetido à Assembleia da República, através do Grupo Parlamentar de um partido, no caso, viria a ser o do Partido Social Democrata.
A fundamentação requereu muito trabalho de investigação, dado que, muito pouca ou nenhuma informação havia disponível sobre este "Lugar de Queijas".
Lida a legislação aplicável, Lei 11/82 de 2 de Junho, fica-se a saber que uma povoação só pode ser elevada à categoria de vila quando conte com um número de eleitores, em aglomerado contínuo, superior a 3.000 e possua, metade dos seguintes equipamentos colectivos:
a) Posto de assistência médica;
b) Farmácia;
c) Casa do Povo, dos Pescadores, de espectáculos, centro cultural, ou outras colectividades;
d) Transportes públicos colectivos;
e) Estação dos CTT;
f) Estabelecimentos comerciais e hotelaria;
g) Estabelecimento que ministre escolaridade obrigatória;
h) Agência bancária.
De todas as condições exigidas, Queijas só não possuía o Posto Médico, mas só necessitava de ter metade das condições acima descritas.
Para além de uma Nota Justificativa de abertura do processo, a fundamentação abordou :
§ Dados geográficos e Administrativos.
§ Resumo histórico
§ Condições sócio-económicas.
Sector secundário- Unidades industriais
Sector terciário. Actividades comerciais mais representativas; Serviços; Equipamentos Social; Educação e ensino ( público e privado); Comunicações e transportes; Actividades sociais e culturais; Equipamento desportivo e colectividades.
O ambicionado encontro com os literatos.
De entre eles, devemos destacar Teófilo Braga, que decerto se terá mostrado simpático para com Cesáreo, como era seu apanágio sempre que era apresentado a um jovem revolucionário; João de Deus que passava as noites no café "Martinho" em longos discursos, e Gomes Leal, que sempre que podia furtar uns momentos à absorvente política, aparecia no café, que, anos mais tarde, haveria de matar a fome por diversas vezes a Fernando Pessoa.
Ao lado dos escritores mencionados, Cesáreo viria a conhecer no "Martinho", jornalistas que em breve se tornariam seus inimigos, como são exemplos significativos, Dantas Baracho e Guimarães Fonseca.
O primeiro, ao passar pelo poeta de Linda-a-Pastora, ter-lhe-à chamado:
- Adeus, ó Cesáreo Azul!
Ao que o visado respondeu energicamente:
- Adeus ó troca-tintas!
O segundo saiu do anonimato, por ter escrito um folhetim insultuoso contra Cesáreo, que foi lido uma noite no "Martinho".
Já que falamos de inimigos, devemos sublinhar que os de Cesáreo aumentaram logo após a saída dos seus primeiros poemas no "Diário de Notícias", pois a sua poesia tinha o dom de irritar muita gente.
Ao mesmo tempo, notemos também como os orgãos de comunicação manipulavam já a opinião pública. A apresentação da poesia de Cesáreo Verde feita por dois jornais é extremamente significativa do que acabamos de afirmar.
No "Diário de Notícias", Eduardo Coelho descreve o poeta de Linda-a-Pastora como um "crente", "puro" e defensor de " tudo o que deve respeitar-se". Semelhante definição deve ter agradado ao pai do poeta, embora este último, pelo contrário, ter-se-á sentido profundamente ridículo.
Vejamos, agora, como Silva Pinto apresentou o seu amigo Cesáreo no portuense "Diário da Tarde", a 3 de Dezembro, num texto intitulado "um poeta novo" e dedicado a Manuel de Arriaga:
" (...) É um verdadeiro poeta. (...) Cantando o quê? O que não existe. Pode-se lá cantar outra coisa? (...) é uma entidade pensante e sofredora ... Tem uns sorrisos de homem de hoje ... O meu pároco atribui o facto à falta de religião:
não é outra coisa.
Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2013
“Falta mais e melhor democracia”
“ É necessária vontade de agir, de maneira a cultivar a democracia, fazer progredir o desenvolvimento e expandir as liberdades humanas, em todo o mundo – eis a conclusão do Relatório do Desenvolvimento Humano 2002, encomendado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Depois de analisar a evolução do índice de desenvolvimento dos 173 países considerados, o relatório denuncia os males dos regimes não democráticos e defende uma maior participação cívica. Portugal ocupa o 28º lugar do ranking (estava em 27º em 1999), liderado pela Noruega.
(...) Excesso de poder das forças armadas, da polícia e dos serviços secretos, falta de confiança nos partidos políticos foram alguns dos males detectados, na base do actual estado do mundo.
As soluções passam por uma maior participação civil, acompanhada por políticas de educação eficientes, e pela criação de instituições justas e responsáveis, que protejam os direitos humanos e as liberdades básicas“.
Visão 25 Julho 2002
NÃO SE PODEM ESQUECER ....
Sobre a contratação generalizada de professores pelas escolas
- alguns directores (demasiados?) funcionam numa lógica imbecilmente partidária, amiguística, tribal até e, em geral, não percebem nada de educação e organização educativa (não mais do que qualquer outro professor mediano), para além de lhes faltar espírito de serviço e outros preceitos éticos;
- alguns autarcas (demasiados?), agora representados no Conselho Geral das escolas (conselhos de administração), também não estão lá para pensar no futuro daquelas crianças e jovens, mas no modo como vão continuar a exercer um poder cada vez mais alargado sobre os seus concidadãos ignorantes e dependentes (que bela democracia!);
- alguns pais (demasiados?), representados naquele mesmo conselho, não têm ainda capacidade e conhecimentos para exigir os melhores professores, porque não percebem o verdadeiro valor da educação para os seus filhos e, também eles, estão completamente manietados pelo poder político local, uns parecendo mesmo delirar com tal jogo deprimente e todos, de qualquer modo, incapazes de se libertarem de tais grilhões.
A não ser assim, muito naturalmente que uma maior autonomia das escolas aumentaria a qualidade do serviço prestado, pois, sendo o director alguém sapiencialmente qualificado e motivado para a área da educação e gestão escolar (e não para outra coisa qualquer!), escolheria os melhores professores para a sua escola, exigiria os melhores resultados possíveis, em constante diálogo com cada professor ou grupo de professores e, assim, estaria em posição de apresentar um verdadeiro serviço público de educação e ensino aos seus destinatários – a sociedade, em geral, e a comunidade local, em particular.
Mas isto, como é sabido, é ainda uma miragem no nosso país. De qualquer modo, também é verdade que não podemos continuar sentados, a apontar - pateticamente risonhos ou inconsequentemente zangados - as desgraças da nossa própria sociedade. É imperioso começar a desbravar caminho em direcção à civilização… por muito esforço e desalento que tal envolva!
UM POSTO DE ENFERMAGEM - ESTAMOS A DESCER MUITO BAIXO !!!! UM POSTO DE ENFERMAGEM?
UMA PRENDA DAS GENTES DO CONCELHO AO PRESIDENTE. FOI ISSO! DERAM-LHE TUDO, CÂMARA E JUNTAS, SÓ FALTOU DAREM-LHE UMA OPOSIÇÃO E, SEM ELA, NÃO HÁ DEMOCRACIA!
EM QUEIJAS LUTA-SE HÁ MUITO PELO NOSSO CENTRO DE SAÚDE. Fomos sempre, nisto e em tudo, ficando para trás! Agora, sem oposição em Queijas, não temos voz ativa na Câmara e na Junta onde o poder sacralizado pôs a sua gente!
É deste jeito, que eu leio no jornal de hoje, que a CMO assinou um protocolo com o Governo para a construção da Extensão de Saúde de Algés no valor de 4 milhões de euros. Em Queijas e para Queijas e para os seus habitantes, convocou o Jornal de Oeiras, para anunciar que as pessoas desta Freguesia poderiam fazer a marcação das suas consultas na JUNTA (dele). Ora, isto é caricato, pois, a maioria das pessoas, podem, se quiserem, fazê-lo da sua própria casa e pelo seu telefone. Ainda hoje há na rua, cartazes oferecendo esta grande regalia aos habitantes!
Mais recentemente, num processo altamente "embrulhado", anuncia-se a obtenção de um protocolo para um Centro de Enfermagem (Cuidar +) de parceria com o Centro de Saúde de Carnaxide. Imaginem-se os termos do protocolo: Vai funcionar três dias por semana e duas horas por dia (9 horas por semana) sendo as marcações de consultas feitas na Junta, mediante guia de apresentação passada pelo médico de família (?). Porquê? Uma pessoa parte a cabeça, ou quer levar uma injecção, e tem de ir à Junta marcar a consulta para o posto de enfermagem, e ir depois a Carnaxide pedir a guia para ir ser tratado no posto, depois, vir com a cabeça partida a Queijas e ser suturado pelo enfermeiro! Duas horas por dia e três dias por semana? E noutras horas e outros dias?
Os custos de tudo isto são incomportáveis! A funcionalidade é nenhuma! Isto é pura e simplesmente a burocracia do ESTADO MONSTRO em acção. Para gozo desta boa gente, basta! Basta também de brincar com o dinheiro dos contribuintes!
Quarta, 27 Maio 2009 17:22+
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José Ingenieros (1877-1925) nasceu em Buenos Aires. Foi o que hoje chamaríamos de uma personalidade multidisciplinar. Médico, catedrático, estudioso de psicologia, filosofia e sociologia. Conferencista, polémico, independente das correntes políticas da sua época, ataca a falta de idealismo de seu tempo.
"Até hoje, nunca houve uma democracia efectiva” escrevia José Ingenieros em 1913. ”Os regimes que adoptaram esse nome foram uma ficção. As supostas democracias de todos os tempos foram confabulações de profissionais para se aproveitarem das massas e excluírem os homens eminentes. Sempre foram mediocracias. A premissa da sua mentira foi a existência de um ‘povo’ capaz de assumir a soberania do Estado. Não existe tal coisa: as massas pobres e ignorantes não tiveram até hoje capacidade para governar: apenas trocaram de pastores”.
“Os maiores teóricos do ideal democrático foram, na realidade, individualistas e partidários da selecção natural: perseguiam a aristocracia do mérito contra os privilégios das castas. A igualdade é um equívoco ou um paradoxo, conforme o caso. A democracia foi uma ilusão, como todas as abstracções que povoam a fantasia dos iludidos ou formam o capital dos falsos.
O povo estava distante dela.“
“As matilhas de medíocres novatos, atadas pelo pescoço com a correia de apetites comuns, ousam denominar partidos. Ruminam um credo, fingem um ideal, arreiam fantasmas consulares e recrutam um exército de lacaios. Isso basta para disputar abertamente cargos e privilégios governamentais.
Quarta, 27 Maio 2009 17:22
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José Ingenieros (1877-1925) nasceu em Buenos Aires. Foi o que hoje chamaríamos de uma personalidade multidisciplinar. Médico, catedrático, estudioso de psicologia, filosofia e sociologia. Conferencista, polémico, independente das correntes políticas da sua época, ataca a falta de idealismo de seu tempo.
O Homem Medíocre trata de uma análise do carácter humano em função das suas desigualdades. Além disso, do entorno social que produz o que ele chama de mediocracia, o regime em que somente os medíocres triunfam. Para que a sociedade dê o salto qualitativo, capaz de fazê-la pular a cerca das limitações impostas pela conjuntura, é necessário que apareçam os forjadores de ideais, as lideranças carismáticas que a história produziu em nomes como Lincoln, Gandi, Washington, Sarmiento, etc.
A sua crítica impiedosa aos desvios da sociedade do seu tempo, aponta para a necessidade de superação dos defeitos morais que impedem a formação de ideais, tais como o servilismo, a rotina e a hipocrisia.
"Até hoje, nunca houve uma democracia efectiva”, afirmou ele sem qualquer incómodo.
Terça-feira, 15 de Janeiro de 2013
O kilt é um saiote masculino, pregueado na parte de trás, trespassado na parte da frente, de comprimento da cintura até aos joelhos. Na Escócia, era feito original e tradicionalmente de tecido de lã e com padrões de tartan, sendo utilizado por guerreiros e batedores dos clãs, cada clã possuindo o seu próprio tartan. Era o traje típico de homens e jovens da montanhas escocesas do Séc. XVI. Desde o Séc. XIX está associado a toda a cultura escocesa e com a herança da cultura celta.Apesar de não estar totalmente comprovado, acredita-se que o primeiro kilt é datado de 2000 a.C. e foi encontrado perto da região de Nuremberg, na Baviera, trazido pelos celtas.Uma outra versão, atualiza ainda mais a origem do kilt: ele era usado pelos gaélicos da Irlanda, no século XIV. Com a migração do povo gaélico para o norte e oeste da Escócia, acabou sendo adotado pelos escoceses da região das Highlands.Uma outra curiosidade é que não existem kilts com padronagens iguais. Cada tartan é feito com um entrelaçado diferente, além do conjunto de cores. É justamente esta padronagem que proporciona a característica de um clã. Existem alguns tipos e kilts, como por exemplo o modelo faileadh morr (great kilt), que é feito de uma única peça de tecido (tartan) e é enrolado na cintura e no pescoço, preso ao corpo por um cinto de couro. Era usado para aquecer e servir de toalha e manta para dormir, pois era feito 100% de lã. Eram necessários mais de 7 metros de tecido.Um outro tipo é o kilt tradicional de 8 yards. É comumente usado em ocasiões formais.Temos também, o kilt casual de 5 yards. Este kilt é bem menos quente e pode ser usado em diversas ocasiões do dia-a-dia.Para ver as cores de vários tartans clique no linkhttp://www.clanmachamilton.com.br/Imagens/Kilt/Webalbum/FramesetGeral.htm Postado por Marcia Pimentel às 12/22/2010
"Uma sociedade que não se quer ouvir é uma sociedade que se demite."
É da Sociedade Civil que brota a força de qualquer Nação
Lello e o baixo nível da baixa política
Henrique Monteiro
10:16 Terça feira, 15 de janeiro de 2013
Eu não sei se a ADSE deve acabar ou não. Sei que os socialistas, quando estiveram no Governo, acabaram com muitos serviços mutualistas de saúde sem cuidar se eram autossustentáveis. O melhor exemplo, porque me diz também respeito, apesar de nunca ter escrito sobre o assunto, foi a Caixa de Previdência dos Jornalistas que, penso, não pesava um tostão ao Estado.
Mas fica claro que o PS não pode apoiar o seu porta-voz para a Saúde, Álvaro Beleza, na ideia de extinguir a ADSE, quando José Lello, no seu Facebook (o Facebook tornou-se um local bom para estas vilanias), chama a atenção para o facto de a maioria dos beneficiários da ADSE, os funcionários públicos, serem eleitores socialistas.
Não são precisas mais demonstrações para perceber onde chegámos. O PS preocupa-se com o país? Não! Preocupa-se com o eleitorado. Porque depende do facto de haver mais ou menos eleitores a extensão do poder dos seus dirigentes e isso afigura-se-lhes mais importante do que a sustentabilidade do país e dos seus serviços.
Ficaríamos descansados se isto acontecesse apenas no PS. Mas os outros são, mais ou menos iguais. O grau mais baixo da baixa política já existia há muito. Agora tornou-se explícito. Lello é apenas o exemplo, porque como ele é a maioria da nossa classe política.
E isto é de fugir.
Twitter: @HenriquMonteiro https://twitter.com/HenriquMonteiro
Facebook:Henrique Monteiro http://www.facebook.com
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/lello-e-o-baixo-nivel-da-baixa-politica=f779491#ixzz2I43ByNDP
Domingo, 13 de Janeiro de 2013
Exactamente por estas razões, alguns economistas defendem que se deve avançar com planos de investigação e desenvolvimento de energias alternativas. Tendo em vista este caminho será conveniente ter bem presente as seguintes Leis da Termodinâmica:
Primeira Lei: Princípio da Conservação da Energia: “ A energia não pode ser criada nem destruída, somente transformada”.
Segunda Lei: Lei da Entropia: “ A entropia – grau de desordem – de um sistema fechado aumenta continuamente”
O termo energia vem do grego – energia – e, conforme a sua formulação é quase sinónimo de trabalho. Para fins científicos e genéricos, a definição mais usual trata a energia como a capacidade de produzir trabalho. Desde sempre o Homem dispôs somente de energia da sua própria força muscular e da tracção animal, do calor da lenha e da captação do movimento das águas e dos ventos. A invenção da máquina a vapor há trezentos anos e a utilização do petróleo a partir do século XIX, possibilitaram novas condições e qualidade de vida, mas criaram também novas situações económicas, sociais e ambientais na busca dessa energia. Apesar disso, estima-se que aproximadamente um terço da população mundial não tem acesso à energia eléctrica e, mesmo em sociedades mais industrializadas, com melhor padrão de vida, ainda coexistem formas rudimentares de transformação e uso da energia. Hoje, a Ásia é o maior continente produtor de energia (34% do total), seguida da América (31,1%) e da Europa (25,6%). A América do Norte é o maior consumidor, principalmente os Estados Unidos que consomem mais de um terço do total produzido. A produção mundial de energia, em 1997, segundo os dados da Agência Internacional de Energia, somou o equivalente a 9,5 mega toneladas de petróleo, dos quais 86,2% são provavelmente de fontes não renováveis – carvão, gás natural e petróleo. As reservas conhecidas de petróleo devem durar apenas mais 75 anos, as de gás natural, um pouco mais de cem anos, as reservas de carvão aproximadamente 200 anos. Embora tenham uso crescente, as fontes renováveis, aquelas que se podem renovar espontaneamente (água, sol e vento) ou por medidas de conservação (vegetação) – são responsáveis apenas por 13,8% do total produzido. As Fontes de Energia Alternativas conhecidas são neste momento as seguintes:
Eólicas, Geotérmica, Solar e Biomassa, ou ainda outras fontes alternativas podem merecer análise como as marés, ondas, xisto, Fissão Nuclear (é a quebra do núcleo de um átomo instável em dois menores e mais leves). Todas com vantagens e desvantagens, mas ainda num estado de aproveitamento bastante incipiente. A nível mundial é muito mais correcto falar de petróleo, dentro das causa económicas, do que vagamente da economia mundial. Em boa verdade esta depende em absoluto das fontes de energia e, no caso, o petróleo domina maioritariamente a realidade económica mundial. As alternativas de que falámos aparecem como tal, de forma muito incerta, empurrando as estratégias mundiais de todos os países, muito mais no sentido de garantirem o consumo do petróleo enquanto ele existir, do que para as áreas da investigação e desenvolvimento de outros tipos de energia.
Das causas apontadas para os conflitos mundiais e locais, a economia e as religiões, a maioria das vezes elas não aparecem isoladamente, mas sim, entrelaçadas. Será caso para dizer de mãos dadas. Justificam-se mutuamente e são habilmente manobradas ao serviço das ditas estratégias das grandes potências mundiais. Como poderia o Homem sobreviver sem os recursos mundiais do seu planeta? Ele que à terra e ao mar arranca, numa labuta de sempre e para sempre, os produtos de que precisa para se alimentar, viver e confeccionar toda a sorte de utensílios de que necessita. Ele que, na constante tentativa de viver numa sociedade cada vez mais rica e mais confortável, lhe tem sabido dispensar um ritmo impressionante de progresso, e que já se volta, ambicioso, para os espaços siderais. A economia mundial tem, pois, os seus alicerces nos recursos naturais, tanto no estado primitivo como na forma final conseguida através das operações levadas a cabo pelo Homem para os tornar utilizáveis. Será o caso dos recursos que se extraem do solo e do subsolo e de que os minerais metálicos e os combustíveis são os exemplos mais marcantes. Por seu turno, é o mundo dos seres vivos – animais ou vegetais – o manancial primário dos recursos naturais. O Homem explora-o e desenvolve-o desde o seu aparecimento na face da Terra – pescando e caçando, criando animais domésticos, abatendo árvores, cultivando o solo.
Salvo opinião mais credível, actualmente, a palavra "crescimento" parece ser a panaceia para todos os males. Como simples mortal pensante, não posso dispensar a minha própria opinião, salvo em presença de provas iniludíveis de realizações concretas, no campo económico, no nosso país. Em boa verdade isso não tem acontecido em Portugal nos últimos 15 a 25 anos. Houve quem promovesse o "consumo desenfreado" na procura do "crescimento". Tal não resultou e só conseguimos com isso aumentar o défice das contas públicas e da nosa dívida externa! A partir daí, passámos a correr atrás do défice e ele a fugir de nós! Nunca corrigimos o dito "défice", nem nunca promovemos a nossa produção interna! A dívida externa foi disparando!
As coisas mais insignificantes à venda vinham do estrangeiro, eram importadas! A situação foi-se agravando e a nossa economia cada vez foi produzindo menos bens transaccionáveis e mais "obras públicas" (o país da Europa com mais auto-estradas por Km2). O anterior governo atingiu o cúmulo nesta matéria com as absurdas "parcerias público privadas"!
A nível internacional assistimos ao despontar dos países emergentes, baseados em longas jornadas de trabalho diário e mão de obra barata. Como se isso não chegasse, o mundo concedeu à China condições ímpares de actuação no mercado mundial.Fronteiras abertas, concorrência desleal para com o comércio nacional e venda única de produtos "made in China", com retorno dos proventos à sua origem, sem valor acrescentado para os países hospitaleiros! Nem em mão de obra, sequer!
É aqui que cabe perguntar, porque não se aprofunda a União Europeia no sentido de dispensar idêntico tratamento aos países em grandes dificuldades? Portugal e Grécia! Sabe-se que a falência destes pode arrastar a falência da própria União Europeia e o fim do sonho Europa Unida!
O reequilíbrio da UE e dos países em dificuldades, passa por importar menos e exportar mais e tombem por as suas populações sentirem na própria pele os erros daqueles que elegem. Passa por importar menos e consumir mais produtos nacionais! Nunca passará por soluções unicamente financeiras!
Ainda assim, temos estado a falar dentro de uma visão meramente de "curto prazo". Pois, pensando em médio / longo prazo as soluções terão forçosamente de ser outras. Não esquecer que o crescimento arrasta em si mais consumo de bens em risco de exauetão (petróleo, água, metais, etc.) e seria muito melhor apontar "baterias" para termos que viver com crescimento e défice tipo "zero". E começarmos a pensar em ajustar comportamentos sociais para uma nova economia sustentável. Também para novos conceitos de emprego mais moldáveis a estas novas realidades que em breve surgirão no domínio do trabalho.
A INCOMPETÊNCIA DOS POLÍTICOS!
Nós (idosos), que do pouco que ganhávamos sempre descontámos para na velhice termos uma reforma com dignidade, estamos em queda, a caminho do abismo! Porque agora, vemos uns "senhores" (?) reduzirem-na e porem em perigo aquilo que nós, honestamente, conquistámos. O crime não foi cometido agora, vem detrás, até dos tempos revolucionários!
É revoltante!
Eles, que arrecadam reformas chorudas, com 4 ou 5 anos sem descontos e de pouco ou nulo trabalho válido! Eles que tiveram ordenados de príncipes e nada fizeram para combater a corrupção e a pobreza, mas tudo têm feito para destruir a economia nacional que existia, com má gestão e investimentos criminosos! Nada resta da fartura proclamada no 25 de Abril, ou melhor, resta a desonestidade e a pouca vergonha e um país arruinado!
Eles, que acumularam erros graves na governação do país, fazem agora uma oposição sem sentido, apregoando banalidades desprovidas de credibilidade! Vejam, eles que nos levaram à bancarrota e à recessão, apregoam, sem vergonha, que é preciso acabar com a "espiral recessiva". Eles que agora apregoam como panaceia o "crescimento", foram os mesmos que nos tiraram a possibilidade de o fazer aparecer, retirando confiança aos investidores com arruaças permanentes e deixando Portugal minado de dívidas! Não são os actuais governantes. São aqueles que estão agora sentados no parlamento, enchendo os bolsos com o dinheiro do povo!
A todos os níveis, não assumem as suas grandes responsabilidades nesta miséria, nem há quem os faça assumir. Eles, só pensam em voltar ao poder governativo, para darem continuidade ao banquete que arruinou este povo.
Erros, que somos nós, a “velha geração à rasca” quem os está a pagar, com sacrifícios e muito sofrimento injusto. Os mesmos "senhores“ (?) que nos atiraram para reformas antecipadas que não queríamos, nem eram boas para o país.Logo a nós, que sempre quisemos trabalhar até poder. Com isso, retiraram-nos sonhos e objectivos merecidos. Também nos deram a primeira machada na nossa merecida reforma, já conquistada.
O Estado, que tudo tem a ver com as reformas dos funcionários públicos, não tem moral para mexer nas nossas (do privado), bem menores! Tal Estado, que nada nos deu, quer fazer-nos pagar os erros, hediondos dos políticos!
Sábado, 12 de Janeiro de 2013
São Simão, segurando o serrote, que segundo antiquíssimas tradições católicas morreu serrado ao meio.
Ministério
Ver artigo principal: Jesus convidando os doze apóstolos
Não se sabe ao certo qual teria sido o ministério de Simão posteriormente. Algumas tradições o colocam como grande auxiliador no estabelecimento do cristianismo no Egito, juntamente com São Marcos e Filipe na Síria. Sua pregação era bem parecida com a dos outros quatro apóstolos que foram para o Oriente, tida por alguns como ascética e judaica, tal como aquelas preservadas na Epístola canônica de Judas.
Encontrou o martírio na cruz ou, segundo outras tradições menos seguras, pela fogueira, na Armênia. Mas a tradição católica diz que Simão foi martirizado sendo cortado ao meio vivo por um serrote
Sexta-feira, 11 de Janeiro de 2013
A verdade, raramente é o caminho mais curto, muitas vezes é um caminho longo e turtuoso! Só por amor se pode escolher o caminho da verdade. O caminho mais curto é aquele, do "politicanente correcto".
LEITURA I – Ez 33,7-9
Leitura da Profecia de Ezequiel
Eis o que diz o Senhor:
«Filho do homem,
coloquei-te como sentinela na casa de Israel.
Quando ouvires a palavra da minha boca,
deves avisá-los da minha parte.
Sempre que Eu disser ao ímpio: ‘Ímpio, hás-de morrer’,
e tu não falares ao ímpio para o afastar do seu caminho,
o ímpio morrerá por causa da sua iniquidade,
mas Eu pedir-te-ei contas da sua morte.
Se tu, porém, avisares o ímpio,
para que se converta do seu caminho,
e ele não se converter,
morrerá nos seus pecados,
mas tu salvarás a tua vida».
MENSAGEM
"A imagem da sentinela aplicada ao profeta não é nova. Já Habacuc (cf. Hab 2,1), Isaías (cf. 21,6), Jeremias (cf. Jer 6,17) e mesmo Oseias (cf. Os 5,8) recorrem a esta figura para definir a missão profética.
O que é que significa dizer que o profeta é uma “sentinela”? A sentinela é o vigilante atento que, enquanto os outros descansam, perscruta o horizonte e procura detectar o perigo que ameaça a sua cidade, os seus concidadãos, os seus camaradas de armas. Quando pressente o perigo, tem a obrigação de dar o alarme. Dessa forma, a comunidade poderá preparar-se para enfrentar o desafio que o inimigo lhe vai colocar. Se a sentinela não vigiar ou se não der o alarme, será responsável pela catástrofe que atingiu o seu Povo.
Assim é o profeta. Ele é esse guarda que Jahwéh colocou no meio da comunidade do Povo de Deus, para perscrutar atentamente o horizonte da história e da vida do Povo e para dar o alarme sempre que a comunidade corre riscos.
Para que o profeta seja uma sentinela eficiente, ele tem de ser, simultaneamente, um homem de Deus e um homem atento ao mundo que o rodeia.
O profeta é, antes de mais, um homem que Jahwéh chamou ao seu serviço. Eleito por Jahwéh, chamado para o serviço de Jahwéh, ele vive em comunhão com Deus; e nessa intimidade que vai criando com Deus, ele descobre a vontade de Deus e aprende a discernir os projectos que Deus tem para os homens e para o mundo. Ao mesmo tempo, o profeta é um homem do seu tempo, mergulhado na realidade e nos desafios da sociedade em que está integrado; conhece o mundo e é capaz de ler, numa perspectiva crítica, os problemas, os dramas e as infidelidades dos seus contemporâneos.
Ao contemplar os planos de Deus e a vida do mundo, o profeta dá-se conta do desfasamento entre uma realidade e outra. Apercebe-se de que a realidade da vida dos homens é muito diferente dessa realidade que Deus projectou.
Diante disto, o que é que o profeta faz? Sacode a água do capote e diz que não é nada com ele? Fecha-se no seu mundo cómodo e ignora as infidelidades dos homens aos projectos de Deus? Demite-se das suas responsabilidades e não se incomoda com as escolhas erradas que os seus irmãos fazem?
Não. O profeta recebeu um mandato de Deus para alertar a comunidade para os perigos que a ameaçam. Custe o que custar, doa a quem doer, o profeta tem que dizer a todos – mesmo que os seus concidadãos não o compreendam ou recusem escutá-lo – que continuar a trilhar esses caminhos errados não pode senão conduzir à infelicidade, ao sofrimento, à morte.
O profeta/sentinela é, em última análise, um sinal vivo – mais um – do amor de Jahwéh pelo seu Povo. É Deus que o chama, que o envia em missão, que lhe dá a coragem de testemunhar, que o apoia nos momentos de crise, de desilusão e de solidão… O profeta/sentinela é a prova de que Deus, cada dia, continua a oferecer ao seu Povo caminhos de salvação e de vida. O profeta/sentinela demonstra, sem margem para dúvidas, que Deus não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva."
Os Moinhos - Pensa-se que os primeiros moinhos de vento foram construídos na Pérsia e o seu sistema mais tarde aproveitado pelos árabes.
Foram então trazidos para a Europa pelos cruzados que tomaram conhecimento da sua existência aquando das suas viagens pelo Oriente e pouco a pouco, o moinho foi sofrendo alterações que variam de região para região consoante as características geográficas e culturais de cada povo. Nos séculos XI a XIII este tipo de construção propagou-se pelo velho continente.
Moinhos de Vento
com marco geodésico
Actualmente o estado da maioria destes nossos históricos imóveis encontra-se muito degradado, mas, felizmente, já temos alguns recuperados.
Há, assim, uma tendência de inversão nesta situação, julgo até que o moinho mais próximo da Escola Professor Noronha Feio, que encerra um marco geodésico no seu interior e está situado numa elevação rodeada ainda da vegetação típica desta área, bem poderia ser recuperado e destinado a uma última reserva de várias espécies, quase em extinção numa freguesia, que foi tão rica em caça.
Desde lebres e coelhos bravos, ouriços, perdizes, codornizes etc. que fizeram as delícias dos caçadores vindos de todos os lados, incluindo o rei D. Miguel, aqui poderiam viver no seu normal habitat e serem visitados pelos alunos das escolas da freguesia e da região.
Reconstruído na sua velha dignidade, permitiria que este espaço actualmente pertença da CMO, pudesse levar as gerações de hoje a uma viagem ao passado perdido da sua terra.
Para as tarefas de recuperação são necessários conhecimentos de "molinologia", para que de uma forma consciente, não se destrua um património com centenas de anos.
Nesse sentido, é forçosa fazer-se o levantamento arquitectónico de cada moinho e das suas fazes de construção, para que a sua traça original se mantenha.
Todo o trabalho de reconstrução pode levar um ou dois anos a fazer e os seus custos ascenderem a muitos milhares de euros.
Aqueles que Queijas já tem reconstruídos, por vontade dos seus proprietários, têm finalidades diversas sendo um deles o " Moinho D' El Rei", que está a funcionar como habitação.
Outros poderão ter projectos integrados de desenvolvimento regional, ligados à recuperação da paisagem tradicional, à criação/reconversão de emprego ( como restaurantes etc.) e à criação de instrumentos de apoio pedagógico para a comunidade escolar e famílias, como atrás se refere.
Nunca D. Quixote poderia adivinhar, os preços e a procura que os moinhos de vento viriam a atingir. Mais caros que as próprias casas de habitação!
Os nossos, mesmo que possam vir a funcionar para outras finalidades, lembrar-nos-ão sempre os cereais que a nossa terra produzia e os produtos de moagem que, em conjunto com a panificação, foram sempre actividades de grande expressão na vida rural de Queijas.
Neste velho lugar cimeiro, vinha predominando o pequeno e médio comércio, alguns serviços e algumas pequenas unidades industriais.
Aqui se situavam por exemplo uma unidade de fabrico de sinais de trânsito com alguns operários, a Tunális com doze a quinze operários na construção de barcos pequenos, naturalmente mais para desporto, a Escodel de trabalhos de ferro com duas dúzias de operários e sobretudo a Tornearia de Metais - ou Fábrica dos Parafusos, na qual trabalhavam aproximadamente 500 pessoas, entre homens e mulheres.
Um olhar sobre a parte histórica de QUEIJAS -
"O arrolamento paroquial do ano de 1865 e as palavras do Padre Francisco Figueira referem para o lugar de Queijas uma população de 148 habitantes, 35 fogos, e situada, como ele descreve no seu livro sobre a freguesia de Carnaxide, com o título " Os primeiros Trabalhos Literários" editado em 1865 :
" meio quilómetro ao noroeste de Linda a Pastora, assente n' um platô mui fertil. É logar tão antigo que era elle que, com o parocho, antigamente, festejava o orago de S. Romão. Teve outr'ora uma ermida dedicada a S. Joaquim."
Povoado rural e semelhante a outras povoações ao seu redor , Queijas teve certamente origem muito antiga, contudo escasseiam as referências históricas.
Que não seja a insuficiência de fontes documentais e de investigação histórica que minimize o valor ou o lugar patrimonial que Queijas ocupa no concelho de Oeiras.
Povoação de terras férteis, ligada à agricultura e ao cultivo de cereais, de pequenas propriedades popularmente conhecidas pelo seus artigos cadastrais tais como a terra das várzeas, da manga, dos cerejos da carambola, do adufe, dos enxofrais etc. , Queijas foi lugar da freguesia de Carnaxide.
Digno de nota , é o património edificado que tão bem ilustra o passado e a actividade de Queijas e de Linda a Pastora. São exemplos a casa de D. Miguel (Queijas), a Casa de Cesáreo Verde e a capela de S. João Baptista (em Linda - a - Pastora) e o Santuário da Senhora da Rocha.
A sua proximidade com o mar, as características do solo, a sua localização e clima, são factores que tornaram Queijas um local propício à ocupação humana desde a pré-história.
Os solos basálticos desta freguesia, pertencentes ao Complexo Basáltico de Lisboa, desde sempre muito férteis, favorecem, ainda, a retenção da água, em toalhas pouco profundas, mercê das suas condições geológicas.
Estes factores, juntamente com um relevo pouco acidentado, proporcionaram este lugar como local de ocupação humana, tendo sido aqui encontrados vários achados arqueológicos, datando os mais antigos do Paleolítico Inferior. A localidade de Linda- a- Pastora constitui mesmo uma das estações mais importantes da região de Oeiras; pertencentes ao Complexo Basáltico de Lisboa.
Os três factores apresentados justificariam, deste modo, a abundância de caça, bem como a prática da produção de culturas cerealíferas. De facto, esta última actividade manteve-se até aos inícios do século XX, sendo, ainda hoje, visíveis cerca de uma dezena de moinhos dispersos pelo lugar de Queijas.
Para além destes aspectos, foram ainda encontrados em Queijas alguns vestígios de antigas civilizações, nomeadamente, da Idade do Bronze e do Ferro.
Chegados ao ano de 1865 a população de Queijas apresenta apenas 148 habitantes, enquanto Linda- a - Pastora já tinha 403.
Em Queijas a maioria da população masculina dedicava-se à lavoura e à pastorícia. As mulheres desempenhavam actividades tipicamente femininas, sendo a grande maioria lavadeiras.
Os homens ocupavam-se do comércio, agricultura e de alguma indústria, desempenhando ocupações de lavradores, trabalhadores rurais, pastores, taberneiros, moleiros etc.
A maior parte dos homens dedicavam-se à actividade agrícola.
Para além das ruas já referidas, havia caminhos, ruelas, calçadas, escadinhas, largos e pátios.
A par disso, havia neste lugar, vastos campos de sementeiras, por entre os quais haviam sido rasgados estreitas veredas que davam acesso aos moinhos, que em terra de vento eram reis.
Currais, abegoarias, pequenos armazéns de alfaias, terreiros e principalmente muitas eiras, eram coisas fáceis de encontrar em Queijas.
O abastecimento de água era assegurado por várias minas, a partir das quais se tinha acesso ao vasto lençol de água existente por baixo de todo este planalto.
Na Rua da Mina ainda se pode ver hoje o tanque das lavadeiras de Queijas, ou outro onde os animais matavam a sede.
De entre as profissões menos exercidas encontrava-se a pecuária. Contudo esta actividade depressa se desenvolveu e Queijas passou, não só a produzir queijo de alta qualidade, mas também a fazer o abastecimento de leite em algumas localidades circundantes, como, por exemplo, na Cruz Quebrada, e no Dafundo.
De qualquer forma, Queijas chegou a meados do século XX, como um lugar com duas dezenas de modestas casas em redor da Casa de D. Miguel.
Quanto à Saúde Pública, tanto em Queijas como Linda-a - Pastora, não vivia um único médico
QUEIJAS, Lugar.
Era um dos planaltos cerealíferos, em especial terrenos de trigo de Oeiras, que alimentaram tanto as legiões romanas, como mouros e cristãos.
Situada a uns cinco quilómetros da entrada da nossa capital, fica localizada em local soalheiro e ventoso, entre Carnaxide, Caxias, Barcarena, Valejas, Serra de Carnaxide, a CREL e A5 e o território do Estádio Nacional.
A toda esta zona de altitude acentuada, se chamou em tempos mais remotos, a Serra de S. Miguel.
Queijas antigamente, pela sua reduzida dimensão, na altura teria trinta e poucos habitantes, não terá tido muitos estragos no ano de 1755 com o terrível terramoto acontecido, ao contrário das localidades vizinhas, principalmente Carnaxide.
Durante muitos anos, mais não existia neste lugar do que uns sessenta fogos, aos quais se conseguia chegar pela estrada das Várzeas e pelas ruas da Quinta do Bonfim, da Fonte, da Telha e do Lameiro.
Queijas como todos os lugares da freguesia, no ano de 1833, foram vítimas de um terrível flagelo que muito prejudicou a vida normal das pessoas. Na verdade, a epidemia de cólera e febre amarela atingiu duramente a população deste lugar, causando inúmeras vítimas. Mesmo assim, muita gente terá até fugido de Lisboa para Queijas e Linda- a - Pastora, na esperança de que a sua altitude e bons ares os protegessem.
Porém, também elas viram, estranhamente, a morte levar lados inteiros das ruas deixando os outros lados incólumes, mas logo voltava atrás para acabar a sua mórbida missão.
A orfandade e a viuvez foi terrível, não havendo braços para sepultar tanta gente. Os campos iriam ficar por cultivar, as casas abandonadas, pois o ânimo faltava e os braços para trabalhar também !
A vida aos poucos foi tomando a sua normalidade e em pleno século XIX, toda a freguesia de Carnaxide foi "assaltada" por gente endinheirada, empresários, quadros do funcionalismo público, políticos e nobres dominantes, procurando nesta região, casas de aldeia ou mesmo quintas, para mudança de ares ou simples veraneio.
Em Queijas ficaram desse tempo bonitas quintas como a da "Senhora Alemã", ou a conhecida Quinta da Fonte da Telha.
O poeta e a sua terra
Na realidade, José Joaquim Cesário Verde nasceu em Lisboa, a 25 de Fevereiro de 1855, segundo filho de José Anastácio Verde e Maria da Piedade dos Santos.
Tinha Cesário Verde apenas dois anos quando a família optou pelo refúgio numa quinta situada em Linda-a-Pastora, na sequência de uma epidemia de peste que grassava em Lisboa.
A casa da quinta integrava, então, uma capela que logo foi transformada, primeiro em armazém e, depois, em casa de banho. Em 1870, José Anastácio Verde, já na posse total da propriedade, procedeu a alterações de adaptação às suas necessidades.
É aí que o pequeno José Joaquim passa a sua infância, na companhia da irmã, um ano mais nova, e de outros dois irmãos, nascidos entretanto. Ao longo desse período, a preparação escolar de Cesário Verde foi feita em Lisboa, indo o poeta diariamente a pé, dali até à Cruz Quebrada, onde tomava o americano para a capital.
Um incêndio ocorrido em 1919, destruiu grande parte da mansão, incluindo a biblioteca, perdendo-se, irremediavelmente, o espólio do poeta. As chamas também consumiram os desenhos e os quadros do grande pintor que foi Domingos António de Sequeira, que ornavam a casa ( o artista fora casado com Maria Benedita Vitória Verde, filha de Manuel Baptista Verde , bisavô de Cesáreo).
Com o interior profundamente alterado, subsistem, dos seus tempos áureos, em anexo, a casa de acondicionamento da fruta, o pequeno campanário da primitiva capela, as rústicas argolas de ferro para prender os animais, o relógio de sol e algumas estátuas.
O poeta sofre o primeiro grande revés da sua vida, quando, em 1872, depois de uma longa luta contra a terrível tuberculose, a sua irmã Maria Julia acaba por sucumbir à doença. Com apenas 19 anos de idade.
É em Linda - a - Pastora que ele vai tentar amenizar a sua dor.
Os anos passados na aldeia terão deixado marcas profundas e indeléveis, de tal forma que manteve durante toda a vida uma íntima e marcada lembrança dos tempos em que viveu na companhia constante da natureza e do campo. Enquanto acompanhava a exploração agrícola que seu pai fazia na quinta, Cesário Verde desenvolvia um espírito observador e atento aos pormenores do meio ambiente.
Passados poucos anos, era o próprio quem orientava os negócios relacionados com a exploração da quinta, sempre estimado pelos empregados, a quem chegava a suspender o trabalho, para que pudessem ter "uns dedos de conversa com ele".
Com 16 anos, começou a trabalhar numa loja de ferragens e quinquilharias que seu pai possuía em Lisboa. Nesse tempo, a família já só vivia na quinta durante a Primavera e o Verão.
Dirigia a loja do pai quando começou a publicar poesias em jornais, mal recebidas pela generalidade da classe literária, que por certo não compreendia como podia um agricultor ser poeta...
Em 1878 regressa a Linda-a-Pastora, publicando "Noitada", "Em Petiz", "Manhãs Brumosas" e "Cristalizações".
A maldição - Conta João Pinto de Figueiredo que a profanação do espaço sagrado da capela gerou a crença de que , como castigo, uma terrível maldição marcaria a propriedade dos Verdes em Linda - a - Pastora. Assim, ao longo dos anos, têm-se assinalado " desgraças múltiplas e sucessivas - incêndios devastadores, doenças inesperadas, mortes repentinas". Mas, agora, normalizadas as relações com a igreja, a paz deve ter regressado ao sítio....
Já muito debilitado pela doença que o atormentava, Cesário Verde procurou no campo as forças e a vitalidade perdidas, identificando-se com os trabalhadores da quinta, realçando a majestade do esforço físico que já não tinha. Na Primavera de 1886 muda-se para Caneças, a conselho médico.
A tosse começa a atormentá-lo. A dor no peito é uma constante. A doença apanha-o, e trava com ele uma luta que acaba por vencer quando o poeta tinha 31 anos. Estávamos no ano de 1886.
As sua últimas palavras recolhidas pelo único filho sobrevivente do Sr. Anastácio Verde foram : " Não quero nada, deixa-me dormir".
No Verão, tinha-se transferido para o Paço do Lumiar, onde veio a falecer, vítima dessa tuberculose. Uma vida curta que deixará marcas profundas em muitos, que depois dele o chamaram de mestre, tal como o fez Fernando Pessoa.
A Nova Freguesia de Queijas
Lei 17-G/93 de 11 de Junho
Artigo 1.º É criada no concelho de Oeiras a freguesia de Queijas, com sede em Queijas, abrangendo os núcleos populacionais de Queijas e Linda - a - Pastora, conforme representação cartográfica anexa, à escala de 1:25 000, confrontam:
A este, o rio Jamor, até à denominada Horta do Jamor, onde inflecte para oeste pelo limite sul do artigo da matriz n.º 746 da secção 28, ao longo do Caminho do Moinho da Cruz, com a CREL, que assegura o limite poente da freguesia, ao encontro da auto-estrada que a limita a sul.
A Câmara Municipal, nos termos da Lei 8/93, de 5 de Março, nomeará uma comissão instaladora constituída por nove cidadãos eleitores de acordo com os nos 3 e 4 do artigo 9.ª da mesma Lei .
A comissão instaladora exercerá funções até à tomada de posse dos órgãos autárquicos da nova freguesia.
A história recente, demonstra um percurso de autonomia administrativa, com a criação da Freguesia de Queijas em 1993, pela Lei 17-G/93 de 11 de Junho, com 2,3 quilómetros quadrados, que inclui as povoações de Linda-a-Pastora e Queijas (sede de freguesia), que entre 1986 e 1991 tiveram em conjunto um crescimento de 16,4 % em número de eleitores recenseados.
ORDENAÇÃO HERÁLDICA DO BRASÃO e BANDEIRAS.
A simbologia heráldica escolhida para representação da freguesia retracta vivências passadas e foi publicada no D. R. , III série de 21/12/1996.
BRASÃO DE QUEIJAS
- O Livro - Lembrando os escritores e poetas que por aqui viveram como Cesário Verde e Tomás Ribeiro etc.
- Os Moinhos - Parte integrante da paisagem histórica da zona de Queijas.
- O Monte - Memória da gruta onde apareceu a Imagem de Nossa Senhora da Rocha.
ORAGO - SÃO MIGUEL
ARMAS - Escudo de prata, duas armações de moinho negro, coroadas do mesmo e vestidas de azul; em chefe, livro aberto de prata, encadernado de vermelho e realçado de ouro; em ponta, comoro de negro carregado de um coração vermelho, coroado do mesmo e nimbado de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda em maiúsculas: " QUEIJAS - OEIRAS".
BANDEIRA - De azul, cordões e borlas de prata e azul. Haste e laça de ouro.
a) Para hastear em edifícios ( 2x3 )
ESTANDARTE - Para cerimónias e cortejos ( 1x1 )
A Senhora Francisca
Quem haveria de dizer que uma lavadeira de Linda-a- Pastora entraria na história da literatura portuguesa ! Pois, tal aconteceu. Foi a Senhora Francisca, lavadeira bem conhecida do lugar, que " deu a última e, ao que parece, mais correcta versão que do presente romance se tinha obtido.
Deixo, pois, notações somente das principais versões da lenda, ou seja, acrescentarei mais esta outra, que a lavadeira de Linda - a - Pastora, de nome Sr.ª Francisca, terá contado a Almeida Garrett, durante o verão que aqui passou e que foi por ele publicada no "Romanceiro" :
- Linda pastorinha, que fazeis aqui ?
Procuro o meu gado que por aí perdi.
- Tão gentil senhora a guardar o gado !
Senhor, já nascemos com este fado.
- Por estas montanhas em tão grande p'rigo !
Diga-me, ó menina, se quer vir comigo.
Um senhor tão guapo dar tão mau conselho,
Querer que se perca o gado alheio !
- Não tenha esse medo que o gado se perca
Por aqui passarmos uma hora de sesta.
Tal razão como essa não na ouvirei:
Já dirão meus amos que demais tardei.
- Diga-lhe, menina, que se demorou
Co esta nuvem de água que tudo molhou.
Falarei a verdade, que mentir não sei:
A volta do gado eu me descuidei.
- Pastorinha, escute, que oiço balar gado...
Serão as ovelhas que me têm faltado.
- Eu lhas vou buscar já muito depressa,
Mas que me espedace por essa charneca.
Ai como vai grave de meias de seda !
Olhe não as rompa por essa resteva.
- Meias e sapatos tudo romperei
Só por lhe dar gosto, minha alma, meu bem.
Ei - lo aqui vem; é todo o meu gado
- Meu destino foi ser vosso criado.
Senhor vá-se embora não me dê mais pena,
Que há - de vir meu amo trazer-me a merenda.
- Se vier seu amo, venha muito embora;
Diremos, menina, que cheguei agora.
Senhor, vá-se, vá-se, não me dê tormento:
Já não quero vê-lo nem por pensamento.
- Pois adeus, ingrata Linda - a - Pastora !
Fica-te, eu me vou pela serra fora.
Venha cá, Senhor, torne atrás correndo....
Que o amor é cego, já me está rendendo.
Sentaram-se à sombra.... tudo estava ardendo...
Quando elas não querem, então estão querendo.
Quinta-feira, 10 de Janeiro de 2013
Cavaco Silva: «Já não é possível dominar o monstro sem dor»
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Cavaco Silva considera o problema orçamental português «muito grave», podendo causar o abrandamento do crescimento nacional, quando ele é forte na Europa. Cavaco considera essencial reduzir o sector público na economia, para se regressar à convergência.
«Já não é possível dominar o monstro sem dor», afirmou hoje Cavaco Silva, considerando que «o problema orçamental português é muito grave» e faz ao país correr o risco de se manter, a prazo, em divergência com a Europa.
O ex-primeiro-ministro falava num seminário organizado pelo Instituto Francisco Sá Carneiro, no Centro Cultural de Belém, subordinado ao tema «Para onde vai a economia portuguesa?».
Procurando uma primeira resposta àquela pergunta, Cavaco começou por dizer que «a situação mais preocupante [no actual momento da economia portuguesa] é o abrandamento do crescimento, quando ele é forte na Europa».
«Acabou o ciclo de convergência?», perguntou, limitando-se a responder: «Para já, as perspectivas não são optimistas» e a hipótese, durante muito tempo acalentada, de Portugal chegar à média de riqueza da União Europeia em 2015 «é uma oportunidade perdida».
Para se regressar à convergência, disse Cavaco Silva, «é fundamental reduzir o sector público na economia», para o que não contribuiu o orçamento de 2000, «esse monstro que nunca devia ter sido aprovado», sem fazer referências específicas à proposta orçamental para 2001, já entregue na Assembleia da República.
A curto prazo não há dificuldade de financiar o défice externo. A questão aqui é outra, disse Cavaco: «Até quando é que isto se pode manter? Até quando pode o país continuar a endividar-se, sem queda do “rating” do crédito obtido e consequente aumento do prémio de risco?»
Se, do lado dos custos, o cenário de uma não inversão da trajectória do défice é aquele, do lado das contrapartidas futuras da dívida por saldar adivinha-se «como consequência a transferência de propriedade».
E «o melhor, neste caso, é não pensar em intervir pelo lado Administrativo», advertiu Cavaco Silva, numa alusão aos casos recentes - Grupo Mundial Confiança e Cimpor - em que só uma intervenção discricionária do executivo impediu a transferência total dos respectivos activos para o controlo externo.
Se o controlo da «descontrolada despesa corrente primária» é o «nó» das políticas alternativas propostas hoje por Cavaco e a ameaça futura vem do lado do agravamento do défice externo, a «situação preocupante» de fundo a que Cavaco foi referindo todo o seu diagnóstico diz respeito à divergência de crescimento em que Portugal entrou face aos parceiros comunitários.
Portugal é a «excepção negativa», numa Europa que em média está a viver o mais forte crescimento dos seus últimos 11 anos, sendo a divergência mais «chocante», quando a comparação é feita com a Espanha (este ano, um diferencial de crescimento de 1,5 pontos percentuais), a Grécia (1,0 pontos) e a Irlanda (5,0 pontos), os chamados países da coesão.
«Porque é que vêm aí dias difíceis para Portugal e não para os outros?», perguntou.
O número de funcionários públicos no nosso país é uma das questões sistematicamente referidas quando o problema do défice público é abordado. O peso das despesas com o pessoal das Administrações Públicas no PIB indicia que o número de funcionários públicos em Portugal é excessivo quando comparado com a realidade europeia: é isto, pelo menos, o que se pode concluir quando se comparam os cerca de 14% que pesa na nossa economia a folha salarial da função pública contra os cerca de 10.5% que pesa na UE-25 ou os 10% que pesa na Zona Euro.
E sabe-se igualmente que, entre 1996 e 2000, foram contratados mais de 130 mil novos funcionários (em termos líquidos, isto é, descontando já aqueles que saíram ou se reformaram), num período que contribuiu decisivamente para a deterioração das nossas contas públicas e para o problema (de um défice excessivo) que, ainda hoje, continua por resolver (já agora: quem estava no Governo nessa altura, quem estava?...).
Porém, até agora, dada a escassez de estatísticas credíveis que pudessem comparar o número de funcionários públicos em Portugal com o resto da Europa, íamo-nos ficando pelos indícios ou pelas sensações. Mas isso foi até ao mês passado. É que uma reportagem - por sinal muito bem conseguida - do jornal "Correio da Manhã" do passado dia 20 de Novembro, com base em dados do Eurostat, prova, preto no branco, que no universo da Administração Pública Central (isto é, o Estado Central e excluindo as Administrações Locais e Regionais), a tese do número de funcionários públicos em excesso é mesmo real. Os dados da figura em anexo são (assustadoramente) reveladores.
A coluna do número de funcionários públicos do Estado Central em cada país diz, evidentemente, pouco ao leitor, pois este indicador é pouco revelador quando tomado em termos absolutos. O caso é, porém, diferente, se compararmos o número de habitantes em cada país com o número de funcionários públicos. É esta realidade que as barras horizontais à direita, seguidas do respectivo número e ordenadas por ordem crescente, mostram. Naturalmente, e em princípio, quanto mais elevado for o número de habitantes por funcionário público, melhor: maior será a eficiência e a organização na Administração Pública de um país (além dos menores custos - leia-se, menores impostos - que daí resultam para todos os contribuintes).
Do mesmo modo, quanto mais baixo for o rácio acima referido, pior. Ora, o que se constata é que, infelizmente, Portugal surge em primeiro lugar, ou seja, é o país em que este indicador é mais baixo: apenas cerca de 18 habitantes por funcionário público, logo seguido pelo Luxemburgo com 19. Na Europa (UE-25) existem, em média, cerca de 31 habitantes por cada funcionário público da Administração Central, na vizinha Espanha este rácio é quase o dobro do nosso (36) e nas três primeiras posições surgem a Finlândia (com 46.5), a Lituânia (44.7) e a Polónia (com 42.3).
É certo que não foi possível conhecer as estatísticas relativas às Administrações Locais e Regionais, mas também é verdade que é na Administração Central que se concentra o maior número de funcionários públicos (como se pode constatar pelo caso português, em que, de acordo com o Governo, as Administrações Públicas empregam pouco menos de 778 mil funcionários, dos quais 568 mil se encontram no Estado Central) - pelo que esta realidade é já muito reveladora.
Estas estatísticas provam, assim, a urgência de uma reforma da Administração Pública em Portugal - e, nomeadamente, de uma reforma da Administração Central. Apesar de estar (muito) atrasado, o Governo prevê que o famoso PRACE comece a ser aplicado em 2007. Sinceramente, espero bem que tal aconteça? mesmo! É que a sua entrada em vigor estava prevista ainda para 2006 - mas só no final de Outubro foram publicadas em Diário da Repúblicaas leis orgânicas dos Ministérios com as novas macroestruturas, para as quais se continua a desconhecer que poupanças deverão gerar, se é que deverão gerar algumas poupanças de todo... até porque, ainda recentemente, o Ministro das Finanças declarou, a propósito deste assunto, que "ninguém ficará a perder no processo de revisão de carreiras, vínculos e remunerações" na Administração Central do Estado. Isto para além de, em várias ocasiões, ter repetido que tinha "sérias dúvidas de que existissem funcionários públicos a mais". Depois dos números atrás apresentados, se não é uma brincadeira de mau gosto, parece?
Enfim, uma palavra ainda para as reacções dos sindicatos da função pública à reportagem do "Correio da Manhã" (e na posse dos dados do Eurostat): a coordenadora da Frente Comum referiu que "até hoje ninguém conseguiu provar que há funcionários públicos em excesso"; um dirigente da Frente Sindical da Administração Pública afirmou que "este é mais um problema político do que real"; um dirigente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado disse que "aquilo que queremos é que o país tenha um melhor serviço público, isso é que é fundamental" e frisou que "Portugal está na cauda da União Europeia em matéria de número de funcionários".
Mais palavras para quê?!... A não ser que os dados do Eurostat estejam absolutamente desfasados da realidade, confesso que nem queria acreditar no que lia no "Correio da Manhã"?
Portugal está, de facto, num dos extremos da União Europeia no número de funcionários públicos - mas infelizmente está no pior extremo. E sem dúvida que o problema é político: pois se foram os vários governantes (uns mais, outros menos?) que ao longo dos anos contrataram todos os funcionários públicos hoje existentes, é também a eles que compete enfrentar e resolver o problema. Espero pois que quem governa neste momento tenha coragem para promover as alterações necessárias (e que há tanto tempo têm vindo a ser adiadas?), mas todos os sinais que vão sendo transmitidos deixam muitas dúvidas que desta vez seja "a sério". Além das declarações que vão sendo emitidas (e a que já acima fiz referência), basta lembrar, por exemplo, o desprezo com que a proposta das rescisões amigáveis (devidamente negociada com Bruxelas e com recurso à emissão de dívida pública), efectuada pelo presidente do PSD em Maio deste ano, foi recebida? E já agora: o país da Europa melhor classificado nesta matéria é, como se viu, a Finlândia - que é muitas vezes citado como exemplo a seguir em várias áreas pelo primeiro-ministro. Pois aqui fica uma sugestão ao engenheiro Sócrates: faça lá também da Finlândia um modelo a seguir nesta matéria. Isso é que era!...
Quanto aos que fingem não ver o que se passa e assobiam para o lado - como acontece com as organizações sindicais atrás citadas -, acabam por fazer mais parte do problema do que da solução...
Os dados do Eurostat vêm confirmar a certeza que já se tinha: existem funcionários públicos a mais em Portugal. É mais do que tempo de agir em conformidade
JORNAL DE NEGÓCIOS - Publicado 12-12-2006
EM 10-11-2008
O mundo está em mudança acelerada e Portugal tem pela frente a recuperação, em relação aos outros países da UE, acompanhada das grandes mudanças e desafios que estão em curso em todos os continentes. Para tal, terá que conseguir vencer os "bloqueios " que paralisam o nosso país, rapidamente, e acima de tudo, com uma liderança sábia. Não está a acontecer ! Vejamos os maiores bloqueios:
Administração pública. Os serviços públicos (centrais ou locais) não foram capazes de acompanhar as mudanças que ocorreram no país. Herdeiros de uma tradição colonial, continuaram distantes da população e das suas necessidades. Na saúde, educação ou gestão local, por exemplo, presta um serviço medíocre face aos enormes recursos que consome. Toda a administração pública portuguesa está repleta de dirigentes pouco qualificados, serviços e procedimentos inúteis. Funcionários públicos, totalmente desmotivados.
.20 % em risco. 1/5 da população portuguesa apresenta graves problemas de inserção social ou dificuldades em acompanhar as mudanças em curso. As causas são múltiplas: baixa e má escolaridade, idade avançada, isolamento, dificuldades de integração social de minorias étnicas (ciganos, africanos), etc.
DIVIDA PÚBLICA EM 2008
Como termo de comparação, tomemos o que se passa na vizinha Espanha: Segundo o projecto de orçamento para 2009, discutido na semana passada no Parlamento, o Governo espanhol tinha definido uma dívida pública equivalente a 38,8 por cento do PIB, contra 36,8 por cento em 2008. Estes números ficam bem abaixo da dívida pública portuguesa, que supera os 60 por cento e tornam Portugal fortemente dependente do financiamento externo.
Os números que constam da nossa proposta de Orçamento apontam para uma ligeira melhoria da dívida do Estado entre 2007 e 2008, em 0,1 ( ? ) pontos percentuais, para os 63,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
No entanto, em 2009, esse rácio volta a deteriorar-se para os 64 por cento do PIB, o valor mais elevado desde 2006 (ver tabela abaixo).
As previsões do OE 2009 revêem em alta as previsões governamentais anteriores, que apontavam para uma dívida pública de 63,6 por cento em 2008 e 62,5 por cento em 2009.
Quanto mais elevada for a dívida pública, maior é o valor anual inscrito no défice para pagar os juros dessa dívida.
Com os efeitos da crise internacional prevê-se que, em 2009, a divida possa atingir os 100% do PIB!
Dívida Pública em percentagem do PIB
1990 6,3 55,3
1991 7,2 57,7
1992 4,5 51,7
1993 7,7 56,1
1994 7,3 59,0
1995 5,0 61,0
1996 4,5 59,9
1997 3,5 56,1
1998 3,4 52,1
1999 2,8 51,4
2000 2,9 50,4
2001 4,3 52,9
2002 2,9 55,5
2003 2,9 56,9
2004 3,4 58,3
2005 6,1 63,6
2006 3,9 64,7
2007 2,6 63,6
2008 2,2 63,5
2009 2,2 64,0
2010 93,5
2011 108,0
Fonte: Comissão Europeia e OE 2009
Quanto menor a relação entre dívida e o PIB, maior é a confiança dos investidores portugueses e estrangeiros de que o país vai honrar os seus compromissos. No caso de Portugal, aumenta essa relação !
Esta é uma causa determinante da nossa economia não crescer e do bem-estar não voltar ao nosso país. A falácia e o pretenso optimismo, expresso em sorrisos ou prosaicos discursos, nada acrescentam, aos níveis de confiança exigidos a um salutar crescimento económico !
O ESTADO AMPUTADO
Em 2000, o economista Cavaco Silva alertou para o monstro da despesa. Em 13 anos, a economia derrapou e o monstro ficou mais obeso. Já com o PIB anémico, mas com acesso fácil e barato ao crédito, os governantes deitaram dinheiro sobre os problemas e queimaram milhões em obras faraónicas e negócios ruinosos, que geraram enriquecimento ilícito de alguns enquanto a dívida se multiplicava.
Agora à beira da falência, já não há dinheiro para alimentar a despesa, e o Estado Social é a vítima. Em vez de dieta e exercício, a nova terapêutica é a amputação. Medina Carreira bem avisou nos tempos das orgias financeiras com o dinheiro dos contribuintes; a economia vai derrotar esta democracia.
Armando Esteves Pereira – CM 10-01-2013
“A teoria Keynesiana que estava perfeitamente adequada à situação dos anos 30, não é solução para os nossos dias. Quem considerar esta análise suspeita pode recorrer a Helmut Schmidt – um consagrado político de topo, experiente produtor de pensamento social-democrata que, inclusive, aumentou a dívida pública alemã nos anos 70 quando foi Chanceler da RFA. Embora tenha recorrido às teses Keynesianas nessa altura, é o primeiro a reconhecer que os tempos e as condições são hoje outras completamente diferentes.
A afirmação deste raciocínio faz grande sentido numa altura em que estão bem patentes, perante a opinião pública mais esclarecida, as diversas desorçamentações a que o governo português tem recorrido. Desde a compra de material militar em pseudolocação, passando pela construção de auto-estradas em regime de SCUT (ou de portagem virtual), pelas universidades para as quais também já havia projectos de construção em leasing ou pelos hospitais a construir em idêntico esquema, tudo se conjuga para que todos estes investimentos não sejam relevados no nosso Orçamento de Estado nem pagos na devida altura.
Imagine-se como estaria hoje o Orçamento de Estado português, se todas as estradas que o anterior Executivo construiu tivessem sido financiadas por portagens virtuais e se as fragatas que na altura se adquiriram o tivessem sido pelo sistema de leasing. Tudo estaria, ainda hoje, por pagar! Pois bem, é precisamente o que vai acontecer daqui por dez anos se, entretanto, nada disto for travado.”
Público – 5 de Julho de 1999
Nota final: Nada disto foi travado, mas quem o poderia ter feito? Naturalmente o próprio governo de então, ao ler e pensar em artigos como este ou até por descobrir que estava errado! O Tribunal de Contas, Constitucional, o Parlamento, os partidos da oposição, a comunicação social em geral etc,. Como pode um Parlamento aprovar um Orçamento de Estado sabendo que milhares de milhões de euros estão desorçamentados? Como pode um Tribunal de Contas aceitar como certas as contas do Estado, sabendo que um enorme volume de dinheiro está comprometido e não orçamentado? Como pode um Tribunal Constitucional não denunciar estas enormes inconstitucionalidades? Como podem agora os mesmos, descobrir inconstitucionalidades no momento em que um governo tem de pagar tudo isto?
Quarta-feira, 9 de Janeiro de 2013
Com a globalização dos mercados e, fundamentalmente com a União Económica e Monetária, fazer um défice público significa gerar procura num espaço muito mais alargado do que o próprio país, mas obrigar as gerações futuras desse país a pagar a respetiva dívida e os seus juros.
Enquanto em autarcia, o país que faz o défice tem de o pagar, mas colhe sozinho os benefícios em termos de crescimento económico e criação de emprego, num mercado global, os benefícios distribuem-se internacionalmente, mas quem vai ter de pagar futuramente esse défice vão ser os contribuintes desse país.
Por isso, o cumprimento do Pacto de Estabilidade não deve ser visto como uma imposição de Bruxelas, mas sim como uma inalienável necessidade em termos de defesa do interesse nacional e do bem – estar das nossas gerações futuras. “
Público – 1 de Julho de 1999
Nota: Podemos, por aqui, perceber o motivo pelo qual os nossos jovens estão a emigrar em massa. Também podemos perceber o futuro negro que lhes deixamos e nesta situação atual, a grande preocupação dos sindicatos, dos políticos de esquerda e até de gente do PS vai no sentido de saber se a procura de resolver esta situação provocada por gente incompetente, vai no sentido de saber se haverá inconstitucionalidades nas medidas que estão a ser tomadas para sanar uma tremenda injustiça para o povo e para as gerações futuras. Tudo isto seria benéfico se tais atitudes mostrassem ao país soluções para resolver tão delicada situação e indicassem simultaneamente quem são os responsáveis pela falta de defesa dos interesses nacionais.
E O NOSSO FUTURO
" .... a teoria Keynesiana estava adequada à situação dos anos trinta. Hoje atingimos o limite superior do endividamento público. Mesmo sem os critérios de convergência do Tratado de Maastricht não devíamos aumentar mais a dívida pública; SOBRE ISTO NÃO EXISTE QUALQUER DÚVIDA".
PÚBLICO - Caderno de Economia - 5 de Julho de 1999
A Mesquita de Quba, foi a primeira mesquita construída por Maomé na sua chegada a Medina. Hoje, não queremos falar de Medina, Maomé nem mesmo do Cabo Bojador que lá nos levaria. Hoje fala-se de dobrar o Bojador, não para chegar a Medina, ou melhor, é também para chegar a Medina. Pode ler-se num diário de hoje, que Passos e Gaspar não souberam ultrapassar o seu Bojador, que se chama Estado de direito.
A histeria das ilegalidades inconstitucionais é um bom reflexo da esquizofrenia que campeia neste retângulo à beira-mar plantado!
O nosso Medina também se chama Carreira e é dele que falamos. Há quem esteja preocupado (!) por não saber se a “a maioria é capaz de se renovar e se a chave mágica está em Belém ou se o povo nas urnas dará a resposta sempre natural nas democracias adultas.”
A resposta do povo “implícita” seria, meter de novo no poder o partido que chamou a troika por Portugal estar na “bancarrota”, com uma dívida monstruosa às costas. Claro que quem está a pagar é o povo, por que o tal partido que nos entregou à Troika, nunca quis que os políticos fossem responsabilizados pelos seus erros! Dizem que só o devem ser politicamente, ou seja, mudarem de “tacho”.
É aqui que chegamos ao nosso herói (Medina Carreira)
e à sua estoica paciência e sabedoria, com a qual tentou chamar a atenção do povo para o profundo poço onde o estavam a meter. Estranhamente, de tanto que disse e demonstrou nunca os órgãos oficiais quiseram investigar a veracidade das suas “chamadas de atenção!”. A Assembleia da República, o Tribunal de Contas e Constitucional, partidos, jornais etc. Fizeram “orelhas moucas”, assobiaram para o lado e conseguiram que o próprio povo o julgasse impropriamente!
Alguém acredita que o país tivesse chegado a esta tenebrosa situação sem que tivessem sido cometidas muitas ilegalidades constitucionais? Alguém acredita que o próprio Presidente da República tivesse alertado para o monstro e ninguém tivesse ouvido? Claro que neste país, de há muito, toda a gente só ouve aquilo que lhe agrada! Claro, que os défices excessivos só são possíveis por que um partido se tem oposto a que a Constituição o proíba! Alguém acredita que seja possível um PM ter aumentado os funcionários públicos 2,9% com o país quase em “bancarrota”, antes de um ato eleitoral!
Alguém desconhece que o processo de adoecer é feito de avanços e recuos, sendo os primeiros mais longos e repetidos? E que no processo de cura é tudo igual, só que os avanços da cura são, desta vez, mais longos e repetidos. Tudo na vida tem este itinerário, mas agora, quem esteve em silêncio quando Medina Carreira fez avisos, desta vez ergue-se que nem herói, numa histeria que essa sim, tem muito de doentia. Aqui se inclui também, a própria comunicação social.
Terça-feira, 8 de Janeiro de 2013
A CIGARRA DO NOSSSO PESADELO
O Governo socialista foi incapaz de consolidar a redução do défice. Não podia, aliás, ser de outra maneira, pois deixou-se passar o tempo ideal para se proceder às reformas de que o Estado carece. Não é, portanto, de admirar que a despesa resvale perigosamente e que o Governo tenha de andar de calças na mão a inventar o possível e o imaginário para iludir as suas próprias insuficiências. Não é nada de espantar, nem é nada que esteja a ser dito pela primeira vez.
Aumentos da carga fiscal. Recurso a endividamento oculto. Redução do investimento público. Desorçamentações mais ou menos habilidosas. Receitas empoladas. Défice público escondido.
Tudo isto faz parte do menu de quem não teve nem tem coragem para agarrar frontalmente os problemas reais da governação. Será, pois, neste cenário, que teremos de enfrentar o cumprimento do Pacto de Estabilidade que, pura e simplesmente, não estamos a preparar devidamente.
O futuro próximo é, seguramente, mais difícil de trilhar que o passado recente. Podia ser de forma diversa. Poderíamos ter aproveitado o período alto do ciclo económico para preparar o nosso futuro, mas, infelizmente, não o fizemos. Fizemos como a cigarra que cantou e dançou durante o verão, esquecendo-se que a seguir ao Outono, vem sempre o Inverno. A governação socialista é a governação da cigarra. O Governo canta e dança ao ritmo das privatizações, esquecendo-se que lá virá o dia em que não haverá mais património para vender.
Rui Rio - A Política in situ - 2001
RECORDANDO
DEBATE SOBRE O ORÇAMENTO DE ESTADO PARA 1999
No entanto, ao contrário do que seria recomendável, o Governo não aproveitou a conjuntura favorável para proceder a uma consolidação da redução do défice orçamental. O Governo aproveitou basicamente a conjuntura para não ter de mexer em situações que requerem alguma coragem política. Actuou como actuam todos os governos que pensam mais no dia de hoje do que no dia de amanhã.
Tudo o que já devia ter sido feito terá de ser penosamente levado a cabo mais tarde numa conjuntura bem mais desconfortável, ou seja, com custos sociais para o povo português, bem acima do que poderia ter sido. É uma atitude que não subscrevemos e que os portugueses, quando se derem verdadeiramente conta da realidade, seguramente também não subscreverão - até porque, obviamente, serão eles os primeiros prejudicados.
Perguntarão, entretanto, os portugueses como se paga tudo isto? Como se paga o despesismo socialista? Paga-se, naturalmente, com aumento de impostos, com reduções de investimento e com endividamento oculto.
Diz o Governo que não há aumento de impostos, porque o seu combate à evasão fiscal é admirável e, por isso, o aumento da receita deve-se a cobranças junto dos que antes fugiam e agora não conseguem. Mesmo que isso fosse verdade, estava errado! Estava muito errado! Se o combate à evasão fiscal fosse um sucesso, o aumento da receita devia ser para baixar os impostos de quem paga demais e não para pagar o despesismo desta espécie de governação. Com a despesa corrente a disparar e sem verba para dinamizar o investimento, o Governo aderiu ao novo princípio do constrói agora e paga depois.
A construção de auto-estradas em regime de portagens virtuais, as denominadas Scuts, constitui um endividamento oculto que vai sobrecarregar as gerações futuras. São, no fundo, juros e amortizações de divida que aparecerão nos orçamentos dos próximos anos, sem que estejam, alguma vez, contabilizados na dívida pública oficial. É uma medida de fuga para a frente. é uma medida típica de quem quer fazer a política do betão que antes tanto criticou, sem que, no entanto, saiba preparar devidamente as finanças públicas para tal. É bom que se diga que este Governo também tem os tais dois milhões de contos de Bruxelas por dia.
Rui Rio - A Política in situ 2001
REFORMAR A CONSTITUÇÃO E O PAÍS
Rui Rio culpa poder político 'fraco' por crise na República
29 de Outubro, 2010
O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, considerou quinta-feira à noite que temos em Portugal um regime em «crise» por culpa de um poder político «fraco e descredibilizado». Rui Rio, que falou sobre 'O estado da República', numa reunião do conselho de opinião do PSD de Coimbra, em que foi orador, disse que a actual situação orçamental é resultante da «fraca governabilidade».
«A situação orçamental a que chegámos é apenas uma consequência de problemas mais graves que, para mim, são os políticos e não propriamente os económicos que são consequência de uma série de constrangimentos políticos que o país tem atravessado nos últimos 20 anos», sublinhou Rui Rio, em declarações aos jornalistas.
Para o antigo dirigente social-democrata, quando o poder político não tem força «são mais fortes os poderes não democráticos eleitos que fazem parte da sociedade» e o interesse público é pior defendido.
«O Estado cresce porque o Governo é muito fraco perante as circunstâncias e cede perante elas», considerou Rui Rio, que entende ser preciso «prestigiar a actividade política e reforçar o poder político» como única via para «salvar» o regime.
O autarca da Invicta defende ainda uma reforma da Justiça para acabar com «o sentimento de impunidade que destrutura a sociedade e não defende valores básicos».
«Como pode uma sociedade viver quando não há confiança na justiça e respeitabilidade por aquele órgão de soberania», questionou o político social-democrata, que apontou também o dedo à comunicação social, dizendo que é preciso legislação que a responsabilize «por aquilo que escreve».
Segundo o antigo deputado, «a sociedade muda muito rapidamente e, por isso, é preciso fazer mais reformas» para «defender e salvaguardar os valores principais do sistema democrático».
Lusa / SOL
POLÍTICAS DESASTROSAS, FICAM ÍMPUNES
Pedro Passos Coelho defendeu que os responsáveis pela má gestão da economia do País deviam ser responsabilizados civil e criminalmente. O PS desqualificou de imediato a ideia e o seu autor.
Por:Eduardo Dâmaso, director-adjunto
Vitalino Canas deixou claro que os políticos só devem ser responsabilizados politicamente. O mesmo PS que colocou sobre a magistratura e os funcionários públicos a espada da responsabilidade civil, abrindo a porta ao pagamento de pesadas indemnizações em caso de queixa por decisões que lhes possam ser assacadas, reserva para si e confrades políticos apenas a sanção política.
Ora, como é óbvio, a ideia de Passos Coelho merece discussão e, se não a responsabilidade criminal, pelo menos a responsabilidade civil por políticas desastrosas que roçam alguns dos princípios estruturantes do direito como a má-fé e o abuso de confiança. Quanto à responsabilidade penal, estamos porventura a chegar ao tempo de discutir a suavidade das penas por crimes como o tráfico de influências e a corrupção. É preciso endurecer as penas e a luta contra este tipo de mentalidade. No PS, António José Seguro parece disposto a dar um passo em frente e merece todo o aplauso por isso. Espera-se que outros socialistas estejam disponíveis para esta luta. No PSD, Passos Coelho, Rui Rio e outros sabem que o actual estado de coisas não pode continuar. Sabem, pelo menos, que o pântano português cresce todos os dias e não querem afogar-se nele, apesar de a maré contrária ser muito forte.
NO ANO DE 2000
Como todos sabemos, a taxa de juro que o Estado paga na sua dívida pública é bem mais baixa do que a que se paga por um «leasing» ou por um empréstimo bancário. Não tem, pois, qualquer racinalidade económica o Estado recorrer a estas formas de financiamento quando dispõe de outras muito mais baratas.
Porque o faz então o nosso Governo? Porque não corta nos seus gastos, porque gasta à "tripa forra" e depois não consegue cumprir o Pacto de Estabilidade. A solução que encontrou é fingir que faz alugueres e inventar as denominadas portagens virtuais que é uma forma de esconder a dívida do Estado no balanço das empresas privadas, ocultando-a, assim, do Orçamento que é, cada vez mais, uma peça virtual.
Neste momento o Governo praticamente não paga nenhuma estrada das que está a fazer. São as construtoras que as pagam, ficando o Estado a dever. Essas obras serão então pagas durante os próximos 20 ou 30 anos com taxas de juro elevadíssimas face àquilo que são as taxas da dívida pública. É esta a aldrabice que o Executivo chama pomposamente "estradas em portagem virtual".
Na verdade, o que está a acontecer é um brutal endividamento oculto do país,que as gerações futuras pagarão com língua de palmo. O nosso potencial de crescimento económico está, assim, ameaçado de forma muito séria, pois estamos a falar de muitos milhões de contos.
Julgo que é importantíssimo sensibilizar a opinião pública para o que está a acontecer, pois só ela terá força suficiente para travar esta política suicida. Da minha parte não me pouparei a esforços na luta contra uma irresponsabilidade que vai sair caríssimo a Portugal.
Rui Rio - Política in situ
PS: Isto dito em 2000 ! Sensibilizar a opinião pública é matéria da comunicação social.Afinal que jornalistas temos? É demasiada distração! Ao invés, adormece-se a opinião pública com casos sem interesse! Aliena-se o povo.
PREVISÃO MILIMÉTRICA
Rui Rio lamenta que não tenham ouvido o alerta que fez há 12 anos
26 de Fevereiro, 2011
O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, lamentou hoje, em Gaia, que os últimos governos não tenham ouvido as previsões que fez há 12 anos sobre as consequências nefastas do excessivo endividamento externo do país. «Sinto uma certa revolta, porque era tão óbvio que isto ia acontecer que é uma pena não terem ouvido a tempo e horas», disse Rui Rio, à margem de um debate em torno do seu livro Política in situ, lançado em 2002 com artigos e intervenções produzidos nos quatro anos anteriores.
Além de revoltado, o autarca manifestou-se «orgulhoso», dado que continua a subscrever o que defendia e alertava então na maior parte dos textos compilados no livro, escritos ainda enquanto deputado da Assembleia da República.
«Em matéria de economia, está praticamente tudo actual. E tenho um sentimento esquisito quando olho para aquilo. Um sentimento meio de orgulho, meio de revolta. Porque não mudava praticamente uma vírgula do que está lá e o que está lá escrito acabou por acontecer, infelizmente», disse.
Rui Rio lamentou que não tenham sido corrigidos os «erros» que apontava então ao governo de António Guterres, e especialmente ao Ministério das Finanças.
«Tenho lá um artigo em que digo: a continuar assim, o país gasta mais do que o que tem, o país está-se a endividar, o endividamento externo é elevado, o défice externo é elevado, está-se a ocultar despesa », realçou.
Para o autarca, «era visível já nessa altura» que Portugal caminhava para o estado a que chegou, de desequilíbrio das finanças públicas.
Rui Rio afirmou que «o país teve muitas oportunidades» para reverter a situação, mas «os governos não fizeram aquilo que se impunha».
O autarca referiu que há no livro questões ligadas à reforma fiscal que ainda hoje defende, «mas que têm de ser adaptadas à situação actual».
«Defendia alguma redução de impostos que não é possível hoje, mas que naquela altura era possível, e espero que venha a ser possível também», exemplificou.
Sobre outros textos, Rui Rio afirmou que continua a defender uma reforma da lei eleitoral, mas reconheceu que são questões que «não têm sido muito discutidas».
O debate sobre Política in situ, que reuniu cerca de uma dezena de pessoas, foi organizado pela Livraria Almedina, Miguel Carvalho e Ideias Concertadas, no âmbito do ciclo de tertúlias Porto de Partida.
Lusa / SOL
ALERTA MUITO IMPORTANTE
RUI RIO DEFENDE REFORMA PROFUNDA DO REGIME POLÍTICO
" Isto é de tal forma grave que uma simples troca de Governo é insuficiente", afirmou o Presidente da Câmara do Porto
O Presidente da Câmara do Porto defendeu hoje a necessidade de reformas profundas no actual regime político, considerando que a situação "é de tal forma grave" que uma mudança de governo já não basta.
"Se houvesse eleições antecipadas, não haveria mudança de regime, mas uma mudança de governo."
"Isto é de tal forma grave que uma simples troca de governo é insuficiente", defendeu Rui Rio. O autarca respondia aos jornalistas na apresentação dos "Grandes debates do Regime" que o município organiza a partir do dia 31. A iniciativa pretende ser "uma reflexão sobre o estado do regime nos últimos 40 anos e não sobre " o estado do país por causa da situação do governo", pelo que terá impacto menor "se tudo se precipitar no curto prazo" e se realizarem eleições antecipadas.
" Se não se precipitarem, acredito que estes debates possam influenciar os diversos partidos para se entenderem quanto à necessidade de fazer reformas profundas" explicou.
Sem "reformas profundas" o regime irá à falência de uma forma que ninguém consegue adivinhar" avisou.
Rui Rio - Lusa
DE BRADAR AOS CÉUS
"POR CONSIDERAR ORDENADO ACIMA DO JUSTO, LÍDER DA CÂMARA DO PORTO (Rui Rio) Pediu para ter vencimento mais baixo na Metro do Porto"
A PRESIDENTE da COMISSÃO DE REMUNERAÇÕES RECUSOU ALTERAÇÃO
POLÍTICAS QUE AGRIDEM O COLECTIVO
As palavras do actual presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, são pela sua comprovada honestidade, um alerta de pessoa experimentada e amiga. Infelizmente fazem-nas passar despercebidas!
“ A nossa sociedade está a atravessar uma perigosa crise de valores. Uma crise que todos sentimos nas mais pequenas coisas, quando, no dia-a-dia, constatamos que temos de conviver com uma permanente inversão de prioridades.
Hoje, já começa a ser difícil encontrar quem perceba que o interesse colectivo se tem sempre que sobrepor ao interesse individual. De forma perigosíssima, a sociedade aceita demasiadas vezes e de forma complacente que os interesses individuais ou de grupo ditem políticas que agridem o colectivo. Infelizmente são muitos esses exemplos.”
A Política in situ RUI RIO
NO DIA 25 DE ABRIL
Vale a pena ainda e mais uma vez citar Rui Rio no seu livro “A Política in situ”:
“ Não será verdade que quanto mais fraco o poder for, menos concorrido é e, por isso, não nos podemos espantar da crescente abundância de mediocridade.
É por tudo isto que à pergunta “ o 25 de Abril ainda existe” , respondo que existe cada vez menos. Porque à pergunta “que controlo democrático tem hoje o cidadão sobre os reais poderes da nossa sociedade? “, respondo também desapontadamente, que tem cada vez menos controlo.
No dia de hoje, seria politicamente correcto dar vivas ao regime. Entendi não o fazer, porque julgo que sirvo melhor o 25 de Abril se fizer o contrário: se, em nome da democracia, apontar o caminho errado que tudo isto está a seguir.”
RUI RIO
A POLÍTICA in situ “
“A forma como os partidos têm funcionado tem-se vindo a degradar ao longo dos anos e é perfeitamente castradora da qualidade. A maioria dos portugueses , principalmente os de maior capacidade política e de mais nobres intenções, não têm paciência para uma vida partidária que, ao funcionar nos moldes tradicionais,exige, acima de tudo, vocação para tarefas menores e não para a defesa de convicções.
Milhares de cidadãos que passaram pelos partidos saíram frustrados com o que assistiram . Atropelos à democracia, ausência de regras claras, votos amestrados, decisões políticas de orgãos jurisdicionais , quotas pagas por terceiros, cadernos eleitorais à medida, representatividade política meramente virtual, prioridade à discussão das tricas internas, organização deficiente e longe dos padrões médios actuais.
Esses cidadãos fugiram da vida partidária . São uma maioria e, ao tomarem essa decisão , estão a prescindir da principal riqueza do regime que é, precisamente ,a participação. Nos moldes em que tudo tem funcionado, a responsabilidade desse afastamento é de todos aqueles que, tendo consciência de esta situação, nada fazem para a resolverem.
A qualidade da nossa classe política está intimamente ligada a esta problemática. Sem uma alteração do quadro actual, jamais será possível a sociedade poder aspirar a mais qualidade. (... ) O mais penoso de esta questão prende-se, no entanto, com o facto de o ritmo de desenvolvimento de qualquer sociedade depender muito directamente do nível da capacidade dos seus dirigentes”.
Rui Rio PORTO EDITORA
Sexta-feira, 4 de Janeiro de 2013
Aquilo que aconteceu em Portugal depois da Revolução dos Cravos, foi trágico na medida em que se confundiu a procura de uma sociedade democrática com uma revolução, para impôr atitudes e costumes que nada tinham a ver com um Portugal a caminho dos mil anos de existência. Foi trágico por que tais atitudes e costumes baquearam também noutros países, que procuravam igualmente uma sociedade democrática. Foi ainda trágico por que com a descolonização, deixámos cair muito daquilo que também era nosso! Foi trágico por que milhares de portugueses ficaram sem nada e com uma existência ultrajante. O nosso país sentiu que lhe estavam a amputar um passado do qual se orgulhava. Foi, por último, também trágico, por que se assistiu a uma total inversão de valores que descaracterizou todas as noções que tínhamos enraizadas!
Os capitães tiveram muitos seguidores, embora de natureza mais moderada, mas que cometeram e continuam a cometer erros de estratégia na tomada de decisões. Isto acontece pela total desresponsabilização com que se passa uma esponja aos sistemáticos maus decisores. Também, por que os valores estão, ainda, invertidos. A noção de mérito também! Passar uma esponja ou diluir responsabilidades num colectivo, não engana o povo. Há que dar valor a quem merece e apontar o dedo aos que cometem incompetências e crimes contra o povo.
Quando, por exemplo, se aposta numa revolução informática é preciso saber que tipo de licenciados temos produzido, e fazer nascer esta realidade em largo tempo e, enquanto isso, manter a coesão das várias gerações nas suas competências e saberes adquiridos.
Num momento em que a nossa adesão à UE levou a drásticas reduções no tecido laboral, por vezes, nos limites da sua quase extinção, casos da agricultura ou das pescas, teria sido preciso garantir que muita dessa gente atingida, ainda tivesse podido ter sido muito útil ao nosso país. No fundo, poucos países têm tanto mar disponível e experiência agrícola tão rica como Portugal tinha, e muita riqueza por descobrir num país abençoado, para se ter desperdiçado tanto talento e experiência adquirida. Por vezes, nem é uma questão do dinheiro que se perde, mas sim do respeito pelo Homem e pelas suas tradições e saberes. E esta falta de respeito paga-se muito cara em termos de falta mobilização e perda de criatividade. Também de confiança no país em que nascemos.
Na cola da globalização temos pela frente novos sacrifícios dessa natureza. O nosso fio condutor como nação de muitos séculos, não pode suportar tanto esforço de tracção. Não podemos esquecer como tantas grandes civilizações desapareceram. À memória nos vêm, “As Mil e Uma Noites” de uma Bagdade, centro do mundo, e hoje cenário de um caos arrepiante!
Quinta-feira, 3 de Janeiro de 2013
A mensagem da austeridade poderia passar junto da população em simultâneo com a esperança da sua transitoriedade? Podia. mas com todos a puxar para o mesmo lado. não estamos em tempo de dialética estéril! As reformas profundas mexem com muitos interesses e muita gente! Os boicotes atiram com pessoas para a rua na ânsia de paralisarem as reformas que lhe trazem algum prejuízo. Os partidos da esquerda vivem do passado e daquilo que está a destruir a Grécia (anarquia), sem serem capazes de se sentarem à mesa, a fim de exporem a saída que defendem, se é que a têm alguma.
A complexidade das reformas, soma centenas de variáveis com comportamentos nunca antes experimentados. A salvação da pátria está no unir de mãos em torno das imensas dificuldades, sempre a par de um diálogo muito transparente, não só do primeiro-ministro, mas de todos com todos. Aqueles que continuam a pensar no partido quando um Portugal de novecentos séculos definha e pode morrer, esses, o melhor que tinham a fazer era emigrarem. Para os que aceitem este desafio, a cada dia que passa, sentirão mais, que vale a pena uma mudança radical nos nossos comportamentos. O coletivo vale muito mais que o individual e já passámos por outros momentos tão difíceis como este.
O país vinha de vários anos de desmantelamento das estruturas produtivas que tinha, e considerando toda a falta de autoridade, a nível geral, e a desregrada actuação dos sindicatos e organizações políticas, com constantes reivindicações e greves, mais as contínuas manifestações políticas, a produtividade e competitividade teriam que ser, necessariamente, muito baixas, com estas e muitas outras causas.
O mérito era um conceito fascista e, assim, o melhor era alinhar pela produtividade mais baixa.
Na análise crítica da produtividade em Portugal, que deveria ter sido equacionada logo a seguir ao acto revolucionário,é de salientar que a mesma não depende essencialmente só do comportamento dos trabalhadores, embora também seja condicionada pela sua capacidade técnica e profissional e o seu nível de instrução e educação, mas, as causas mais relevantes baseiam-se na natureza das estruturas económicas (tecnologia, produtos e serviços, organização, estratégia, gestão geral e dos recursos humanos, etc.). Se em vez de militares, a revolução ( mudança) tivesse sido conduzida por civis abalizados identificados e enquadrados na política e numa estratégia nacional, definida em tal contexto. Dessa forma tudo teria sido diferente, bem diferente, e baseado em concertação estratégica contratualizada, na qual a formação técnica e profissional, desde os empresários aos operários, fossem inspiradas por uma correcta e esclarecida visão cultural das nossas capacidades competitivas e das medidas necessárias ao seu aproveitamento.
Muito teria que ser mudado pois, em vários aspectos retrocedemos e muito, sendo o mais importante deles ,naquele momento, a saúde das nossas finanças públicas.
O Conselho da Europa já definiu este tipo de criminalidade como um conjunto de ações «praticadas» por duas ou mais pessoas que participam num projeto criminal, com o fim de obterem poder e lucro através de negócios ilegais, ou de atividades a estes associadas, recorrendo à violência e à intimidação, e usando de influência junto das esferas políticas, dos média, da economia, do Governo e da Justiça». Trata-se de uma criminalidade, que aparentemente não afeta o cidadão comum. Os seus intervenientes são pessoas sem rosto, a prova do facto é muito difícil, à primeira vista ninguém está a ser prejudicado, mas na realidade os seus danos são profundos e gravíssimos. O Direito Penal existente está vocacionado para proteger os direitos individuais, mas não para proteger o “interesse social”. Eles sabem disso.
A criminalidade económico-financeira, ao atacar os bens sociais provoca danos profundos ao nível da legalidade, da igualdade, da concorrência leal e da justa repartição da riqueza e dos rendimentos. Dispondo de muitos meios para aumentarem a sua influência vão-se tornando cada vez mais fortes, infiltrando sectores da máxima importância do Estado. Fomenta o caciquismo ferindo o princípio da igualdade. Ao reger-se no mercado por ações ilegais e ocultas, pratica a concorrência desleal. Ao enganar o fisco com rendimentos fictícios, invalida uma igualdade justa da repartição da riqueza. Em resultado de tudo isto, as receitas do Estado descem impossibilitando investimentos essenciais em áreas como a saúde, educação e assistência social.
SÓ COM MELHORES PARTIDOS
A revista "Sábado" publicou esta semana a enésima reportagem sobre eleições internas num partido. Depois do "gang do multibanco" no PSD, agora o tema foi as federações do PS. Se escrevo enésima é porque é um daqueles assuntos que antes de ser publicado já o era. Podemos antecipar com segurança o que vamos ler: uma mesma história, repleta de episódios de arrebanhamento de votos, de quotas pagas a granel, cadernos eleitorais martelados, tudo culminando em processos de formação de poder que de democrático têm cada vez menos. Não sendo inovadora, a reportagem da "Sábado" é reveladora e talvez a mudança nos partidos dependa da revelação.
As eleições internas dos partidos são um assunto demasiadamente sério para ser deixado apenas aos militantes partidários. Para um estranho à vida partidária, estamos perante temas irrelevantes. Mas não é assim. Uma parte muito significativa dos mecanismos de poder interno assenta nas escolhas que são feitas nas estruturas locais. Ora, como os partidos são uma condição necessária à democracia, em última análise, o poder de quem nos governa está alicerçado nestes actos eleitorais. E o que deles se sabe é pouco edificante.
O tema das quotas é, a este propósito, um excelente observatório: saber como são pagas as quotas diz-nos muito sobre as lógicas de funcionamento das estruturas partidárias. Persiste naturalmente muita militância convicta, desinteressada e que se mobiliza autonomamente; mas, hoje, a militância genuína é facilmente desmobilizada por eleições manipuladas por quem pode pagar quotas a terceiros. Mesmo numa altura em que os estatutos partidários apertaram o cerco a estas formas de caciquismo, no mínimo, elas persistem.
Não há nada de particularmente novo nestes mecanismos de generosidade interessada. Nisso os partidos continuam a funcionar à imagem do liberalismo do final do século XIX e da República do início do século XX. O problema é que, enquanto a democracia portuguesa, no seu conjunto, se afastou significativamente do padrão de "eleições feitas", os partidos continuam a operar num quadro de "apoio comprado" e de "apoio por compensação concreta".
A generosidade dos caciques que pagam quotas produz vários efeitos. Enquanto fecha os partidos à entrada de novos militantes, reproduz lógicas perversas de poder interno. Por um lado, a perpetuação de uma determinada estrutura de poder é mais fácil de sustentar se não existirem novos militantes; por outro, quem paga quotas vence eleições e quem vence eleições passa a ter mais recursos para, depois, pagar mais quotas.
Perante isto, as direções partidárias tendem a defender que o problema existe a um nível local, mas depois as estruturas nacionais vão encontrando formas de compensar estas disfuncionalidades. É isso que explica que as lideranças, quando confrontadas com a questão, reajam com condescendência - ao ponto do líder da federação do Porto afirmar à "Sábado" que "as quotas são um problema individual de cada militante". Infelizmente, não é assim, são um problema coletivo, que mina a democracia na base e que não deve ser tolerado. Se nada mais, porque o sinal dado é claro: se os partidos não são capazes nem de basear os seus mecanismos de poder interno no cumprimento da lei, nem de torná-los verdadeiramente pluralistas, não há razão para acreditarmos que, uma vez no governo, serão capazes de o fazer no Estado.
Texto publicado na edição do Expresso de 11 de dezembro de 2010
A democracia capturada
Se os partidos não são capazes nem de basear os seus mecanismos de poder interno no cumprimento da lei, nem de torná-los verdadeiramente pluralistas, não há razão para acreditarmos que, uma vez no governo, serão capazes de o fazer no Estado.
Pedro Adão e Silva (www.expresso.pt)
0:00 Sábado, 18 de dezembro de 2010
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Algumas considerações sobre a nova Sociedade de Consumo, evidenciam ainda mais a união entre comércio e consumo; indissociável. Desse modo, a actividade comercial passou a criar formas para servir a nova dinâmica da sociedade e, ao mesmo tempo, foi produzindo novos meios para a ampliação do consumo e para o surgimento de novas formas. Estas relações directas entre comércio, consumo e cidade, revelam as grandes contradições que os espaços geográficos contêm e que por esta tríade, podemos compreender, ao menos, parte da dinâmica da sociedade actual e do seu movimento de reprodução.
Dentre as formas que o comércio passou a introduzir no espaço urbano a partir de 1950, estão os Supermercados, os Shopping Centers, os Hipermercados, as Franquias e as Lojas de Conveniência. São estabelecimentos que passaram a funcionar quase 24 horas por dia .
Os primeiros supermercados, trouxeram consigo a inovação do auto-serviço. Com isto, os consumidores passaram a ter contacto directo com as mercadorias, sem a necessidade de um vendedor intermediário. Mas os supermercados trouxeram muito mais do que isto para a sociedade, foi a forma comercial que mais impactos trouxe para o espaço urbano e é a partir dos supermercados, que outras grandes superfícies comerciais passaram a aparecer no espaço urbano.
Esse momento de surgimento dos supermercados é marcado pela maciça entrada de novas indústrias e pelo início da produção em massa de mercadorias. Estes estabelecimentos colaboraram na imposição de um novo ritmo e estrutura interna às cidades.
Os supermercados são superfícies comerciais que concentram territorialmente e financeiramente o capital, possibilitando às pessoas encontrarem num mesmo local, um grande conjunto de mercadorias disponíveis para o seu abastecimento, não sendo necessário ir a vários pontos da cidade para a compra de produtos. Antes dos supermercados, os consumidores abasteciam - se através de um comércio pequeno, de vizinhança (mercearia, padaria, frutaria, peixaria, talho, e outros).
Esses estabelecimentos ocasionaram mudanças no espaço urbano pois, vários tipos de pequenos comércios, foram desaparecendo e como o sucesso dos supermercados foi sendo garantido pelo aval dos consumidores, eles foram - se localizando em vários pontos (estratégicos) da cidade. As grandes avenidas, foram principalmente os locais mais requisitados para a implantação dos supermercados, particularmente nas grandes cidades .
Um outro aspecto dos novos padrões da sociedade está relacionado com a estrutura familiar. Nas décadas de 60 e 70, houve a gradativa entrada da mulher no mercado de trabalho, trazendo novos modos de gestão da família, pois a mulher, muitas vezes, passou a actuar como seu gestor. Por outro lado, há uma grande parcela da população a viver sozinha, só em casal, ou em pequenas famílias (marido, mulher e no máximo um ou dois filhos), configurando uma nova estrutura social. Este aspecto pode ser comprovado através dos lançamentos imobiliários que apresentam apartamentos de um quarto, pequenos (menos de 80 m2), com cómodos racionais (armários de cozinha e do quarto embutidos): são os que mais se vendem. Na maioria dos casos, são comprados por trabalhadores com razoável nível de vida e pouco tempo livre para o lazer e consumo.
Na capital portuguesa nos meados da década de cinquenta do século XX, muito poucas famílias dispunham de uma televisão no lar. A maioria deslocava-se aos cafés para depois de beber cafézinho passar a noite a ver programas televisionados.
Os meios de comunicação em massa, canalizavam e canalizam informações que direccionam os gostos, atitudes, pessoas, padrões e lugares para serem consumidos e que vão sendo encontrados mais à frente nas vitrines das lojas dos Shopping Centers, (Grandes Superfícies Comerciais) .
A TV, é o meio técnico de comunicação em massa mais forte, pois ela atinge a grande maioria dos consumidores e, principalmente, passou a ser um elemento de grande influência na vida quotidiana. As pessoas, após o sucesso da TV, passaram a adaptar suas actividades diárias aos programas por ela transmitidos, o que retracta a inserção deste meio técnico como parte integrante do processo de viver.
Os supermercados são superfícies comerciais que concentram territorialmente e financeiramente o capital, possibilitando às pessoas encontrarem num mesmo local, um grande conjunto de mercadorias disponíveis para o seu abastecimento, não sendo necessário ir a vários pontos da cidade para a compra de produtos. Antes dos supermercados, os consumidores abasteciam - se através de um comércio pequeno, de vizinhança (mercearia, padaria, frutaria, peixaria, talho, e outros).
Esses estabelecimentos ocasionaram mudanças no espaço urbano pois, vários tipos de pequenos comércios, foram desaparecendo e como o sucesso dos supermercados foi sendo garantido pelo aval dos consumidores, eles foram - se localizando em vários pontos (estratégicos) da cidade. As grandes avenidas, foram principalmente os locais mais requisitados para a implantação dos supermercados, particularmente nas grandes cidades .
"A expansão dos supermercados também se deveu a dois outros factores fundamentais que foram o frigorífico e o automóvel. O aperfeiçoamento da refrigeração destinada ao lar, bem como a produção em massa de frigoríficos e a sua consequente redução de preço, permitiu que as pessoas pudessem fazer o abastecimento de géneros alimentícios perecíveis, por períodos mais longos. Por sua vez, o automóvel, que a partir de meados de 60 passou a ser adquirido pelos estratos de rendimentos médios da população, deu maior autonomia aos proprietários, possibilitando fazer as compras fora dos limites do bairro".
Além dessas mudanças, o supermercado representa uma facilidade para a circulação e armazenamento de mercadorias, pois as distribuidoras de alimentos economizam em transporte, já que a entrega é feita em pontos determinados da cidade, em grandes quantidades e não mais em pequenos locais dispersos pelo cidade, sendo uma economia para a composição do preço final do produto. Além disto, houve a diversificação do emprego, pois novas actividades como caixas, seguranças etc., foram abertas, embora proporcionalmente em número muito menor ao do aumento da produção.
Quarta-feira, 2 de Janeiro de 2013
Uma visita ao Santuário nos finais do século XX . Nas áreas e pisos envolventes, as madeiras rangem de velhas, oscilando assustadoramente com os nossos passos, fazendo mesmo inclinar os móveis e as vitrinas que por ali abundam. São visíveis vários blocos de estuque caídos dos altos tectos, que jazem no chão ou em cima das mesas. No museu do desarrumo, o pó e muitas peças valiosas andam de mãos dadas a cada canto. Na parte exterior também se respira abandono, com árvores, jardins, arruamentos, lago e cascata sem vida nem alegria. Até as precárias habitações das pessoas já realojadas, totalmente destelhadas, concorrem para agravar toda esta situação. Bem sabemos do enorme esforço que o nosso município tem feito para remediar este estado de coisas que acontecem, a quem como este Santuário Mariano e Jubilar já quase dobrou duzentos anos. Alguém dizia que as árvores não se abatem, talvez se possa dizer que muito menos os Santuários. Por várias dezenas de anos a área circundante do Santuário foi ocupada por muitas dezenas de barracas e, portanto, outras tantas dezenas de famílias e seguramente centenas de pessoas de todas as idades. Tais condições de habitabilidade eram como se pode facilmente entender de grande falta de condições higiénicas e outras carências, o que terá contribuído decisivamente para aumentar o estado de degradação a que chegou, não só o Santuário, como também o seu bonito jardim, a formosa cascata e o lago, por ela que alimentado. O estado de poluição a que havia chegado a ribeira do JAMOR, em nada favorecia tal estado de abandono que toda a área do Santuário chegou a ter. Mesmo depois de várias intervenções por parte dos serviços camarários na ribeira do Jamor, no jardim e muito principalmente no Santuário, ainda assim, estamos longe de poder considerar o seu estado de satisfatório. Por esta altura ouviu-se o Senhor Primeiro Ministro falar de milhões de contos para os nossos museus, principalmente para o museu de Foz Côa. Nada temos contra as figuras rupestres, mas um Santuário como este diz muito para a freguesia e para o concelho, também para o nosso país, e tal como as ditas figuras, também ele terá muito a ver com o mundo em que vivemos. Paredes meias com o Complexo do JAMOR, que agora renovado, irá atrair milhares de forasteiros, não é possível deixar ruir e manter ao abandono um local que tem todas as condições para voltar a atrair peregrinos de todas as latitudes.
Terça-feira, 1 de Janeiro de 2013
A diferença entre os países ricos e os pobres não é a idade dos países; Isto está demonstrado por países como a Índia ou o Egipto, que têm mais de 5 000 anos e são pobres; Por outro lado, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia, que há 150 anos eram inexpressivos, hoje, são países desenvolvidos e ricos;
A diferença entre países ricos e países pobres, também não reside nos recursos naturais disponíveis;
O Japão, possui um território limitado, 80% montanhoso, inadequado para a agricultura e para a criação de gado, mas é a segunda economia mundial; O Japão é uma imensa fábrica flutuante, que importa matéria-prima do mundo inteiro e exporta produtos manufacturados;
Outro exemplo é a Suiça, que não planta cacau, mas tem o melhor chocolate do mundo;
No seu pequeno território, cria animais, e cultiva o solo apenas quatro meses ao ano;
No entanto fabrica lacticínios da melhor qualidade; É um país pequeno que passa uma imagem de segurança, ordem e trabalho, pelo que se transformou no cofre-forte do mundo;
- No relacionamento entre gestores dos países ricos e os seus homólogos dos países pobres, fica demonstrado que não há qualquer diferença intelectual;
- A raça, ou a cor da pele, também não são importantes: os emigrantes rotulados de como preguiçosos nos seus países de origem, são a força produtiva dos países europeus ricos, onde está então a diferença?
Está no nível de consciência do povo, no seu espírito. A evolução da consciência deve constituir o objetivo primordial do Estado, em todos os níveis do poder. Os bens e os serviços, são apenas meios ….
- A educação (para a vida) e a cultura ao longo dos anos, deve plasmar consciências colectivas, estruturadas nos valores eternos da sociedade: moralidade, espiritualidade e ética.
Solução síntese: transformar a consciência do português. O processo deve começar na comunidade onde vive e convive o cidadão;
- A comunidade quando está politicamente organizada em Associações de Moradores, Clube de Mães, Clube de Idosos, etc. Torna-se num micro estado. As transformações desejadas pela Nação para Portugal, serão efectuadas nesses microestados, que são os átomos do organismo nacional – Confirma a Física Quântica.
Ao analisarmos a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos, constatamos que a grande maioria segue o paradigma quântico, isto é, a prevalência do espírito sobre a matéria, ao adoptarem os seguintes princípios de vida:
1 – A ética, como base;
2 – A integridade;
3 – A responsabilidade;
4 – O respeito às leis e aos regulamentos;
5 – O respeito pelos direitos dos outros cidadãos;
6 – O amor ao trabalho;
7 – O esforço pela poupança e pelo investimento;
8 – O desejo pela superação;
9 – A pontualidade;
Somos como somos porque vemos os erros e só encolhemos os ombros e dizemos: “ não interessa”! ….A preocupação de todos, deve ser com a sociedade, que é a causa, e não com a classe política, que é o triste efeito.
Só assim conseguiremos mudar o Portugal de hoje.
Vamos agir! Reflictamos sobre o que disse Martin Luther King:
“O que é mais preocupante, não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, ou dos sem ética.
O que é mais preocupante, é o silêncio dos que são bons.
Um anónimo
Frases
“Qualquer homem com menos de trinta anos, e que não é um liberal, não tem coração, qualquer homem com mais de trinta, e que não é um conservador, não tem cabeça.”
A frase é de Sir Winston Churchill
A moderna conceção socialista da Gestao Privada dos Servicos Publicos
Os Governos do Eng. Antonio Guterres dão a ideia de grande sedução pelo capital e, por isso, estão a entregar ao Grande Capital, negócios de grande rentabilidade futura, numa conjuntura em que Portugal irá receber de Bruxelas (III QCA) um volume de investimento para os próximos 7 anos muito superior ao que dispôs para o periodo 1986-1999, ou seja durante os primeiros 14 anos de integração na EU, no minimo, é muito estranho!
A Zona, 12 Julho 2000
Será o PS um partido de esquerda? Será o PSD um partido de direita? Não serão eles muito iguais?
“ 1 de Janeiro de 1998 “
“Há três anos atrás, após dez anos de afastamento do Poder, os partidos socialistas colocaram de parte divergências e decidiram negociar uma plataforma de entendimento visando as eleições legislativas de 1995.
Depois de dúvidas pautadas por avanços e recuos, saiu finalmente fumo branco da sede do Largo do Rato. O dono da casa, o PSC – Partido Social Católico, juntava finalmente à sua volta o PS-AR – Partido Socialista Antifascista e Republicano e o PS/EML – Partido Socialista Ex-Marxista Leninista.
A acta que selou o feliz matrimónio foi assinada em sessão pública realizada no Coliseu dos Recreios e foi subscrita por António Guterres em nome do PSC, por Manuel Alegre em nome do PSAR e João Cravinho em nome do PS/EML. O PSC fez-se representar pela nata dos seus dirigentes com destaque para Sousa Franco e Maria de Belém, o PSAR aplaudiu entusiasmado pelas mãos de Jorge Lacão, António Campos e Narciso de Miranda, o PS/EML, apostou na presença das suas figuras mais mediáticas que representavam também momentos diferentes da dissidência comunista – Brederode Santos, José Magalhães e Pina Moura.
Semanário 11 Janeiro 1997
Carlos Abreu Amorim *
Interrogo-me, muitas vezes, acerca das razões que dificultam a existência efectiva de um pensamento liberal em Portugal. Até conheço muita gente que se diz liberal.
Mas, salvo algumas honrosas excepções, transmitem-me a sensação que se trata apenas de uma afirmação de princípio, abstracta, indeterminada e propositadamente ambígua, ocasionalmente, seguida de um mais do que irritante aviso: “ Mas, atenção, também sou a favor do social “, dando voz à visão “ politicamente correcta “ da pretensamente lendária e feroz oposição entre as ideias liberais (selvagens , frias e egoístas) e as preocupações de índole social (bondosas, caridosas e altruístas, isto é, “ humanas”.
Pior ainda, são os que se afirmam liberais mas constantemente confundem liberalismo com uma espécie de “ snobismo “ sobranceiro, e não apenas no plano no plano intelectual. Falo de pessoas com responsabilidades, entre nós, na inclusão das ideias liberais numa espécie de beco ideológico, vagamente esotérico, como se fosse um conhecimento apenas alcançável por um conjunto restrito de iluminados previamente iniciados em misteriosas práticas de raízes anglo-saxónicas.
Mas a grande questão é saber se existe uma oposição de princípio entre as tradicionais formas de estar e ser português e o núcleo duro da ideologia liberal. Se partirmos do pressuposto que o liberalismo assenta numa visão integral do indivíduo, numa particular concepção da interligação deste com o mundo e numa clara delimitação do papel do Estado face às pessoas e às instituições, podemos chegar a conclusões desconfortáveis.
Numa primeira análise, obviamente superficial, existe um percurso existencial colectivo em Portugal que se confronta com os valores da Liberdade e da Responsabilidade e favorece o dirigismo, a desculpabilização, o conforto da subjugação, enfim, a remissão de todos os nossos pecados para uma entidade que hoje é o Estado.
Daí, decorre o parâmetro comportamental mais relevante nos portugueses, independentemente do seu grau de cultura política, que é o medo da mudança, o pânico da alteração dos seus paradigmas existenciais, ainda que nos seus pormenores mais mínimos. Para além daquilo que diz ser, todo o bom português se sente um conservador no mais íntimo do seu ser.
Melhor do que ninguém, os políticos notaram essas características. Raríssimos são os que se assumem como liberais ou reconhecem o peso dos valores liberais em algumas das suas iniciativas – mesmo quando estas são de um liberalismo evidente.
Veja-se o presente Governo. No caso RTP, nos contratos da função pública, nos institutos públicos, ainda que as suas propostas sejam marcadamente “ liberais “, ai de quem afirmar essa impiedosa expressão para definir essas iniciativas!
Com temor de má palavra, refugiam-se em argumentos exclusivamente pragmatistas, fugindo a uma elaborada e segura argumentação política e ideológica.
A consequência é que, sem o suporte da ideia, aos olhos do observador comum, essas acções podem parecer desgarradas, precipitadas e, até caprichosas.
Tenho a esperança de que tudo isto seja, principalmente, uma questão de geração.
Noto, por todo o país a formação expontânea de grupos de acção e discussão liberais, protagonizados por gente nova nos modos, e nas ideias, e na forma de serem portugueses.
Destaco, como exemplo, para além daquele que ajudei a fundar, o movimento “Causa Liberal”, que faz adivinhar um futuro mais confiante para a divulgação das ideias liberais em Portugal.
O segundo artigo que se transcreve, em minha opinião está muito bem escrito, e parece-me que defende pontos de vista muito defensáveis.
Na realidade julgo ser possível conciliar as técnicas de gestão e economicistas mais “ evoluídas “ com uma certa preocupação do “ social “ .
Mas não é bem esse o meu objectivo, pelo que corrigirei sempre qualquer desvio, no sentido de aprofundar o conhecimento geral do significado de certas palavras e expressões no entendimento da nossa população.
“PAÍSES QUE DESCOLARAM, NÃO SEGUIRAM AS RECEITAS NEOLIBERAIS DAS INSTTITUIÇÔES DE BRETTON WOODS “
Semanário 31 Maio 2002
“PAÍSES QUE DESCOLARAM, NÃO SEGUIRAM AS RECEITAS NEOLIBERAIS DAS INSTTITUIÇÕES DE BRETTON WOODS “
Semanário 31 Maio 2002
“ O Mundo está dominado pelos interesses financeiros “
“ Em entrevista ao PÚBLICO, René Passet chama a atenção para o facto de os valores do mercado não serem “neutrais“. A substituição de uma racionalidade financeira por uma racionalidade que tenha em conta as finalidades humanas é considerada possível e necessário“
Público-Economia 17/06/02
PALAVRAS E EXPRESSÕES
A nossa preocupação, vai acima de tudo na procura do exato significado de várias palavras ou expressões que, por muito utilizadas, deveriam ter um significado mais transparente, logo menos dúbio, de maneira a produzirem junto dos milhões de consumidores de informação um estado de alma mais impregnado de tranquilidade e, sobretudo, isento de desconfiança.
Exemplificando: NEOLIBERALISMO
“ O chavão”
NEOLIBERAL transformou-se num insulto ideológico. Quem insulta fica satisfeito, quem é insultado não percebe o que lhe chamaram.
“ HÁ UMA FORMA PREFERENCIAL de atacar o processo de reformas que o Governo procura levar a cabo. Por um lado, usa - se o chavão «neoliberal». Serve para diminuir a dimensão social das reformas e para apoucar o adversário político. Por outro lado, invoca-se a globalização. A globalização é apresentada como a culpada do sentido reformista que está a ser seguido e as reformas são más porque o Governo «aderiu» à globalização. Neste âmbito usa - se ainda o subargumento de que os sacrifícios que estão a ser pedidos apenas se justificam por causa das exigências da União Europeia, relativamente ao nosso défice. É o efeito global à escala regional. Vamos por partes. O chavão neoliberal quer dizer tudo e não quer dizer nada. É usado a torto, e a direito, quase sempre quando quem o usa não sabe o que dizer sobre a medida concreta que está a criticar. Na cultura política atual há uma lei: quem não sabe como atacar um adversário político chama-lhe neoliberal (...) A questão merece algum cuidado porque o chavão tem repercussões no imaginário coletivo. Soa a insensibilidade social, redesperta medos de desproteção numa sociedade muito concorrencial, simboliza um mundo árido, de pequenas grandes conquistas e oportunidades, é certo, mas sem ideal.
O melhor combate a este chavão é, em primeiro lugar, forçar quem o utiliza a explicá-lo. Sempre que alguém chama neoliberal a alguém deve ser obrigado a explicar o que quer dizer. É certo que meterá os pés pelas mãos, ou, na melhor das hipóteses, dará uma explicação redonda, ela própria um chorrilho de chavões.
Em segundo lugar, o combate ao chavão deve ser feito no terreno específico de cada reforma. A abstração e a generalidade são as ambientes propícias para o chavão. A discussão do racional de cada reforma é a asfixia do chavão.
A lógica predadora da globalização é a outra dimensão do ataque. No fundo, diz-se, a globalização é um produto do tal neoliberalismo, não fosse o neoliberalismo não haveria globalização, ou haveria uma outra globalização, boa e não má. Este ponto é muito sensível, uma vez que a globalização tem vindo a agudizar o ritmo e a tensão concorrenciais no mundo e os seus efeitos na vida das pessoas e nas relações entre povos não podem deixar de merecer um enfoque privilegiadamente social e humanista. O problema, no entanto, é outro: as reformas em curso em Portugal não são, no essencial, provocadas pela globalização, mas sim pelos mais sãos princípios de convivência em sociedade (evitar o desperdício público respeitar os cidadãos que pagam impostos, criar um ambiente favorável à produtividade de todos e não apenas dos mais esforçados ou combativos, exigir qualidade nos sistemas sociais, exigir dos nossos jovens, respeitar o direito de propriedade no caso do arrendamento, etc.). Portugal está a fazer um caminho em que se atrasou demasiado. Portugal tem um problema consigo mesmo que está a resolver.
Por outro lado, é certo que o ambiente exigente em que estamos inseridos, ao querer partilhar o destino e as regras do jogo com as nações mais avançadas do mundo, sublinha a necessidade de reformas. Só que seria uma insensatez, estando o mundo como está e não esperando a Europa por nós, não nos adaptarmos à lógica das coisas.
Faz sentido, lutar por uma globalização mais humana, claro que faz, mas, não faz de todo sentido esconder a cabeça debaixo da areia e não fazer as mudanças que nos permitem enfrentar a circunstância – global, concorrencial – tal qual ela é. Não há aqui qualquer fatalismo, apenas bom senso. Lutar por um mundo melhor, certamente; agarrarmo-nos fora de tempo a um mundo irreal que não existe, de modo nenhum.
Expresso 10 Agosto 2002
PALAVRAS E EXPRESSÕES
A nossa preocupação vai acima de tudo na procura do exacto significado de várias palavras, ou expressões que, por muito utilizadas, deveriam ter um significado mais transparente, logo menos dúbio, de maneira a produzirem junto dos milhões de consumidores de informação um estado de alma mais impregnado de tranquilidade e, sobretudo, isento de desconfiança.
Exemplificando: IDEOLOGIAS E DESENVOLVIMENTO
“ O valor das ideologias “
“Cá pelos nossos lados a discussão das ideologias é recorrente. Vai, que não vai, salta para a ordem do dia. Quase sempre para apaziguar as angústias dos socialistas. Mas, agora, é mais sério. O PS vê as barbas do PCP a arder e trata de pôr as suas de molho. Só que a questão para os socialistas é mais complicada. Mário Soares, por ventura o mais “ousado” de todos em questões “ideológicas”, abriu o caminho mantendo cautelosamente o socialismo na gaveta. Guterres fez o resto. Deu no que todos sabemos. Apesar disso, Soares acaba de presentear-nos com mais uma das suas achegas ideológicas. Historicamente de fim de percurso e residual na essência (Expresso, 04.08). Os socialistas são filhos transviados de boas famílias ideológicas. Excelentes pensadores, invulgares humanistas. Mas as modernas gerações já não recordam sequer os nomes dos avós e não sabem onde pára a herança, que agora parece fazer-lhes falta. Venderam as jóias mas querem continuar a exibir os pergaminhos. Dizem-se socialistas com o mesmo despudor e falta de senso com que os renovadores se dizem comunistas. Nada de novo, porém. O socialismo que o “ideólogo” Soares meteu na gaveta era, já então, uma mera ficção. Eram os primórdios, de um pragmatismo oportunista e eleitoralista perfeitamente insultuosos. De fazer dar voltas na cova a todos os ícones socialistas. O PS passou a ser, como todos os seus congéneres, apenas, uma máquina de guerra no assalto ao poder. Para nada, afinal. A discussão ideológica mudou-se para restritos clubes de gente bem mais dados aos prazeres da discussão e da especulação do que aos destinos da governação, que sabem (hoje) não passar por aí. Perdido o poder, sem ideias, e fustigados por uma prática que quase os destruiu os socialistas andam, agora, à procura de referências e não as encontram. Não admira que andem atarantados. Viram o PCP desfazer-se. Saltaram para a oposição e ninguém tem saudades deles no governo. A sua verdadeira ideologia é a procura do caminho mais curto de regresso ao poder.
Mas para lá chegarem precisa de publicitar uma qualquer banha da cobra. Lembraram-se agora, (alguns) da velha ideologia. Mas estão desacreditados de mais para serem levados a sério e falta-lhes a lata dos renovadores. Talvez por isso a grande maioria evite falar de socialismo e se limite a reclamar-se de “esquerda”. O que tem, pelo menos, uma vantagem: demarcam-se por simples exclusão de partes. Não precisam de ideais ou ideologias
Correio da Manhã 6 Agosto 2002
PALAVRAS E EXPRESSÕES
A nossa preocupação vai acima de tudo na procura do exato significado de várias palavras, ou expressões, que, por muito utilizadas, deveriam ter um significado mais transparente, logo menos dúbio, de maneira a produzirem junto dos milhões de consumidores de informação, um estado de alma mais impregnado de tranquilidade e, sobretudo, isento de desconfiança.
Exemplificando: "SOCIEDADES SECRETAS"
”O Primeiro-ministro britânico Tony Blair, propôs recentemente a divulgação dos nomes de magistrados, militares e polícias associados a organizações secretas, como por exemplo a maçonaria. A proposta de Blair faz um certo sentido. Numa sociedade aberta e democrática, como são hoje praticamente todas as sociedades ocidentais, haverá razão para a existência de associações cujos membros não se dão a conhecer? O facto de esses elementos, sobretudo aqueles com responsabilidades elevadas no Estado, como os magistrados, poderem ter obediências não conhecidas, não acaba por lhes conferir vantagens ou possibilidades superiores (ou, pelo menos, desiguais) às dos seus colegas que não contam com as mesmas fidelidades?”
Expresso – Henrique Monteiro