“O salário médio dos trabalhadores da RTP é superior a 40 mil euros brutos por ano”, no Diário Económico online.
E o salário mediano?
Insurgente
CONFRARIA DE S.MIGUEL
Em todas as celebrações é rezada por todos os fiéis a Oração a São Miguel Arcanjo,
composta pelo Papa Leão XIII.
“São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, cobri-nos com vosso escudo contra os
embustes e as ciladas do demónio. Subjugue-o, Deus, instantemente o pedimos, e vós,
Príncipe da Milícia Celeste, pelo divino poder precipitai no inferno a satanás e aos
outros espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.
VITRAIS DE EDUARDO NERY, na Igreja de S. Miguel em QUEIJAS
Descrição: O Estreito de Bering é a ligação mais estreita entre o continente asiático e americano. Tem 85 quilômetros de comprimento e liga o Cabo Dezhnev, o ponto extremo da Ásia ao Cabo Prince of Wales, o ponto extremo da América.
O estreito recebe esse nome em homenagem ao explorador dinamarquês Jonassen Bering que atravessou o estreito em 1728. O estreito une o Mar de Bering, que é parte do Oceano Pacífico, ao Mar Chukchi, que faz parte do Oceano Ártico.
Existem várias idéias de se construir uma ponte ligando os dois continentes sobre o estreito de Bering, mas até agora do ponto de vista técnico e económico seria inviável.
Coordenadas: 65.801010, -169.071706 (Latitude, Longitude)
Cidade: Alasca
País: Estados Unidos
Enviado por: lizandro
![]() | ![]() | Empresas públicas tinham dívidas de 38 mil M€ em 2010 O passivo das 77 empresas do setor empresarial do Estado ascendia em dezembro de 2010 a 38 mil milhões de euros, representando mais de 70 por cento dos ativos dessas empresas, segundo o Anuário do Setor Empresarial do Estado 2010, patrocinado pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas e pelo Tribunal de Contas. |
A hipótese tradicional propõem que o ser humano chegou ao continente americano atravessando uma ponte de gelo ou terras emersas na região do Estreito de Bering, entre os atuais Estados Unidos e Rússia.
Segundo essa hipótese, alguns cientistas afirmam que a chegada dos primeiros grupos teria acontecido há cerca de 20 mil anos, durante a última glaciação, época em que a temperatura do planeta esteve extremamente baixa e as geleiras avançaram dos pólos em direção ao equador.
Esses primeiros ocupantes da América, que teriam vindo das atuais Mongólia e Sibéria, na Ásia, seriam caçadores e estariam perseguindo suas presas quando fizeram a travessia para a América do Norte. Tudo indica que, naquele momento, o nível do mar estava aproximadamente 150 metros mais baixo do que atualmente, formando assim uma sólida faixa de gelo. Essa camada de gelo teria se desfeito quando a temperatura do planeta subiu, dando origem ao atual Estreito de Bering.
A migração de seres humanos através do Estreito de Bering não pode ser descartada, mas é provável que tenham existido outros caminhos. É possível também que homens e mulheres tenham chegado ao continente americano muito antes dessa data.
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PIODÃO E SERRA DO AÇOR
«UM PASSEIO PELA SERRA EM FLOR»
2002 - Maio
Na manhã de sábado, de 11 de Maio de 2002 partimos em direcção à jóia da Serra do Açor, o Piódão - uma das dez Aldeias Históricas de Portugal. Seguimos pela IP3 até a cortada para Arganil, passamos por Coja e depois pela estrada bem sinalizada até o Piódão.
As estradas sinuosas e estreitas serpenteiam as encostas xistosas da Serra do Açor, onde as quelhadas (1) protegem a terra das intempéries. Nesta época do ano, a primavera, cobertas por um manto de flores, onde sobressai a coloração amarela das Giestas, Tojos e Carquejas e o lilás das Urzes. As rochas estão salpicadas por líquens e musgos de cor verde oliva. Ao longe vemos manchas de pinheiros, carvalhos e castanheiros. São frequentes as ruínas do que outrora foram casas de xisto de agricultores. Abandonadas e desgastadas pelo tempo, são hoje apenas parte da paisagem. Imagino os jovens migrando para as grandes cidades em busca de uma vida melhor, abandonando a pastoricia e as actividades artesanais, ligadas sobretudo à floresta.
No meio das exuberantes escarpas e vales profundos situam-se pequenos povoados que se fundem na paisagem. Rasgando os céus encontrará o Açor, uma ave de rapina que deu nome a esta maravilhosa e colorida serra. Corujas do mato e gaviões também são habitantes locais. O Javali e a geneta são exemplos dos mamiferos de grande porte que habitam a região.
Depois de hora e meia passeando pela Sera, encontramos o Piódão no seu ninho de verdura, tal uma tela cubista imobilizada no tempo. Talvez por causa das distâncias ou das dificuldades de acesso, a matéria prima utilizada na construção da aldeia é predominantemente. o xisto local, que aparece também no pavimento das arruelas. Os telhados são feitos em Ardósia.
Esta a ser feito um grande trabalho de recuperação. Parece-me, no entanto, que falta ainda um pouco de cuidado para com os pequenos detalhes como as antenas de televisão, os cabos de energia e os restos de entulho nas ruas. É de desejar, sobretudo numa região do interior, que as pessoas se conscientizem da importância do turismo para a economia local, compreendendo que quem tem um bem inestimável de tão grande beleza arquitectónica tem o dever de o preservar e melhorar.
Ficamos tristes de ver o dia acabar, mas certos de que quem visita o Piódão e a Serra do Açor com certeza voltará sempre. Deixamos-lhe umas informações fornecidas pelo turismo.
Esperamos que tenham gostado tanto quanto nós.
Texto: Leonardo Opitz e Gerard Durand / 2002
Fotografia: © Gerard Durand e Leonardo Opitz / 2002 Maio
Ser e Ler Miguel Torga
O tempo reflecte-se na obra de Torga sobretudo na proporção da resistência ao que ia sentindo à sua volta e o agredia. A infância numa aldeia serrana, bela mas áspera, marcou-lhe profundamente as voltas e revoltas do sangue feito escrita, um modo corajosamente assumido de ser, essa linguagem que em todos os livros de verso e de prosa se nos depara como um excesso original, isto é, da sua condição. Esta circunstância, esta oposição a uma teia de regras e convenções que o neutralizariam, no seu entender, esta consciência revertida ao esplendor de si - eis o que sustenta a sua poderosa mensagem literária, mas igualmente o que para um certo hegelianismo que paira sobre o quadro dos nobelizáveis e algum preciosismo de contornos na mira de alguma crítica literária, embora pouca, lhe vem afectando melhor recepção. O autor de «Orfeu Rebelde», avesso a modas e homem de rupturas, não se terá importado muito com isso e Fernão de Magalhães Gonçalves, apesar de se insurgir contra a desatenção-mor, estuda-lhe a obra como quem cultiva um pomar.
De resto, Miguel Torga, além de muito galardoado e estudado, continua a ser um dos escritores contemporâneos mais conhecidos, se não o mais conhecido, de norte a sul do país.
Fernão de Magalhães Gonçalves inicia a primeira edição de «Ser e Ler Miguel Torga» com um retrato que começa assim: «Toda a vida humana é uma história da infância». É-o de facto numa perspectiva freudiana que em Torga nos impõe especialmente ter em consideração os anos passados em S. Martinho da Anta, seguidos aliás de uma adolescência «precocemente dura e brutal, humilhante, permanentemente instável». Daí a recusa do conformismo e a vontade de «ser livre, mais propriamente do que feliz», as quais, favorecidas sem dúvida por algum condicionalismo genético, exprimem aquilo a que o autor deste livro chama lapidarmente «uma força natural, indomada, selvagem» que o leva a falar da sua terra como irmão de urzes e fraguedos (Torga é precisamente uma raiz encorpada e rija da urze), assumindo a sua obra uma «feição anárquica e herética».
Muito próximo de um Nietzsch que diz: «não há grandeza senão na liberdade com que o homem constrói para si, na luta e na angústia, um destino consoante a sua envergadura», mas também do existencialismo como, por exemplo, o de Sartre que em «La Nausée» (1938) afirma que nenhum ser pode explicar a sua existência, pois tudo é gratuito: lançado na existência sem o seu consentimento, o homem está condenado a ser livre.
Dois anos antes, Torga escrevera sobre o seu nascimento em «O Outro Livro de Job» (que F. de M. Gonçalves diz ser justamente considerado «um dos mais significativos livros de poemas que se publicaram na Europa do século XX»): «Por mim / ainda disse que não».
Mas, uma vez lançado no mundo sem o seu consentimento, constrangido a ser livre, usa da liberdade soberanamente («O que sou é o que serei», «o dono das minhas horas».). Como Sartre entende que a vida não tem sentido, é uma cena triste, mas: «Ninguém pense que vou desanimar!»; «Serei / o verdadeiro sabor do meu banquete» - acrescenta numa dolorosa e altiva afirmação do eu emparedado, auto-suficiência que psicologicamente sempre o marcará, por mais aberturas ao exterior que se lhe deparem sobre a natureza dos problemas sociais, o que conduz F. de M. Gonçalves a senti-lo alojado na sua própria contradição.
A presente obra junta «Ser e Ler Miguel Torga» e «Ser Torga», este um livro publicado em 1992 com os cuidados de Manuela Gonçalves, mulher do autor que a morte surpreendeu em Seul, na Coreia do Sul (1988), onde no ensino universitário exercia as funções do Leitorado, divulgando a língua e a cultura portuguesa. Torga tinha desaconselhado a edição conjunto ao seu particular amigo.
A biografia (parabiografia lhe chama o autor, dado o seu carácter ensaístico) fecha com a data de 1985, ficando por historiar e comentar a década seguinte (Torga morre em 17 de Janeiro de l995) - lacuna de que os admiradores de um e outro escritores se desgostam naturalmente, embora a escrita do mestre estivesse praticamente encerrada: os Diários XIV, XV e XVI, de 87, 90, e 93, respectivamente, têm o sabor de um acerto final de contas consigo e com o mundo.
Atente-se no penúltimo texto do « Diário XVI» em que este é tomado como «um estendal de dúvidas e gemidos», «gritos de alma irreprimíveis dum mortal que torceu mas não quebrou».
E leia-se agora o antepenúltimo desabafo de «Diário XV»: «Por mim, que tenho o tempo cumprido, apenas posso bendizê-la (a hora da esperança) e guardá-la ciosamente no cofre do espírito ao lado de outras igualmente significativas que, às vezes a contragosto, o impressionaram e enriqueceram. Sou um tombo de vivências».
A este tombo, que Torga sempre foi, recorre avidamente a F. de M. G. para avivar os vectores essenciais ou estruturais daquilo que ele designa por teologia, filosofia e sociologia neocomunitarista de «raiz anarquista» - um neocomunitarismo anarquista algo semelhante ao de outro poeta, Teixeira de Pascoais, que lhe é próximo pelo lugar de nascimento e enquadramento de serranias.
Trata-se de um notável trabalho hermenêutico, porventura o mais importante e completo que até esta data se escreveu sobre o autor dos «Bichos» na categoria dos quais o mesmo autor se inclui, quando escreve: «Bicho instintivo que adivinha a morte.».
Se neste livro a parte «Ser Torga» põe à vista um feixe abundante de obstinadas raízes, «Ler Torga» põe à vista um feixe abundante de obstinadas raízes, «Ler Torga« mostra-nos o labor de quem perscruta o «Júbilo da Seiva» de uma árvore total, batida pelos vendavais, mas erguida, erguendo-se, livre e tenazmente, como o bicho Vicente, a lição máxima que Torga nos deixou.
Vila Real, Junho de 1998
in Ser e Ler Miguel Torgade Fernão de Magalhães Gonçalves
Conheci Miguel Torga em Coimbra. Encontrava-o muitas vezes no eléctrico carreira nº 3, quando ambos regressávamos dos nossos respectivos trabalhos, nos anos 70, rumo à parte alta da cidade. |
FÉRIAS PAGAS
Léon Blum
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Léon Blum (Paris, 9 de abril de 1872 — 30 de março de 1950) foi um líder político socialista francês. Ocupou o cargo de primeiro-ministro da França.
Dirigente da Secção Francesa da Internacional Operária(SFIO, partido socialista), presidente do Conselho de Ministros francês por 3 vezes: em 1936-1937, em 1938 e em 1946. Marcou a história politica francesa por ter recusado a adesão à III Internacional comunista em 1920 e por ter presidido ao governo da Frente Popular em 1936. Em virtude de compromissos internacionais, recusou ajudar os combatentes republicanos espanhóis durante a Guerra Civil de Espanha. As reformas levadas a cabo no seu segundo primeiro governo marcaram socialmente a Europa, nomeadamente a atribuição do direito a férias pagas, as primeiras mulheres a exercerem funções governamentais, fixação da jornada de trabalho, etc. Foi o primeiro judeu e o primeiro socialista em França a ocupar o cargo de primeiro-ministro.
Desafio António José Seguro a renunciar ao cargo de deputado e a retirar a confiança política a todos os ex-governantes da bancada do PS que duplicaram a dívida pública, entre 2005 e 2011, de 80 mil milhões para 160 mil milhões.
Blasfémia (português europeu) ou Blasfêmia (português brasileiro) é a difamação do nome de um ou mais deuses. Isto pode incluir o uso de nomes sagrados em expressões vulgares ou imprecações, sem a intenção de rezar, ou falar de assuntos sagrados sem o devido respeito. Às vezes a palavra blasfémia é usada para significar qualquer insulto religioso.
Num sentido mais amplo, blasfémia é a irreverência para algo considerado sagrado ou inviolável. Neste sentido o termo é usado por Sir Francis Bacon em Advancement of Learning, quando ele fala de "blasfémia contra aprender."
Muitas culturas desaprovam a fala ou a escrita que difama o deus ou deuses da sua religião, e em alguns países onde tal religião é predominante estas restrições podem ter força de lei.
"Sugerir receitas é fácil, encontrar um entendimento com as pessoas é difícil", admitiu o ministro das Finanças, num debate em Washington, a propósito das reuniões anuais entre o FMI e o Banco Mundial.
Mas continuar a comunicar com os cidadãos foi a única solução referida por Vítor Gaspar para garantir que Portugal consegue evitar o caminho da Grécia. "Temos sempre trabalho em construção, temos de continuar a comunicação e construir o consenso politico", disse, quando confrontado com a possibilidade da contestação social se adensar ao longo do próximo ano, dificultando a implementação das medidas de austeridade que estão definidas.
O ministro das Finanças português sublinhou ainda que é determinante implementar reformas estruturais, pois só assim será possível retomar o caminho do crescimento. Essa é, aliás, uma condição de "sucesso do programa português".
Económico
NÃO SE PODEM ESQUECER ....
“O salário médio dos trabalhadores da RTP é superior a 40 mil euros brutos por ano”, no Diário Económico online.
E o salário mediano?
Insurgente
CALAI-VOS MENTES CORPORATIVAS E TRAVAI O VOSSO INSTINTO DESREGRADADO E OLHAI A
PEQUENEZ DO SER HUMANO!
Maremoto visto de dentro de um carro ou da janela do quarto!
http://www.youtube.com/watch_popup?v=IQqmp9OOE1E&vq=medium
Clicar acima
"Segundo o FMI, em 2011 a Grécia será o segundo país mais endividado do Mundo (165,6%). Portugal é o quinto (106,0%). Mas, se incluirmos as dívidas das empresas públicas, os custos das ruinosas-parcerias público-privadas e outros buracos escondidos, Portugal é um candidato ao terceiro lugar, ultrapassando a Itália (121,1%)."
Correio da Manhã 25-09-2011
Os Pobres ( I )
" ... ó geração de vapor e de pó de pedra, macadamizai estradas, fazei caminhos de ferro, construí passarolas de Ícaro, para andar cada qual mais depressa, essas horas contadas de uma vida toda material, massuda e grossa como tendes feito esta que Deus nos deu tão diferente daquela que hoje vivemos. Andai, ganha-pães, andai : reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai - No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana ? Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico ? [ ... ] cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis. "
Almeida Garrett, in " Viagens na Minha Terra ", ( 1843 )
Um moinho é uma instalação destinada à fragmentação ou pulverização de materiais em bruto, especificadamente grãos de trigo ou de outros cereais, por meio de mós. Há dois grandes grupos de moinhos tradicionais, que se classificam pela fonte da energia utilizada para fazer mover a mó:
Um moinho é uma instalação destinada à fragmentação ou pulverização de materiais em bruto, especificadamente grãos de trigo ou de outros cereais, por meio de mós.
Além desses, também existem ou existiram moinhos movidos a tração animal (atafonas) ou a eletricidade.
A tecnologia dos moinhos foi, por vezes, adaptada para fins bem diferentes dos originais. Na Holanda, por exemplo, o célebre moinho de vento foi, na maioria dos casos, utilizado para acionar bombas hidráulicas movidas a energia eólica, construídas para drenar a água das chuvas para o mar. Atualmente a drenagem, na Holanda, é efetuada por motores elétricos que acionam bombas tipo Parafuso de Arquimedes.
O termo "moinho" deriva do latim molinum, de molo, que significa moer, triturar cereais ou dar à mó. O moinho de água apareceu no século II d. C. com os gregos e os romanos, que depois o espalharam pela Europa. Serviam, como indica a sua etimologia, para moer cereais e transformá-los em farinha.
É um engenho muito simples e que foi utilizado durante praticamente dois milênios, permanecendo ainda em uso, embora tendencialmente decadente, no século XX.
Nos tempos atuais os Moinhos de trigo são movidos por energia elétrica. O equipamento que fragmenta os grãos chama-se banco de cilindros. Cada banco de cilindros possui dois lados, cada um desses lados possui um par de rolos cilíndricos que trabalham em rotações contrárias. Os grãos caem entre esses rolos e são triturados/esmagados.Esse produto então após moído é conduzido a peneira. O produto mais fino obtido dessa peneiração é denominado farinha de trigo, o produto que não passa na mesma é então reconduzido a outro lado de um banco de cilindros ao qual o processo é repetido. Após diversas moagens e peneirações o que sobra é o farelo de trigo, que é um produto que será vendido, na maioria das vezes, como componente para ração animal.
O bailinho da Madeira O procurador-geral da República quer investigar a Madeira por alegados crimes de violação de normas de execução orçamental. Não duvido do sucesso da empreitada: Pinto Monteiro é sempre uma garantia de resultados. Mas não estará o sr. procurador-geral a ser demasiado modesto na sua ambição?
Por:João Pereira Coutinho, Colunista
Segundo lista divulgada pelo ‘DN', o descalabro da Madeira não foi coisa solitária. Foi uma marcha ruidosa para o abismo que o Tribunal de Contas foi avisando a quem de direito. A lista inclui - e cito - dois Presidentes da República; três primeiros--ministros; quatro ministros das Finanças; três presidentes da Assembleia da República; dois presidentes do Supremo Tribunal; três presidentes do Tribunal Constitucional; sem contar com dois procuradores-gerais, sendo Pinto Monteiro um deles. Investigar a Madeira é investigar um regime inteiro que permitiu, por cegueira ou incompetência, o bailinho do dr. Jardim. Vamos deixar passar esta linda brincadeira?
O conselheiro de Estado esteve quinta-feira no Clube dos Pensadores, em Gaia, e a omissão de dívidas públicas na Madeira foi levantada quer pelo público, durante o debate, quer pelos jornalistas, no final.
Bagão Félix recordou que, em «Setembro de 2009, em véspera das eleições», o Governo de José Sócrates apontava o défice para os cinco por cento.
«Eu até fui a uma das televisões fazer umas contas e chegava a nove por cento, com os números que tinha em casa, e afinal ficou em 10,1 por cento. Ou seja, como é que de Setembro para Dezembro duplicamos o défice?», questionou.
É por isso que, na opinião de Bagão Félix, «esta questão [da Madeira] deve ser posta no mesmo plano até porque se estava também, curiosamente, numa véspera de realização de eleições».
Questionado pelos jornalistas sobre esta comparação, o ex-ministro respondeu que «as questões são relativamente semelhantes».
«Em 2009 estava-se a falar de um défice de cinco por cento quando toda a gente sabia que ele ia ser de nove ou dez. Simplesmente aí foi não uma desorçamentação, mas o passar para o fim, para o depois das eleições, o conhecimento dessa verdade», afirmou.
Bagão Félix ressalva, no entanto, que «apesar de tudo é um pouco diferente».
«Em todo o caso, uma das situações, seja ela qual for, não justifica a outra e portanto qualquer uma das duas tem o seu sentido inadequado», condenou.
Para o conselheiro de Estado, a situação na Madeira «é uma anomalia e uma irregularidade grave», considerando que não é só culpa do Governo Regional, mas é também «a falência da capacidade de controlo e fiscalização do Estado».
«Hoje li num jornal que grande parte destas questões terão sido descobertas pelo facto da troika estar neste momento nos bancos e nos bancos é que viram que havia lá situações de créditos desta natureza. Provavelmente, senão fosse a troika, não se tinha visto, o que mostra bem que o Estado está desarmado», alertou.
Bagão Félix observou por isso que «é uma lição para a Madeira, mas é também uma lição para um Estado».
«O Estado português quer fazer tudo e às vezes faz tudo mal e às vezes deixa-se levar por omissões», sublinhou.
O economista explicou ainda o que representam estes números.
«Estes cerca de quase dois mil milhões que até agora foram detectados de situações que não estavam contabilizadas num perímetro orçamental correspondem a cerca de 35 por cento do PIB da Madeira, no fundo, o que está em causa é mais de um terço do PIB da Madeira», disse.
Lusa/SOL
DE CAVALEIRO ROMANO A APÓSTOLO DA GÁLIA
Não podemos dizer que a vida de São Martinho «se perde na noite dos tempos», porque este santo, nascido em território do império romano - Sabaria na antiga Panónia, hoje Hungria, entre 315 e 317, foi o primeiro santo do Ocidente a ter a sua biografia escrita por um contemporâneo seu - o escritor Sulpício Severo.
Martinho era filho de um soldado do exército romano e, como mandava a tradição, filho de militar segue a vida militar, como filho de mercador é mercador e filho de pescador devia ser pescador. Martinho estudou em Pavia, para onde a família foi viver, e entrou para o exército com 15 anos, tendo chegado a cavaleiro da guarda imperial. Tinha a religião dos seus antepassados, deuses que faziam parte da mitologia dos romanos, deuses venerados no Império Romano, que, como é óbvio, variavam um pouco de região para região, dada a imensidão do Império. As Gálias teriam os seus deuses próprios, como os tinham a Germânia ou a Hispânia.
O jovem Martinho não estava insensível á religião pregada, três séculos antes, por um homem bom de Nazaré. Um dia aconteceu um facto que o marcou para toda a vida. Numa noite fria e chuvosa de Inverno, às portas de Amiens (França), Martinho, ia a cavalo, provavelmente, no ano de 338, quando viu um pobre com ar miserável e quase nu, que lhe pediu esmola e Martinho, que não levava consigo qualquer moeda, num gesto de solidariedade, cortou ao meio a sua capa (clâmide) que entregou ao mendigo para se agasalhar. Os seus companheiros de armas riram-se dele, porque ficara com a capa rasgada. Segundo a lenda, de imediato, a chuva parou e os raios de sol irromperam por entre as nuvens. Sinal do céu. Seria milagre?
Texto original de Maria Luísa V. de Paiva Boléo
A versão inicial deste texto foi publicada na revista Pública de 30 de Novembro de 1997. |
Em 1897, Paula Becker conheceu o pintor de paisagens Otto Modershon, que foi um dos funda dores, em 1889, com Fritz Mackersen e Hans am Ende, da colónia de artistas de Worpswede, perto de Berlim, numa povoação verdadeiramente campesina, para poderem sentir e pintar a Natureza, fugindo ao academismo e à pintora burguesa. O grupo de pintores e pintoras estava integrado na vida dos aldeões, com a sua religiosidade, trabalho e costumes. Aqui viveu Paula por alguns períodos da sua curta vida e isso é patente em várias telas e desenhos a carvão.
Paula pintava crianças, camponesas, jovens meninas, mulheres idosas, alguns velhos (os homens mais novos passavam o dia a trabalhar no cultivo das terras), paisagens e naturezas mortas.
A sua primeira exposição foi nesse ano de 1897, mas Paula Becker continuava na procura de algo mais e decidiu visitar museus em Viena, na Escandinávia e também na Suíça.Entretanto, os pais, conscientes de que a carreira de pintora era extremamente difícil para uma mulher (Paula tirara um curso de educadora entre 1893-95), sugerem-lhe que vá para governanta mas ela recusa liminarmente. Conhece, em 1898, a escultora Clara Westhoff e o grande poeta austríaco Rainer Maria Rilke e essa amizade irá perdurar para sempre. Rilke (1875-1926) teve grande influência sobre a maneira de encarar a vida de Paula Becker. Era, como muitos intelectuais da época, um homem preocupado com a morte, a pobreza e o misticismo. Ele próprio foi esporadicamente secretário de Rodin que, por sua vez inspira ao poeta novas formas de poesia. A concepção decadentista da vida, muito comum na época, fazem-no questionar o homem sem Deus e chega à conclusão de que só a criação poética o redime. Foi Rilke quem traduziu, em 1913, as célebres cartas da freira portuguesa Soror Mariana Alcoforado, mundialmente conhecida.
Paula expõe pela segunda vez em Bremen, em 1899. Faltava ainda uma etapa importante na sua vida - conhecer Paris capital da arte nessa época, onde afluíam pintores de todo o mundo. Ali chega no ano de 1900 e fica, fascinada. Passa horas no Louvre, percorrendo as imensas salas, deixando-se impressionar pór tudo o que vê. Milet, o pintor de temas populares e campesinos marcou-a muito. Paula arranja um pequeno estúdio onde pinta e tem como amigos Clara Westhoff - que tinha lições de escultura, com o mestre dos mestres de então - Rodin,
In Animais do Ártico, In Defesa dos animais
O ouro sempre representou a riqueza material para a humanidade, somente a poucos anos atrás ele passou a servir a tecnologia, mas anteriormente sempre foi associado ao luxo, a riqueza, e muitas vezes mesmo ao sagrado.
O ouro é conhecido desde a Antiguidade, sendo certamente um dos primeiros metais trabalhados pelo Homem. Conhecido na Suméria, no Egito existem hieróglifos egípcios de 2600 a.C. que descrevem o metal, que é referido em várias passagens no Antigo Testamento. É considerado como um dos metais mais preciosos, e o seu valor foi empregado como padrão para muitas moedas ao longo da história.
Na época das Grandes Navegações países como Espanha e Portugal eram considerados riquíssimos pois trouxeram bastante ouro da América recém descoberta, com o tempo porém esse ouro foi gasto... Interessante perceber que o ouro físico tem validade enquanto riqueza, mas pode ser vendido ou derretido para formar ligas metálicas, revestir micro peças de aparelhos eletrônicos, criar jóias, etc... Ou seja, até algumas décadas atrás a riqueza de uma nação era determinada principalmente por sua quantidade de ouro.
Com a Revolução Industrial e os automóveis e outras máquinas, o petróleo, também conhecido como Ouro Negro, surgiu como grande indicador da riqueza de um país, e em verdade até mesmo nos dias atuais ele é uma das riquezas mais procuradas em todo mundo. Não é nada surpreendente que naçoes pseudo-ditatoriais se sustentem a base da venda de seu petróleo, enquanto ganha a promessa de seus compradores fazerem "vista grossa" para quaisquer tipo de atrocidades ocorridas em suas fronteiras. Mesmo até hoje guerras são feitas em nome do petróleo, ou seja, é a mesma história de sempre: guerras pelo domínio de riquezas.
Mas interessante também é que a modernidade nos trouxe um conceito antigo, mas aplicado de forma globalizada: a Lei da Oferta e da Procura. Baseado nela os mercados deixaram de serem feitos nas praças das cidades, e para atender a nova Era da Informação, evoluiram a Bolsas de Valores, que hoje são operadas online de praticamente qualquer parte do mundo. Hoje, as riquezas, o ouro, o ouro negro, o potencial de uma empresa, e muitas coisas mais as quais o homem sempre conferiu valor material se transformaram em números na tela de um monitor... Em números que percorrem telejornais nos quatro cantos do planeta, que trafegam como bits de informação em homebankings pela internet, que aparecem impressos em quase todos os jornais.
O que determina se esses números sobem ou descem? O que determina o valor das riquezas e do ouro? Ora, a Lei da Oferta e da Procura... A diferença é que, tanto a Oferta quanto a Procura hoje em dia são essencialmente virtuais, são essencialmente baseadas no "ânimo" dos mercados, na "análise sábia" dos Gurus da Economia e, em última instância, na "astúcia" dos especuladores!
Ora, qualquer semelhança entre o Culto ao Ouro e o Culto ao Deus dos Homens não é mera coincidência. Tanto em um como em outro, é o próprio homem quem determina o valor de seu deus. Em ambos, uma dada doutrina ou teoria é somente valorizada pela quantidade de seguidores que lhe adere, assim como a altura e riqueza de seus Templos. Em ambos, temos Gurus e Profetas afirmando trazerem "segredos dos céus" e ditando o Futuro Certo e a sua Verdade Absoluta. Enfim, tanto em um como em outro, estamos falando essencialmente da fé em seu próprio deus, nunca o Deus de Todos, pois esse Ouro não se reparte.
Assim como o investidor tem fé que suas ações vão continuar valorizando, e nunca desvalorizando, e assim reafirma o seu comportamento, os adoradores do Deus dos Homens tem fé que sua Igreja continuará crescendo, contruindo novos templos cada dia mais suntuosos, e que seu deus os trará cada dia mais riquezas, e nunca adversidades. Qual será a grande diferença entre essas duas crenças?
A mente do homem não cria apenas números e cotações e valores para a grama do ouro, ela também cria deuses e imbute neles toda a verdade que gostariam muito, sem dúvida, que fosse a Verdade Absoluta... Mas isso vai até as bolsas quebrarem, até a fé no Deus dos Pés de Barro ser destroçada pelo seu próprio peso, ai tanto uns quanto os outros poderão perceber que o que nos cabe fazer é conhecer a nós mesmos, a nossa verdade, e não insistir em criar verdades para os outros.
A riqueza de cada um se mede pela obra que se realiza com o Ouro que lhes é ofertado.
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
(Fernando Pessoa)
A obra de Gil Vicente transmite uma visão do mundo que se assemelha e se posiciona como uma perspectiva pessoal do Platonismo: existem dois mundos - o Mundo Primeiro, da serenidade e do amor divino, que leva à paz interior, ao sossego e a uma "resplandecente glória", como dá conta sua carta a D. João III; e o Mundo Segundo, aquele que retrata nas suas farsas: um mundo "todo ele falso", cheio de "canseiras", de desordem sem remédio, "sem firmeza certa". Estes dois mundos reflectem-se em temas diversos da sua obra: por um lado, o mundo dos defeitos humanos e das caricaturas, servidos sem grande preocupação de verosimilhança ou de rigor histórico.
Muitos autores criticam em Gil Vicente os anacronismos e as falhas na narrativa (aquilo a que chamaríamos hoje de "gaffes"), mas, para alguém que considerava o mundo retratado como pleno de falsidades, essas seriam apenas mais algumas, sem importância e sem dano para a mensagem que se pretendia transmitir. Por outro lado, o autor valoriza os elementos míticos e simbólicos religiosos do Natal: a figura da Virgem Mãe, do Deus Menino, da noite natalícia, demonstrando aí um zelo lírico e uma vontade de harmonia e de pureza artística que não existe nas suas mais conhecidas obras de crítica social.
Sem as características do maniqueísmo que tantas vezes se constatam nas peças teatrais de quem defende uma tal visão do Mundo, há, realmente, a presença de um forte contraste nos elementos cénicos usados por Gil Vicente: a luz contra a sombra, não numa luta feroz, mas em convivência quase amigável. A noite de natal torna-se também aqui a imagem perfeita que resume a concepção cósmica de Gil Vicente: as grandes trevas emolduram a glória divina da maternidade, do nascimento, do perdão, da serenidade e da boa vontade - mas sem a escuridão, que seria da claridade?
wikipédia
A ALEGORIA é uma composição simbólica, feita de vários elementos que formam um conjunto coerente e reenviam termo a termo para o conteúdo significado.
A ALEGORIA é um recurso retórico-estilístico em que se fazem corresponder, de modo minucioso e sistemático, um nível de significados literais e um nível de significados figurados. A alegoria pode ser considerada como uma metáfora ou como uma comparação prolongadas, devendo o seu intérprete descobrir sob os significados literais e patentes, que em si mesmos têm coerência, outros significados, significados de outra ordem.
Assim, por exemplo,
"a nau que enfrenta um mar encapelado, dirigida por um piloto firme e hábil, responsável pelo leme, que sabe evitar os escolhos e vencer as ondas e os ventos contrários"
é uma alegoria multissecular da vida política do Estado, agitada e perigosa, que exige um governante com coragem e sabedoria.
Como igualmente alegórico é este extracto do Sermão de Santo António aos Peixes, do Pe. António Vieira:
"O polvo, com aquele seu capelo na cabeça, parece um monge; com aqueles seus raios estendidos, parece uma estrela; com aquele não ter osso nem espinha, parece a mesma brandura, a mesma mansidão."
O polvo aparece aqui como uma notável representação alegórica da hipocrisia com que se mascara o ser humano e, em particular, alguns membros da igreja.
A alegoria pode ser global, isto é, um texto literário pode conter alegorias, mas a alegoria é particularmente utilizada em géneros e subgéneros literários como a sátira, a fábula, a parábola, o sermão e o apólogo (esta lista de géneros e subgéneros demonstra bem o pendor didáctico da alegoria).
As personagens de alguns autos de Gil Vicente __ Auto da Alma, por exemplo __ são personagens alegóricas, na medida em que constituem representações do mal e do bem, do vício e da virtude.
Uma ALEGORIA na qual se crê torna-se um MITO, dado que o MITO é uma METÁFORA por projecção, fundada sobre uma analogia entre um fenómeno real e um fenómeno imaginário, que é o reflexo e que adquire importância pelo facto de que o pensamento mítico prefere o imaginário ao real. O imaginário é sempre mais intelegível que o real, mesmo se os filósofos nele denunciam a irrealidade.
GUILHERME RIBEIRO
"Meus Senhores:
A decadência dos povos da Península nos três últimos séculos é um dos factos mais incontestáveis, mais evidentes da nossa história: pode até dizer-se que essa decadência, seguindo-se quase sem transição a um período de força gloriosa e de rica originalidade, é o único grande facto evidente e incontestável que nessa história aparece aos olhos do historiador filósofo. Como peninsular, sinto profundamente ter de afirmar, numa assembleia de peninsulares, esta desalentadora evidência. Mas, se não reconhecermos e confessarmos francamente os nossos erros passados, como poderemos aspirar a uma emenda sincera e definitiva? O pecador humilha-se diante do seu Deus, num sentido acto de contrição, e só assim é perdoado. Façamos nós também, diante do espírito de verdade, o acto de contrição pelos nossos pecados históricos, porque só assim nos poderemos emendar e regenerar.
Conheço quanto é delicado este assunto, e sei que por isso dobrados deveres se impõem à minha crítica. Para uma assembleia de estrangeiros não passará esta duma tese histórica, curiosa sim para as inteligências, mas fria e indiferente para os sentimentos pessoais de cada um. Num auditório de peninsulares não é porém assim. A história dos últimos três séculos perpetua-se ainda hoje entre nós em opiniões, em crenças, em interesses, em tradições, que a representam na nossa sociedade, e a tornam de algum modo actual. Há em nós todos uma voz íntima que protesta em favor do passado, quando alguém o ataca: a razão pode condená-lo: o coração tenta ainda absolvê-lo. É que nada há no homem mais delicado, mais melindroso, do que as ilusões: e são as nossas ilusões o que a razão critica, discutindo o passado, ofende sobretudo em nós." .........
Antero do Quental
JARDIM DO ÉDEN - PARAÍSO
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No Livro de Génesis, no jardim do Éden, Deus fez toda a espécie de árvores agradáveis à vista e de saborosos frutos para comer. Nele também colocou, ao centro, a Árvore da Vida e a Árvore da Ciência do Bem e do Mal. Um rio nascia no Éden e ia regar o jardim, dividindo-se a seguir em quatro braços. Segundo a descrição bíblica, O nome do primeiro é Pison, rio que rodeia toda a região de Havilá, onde se encontra ouro puro, bdélio e Ónix ou pedra Sardónica. O nome do segundo rio é Ghion, o qual rodeia toda a terra de Cuche. O nome do terceiro é o Tigre, e corre ao oriente da Assíria. O quarto rio é o Eufrates. A árvore do conhecimento tinha um fruto que, segundo Eva, manipulada pela serpente (supostamente simbolizando Satanás) devia ser bom para comer, pois era de atraente aspecto e precioso para a inteligência. Contudo, apesar de atraente, ou talvez por isso, era o fruto proibido original. Os relatos que originaram o Génesis seriam provenientes de uma época em que os mares eram mais baixos [3]. A região do Golfo Pérsico tem uma profundidade média de 50 metros e máxima de 90 metros, portanto toda a área era região acima do nível do mar. Os dois rios actualmente não identificados possivelmente seriam rios que chegariam ao golfo vindos do Irão ou da Península Arábica. O dilúvio teria resultado na subida do nível dos mares, inundando a região do Golfo e consequentemente ocultando sob o mar a localização do Jardim do Éden, possivelmente alterando o clima da região e contribuindo para a desertificação da península arábica. |
LER COM MUITA ATENÇÃO E NÃO ESQUECER:
- Tinha objectivos práticos: preparar os jovens para a disputa política e jurídica;
- Preocupavam-se mais com a forma do que com o conteúdo do discurso;
- Os mestres da oratória e da eloquência faziam da retórica uma técnica de dar beleza e encanto ao discurso, para melhor conseguirem convencer;
- Transformando o discurso numa arte de sedução, a sofística transformou-se num instrumento de manipulação;
Agora, no fim da vida,
Como mendigo que sou,
Me sinto preocupado,
Intrigado, e num momento,
Me pergunto, embaraçado,
Se faço ou não testamento?
Não tendo, como não tenho
E nunca tive ninguém,
P´ra quem é que eu vou deixar
Tudo o que eu tenho:
Os meus bens?
P´ra quem é que vou deixar,
Se fizer um testamento,
Minhas calças remendadas,
O meu céu, minhas estrelas,
Que não me canso de vê-las
Quando ao relento deitado
Deixo o olhar perdido,
Distante, no firmamento?
Se eu fizer um testamento
P´ra quem é que vou deixar
Minha camisa rasgada,
As águas dos rios, dos lagos,
Águas correntes, paradas,
Onde às vezes tomo banho?
P´ ra quem é que vou deixar,
Se fizer um testamento,
Vaga-lumes que em rebanhos
Cercam meu corpo de noite,
Quando o verão é chegado?
Se eu fizer um testamento
P´ra quem é que vou deixar
Mendigo assim como sou,
Todo o ouro que me dá
O sol que vejo nascer
Quando acordo na alvorada?
O sol que seca meu corpo
Que o orvalho de madrugada
Com sua carícia molhou?
P´ra quem é que vou deixar,
Se fizer um testamento,
Os meus bandos de pardais,
Que ao entardecer, nas árvores,
Procuram se divertir,
P´ra quem é que vou deixar
Estas folhas de jornais
Que uso para me cobrir?
Se eu fizer um testamento
P´ra quem é que vou deixar
Meu chapéu todo amassado
Onde escuto o tilintar
Das moedas que me dão,
Os que têm alma boa,
Os que têm bom coração?
E antes que a vida me largue,
P´ra quem é que vou deixar
O grande “stock” que tenho
Das palavras,“Deus lhe pague”?
P´ra quem é que vou deixar,
Se fizer um testamento
Todas as folhas de Outono
Que trazidas pelo vento
Vêm meus pés atapetar?
Se eu fizer um testamento
P´ra quem é que vou deixar
Minhas sandálias furadas,
Que pisam mil caminhos,
Estradas por onde andei
Em andanças vagabundas?
P´ra quem é que vou deixar
Minhas saudades profundas.
Dos sonhos que não sonhei?
P´ra quem é que vou deixar,
Se fizer um testamento,
Os bancos dos meus jardins,
Onde durmo e onde acordo
Entre rosas e jasmins?
P´ra quem é que vou deixar,
Todos os raios de luar
Que beijam as minhas mãos
Quando num canto da rua
Eu as ergo em oração?
Se eu fizer um testamento
P´ra quem é que vou deixar
Meu cajado, meu farnel,
E a marca deste beijo
Que uma criança deixou
Em meu rosto
Perguntando
Se eu era o Papai Noel?
P´ra quem é que vou deixar,
Se fizer um testamento
Este pedaço de trapo
Que no lixo eu encontrei
Que transformei em lenço
Para enxugar minhas lágrima
Quando fingi que chorei
Se eu fizer um testamento …
Testamento não farei!
Sem nenhum papel
Passado,
Que a papéis eu não ligo,
Agora estou resolvido:
O que eu tenho deixarei,
P´ra qualquer outro mendigo,
Depois que eu tiver morrido,
Ser tão feliz quanto eu sou.
Portugal oficializa proposta de extensão da plataforma continental
Portugal submeteu hoje à apreciação das Nações Unidas (ONU) a sua proposta de extensão da plataforma continental que, caso seja aceite, irá estender a área sob jurisdição portuguesa até aos 3,6 milhões de quilómetros quadrados.
Portugal poderá iniciar o "armazenamento no fundo do mar de dióxido de carbono da atmosfera"
O projecto português entregue hoje em Nova Iorque, e que foi acompanhado por projectos do Brasil, Guiné-Bissau e Cabo Verde, propõe a extensão da plataforma continental para o dobro.
"A energia é um dos aspectos essenciais, não só as energias fósseis como o petróleo ou o gás, mas também os minérios e moléculas que podem ser utilizadas na indústria farmacêutica. Tudo isto são áreas que existem [no espaço marítimo nacional] embora não saibamos ainda toda a sua dimensão e todo o seu valor, apesar de sabermos que nos dias de hoje estes são sectores muito importantes"
Para nós, este processo é tão importante como foram os descobrimentos, são os descobrimentos do século XXI. Em termos ambientais, Portugal poderá iniciar o "armazenamento no fundo do mar de dióxido de carbono da atmosfera". Dado ser um "país de referência no âmbito do mar", Portugal tem "mais trabalho a fazer" depois da entrega da proposta de extensão da plataforma continental. "Temos outras vertentes a trabalhar, temos de nos organizar para fazer o aproveitamento das novas riquezas, há uma segunda etapa deste trabalho que vai requerer organização, parcerias com outros países, com empresas e com instituições. Conseguir potenciar as vantagens e os recursos deste desdobramento da Plataforma continental portuguesa seria um activo enorme para a economia nacional, desde que fosse económica e ambientalmente sustentável. A criação de riqueza, de emprego através da nova economia do mar representaria para Portugal uma espécie de 2ª plataforma de turismo que precisamos para sair da crise económica em que vegetamos. Ainda que se saiba que os investimentos na economia do mar são, pela sua natureza, caros e exigem um "know-how" específico, nem sempre disponível. Este é um sector de que muito se fala, mas que, em rigor, pouco investimento tem beneficiado. Talvez agora, a "toque de caixa" da nova filosofia da importância das energias renováveis receba o impulso (governamental e privado) decisivo para se por alguns projectos em prática. Veremos como nascem essas parcerias em busca do novo ouro negro...
COMO FAZER APARECER BONS EMPRESÁRIOS?
Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que ali
montaram negócios florescentes! Por todo o mundo não é caso raro.
Não haverá uma receita mágica para fazer aparecer muitos e bons empresários. Quando muito, poder-se-á delimitar uma zona estratégica, temporal e condicionante para que tal objectivo se possa ir desenvolvendo através de uma selecção natural e evolutiva. Apertando a malha da rede, à medida que se for subindo na pirâmide.
Aquilo que todos sabemos é que sem bons empresários não haverá nunca uma economia sã e próspera. E também sabemos que sem empresários e uma economia produtiva e competitiva não haverá futuro para Portugal. Nem para um mínimo de “Estado Social”. O futuro visiona-se negro, mesmo sem quaisquer tipos de pessimismos. O tempo torna-se curto, e a Grécia está aí!
O país precisa de bons empresários, daqueles que querem arriscar, que têm espírito de iniciativa e não se resignem com a situação. Neste período de crise o motor da economia portuguesa terão de ser os empresários. Para tal, não basta os altos dignitários do país exibirem casos de sucesso, será fundamental uma vaga de fundo. No contexto de todo o território e numa envolvente criteriosamente estudada. Um empresário não pode viver isolado e tem a cada momento de sentir-se estimulado e apoiado. Este apoio caberá ao Governo, sem moeda de troca. Para esse fim deverá saber-se estender órgãos de apoio que cheguem das cidades às mais remotas aldeias do isolado interior. Investigar o presente e o passado sem esquecer que uma “erva daninha” pode vir a constituir um bom negócio. Portugal não tem matéria-prima nem dinheiro para a comprar. Caberá aqui um papel fundamental à investigação e às universidades. Tal levantamento dos recursos naturais, deverá ser efectuado pelas câmaras municipais no âmbito distrital.
Esquecer de vez quais as habilitações literárias dos possíveis empresários. Se elas fossem condição básica, Portugal teria o problema resolvido através de milhares de licenciados desempregados. A condição só pode ser o velho “toque de Midas”, ou seja, ter aptidão para fazer ouro daquilo em que tocam. Não enjeitar uma necessária revolução nas “Novas Oportunidades”. Em lugar de fazer delas um instrumento de falsa correcção de estatísticas, virá-las para um desempenho de mão-de-obra especializada e de apoio aos novos e antigos empresários. Esquecer ainda, de forma definitiva, as actuais pretensões das “Direcções Comerciais de Luxo” a infiltrarem a política na sociedade e na economia! Esquecer sobretudo as famigeradas “empresas do regime” e a protecção aos “grupos”. A situação é demasiado grave para que alguém possa actuar, a qualquer nível, sem uma completa transparência.
António Reis Luz
Até chegar ao computador o homem sempre, desde os primórdios, procurou meios de substituir a rotina dos seus trabalhos por um instrumento que pudesse fazer isso por ele. Das armadilhas para a captura dos animais até aos mais sofisticados computadores da actualidade o homem sempre se apoiou no automatismo. Os artistas plásticos, apaixonando-se pelas suas estátuas, procuravam dar-lhes movimentos, e mesmo vida. A história da Antiguidade está recheada de aspirações, imaginações, fantasias, muitas vezes transformadas em mitologia.
Os “relógios de água” (os clepsidras), depois os relógios mecânicos, foram os primeiros dispositivos inventados pelo homem para dominar o “tempo” e o “movimento”, base fundamental para o automatismo das épocas remotas. Daí muitas concepções surgiram como, por exemplo, a da “realimentação” (feedback) e, mais tarde, a da programação dos movimentos. Ao passar dos séculos, os homens, por muitas formas, tentaram criar e imaginar até seres artificiais. Não só o passado recente, mas também a antiguidade, estão povoados de seres artificiais, mostra do historiador francês Breton (1998), inspiração para a criação dos seres artificiais que hoje, poderão ser, os computadores.
O reconhecido avanço da Revolução Industrial durante o século XIX, assim como a grande complexidade da organização social, apresentou um novo problema: o tratamento de grandes massas de informação.
Muitas vezes, passavam-se séculos sem que nada fosse inovado, ao contrario de hoje, em que se leva em média 18 meses para que se invente uma máquina mais rápida e evoluída que a anterior. Assim teremos que continuar, sem esquecer que toda a riqueza nos vem da terra e do mar. Sem esquecer também, as características de cada povo. O nosso tem uma propensão muito especial para a criatividade que, em nossa opinião deve ser orientada para as actividades levadas a cabo exactamente na terra e na água. A informática é apenas um meio, não um fim.
António Reis Luz
A EDUCAÇÃO E A DESERTIFICAÇÃO DO INTERIOR
Mais do que subsídios ou isenções fiscais, o combate á desertificação deverá ser feito instalando no interior serviços prestados pelo Estado, não criados propositadamente, é óbvio, mas sim deslocalizando na medida do possível do litoral para o interior por exemplo, escolas, universidades, laboratórios e institutos, os quais ainda teriam a virtude de atrair massa cinzenta, que tanto tem fugido das cidades do interior. Naturalmente para tal, seria necessária coragem, e vontade política, de contrário, daqui a uns anos, sem qualquer invasão, ouviremos falar castelhano na maior parte do território nacional, sem ser necessária qualquer invasão, nem me venham falar em regionalização para combater o problema. Primeiro fixem-se populações, antes que o interior seja efectivamente um deserto, ou que a fronteira se aproxime cada vez mais do litoral. Não se fale de equilíbrio demográfico, ou mesmo de robustecer as cidades do interior, esquecendo as suas aldeias. A fixação demográfica passa por elas.
Ouvir uma ministra da Educação, com ar muito seráfico, falar de cátedra aos portugueses sobre o encerramento de escolas do interior (4 000 já foram e 900 vão sê-lo), faz-nos dar voltas ao estômago. Escolas com menos de 21 alunos e nas quais serão afectadas 15 mil crianças das 470 mil que frequentam o 1.º ciclo. O Encerramento de escolas leva a uma “forte quebra da qualidade do ensino” e ao “aumento do desemprego”, considera em comunicado a Federação Nacional dos Professores.
Muitos outros problemas irão afectar estas crianças inopinadamente afastadas da sua família, dos seus carinhos e da sua vigilância local. Serão atiradas para tempos mortos em zonas de desafectos e perigosas, remetendo-as de vez para a separação do seu local de nascimento. As actuais cidades estão hoje cheias de gente que suspira pela segurança e quietude das aldeias que perduram nos seus sonhos. Era lá que preferiam morrer em paz.
Salta à evidência uma vontade governativa e indómita de mais “obras públicas”! Mais despesa, sempre mais despesa! Contudo, a senhora ministra, sempre de nariz empinado, dá a garantia de melhores condições para os alunos e assegura o transporte adequado. Como pode ela dar estas garantias, se afasta crianças indefesas para longe das suas famílias? Como pode assegurar transporte quando o que existe já dá uma tremenda despesa ao Estado? Desconhece certamente os montantes da responsabilidade do Estado, envolvidos indemnizações compensatórias? Os elevados encargos com material circulante e combustível, sempre importados, por um país com uma dívida externa medonha. Desconhece a previsibilidade do crescente aumento do crude e da acrescida insustentabilidade dos próprios transportes público a curto prazo!
Tudo isto tendo pela frente uma normal situação do ensino, mais económica e segura, mais criadora de desenvolvimento do emprego local e manutenção do mesmo. Sem reter que perante as dificuldades em horizonte próximo, haverá sempre outras alternativas a não ignorar ou desvalorizar, tais como: “Após as décadas de 1960/1970 a educação à distância, embora mantendo os materiais escritos como base, passou a incorporar articulada e integralmente o áudio e o videocassete, as transmissões de rádio e televisão, o videotexto, o computador e, mais recentemente, a tecnologia de multimeios, que combina textos, sons, imagens, assim como mecanismos de geração de caminhos alternativos de aprendizagem (hipertextos, diferentes linguagens) e instrumentos para fixação de aprendizagem com feedback imediato (programas tutoriais informatizados) etc.
Actualmente, o ensino não presencial mobiliza os meios pedagógicos de quase todo o mundo, tanto em nações industrializadas quanto em países em desenvolvimento. Novos e mais complexos cursos são desenvolvidos, tanto no âmbito dos sistemas de ensino formal quanto nas áreas de aperfeiçoamento profissional.”
O Magalhães está muito longe de satisfazer qualquer qualidade de ensino, pese embora, os elevadíssimos custos actuais. Mas estudar perto da família é muito importante. Eliminar a desertificação de Portugal também!
António Reis Luz
A história da Carochinha
por JOÃO CÉSAR DAS NEVES
Era uma vez uma carochinha que um belo dia andava a varrer a casa e encontrou uma moeda nova. Bem, não era propriamente uma moeda, mas apenas um papelinho, chamado Tratado de Maastricht, que dizia que, se ela se portasse bem, um dia podia ter a moeda única. A carochinha ficou muito contente, vestiu o seu melhor vestido e pôs-se à janela a cantar:
- Quem quer casar com a carochinha, que é formosa e bonitinha?
Passou por ali naquela altura um leão, chamado Cavaco, que disse: "Quero eu! Quero eu!" Mas o leão rugia muito alto, e garantia que para ter uma moeda única era preciso trabalhar, ter competitividade e vencer o desafio europeu. A carochinha respondeu:
- Ai que voz essa? Com tanto barulho não me deixas dormir! Contigo é que não quero casar!
O leão foi-se embora, voltando para a sua universidade, e a carochinha tornou a cantar:
- Quem quer casar com a carochinha, que é formosa e bonitinha?
Passou então um pato chamado Guterres, que disse "Quero eu! Quero eu!" O pato Guterres tinha uma viola e cantava muito bem sobre diálogo, coração, paixão da educação e outras coisas lindas. Foi então que veio a notícia de que a carochinha tinha sido aceite na moeda nova, o euro. Ficaram os dois muito contentes e, como estavam mesmo a planear casar-se, o pato comprou um grande caldeirão.
Durante um tempo os dois pareciam muito felizes mas, como o caldeirão tinha um furo, o pato gastava cada vez mais dinheiro para o encher e começaram a endividar-se nas mercearias das redondezas. A dívida externa da carochinha, que era de 8% do PIB quando o pato chegou, já ia nos 50%. Então o pato fugiu. Diz-se que foi cantar para a ONU, e de vez em quando ainda se ouvem as suas músicas na televisão.
A pobre carochinha, com a moeda única e a dívida do caldeirão a subir, foi de novo pôr-se à janela à procura de marido, cantando a sua canção. Nessa altura passou por ali o coelho Barroso, muito saltitão, que disse "Quero eu! Quero eu!"
Quando viu a situação, o coelho Barroso achou que a carochinha estava de tanga e começou a rugir como o leão. Só que agora, como de qualquer maneira não conseguia dormir de aflição por causa da dívida, a carochinha lá se conformou com o barulho, desde que se fizesse alguma coisa para resolver o buraco no fundo do caldeirão.
O coelho até tinha um outro bom plano, mas um belo dia passou por ali uma carochinha belga, muito bonita e muito rica. Ela e o coelho apaixonaram-se e fugiram juntos, deixando a carochinha outra vez sozinha com a moeda única e o caldeirão. E lá voltou a pobre à janela e à sua canção.
Até que passou por ali o belo galo Santana, que cantava muito bem. Só que o pai da carochinha, que não gostava nada de galos, expulsou-o rapidamente e eles nem tiveram tempo de conversar.
Mais uma vez a pobre carochinha teve de regressar à sua janela e à sua canção, enquanto a dívida externa do caldeirão já ia nos 65% do PIB. Passou finalmente o José Ratão, que disse logo que resolvia tudo. Este não rugia, como o leão ou o coelho, nem cantava, como o pato ou o galo. O que ele fazia era falar. Falava, falava muito. Tinha imensas ideias excelentes. Dizia que a solução era o Simplex, as reformas da administração pública, Segurança Social e outras coisas, e até ia conseguir tirar do caldeirão grandes obras, como o TGV, aeroportos e auto-estradas, tudo em parcerias público-privadas baratíssimas.
A carochinha ficou apaixonada e decidiu casar-se depressa até porque, apesar da conversa do José, as coisas estavam cada vez pior. Não só a dívida já ia acima dos 100% do PIB, mas na aldeia falava-se de uma vizinha, a carochinha grega, também solteira e com um caldeirão ainda maior, a quem as mercearias já ameaçavam atirar ao lobo FMI. Mas o Ratão sossegou-a, garantindo que a culpa da situação era das agências de rating e que ele resolveria tudo com PEC. Só que, quando se debruçava no caldeirão para tapar o buraco com o terceiro PEC, caiu lá dentro.
Assim acaba a história da linda Carochinha que achou uma moeda e do seu José Ratão, que morreu cozido e assado no caldeirãoe que deixará "bem cozido" um País.
A Lei 34/87, de 16 de Julho, está em vigor há duas dúzias de anos. Alguém conhece algum titular de cargo político que tenha sido acusado (já nem digo condenado) pela prática deste crime?
Artigo 14.º
Violação de normas de execução orçamental
O titular de cargo político a quem, por dever do seu cargo, incumba dar cumprimento a normas de execução orçamental e conscientemente as viole:
a) Contraindo encargos não permitidos por lei;
b) Autorizando pagamentos sem o visto do Tribunal de Contas legalmente exigido;
c) Autorizando ou promovendo operações de tesouraria ou alterações orçamentais proibidas por lei;
d) Utilizando dotações ou fundos secretos, com violação das regras da universalidade e especificação legalmente previstas;
será punido com prisão até um ano.
A GNR recuperou, anteontem, um rebanho com 164 cabras que tinha sido roubado, 12 horas antes, por um cidadão brasileiro, em Passos, Mirandela. Um soldado e o dono do rebanho percorreram 45 quilómetros a pé até encontrar os animais.
Segunda-feira, 7.30 horas da manhã, Maria Soledade e o filho, Miguel, fizeram o habitual percurso de um quilómetro entre a casa e o local onde está guardado o rebanho de 166 cabras, para mais um dia de pastoreio. Ao abrir a porta, os animais tinham desaparecido. "Só ficaram dois porque estavam feridos", conta a proprietária do rebanho.
Imediatamente, informou o marido e a GNR
IMAGEM. __ Em sentido lato, a imagem engloba figuras como a metáfora, o símbolo, a alegoria, etc., figuras criadas por meio de uma comparação, de uma relação analógica.
Em sentido restrito, esta figura designa uma comparação em que todos os termos (comparados e comparantes) se encontram expressos __ pelo que, neste caso, o termo mais apropriado seria SÍMILE.
A imagem é, pela sobreposição e/ou acumulação de figuras, mais ampla e rica de sugestões que a comparação e a metáfora. A reunião destas duas (da metáfora com a comparação) acabam por converter as ideias em representações mais sensíveis, animadas e coloridas:
__ "O Mondego, como uma cobra na areia, espreguiça a sua trança de águas mortas" (Fialho de Almeida)
__ "Para os vales, poderosamente cavados, desciam bandos de arvoredos, tão copados e redondos, de um verde tão moço, que eram como um musgo macio onde apetecia cair a rolar." (Eça de Queirós)
__ "Os bons amigos hão-de ser âncoras e amarras na tempestade desta vida." (Frei Heitor Pinto)
__ "O ar mordido por pequenos dentes dum branco imaculado..." (Bernardo Santareno)
__ "Voz rouca com claridades ardentes de Sol e negrumes de mar sem fundo." (Bernardo Santareno)
"Horas mortas... Curvadas aos pés do monte
A planície é um brasido.. e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte." (Florbela Espanca)
Guilherme Ribeiro
A Descida Ao Fundo do Poço
Este é um novo e grande desafio para que o povo português faça a sua descida ao fundo do poço. No mundo esotérico há muita convicção de que a verdade está no fundo do poço.
Em boa verdade parece mesmo que a verdade está lá. A descida até ao “fundo do poço” é decerto desanimadora e sofredora. Mas é lá que está a verdade e o desfiar da meada. Tem de ser verdade que todo aquele que não ficar a meio, mas descer efectivamente ao fundo do poço é um esoterista por inteiro. O esforço para se descer a grande profundidade e a angústia de não saberemos o que vamos encontrar, ou se voltamos, redobra a coragem e alegria na subida.
O nosso problema de hoje é a falta de preparação de que cada português individualmente e do colectivo nacional, para combaterem os seus monstros interiores. Fizeram de nós seres fracos pela ausência do sacrifício continuado. Os grandes campeões nunca o serão sem que antes tenham bebido muitas lágrimas! Sem terem caído, exaustos, vezes sem conta. Levantando-se a sofrer!
Neste sentido o poço é um símbolo verdadeiramente universal. Odim, ao beber a água do poço, conseguiu o conhecimento dos acontecimentos passados, presentes e futuros. De certo, logo a seguir a uma viagem de todos nós ao fundo do poço virá à nossa alma colectiva de portugueses, a mesma força que fez com que este povo entrasse pelo mar dentro cheio de confiança e orgulho e, sem surpresa, ficasse frente a frente com gente de outros credos, raças, culturas e riquezas. E com eles aprendesse e ensinasse, sem reservas, o modo espiritual de estarmos no mundo.
A lenda de Artur e do Graal, remete-nos para duas realidades fundamentais e que se complementam:
- Uma na linha da individualidade aponta a busca da iniciação espiritual (demanda do Graal).
- Outra no sentido da restauração de ouro. Um reino no qual poderemos encontrar de novo a harmonia entre os homens e a comunicação entre estes e o divino. (O regresso de Artur).
O eremita Trevizento informa o sobrinho Parsifal, da tradição do Graal e dos seus guardiões (os Templários): É pela virtude da pedra "Lapsit exilis "que a Fénix se consome e se transforma em cinzas. Mas é destas cinzas que renasce a vida, a Fénix renascida.
António Reis Luz
Todo aquele que contribui com uma pedra para a edificação das ideias, todo aquele que denuncia um abuso, todo aquele que marca os maus, para que não abusem, esse passa sempre por ser imoral.
No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.
Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.
Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.
Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.
Parte da derrapagem nas contas públicas deveu-se ao ciclo eleitoral, diz o FMI. É uma história antiga, em período de eleições quem está no poder gasta mais (ou poupa menos) para agradar ao eleitorado. Pelo menos a minha interpretação da notícia é essa, embora tenha notado que alguns socráticos consideraram que a notícia era-lhes de alguma forma favorável. Um exemplo de como a coisa se processou pode ser encontrado aqui. Também por isso, não deixa de ser curioso ver o PS a gritar alto e bom som contra buracos na Madeira que servem para ajudar à reeleição de Jardim. Tem razão - e é motivo de indignação para muitos -, mas também é prova de que há socialistas que andam a comer muito queijo. Recordo ainda que para o ano teremos eleições na região autónoma dos Açores e em 2013, caso potencialmente mais grave, chegam as autárquicas. Era bom que os ciclos eleitorais deixassem de influenciar negativamente a consolidação orçamental.
Um grupo de jovens artistas surgiu no período dos meados ao final do Século 19, tendo sido rotulados de impressionistas por uma crítica hostil as suas produções. Paul Cézanne foi responsável pela introdução de um tipo de representação pictórica em que havia a dissolução atmosférica dos objetos.
Vincent Van Gogh foi o grande representante do pós-impressionismo.
Na primeira década do Século 19, uma verdadeira explosão experimentalista tomou conta das artes, desencadeada pelos mestres pós-impressionistas.
Foi o momento das vanguardas artísticas, que inicialmente teve Paris como centro, mas logo foi deflagrada por toda a Europa e pelas Américas.
A Ponte de Argenteuil
Monet
Incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou vários motivos em diversas horas do dia, afim de estudar as mutações coloridas do ambiente com sua luminosidade.
Fontes: Enciclopédia Digital Master.
Os ares eram lavados, a água cristalina, a várzea agricultada, as antigas azenhas e os moinhos de vento, estes empoleirados nas cumeeiras e encostas marginais, constituíam as ancestrais marcas que caracterizavam o bucólico e atractivo vale da ribeira do JAMOR, até quase ao termo da primeira metade do século XX. Depois, a avassaladora onda de expansão urbanística quebrou o sortilégio paisagístico, poluiu a ribeira, desfez equilíbrios naturais. E perdeu-se um dos mais cantados "recantos" do concelho de Oeiras.
Uma referência era pois a ribeira do JAMOR, ainda é comum encontrarem-se muitos avós em Queijas e Linda - a - Pastora, que nadaram neste percurso de água hoje muito debilitado.
Será certamente com muita emoção para eles, lerem a descrição que o jornalista Rocha Martins dele fez;
"O JAMOR é um ribeiro torci colante desde Belas, formam-no dois riachos e, passando por Queluz e na baixa de ARENQUE, saltita nas pedras, ora alastra e EMPOÇA, ora se aprofunda e adelgaça, tendo largueza junto a S. Romão de Carnaxide, onde se miram em suas águas árvores verdes, MOITEDOS de silvas e abrunhais bravos. Durante três léguas, brinca e gorgoleja, ruge nos invernos; pacifica-se nos verões e vai ligar-se ao Tejo, na Cruz Quebrada, já sem rumores, anémico, cansado. Teve, por vizinhança, reais velas brancas de Moinhos, PEGUREIROS e princesas, paços e lugarejos de nomes lendários - a NINHA - a - Pastora, a NINHA - a - Velha, - viu mendigos e milagres."
Mas também, em 1945, José Dias Sanches (OLISIPO, n.º 32) ainda assinalava: " (... ) o rio JAMOR , o rio das lavadeiras, o rio campesino serpenteando as viçosas hortas e os verdejantes pomares".
Referenciando a ligação histórica do JAMOR às lavadeiras, Branca de GONTA Colaço e MARIA ARCHER, nas " Memórias da Linha de Cascais" (1943), por duas vezes sita: " o rio de lavadeiras" em vez de lhe chamar somente a ribeira do JAMOR.
Ao lado deste rio nunca deixou de estar a povoação de Linda - a - Pastora, que ninguém terá descrito tão bem como Almeida Garrett no seu livro "Romanceiro" III;
" Já me eram familiares aqueles sítios; mas posso dizer que não os conheci bem e como eles são deveras, senão quando, haverá hoje três anos, ali fui um dia primeiro de Maio.
Fui, como de maravilha em maravilha, por todos os pontos que tenho nomeado; mas chegando à ribeira do JAMOR, parei extasiado no meio de sua ponte, porque a várzea que daí se estende, recurvando-se pela direita para Carnaxide, e os montes que a abrigam em redor, estava tudo de uma beleza que verdadeiramente fascinava. O trigo verde e viçoso ondeava com a viração desde as veigas que rega o JAMOR, até aos altos onde velejam centenares de moinhos. Árvores grandes e belas, como rara vez se encontram nesta província dendoclasta, rodeavam melancolicamente, no mais fundo do vale, a velha mansão do Rodízio. E lá, em perspectiva, no fundo do quadro, uma aldeia Suíça com suas casinhas brancas, suas ruas em socalcos, seu presbitério ornado de um ramalhete de faias; grandes massas de basalto negro pelo meio de tudo isto, parreirais, jardinzitos quase PÊNCIS, e uma graça, uma simplicidade alpina, um sabor de campo, um cheiro de montanha, como é difícil de encontrar tão perto de uma grande capital.
O lugarejo é bem conhecido de nome e fama, chama-se Linda - a - Pastora Porquê? Não sei. Têm - me jurado antiquários de «meia tigela» que o seu nome verdadeiro é NINHA- a - Pastora. Mas enquanto não achar algum de «tigela inteira» que me saiba dar razão por que se havia de chamar assim, meio em português meio em castelhano, um ALDEOTE de ao pé de Lisboa hei - de chamar-lhe eu, como os seus habitantes e toda a gente diz: Linda - a - Pastora.
Continuaram a querer um «Homem Novo», à semelhança do produto da clonagem. Todos iguais e moldados à sua vontade. Porém, uns acabam sempre por ser mais iguais que outros. No fundo, todos diferentes. Queriam o Homem, produto de um ensino dirigido pelo Estado sem interferência da família.
Aquilo que veio e ainda bem, foi uma crença nos valores, sendo a família o maior de todos eles. Aquilo que veio foi gente que não queria ignorar o seu passado, nem os seus antepassados.
Somos aquilo que somos, e com muito orgulho, a eles o devemos.
O mundo precisa sempre de um projecto. Atrás de um virá sempre outro projecto, todos erguidos por homens de boa vontade. O mundo precisa de acção, transparência e de medidas corajosas. No caminho escolhido, a confiança e auto – estima, virão com elas. O respeito por todos, também.
Que fique bem entendido:
Na política mundial sempre existirão pessoas sérias! Competentes também. Mas nos últimos anos e na sua grande maioria, os homens honestos e competentes, há muito saíram, dos partidos e da política.
Até porque se não saíssem, seriam empurrados.
Nesse período negro da democracia, ficaram, e cada vez eram mais, os oportunistas e incompetentes que se serviram e estavam ao serviço de interesses inconfessáveis, mas que não eram os da população!
Se fossem, o mundo não estaria na situação em que se encontrava.
Tudo isto não é pessimismo, é ir ao fundo do poço e sem essa viagem, as coisas não se alteravam. Foi o povo mais desprotegido, que se habituou a resistir e a desconfiar de um Estado professoral e intrometido.
De facto e como se pode ver o mundo subsistiu. Felizmente, também subsistiram aqueles que pagaram o esbanjamento dos políticos incompetentes. A sua incompetência e os custos materiais e morais da corrupção! É este o povo autêntico. É este povo anónimo que os políticos deviam ter sabido saber ouvir, entender e respeitar. A razão e a verdade estão com ele. Mas foi sobre ele, que o travão da despesa pública, arrasou o poder de compra das famílias! E a derrapagem das contas públicas lá foi, de despiste em despiste, até ao desastre que o mundo sofreu. Os exemplos da possibilidade de entrega das decisões à “Sociedade Civil” podiam-se desdobrar até à exaustão. Com o seu aumento viria a confiança dessa “Sociedade Civil”. Mas o poder autocrático, disfarçado de democrata, sempre se recusou a vê-los.
Se tivesse visto, e mudado o rumo das coisas, viria a auto estima das populações, e com ela, viria também um enorme capital social. Viria a inovação. Até viria a produtividade necessária à economia. Os valores desaparecidos no gigantismo das instituições públicas e de um Estado irrealista e esbanjador, ressurgiriam indubitavelmente também, tanto a nível dos serviços prestados, como no desempenho de cada cidadão servidor da comunidade. Estaríamos, como viemos a estar, de regresso aos verdadeiros valores e ao mérito reconhecido, com a possibilidade constante do seu aproveitamento a favor do crescimento económico e do bem-estar das populações.
O DINHEIRO DO POVO tem de merecer o respeito dos políticos! Assim se diz em 2040.
Também disseram isto,todos aqueles que anterirmente pretendiam representar o povo, sem sequer o ouvir. Mas que, afinal, somente representaram mesquinhas ideologias, muito afastadas do verdadeiro povo. E também representaram muitos interesses obscuros!
Por mero exercício mental, vamos imaginar-nos vivos, em 2040, olhando para trás, de forma crítica, tentando perceber o que foi a política dos nossos últimos 40 anos.
Forcemos a nossa vontade e memória para que faça a seguinte pergunta aos políticos com responsabilidade activa neste período, mesmo aos muitos que já morreram, sem honra nem glória: "que peso tinha para eles a Sociedade Civil e os cidadãos nos seus tempos de governação, em que levaram ao caos muita gente e muitos países? A resposta é sabida. Não é possível descortinar nenhum, para além de permitirem ao povo meter o voto na urna e votar num candidato “amestrado”! Nenhum outro poder restava a um simples cidadão ou à Sociedade Civil!! O poder esteve, longos anos, incrustado nas entranhas da política!
Ou seja; o povo votava sem qualquer proveito, nem consciência política!
Os cidadãos e a sociedade civil, esses, estavam esmagados pelas estruturas que lhes eram impostas. por aqueles em quem eles votavam! Um Estado dominador fazia-se impor, sem respeito pelos autênticos "donos" dos dinheiros públicos!
E chamavam a isso, democracia! Mesmo hoje, em 2040, ainda é prematuro querermos uma democracia totalmente participativa.Mas, torna-se necessário equilibrar os pratos da balança. Torna-se necessário fazer aproximações mais que justas e realistas a esse objectivo. Naturalmente, que ainda é cedo para a plena "Democracia Participativa". Mas irmos indo ao seu encontro, não faz mal a ninguém. Não podemos adiar este sonho eternamente adiado, embora reconhcendo este mundo em que vivemos,encravado entre o bem e o mal!.
O mundo DOS HOMENS BONS tem pressa. Mas há largos passos a dar neste sentido!
Por outro lado, que o povo tenha os seus representantes e os eleja com convicção é indispensável, mas é muito pouco. Tais representantes têm mesmo de sê-lo.
Nos meados deste século os Partidos têm mesmo de mudar! Não podem continuar a legislar a sua própria existência e a desviarem-se da democracia pura e dela desviarem os países, sem que ninguém tenha o poder de corrigir tais desvios.É preciso inventar uma qualquer “Entidade Reguladora”, com sãos princípios morais,para controlar quaisquer desvios praticados dentro dos partidos! Também, precisamos de partidos geridos por gente acima de qualquer suspeita.
É fundamental que os eleitos saibam e queiram erguer uma Sociedade Civil pujante,sem subterfúgios. Organizada para que os cidadãos, no seu dia-a-dia,possam dizer o que sentem, e o que querem. Até agora, os cidadãos não podiam escolher, por inexistência de verdadeiras opções. Então, eles não eramlivres! Viviam no "faz de conta".
Não sendo livres, ninguém tinha o direito de lhes pedir fosse o que fosse. Desta forma, o seu subconsciente, por instinto de defesa, atirava-os para a apatia. Comodamente deixavam andar, mas não acreditavam em nada. Aparentemente estavam adormecidos. Os apelos passavam-lhes ao lado. As nações e o mundo foram definhando.
O «Homem Novo» das ideologias socialistas, nunca virá, porque é um ser contranatura. Temos que viver com aquele“Homem que existe", e que está a dar continuidade aos seus pais, avós e todos antepassados. O "Homem que existe", foi resistindo a tudo, até à perda daquilo que mais sagrado existia para ele:
"Os valores e a família". Chegou o momento de virar o mundo, num profundo respeito pelos "Homens que temos"! Melhores ou piores, mais ou menos inteligentes mas todos profundamente dedicados à família, ao trabalho e ao respeito pelo próximo. Este é o destino que realiza o ser humano, o resto, é utopia. O resto são artes demoníacas!
Ergue-te Pai! Tudo no dia-a-dia representava desafios naquele ambiente natural e histórico! Desafios que era preciso vencer, sozinho. A natureza é amiga, mas lança desafios para nos ajudar e preparar para as dificuldades da vida. Com o decorrer dos tempos o homem foi-a matando aos poucos ....
Diz-me o que fizeram ao rio,
que já não canta.
Resvala como um barbo morto,
sob um palmo, de espuma branca.
Pai
Que o rio já não é o rio.
Pai
Antes que chegue o verão escondei.
tudo o que estiver vivo.
Diz-me o que fizeram ao bosque,
que já não há árvores.
No inverno não teremos fogo,
nem no verão lugar,
onde resguardarmo-nos.
Pai,
Que o bosque já não é o bosque.
Pai,
Antes que tudo escureça,
enchei de vida a despensa.
Sem lenha e sem peixes, pai,
teremos que queimar a barca,
lavrar o trigo entre as ruínas, Pai,
e pôr a tranca na casa, e dizia você ……..
Pai,
Se não há pinheiros,
não haverá pinhões,
nem vermes, nem pássaros.
Pai,
Onde não há flores,
não se dão as abelhas, nem a cera,
nem o mel.
Pai,
Que o campo já não é o campo.
Pai,
Amanhã do céu choverá sangue,
o vento o canta chorando.
Pai
Já estão aqui ….
monstros de carne,
com vermes de ferro.
Pai,
Não, não tenhais medo,
e dizei que não, Que eu vos espero.
Pai,
Deixai de chorar,
que nos declararam a GUERRA.
Era um dos planaltos cerealíferos, em especial terrenos de trigo de Oeiras, que alimentaram tanto as legiões romanas, como mouros e cristãos.
Situada a uns cinco quilómetros da entrada da nossa capital, fica localizada em local soalheiro e ventoso, entre Carnaxide, Caxias, Barcarena, Valejas, Serra de Carnaxide, a CREL e A5 e o território do Estádio Nacional.
A toda esta zona de altitude acentuada, se chamou em tempos mais remotos, a Serra de S. Miguel.
Queijas antigamente, pela sua reduzida dimensão, na altura teria trinta e poucos habitantes, não terá tido muitos estragos no ano de 1755 com o terrível terramoto acontecido, ao contrário das localidades vizinhas, principalmente Carnaxide.
Durante muitos anos, mais não existia neste lugar do que uns sessenta fogos, aos quais se conseguia chegar pela estrada das Várzeas e pelas ruas da Quinta do Bonfim, da Fonte, da Telha e do Lameiro.
Queijas como todos os lugares da freguesia, no ano de 1833, foram vítimas de um terrível flagelo que muito prejudicou a vida normal das pessoas. Na verdade, a epidemia de cólera e febre amarela atingiu duramente a população deste lugar, causando inúmeras vítimas. Mesmo assim, muita gente terá até fugido de Lisboa para Queijas e Linda- a - Pastora, na esperança de que a sua altitude e bons ares os protegessem.
Porém, também elas viram, estranhamente, a morte levar lados inteiros das ruas deixando os outros lados incólumes, mas logo voltava atrás para acabar a sua mórbida missão.
A orfandade e a viuvez foi terrível, não havendo braços para sepultar tanta gente. Os campos iriam ficar por cultivar, as casas abandonadas, pois o ânimo faltava e os braços para trabalhar também !
A vida aos poucos foi tomando a sua normalidade e em pleno século XIX, toda a freguesia de Carnaxide foi "assaltada" por gente endinheirada, empresários, quadros do funcionalismo público, políticos e nobres dominantes, procurando nesta região, casas de aldeia ou mesmo quintas, para mudança de ares ou simples veraneio.
Em Queijas ficaram desse tempo bonitas quintas como a da "Senhora Alemã", ou a conhecida Quinta da Fonte da Telha.
Topónimo
Consta que serão quatro as possíveis explicações e bastante diferentes umas das outras.
Tendo a primeira a ver com o facto da existência de muito campo neste local, que era aproveitado para a pastorícia, daí que do leite de ovelha se fizesse um queijo tão bom, que, conta a tradição, o próprio rei D. Miguel se deslocava a esta região para o vir comer.
A segunda deriva da palavra "Quêjas", que era o nome atribuído aos excrementos das ovelhas. Daqui terá vindo a palavra, diz-se.
Seguindo a contagem, a terceira explicação relaciona Queijas com a palavra "Queiras". Conforme a tradição, existia nesse local uma prisão, que originou a expressão popular, "Quer queiras, ou não queiras, vais parar a Queijas".
Com o decorrer dos anos, Queiras ter-se-ia transformado em Queijas.
Finalmente, a quarta provém do castelhano ou do Espanhol como se diz mais vulgarmente. Assim, em castelhano, os substantivos comuns "quexigo, caxigo, e cassigo", referem-se a uma espécie de carvalho. Ora, esta árvore, geralmente, cresce em serras, montes e zonas pedregosas. Como Queijas se situa num local elevado, e tinha esta características, é possível que o nome venha daí.
Um olhar sobre a parte histórica -
"O arrolamento paroquial do ano de 1865 e as palavras do Padre Francisco Figueira referem para o lugar de Queijas uma população de 148 habitantes, 35 fogos, e situada, como ele descreve no seu livro sobre a freguesia de Carnaxide, com o título " Os primeiros Trabalhos Literários" editado em 1865 :
" meio quilometro ao noroeste de Linda a Pastora, assente n' um platô mui fertil. É logar tão antigo que era elle que, com o parocho, antigamente, festejava o orago de S. Romão. Teve outr'ora uma ermida dedicada a S. Joaquim."
Povoado rural e semelhante a outras povoações ao seu redor , Queijas teve certamente origem muito antiga, contudo escasseiam as referências históricas.
Que não seja a insuficiência de fontes documentais e de investigação histórica que minimize o valor ou o lugar patrimonial que Queijas ocupa no concelho de Oeiras.
Povoação de terras férteis, ligada à agricultura e ao cultivo de cereais, de pequenas propriedades popularmente conhecidas pelo seus artigos cadastrais tais como a terra das várzeas, da manga, dos cerejos da carambola, do adufe, dos enxofrais etc. , Queijas foi lugar da freguesia de Carnaxide.
Digno de nota , é o património edificado que tão bem ilustra o passado e a actividade de Queijas e de Linda a Pastora. São exemplos a casa de D. Miguel (Queijas), a Casa de Cesáreo Verde e a capela de S. João Baptista (em Linda - a - Pastora) e o Santuário da Senhora da Rocha.
A sua proximidade com o mar, as características do solo, a sua localização e clima, são factores que tornaram Queijas um local propício à ocupação humana desde a pré-história.
Os solos basálticos desta freguesia, pertencentes ao Complexo Basáltico de Lisboa, desde sempre muito férteis, favorecem, ainda, a retenção da água, em toalhas pouco profundas, mercê das suas condições geológicas.
Estes factores, juntamente com um relevo pouco acidentado, proporcionaram este lugar como local de ocupação humana, tendo sido aqui encontrados vários achados arqueológicos, datando os mais antigos do Paleolítico Inferior. A localidade de Linda- a- Pastora constitui mesmo uma das estações mais importantes da região de Oeiras; pertencentes ao Complexo Basáltico de Lisboa.
Os três factores apresentados justificariam, deste modo, a abundância de caça, bem como a prática da produção de culturas cerealíferas. De facto, esta última actividade manteve-se até aos inícios do século XX, sendo, ainda hoje, visíveis cerca de uma dezena de moinhos dispersos pelo lugar de Queijas.
Para além destes aspectos, foram ainda encontrados em Queijas alguns vestígios de antigas civilizações, nomeadamente, da Idade do Bronze e do Ferro.
Chegados ao ano de 1865 a população de Queijas apresenta apenas 148 habitantes, enquanto Linda- a - Pastora já tinha 403.
Em Queijas a maioria da população masculina dedicava-se à lavoura e à pastorícia. As mulheres desempenhavam actividades tipicamente femininas, sendo a grande maioria lavadeiras.
Os homens ocupavam-se do comércio, agricultura e de alguma indústria, desempenhando ocupações de lavradores, trabalhadores rurais, pastores, taberneiros, moleiros etc.
A maior parte dos homens dedicavam-se à actividade agrícola.
Para além das ruas já referidas, havia caminhos, ruelas, calçadas, escadinhas, largos e pátios.
A par disso, havia neste lugar, vastos campos de sementeiras, por entre os quais haviam sido rasgados estreitas veredas que davam acesso aos moinhos, que em terra de vento eram reis.
Currais, abegoarias, pequenos armazéns de alfaias, terreiros e principalmente muitas eiras, eram coisas fáceis de encontrar em Queijas.
O abastecimento de água era assegurado por várias minas, a partir das quais se tinha acesso ao vasto lençol de água existente por baixo de todo este planalto.
Na Rua da Mina ainda se pode ver hoje o tanque das lavadeiras de Queijas, ou outro onde os animais matavam a sede.
De entre as profissões menos exercidas encontrava-se a pecuária. Contudo esta actividade depressa se desenvolveu e Queijas passou, não só a produzir queijo de alta qualidade, mas também a fazer o abastecimento de leite em algumas localidades circundantes, como, por exemplo, na Cruz Quebrada, e no Dafundo.
De qualquer forma, Queijas chegou a meados do século XX, como um lugar com duas dezenas de modestas casas em redor da Casa de D. Miguel.
Quanto à Saúde Pública, tanto em Queijas como Linda-a - Pastora, não vivia um único médico.
Os Moinhos - Pensa-se que os primeiros moinhos de vento foram construídos na Pérsia e o seu sistema mais tarde aproveitado pelos árabes.
Foram então trazidos para a Europa pelos cruzados que tomaram conhecimento da sua existência aquando das suas viagens pelo Oriente e pouco a pouco, o moinho foi sofrendo alterações que variam de região para região consoante as características geográficas e culturais de cada povo.
Nos séculos XI a XIII este tipo de construção propagou-se pelo velho continente.
Em Portugal, os primeiros dados históricos remontam ao século XIV, sendo um dos países europeus onde mais se regista a sua existência.
Feitos de pedra, cal e madeira, os moinhos são também uma presença forte na paisagem da nossa freguesia.
Moinho com marco geodésico
Actualmente o estado da maioria destes nossos históricos imóveis encontra-se muito degradado, mas, felizmente, já temos alguns recuperados.
Há, assim, uma tendência de inversão nesta situação, julgo até que o moinho mais próximo da Escola Professor Noronha Feio, que encerra um marco geodésico no seu interior e está situado numa elevação rodeada ainda da vegetação típica desta área, bem poderia ser recuperado e destinado a uma última reserva de várias espécies, quase em extinção numa freguesia, que foi tão rica em caça.
Desde lebres e coelhos bravos, ouriços, perdizes, codornizes etc. que fizeram as delícias dos caçadores vindos de todos os lados, incluindo o rei D. Miguel, aqui poderiam viver no seu normal habitat e serem visitados pelos alunos das escolas da freguesia e da região.
Reconstruído na sua velha dignidade, permitiria que este espaço actualmente pertença da CMO, pudesse levar as gerações de hoje a uma viagem ao passado perdido da sua terra.
Para as tarefas de recuperação são necessários conhecimentos de "molinologia", para que de uma forma consciente, não se destrua um património com centenas de anos.
Nesse sentido, é forçosa fazer-se o levantamento arquitectónico de cada moinho e das suas fazes de construção, para que a sua traça original se mantenha.
Todo o trabalho de reconstrução pode levar um ou dois anos a fazer e os seus custos ascenderem a muitos milhares de euros.
Aqueles que Queijas já tem reconstruídos, por vontade dos seus proprietários, têm finalidades diversas sendo um deles o " Moinho D' El Rei", que está a funcionar como habitação.
Outros poderão ter projectos integrados de desenvolvimento regional, ligados à recuperação da paisagem tradicional, à criação/reconversão de emprego ( como restaurantes etc.) e à criação de instrumentos de apoio pedagógico para a comunidade escolar e famílias, como atrás se refere.
Nunca D. Quixote poderia adivinhar, os preços e a procura que os moinhos de vento viriam a atingir. Mais caros que as próprias casas de habitação!
Os nossos, mesmo que possam vir a funcionar para outras finalidades, lembrar-nos-ão sempre os cereais que a nossa terra produzia e os produtos de moagem que, em conjunto com a panificação, foram sempre actividades de grande expressão na vida rural de Queijas.
Neste velho lugar cimeiro, vinha predominando o pequeno e médio comércio, alguns serviços e algumas pequenas unidades industriais.
Aqui se situavam por exemplo uma unidade de fabrico de sinais de trânsito com alguns operários, a Tunális com doze a quinze operários na construção de barcos pequenos, naturalmente mais para desporto, a Escodel de trabalhos de ferro com duas dúzias de operários e sobretudo a Tornearia de Metais - ou Fábrica dos Parafusos, na qual trabalhavam aproximadamente 500 pessoas, entre homens e mulheres.
QUANDO A VILA VOTA EM GENTE SEM PASSADO ! AS COISAS SÓ DOEM A QUEM A FEZ E LUTOU POR ELAS! MAS CUSTA A ROER VER QUE A NOSSA VILA FEZ DEZ ANOS SEM AS FESTIVIDADES MERECIDAS! HÁ PESSOAS A QUEM É ÚTIL FAZER ESQUECER O PASSADO?
QUEIJAS, Vila.
Porquê Vila ?
A freguesia de Queijas evoluiu, em poucos anos, de pequeno aglomerado e dormitório para uma área urbana em expansão, na qual a edificação de novos equipamentos estava a trazer a qualidade esperada. Nesta perspectiva começou, quase colectivamente a sonhar em ser Vila, o que só foi possível graças ao dinamismo e desenvolvimento de que foi alvo nos últimos anos.
Com efeito, os novos equipamentos e entre eles a construção sequencial da Escola Básica n.3, Escola C+S Professor Noronha Feio e, agora o novo Mercado, com o Posto da GNR, vieram trazer a esta localidade uma nova coerência e uma nova forma de vida.
Empresas a instalarem-se na freguesia, um Hotel, a nova Igreja de S. Miguel Arcanjo e o Centro Social.
O urbanismo em expansão crescente, com qualidade, e longe dos índices de ocupação dos bairros de betão.
O pioneirismo na recolha selectiva de lixo, os novos arruamentos e reforço da iluminação pública são outros beneficios bem visíveis, coroados pela notável obra da Fonte escultórica e cibernética de S.Miguel Arcanjo, que transformou a rotunda de Queijas num portal de grande simbolismo e impacto visual e também pela estátua cheia de beleza da Madre Maria Clara.
Se a tudo isto somarmos o êxito alcançado no realojamento, foram eliminados 5
bairros de barracas (Taludes, Beco dos Pombais, Atrás dos Verdes, Rocha e Suave Milagre) onde quase 2000 pessoas viviam em condições degradantes e passaram a ter a sua casa bem confortável.
Ficámos então, com um conjunto de razões de sobra para que a população da Freguesia esteja agora ao melhor nível do Concelho a que justamente pertence, razão pela qual a elevação de Queijas a vila, não era mais do que o reconhecimento e corolário do nosso desenvolvimento.
Em entrevista a um órgão de comunicação social, o Presidente da Junta, António Reis Luz , afirmou então :
" É minha convicção que Queijas tem um futuro risonho !!! "
O sonho a caminho da realidade
Foi então que o Presidente da Junta meteu mãos à obra, começando por se inteirar do caminho a seguir para Queijas chegar a vila..
Leu a legislação adequada, informou-se e começou a elaborar o projecto a ser remetido à Assembleia da República, através do Grupo Parlamentar de um partido, no caso, viria a ser o do Partido Social Democrata.
A fundamentação requereu muito trabalho de investigação, dado que, muito pouca ou nenhuma informação havia disponível sobre este "Lugar de Queijas".
Lida a legislação aplicável, Lei 11/82 de 2 de Junho, fica-se a saber que uma povoação só pode ser elevada à categoria de vila quando conte com um número de eleitores, em aglomerado contínuo, superior a 3.000 e possua, metade dos seguintes equipamentos colectivos:
a) Posto de assistência médica;
b) Farmácia;
c) Casa do Povo, dos Pescadores, de espectáculos, centro cultural, ou outras colectividades;
d) Transportes públicos colectivos;
e) Estação dos CTT;
f) Estabelecimentos comerciais e hotelaria;
g) Estabelecimento que ministre escolaridade obrigatória;
h) Agência bancária.
De todas as condições exigidas, Queijas só não possuía o Posto Médico, mas só necessitava de ter metade das condições acima descritas.
Para além de uma Nota Justificativa de abertura do processo, a fundamentação abordou :
§ Dados geográficos e Administrativos.
§ Resumo histórico
§ Condições socioeconómicas.
Sector secundário- Unidades industriais
Sector terciário. Actividades comerciais mais representativas; Serviços; Equipamentos Social; Educação e ensino ( público e privado); Comunicações e transportes; Actividades sociais e culturais; Equipamento desportivo e colectividades.
Se alguém pensa que a elevação de uma qualquer terra a vila, cidade etc. , está dependente de uma só pessoa, está de facto totalmente errado.
A decisão pode começar pela iniciativa de uma pessoa, a elaboração da fundamentação também, mas uma vez iniciado o processo, todas as decisões são tomadas por órgãos colectivos, como segue:
¨ Aprovação no Executivo da Junta
¨ Aprovação na Assembleia de Freguesia
§ Envio para a Assembleia da Republica através de um Grupo Parlamentar
§ Desce para parecer
¨ Ao Executivo Camarário
¨ À assembleia Municipal
Ø Volta à Assembleia da Republica para aprovação em reunião plenária
Foi exactamente todo esta caminhada que o pedido e respectiva fundamentação fez, até ao dia da Aprovação em plenário da Assembleia da Republica.
O pedido de elevação de Queijas a vila, feito pela Junta de Freguesia de Queijas, havia dado entrada na Assembleia da República em 10/10/2000, apresentado pelo Grupo Parlamentar do PSD, ao cuidado do Dr. Marques Mendes, tornando-se então no Projecto de Lei N.º 311/VIII, após o que foi apreciado na Comissão Parlamentar de Administração e Ordenamento do Território.
Chegou à Assembleia Municipal de Oeiras, para ser aprovado em 27 de Novembro de 2000.
Obteve aprovação no Executivo Camarário em 14 de Fevereiro de 2001, com realce para o facto de Queijas já dispor de 8429 habitantes e na relação de equipamentos colectivos e dos estabelecimentos que compõem os sectores secundário e terciário, totalizarem vinte e sete unidades funcionais e cento e sessenta e uma unidades, respectivamente.
A Elevação de Queijas a Vila foi votado por unanimidade em todos os órgãos executivos e deliberativos onde foi submetida a aprovação, até ser submetido à decisão final na Assembleia da República em 03 de Abril de 2001. Em dia de grande festa, 7 de Junho de 2001, havia centenas e centenas de pessoas e autocarros à volta das instalações da AR, vindas de todas as partes do País para assistirem a aprovações similares, foi aprovada a elevação de Queijas a Vila, através da Lei n.º 56/2001, publicada no Diário da República n.º 160 I - A série de Quinta Feira , 12 de Julho de 2001.
O então Presidente da Junta de Queijas esteve presente no parlamento, assistiu e, já noite, chegou a Queijas com a boa-nova.
No dia 23 de Abril de 2001, na Sessão Ordinária N.2/2001 (1.ª Reunião), foi aprovada na Assembleia Municipal uma Moção sobre a elevação de Queijas a Vila, considerando que este facto se traduz numa importante valorização da localidade e das respectivas populações.
Entretanto a Junta de Freguesia, no dia 26 de Maio de 2001, no palco da nova Vila de Queijas levou a efeito uma grande festa comemorativa.
Começou com uma Workshop juvenil largamente participada, seguiu-se uma Sessão Solene no Salão Paroquial, completamente cheio, onde usaram da palavra o Presidente da Câmara, Dr. Isaltino de Morais e o Presidente da Junta Sr. António Reis Luz.
Foi o dia mais indicado para fazer as homenagens mais que devidas, àqueles a quem chamámos "Os Homens Bons da Freguesia".
Esta Sessão Solene acabou com o nosso querido e saudoso Poeta Ricardo
declamando um seu poema, à novel Vila de Queijas :
Linda Queijas das vivendas Os rebanhos a pastar
E dos moinhos de vento E as giestas em flor
Perfume de reais lendas Uma janela p'ro mar
E caçadas com espavento Um paraíso de cor
Na sinfonia das cores Assim de gala vestida
As searas ondulantes Foste minha perdição
Escondem novos amores Fiquei para toda a vida
Em baile de debutantes Sem nenhuma condição
De imediato foi inaugurado um novo Parque Infantil do Largo dos Correios, que ficou pertença da Junta de Freguesia e uma Exposição Colectiva de Pintura e Artes Plásticas no ginásio da Escola Primária, hoje chamada de Gil Vicente.
À noite a população pôde assistir a um bonito espectáculo, no largo do Mercado Municipal, com exibição de uma conhecida girlsband, perante uma multidão de gente orgulhosa da sua vila.
O que muda de imediato ?
De imediato vai ser preciso e obrigatório, proceder a modificações no Brasão, na Bandeira e no Guião.
Ao nível do Brasão as vilas têm " Coroa mural de prata de quatro Torres" enquanto só tinha de três .
O listel branco, com legenda a negro : deve passar a ter Vila de Queijas
Tais alterações devem ser pedidas, em parecer, à Comissão Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e seguidamente remetidas para publicação no Diário da República.
Brasão - Escudo de prata, duas armações de moinho negro, cordoadas do mesmo e vestidas de azul, livro aberto de prata, encadernado de vermelho e realçado de ouro; em Ponta cômoro de negro carregado de um coração vermelho, coroado do mesmo, e nimbado de ouro. Coroa mural de ouro de quatro torres. Listel branco, com legenda a negro dizendo : VILA DE QUEIJAS.
No resto os habitantes de Queijas continuarão a sentirem-se privilegiados por se saberem numa zona incontestavelmente sossegada, mas com muita qualidade de vida e indiscutivelmente às portas de Lisboa e com bons acessos para todo o país.
A condição de vila em concreto e imediato pode parecer que não lhe trará muito, mas para quem tiver de bater a portas, pedindo ou exigindo aquilo que por mérito é nosso, porque merecemos de facto, o estatuto de vila para Queijas vai ajudar bastante....
Para o homem superior não há outros. Ele é o outro de si próprio. Se quer imitar alguém, é a si próprio que procura imitar. Se quer contradizer alguém, é a si mesmo que busca contradizer. Procura ferir-se, a si próprio, no que de mais íntimo tem... faz partidas às suas próprias opiniões, tem longas conversas cheias de desprezo e com as sensações que sente. Todo o homem que há sou Eu. Toda a sociedade está dentro de mim. Eu sou os meus melhores amigos e os meus verdadeiros inimigos. O resto - o que está lá fora - desde as planícies e os montes até às gentes - tudo isso não é senão paisagem...
A capela de S. João Baptista, em Linda-a-Pastora, é um templo de dimensões modestas e traça arquitectónica simples que sofreu ao longo do tempo importantes alterações.
O actual edifício poderá ter sido uma reconstrução pós-terramoto de 1755. É de notar que este pequeno templo, padece de um desvirtuamento arquitectónico devido à construção de anexos.
Mas a história desta capela deste multi-secular lugar de Linda - a - Pastora, tão carinhosamente cantada por Almeida Garrett, Tomás Ribeiro e Cesáreo Verde, arrastava-se num doloroso problema que era a precária situação da sua legítima propriedade.
"Esta linda capelinha que os antepassados ergueram em honra de S. João Baptista, a quem pertencerá ? A quem pertencerá com efeito aquele tão antigo lugar sagrado ? Ao povo ?" pergunta de novo o P.e Santos Costa, que continua ;
"À paróquia ou à Diocese ? Pois, parece que não, mas sim à Junta de Freguesia desde as famosas liberalidades de 1910. Sabemos que a Junta se não compraz em nada com aquela escaldante e irresponsável posse. Porque se espera ainda ? Onde terão parado os ofícios que há já dois anos começaram sobre o caso a deslizar ?"
Vamos, pois, continuar o relato da situação da capelinha, feito no livro do P.e Francisco dos Santos Costa;
"Infelizmente, aquele feliz estado de coisas ( melhorias várias na vida paroquial) não seria de longa duração, sabido de todos que ainda antes do fim do século passado começa o retrocesso que havia de culminar com os acontecimentos revoltantes de 1908 - 1910 e a fúria da « liberdade » dos anos que se lhe seguiram. A provação atingiria principalmente o P.e António da Fonseca que para aqui veio paroquiar em 1904, as outrora florescentes Irmandades que foram espoliadas e extintas; o templo de Linda - a - Pastora ( que foi roubado ) e da própria paroquial que foi encerrada e prejudicada pelo menos nos seus anexos."
Duma forma geral o ano de 1968 apresentou-se repleto de dificuldades de toda a ordem. Talvez em consequência de no final de 1967 esta região ter sido atingida, não por uma, mas por duas catástrofes na mesma noite.
Foram as terríveis inundações e quase sobre a madrugada do dia seguinte a brutal explosão do forte do Carrascal. Primeiramente foi urgente acudir a tantas famílias, que perderam todos os seus haveres e, em muitos casos as próprias vidas
Tem muitas variantes, porque todo o reino a sabia e cantava, cada um à sua maneira. Vejamos então esta outra versão da mesma lenda :
Em tempos remotos veio fixar a sua residência nestas terras, um dos fidalgos mais queridos do seu monarca, que pelos seus feitos e, pela nobreza de seus antepassados, a breve trecho era o senhor feudal de grandes propriedades com as quais tinha sido contemplado pela grácia régia.
Novo ainda, e tendo perdido os seus maiores nas gloriosas batalhas de África, a vida de celibatário corria-lhe cheia de monotonia, na labuta do amanho dos campos, quando um dia, perdendo-se numa das caçadas que costumava promover, encontrou num dos povoados da serra uma gentil moça por quem se sentiu apaixonado, em virtude dos encantos com que a natureza a tinha dotado.
Rendido pelos encantos dessa mulher e avesso aos preconceitos ligados à sua condição de fidalgo, dentro em breve, unia, numa capelinha do sítio, o seu destino ao da jovem por quem se apaixonou.
Foram vivendo felizes até que um dia ela, timidamente, lhe anunciou que iria ser mãe. Em boa verdade, sete meses decorridos após o seu casamento, era presenteado com uma encantadora menina, que longe de vir trazer mais alegria ao lar, lhe traria luto e desolação, porque o fidalgo, pouco dado a letras e desconhecedor dos fenómenos da gestação, viu no prematuro parto uma infame traição de sua esposa.
Assim, magicando, e em sucessivas noites de tortuosas vigílias, resolveu abandonar o seu solar e com ele sua esposa e filha, indo esconder bem longe de terras portuguesas a sua presumida desonra.
Uma madrugada, antes que o sol fosse nado, e sem que a sua esposa nem nenhum dos seus vassalos desconfiasse da decisão que tinha tomado, emalando todas as jóias, e arrecadando todos os seus pergaminhos e mais valores, abalou até um porto mais próximo, onde se fez embarcar num frágil batel e conduzir a bordo de uma caravela que próximo se balouçava nas poéticas águas do nosso famoso Tejo, tendo previamente deixado, como padrão do seu infortúnio, uma tosca cruz na praia onde se havia embarcado.
Desfraldadas as velas ao vento, e depois de haver volvido os olhos para as terras onde ficavam para sempre sepultados os seus amores e os dias mais felizes da sua vida, com o coração torturado pela dor mais profunda, foi-se pela barra fora, a caminho duma corte onde pudesse, no calor das batalhas e no estontear das intrigas, esquecer as suas mágoas ...
Desembarcado que foi em terras estranhas, fácil lhe foi encontrar um lugar prestigiado na corte do monarca que regia esses povos .
Dentro em breve, o seu valor guerreiro e as suas fidalgas qualidades de carácter, fizera prender a atenção desse rei, que o colocou ao seu serviço como aio e confidente.
Tratando-se por essa época do consórcio do monarca foi, então, o nosso herói encarregado dos preparativo dos esponsais, e por tal forma se houve que mais se afirmou no espírito do seu amo e senhor...
Volvidos sete meses, a rainha presenteava o seu augusto esposo com um formoso bebé, o que veio encher de nova e amargurada surpresa o fidalgo português, porque tendo recorrido a vários físicos da corte a perguntar-lhes a razão de tal fenómeno, eles explicaram-no em poucas palavras.
Compreendeu então o seu erro, e a grande falta que havia cometido para com aquela que tanto havia amado, e que foi desprovida de recursos, e coberta de miséria, havia, ao ver-se abandonada por seu marido com uma inocentinha criança nos braços, recorrido às magras sopas de sua pobre mãe, que bondosamente a acolheu e lhe ajudou a criar o fruto dos seus infelizes amores.
Resolveu então voltar a Portugal e procurar sua esposa para lhe solicitar perdão pela falta cometida.
Ei - lo de volta, a caminho do seu abandonado solar, outrora tão altivo e cuidado, e agora votado ao maior abandono, como se um sopro de maldição houvesse por ali passado....
Caminhando, em tudo encontrava como que restos de recordações felizes, com que a sua alma ainda viril se ia reanimando, almejando só o momento feliz em que carinhosamente havia de estreitar nos seus robustos braços a sua mulherzinha, por quem tanto havia já sofrido.
Nesta preocupação de espírito, deparou ao longe com uma encantadora criança, duns sete para oito anos, que descuidada pastoreava um pequenino rebanho.
Dirigindo-se-lhe perguntou-lhe :
Linda pastora, sabeis dizer-me onde poderei encontrar por estes sítios uma infeliz mulher que tendo sido casada com um dos maiores fidalgos destes reinos foi por ele cruelmente abandonada ?
Sim, meu senhor, - Retorquiu a pequenina pastora. - Vinde comigo, que vos levo ao seu encontro. A pobrezinha, que leva a vida a chorar a sua desdita, é minha mãe, e mora além, naquele casal, com a minha avó...
Um raio que tivesse caído aos pés do fidalgo, não teria produzido nele o efeito que tais palavras produziram !
Calou-se no entanto, e seguiu a sua linda interlocutora.
Chegado que foi ao ponto indicado, encaminharam-se para uma velha arribana, onde o alinho e o conforto indicavam que ali existiam criaturas cuidadosas, mas onde se notava a maior miséria. Apareceu-lhes no beiral da porta uma mulher ainda nova, de uma formosura bem evidente, mas em cujo rosto se notavam os vestígios de profundos desgostos, com os cabelos já grisalhos e os olhos magoados por muitas lágrimas vertidas, e na qual o fidalgo reconheceu logo a sua infortunada esposa. Caindo-lhe aos pés verdadeiramente alucinado, exclamou :
Linda velha ! Perdoa o meu grande crime e vem comigo reatar os laços do nosso passado amor !
Não ! - exclamou ela. Vós que não tivésteis rebuço em pôr em dúvida a minha honestidade e que como vosso gesto proclamásteis perante estes povos a minha infidelidade, não podeis jamais ser o meu leal companheiro ! ...
Ide-vos, senhor, porque não quero reconhecer em vós aquele que, entregando todo o meu amor, toda a minha vida, me feriu e a minha filha, no que nós, pobres descendentes do povo, temos de melhor - a Honra ! ...
O fidalgo, acabrunhado com essa justificada altivez de carácter, e como tendo repulsa de si próprio, voltou pelo mesmo caminho, aturdido, com o que se havia passado. Sem saber como, encontrou-se junto da cruz que havia deixado quando embarcou para as longínquas terras donde havia regressado, e dirigindo-se a ela, derrubou-a ao mesmo tempo que dizia :
Cruz ! Eu te quebro para que não fiques aí mostrando aos meus vindouros a injustiça que pratiquei com a mais virtuosa das mulheres portuguesas ! ...
E assim, através dos séculos e segundo reza a lenda, ficou perpetuado um erro e a história de tristes amores com a denominação de três das mais florescentes e encantadoras povoações que eram da freguesia de Carnaxide ...
Linda - a - Pastora, Linda - a - Velha e Cruz Quebrada.
De óculos escuros e roupa à civil, Ali vagueia, impune, pelas ruas. È um dos polícias afectos ao regime de Saddam Hussein que despiu a farda e que goza da liberdade do caos que se vive no pós-guerra de Bagdad. O seu testemunho dado a Mark Franchetti, enviado do «Sunday Times» à capital iraquiana, é uma espécie de símbolo do regime que chegou ao fim. O relato que fez aos jornais revela parte da barbárie que, aos poucos, se vão descobrindo entre os escombros deixados pelas bombas da coligação, através das mais diversas declarações de ex-presos políticos sobreviventes. Ali era responsável por castigos a dissidentes. Sob o olhar dos familiares, na via pública, a vítima ouvia o veredicto enquanto os guardas lhe cortavam a língua, as mãos ou a cabeça, de acordo com a sentença. E os motivos poderiam ir da oposição “oficial” ao regime até a um mero desabafo proferido contra Saddam Hussein na rua. Ao ser instado a dizer em quantos castigos tinha ele participado com as suas próprias mãos, respondeu, de forma tão fria quanto os métodos que utilizava: «Ia precisar de uma calculadora». Mas acabou por assumir que cortara a língua a 13 pessoas, além da participação no assassinato de outros 16 e decapitações. Entre as vítimas conta-se feras Adnan, um comerciante de 23 anos, acusado de insultar o Presidente durante uma rixa no mercado de Bagdad. Perseguido pela polícia, Adnan conseguiu refugiar-se e esconder-se nos arredores da capital. Chegados a sua casa, perante a sua ausência, os agentes detiveram um tio, um irmão e dois dos seus primos. Na prisão, torturaram-nos com choques eléctricos. Depois chegaria a vez dele. Foi entregue ao corpo policial ao qual pertencia Ali e levado para casa do pai, no norte de Bagdad. À frente da família, Feras Adnan foi amarrado e vendado. Apesar dos apelos insistentes do pai, os guardas cortaram-lhe a língua com uma faca. Mas, desta vez, não chegaram a conseguir concluir o serviço. Adnan ainda exibe a cicatriz e mal articula as palavras, mas conseguiu relatar a sua experiência. Contudo, Ali subestima os seus actos. «Nem sequer pensava no que fazia. Não era mais do que um trabalho», afirma, acrescentando: «comecei a sentir-me mal com os castigos, o das línguas, o das mãos e as decapitações». O antigo dirigente iraquiano Ali Hassan al-Majid, mais conhecido por «Ali, o Químico», foi detido no Iraque e está sob custódia das forças norte-americanas. Quando da ressurreição curda no norte do Iraque, em 1988, al-Majid, então comandante do exército, terá ordenado um ataque com armas químicas que matou milhares de curdos, episódio que lhe valeu a alcunha de “Ali, o Químico”. As segundas e quartas-feiras eram dias de execução de opositores de Saddam Hussein na prisão mais famosa do Iraque. O ritual repetia-se como um relógio e foi aparentemente realizado pela última vez dias antes da guerra.
O regime talibã mergulhou o país num estado brutal de “apartheid” do género, no qual as mulheres e as meninas foram destituídas de todos os seus direitos humanos básicos. As mulheres nem os olhos podem mostrar, ou sequer falar. As meninas não podem ir às escolas, as professoras são proibidas de trabalhar, dão aulas secretas a pequenos grupos. Há ainda mulheres que se pintam, secretamente, pois a maquilhagem também é proibida. Uma mulher que foi executada, estava ajoelhada, completamente envolta no seu xador azul claro, lamentava-se e implorava, quando um miliciano se aproximou vagarosa e displicentemente pelas suas costas, encostou o cano do seu fuzil à sua cabeça e atirou. Vê-se a bala cravando-se no chão e um jorro de massa encefálica.
Em 27 de Setembro de 1996, o talibã, uma milícia fundamentalista islâmica tomou o poder no Afeganistão. Antes entraram já na confusa guerra do Afeganistão, em 1995. O que diferencia o talibã no meio do povo é o fuzil que carrega, ou o pequeno chicote, ou uma vara, com que vão batendo nas pessoas para um lado e para o outro, como carneiros, com rudeza. Como não pode haver outra autoridade, eles são tudo, fazem o papel de polícia, administradores, soldados, juízes. É impressionante observar a pobreza, da escola, da alimentação (basicamente pão e chá), das casas, dos hospitais. Rostos surpreendentemente claros em paisagem tão áspera, de sol causticante, olhos claros esverdeados, barbas negras e brancas. Muitos aleijados vítimas das minas, que os soviéticos espalharam durante a guerra recente e, que ainda estão enterradas. Depois de atravessar Cabul, uma repórter vai à região da guerra entre os dominadores e os aliados da oposição. É conduzida por guias às aldeias por onde passaram os talibãs. Relatos de matanças sucedem-se, e mostram como foram assassinados os homens. Aparecem cadáveres totalmente esfaqueados. São imagens perturbadoras, confrontadas na nossa mente com a imagem suave dos líderes talibã que dão entrevistas colectivas para a imprensa internacional e com a defesa que líderes religiosos têm feito do islamismo como uma religião de paz e amor. Segundo outros relatos os homens de algumas aldeias foram mortos porque foram encostados à parede e fuzilados com tiros na cabeça.
Um tigre macho que parece estar cuidando de dois filhotes órfãos surpreendeu as autoridades ambientais no norte da Índia.
Numa demonstração inusitada de amor paterno, os especialistas acreditam o tigre T25 esteja tomando conta dos seus filhotes que perderam a mãe em fevereiro.
O natural, para a espécie, é que um tigre ataque um filhote quando o encontre. Entretanto, os especialistas disseram não ter encontrado evidências deste tipo de comportamento.
Pelo contrário, o macho foi fotografado caminhando apenas cerca de um metro atrás dos órfãos.
Os filhotes têm cerca de oito meses de idade e são muito jovens para caçar por conta própria. Desde a morte da mãe, a tigresa T5, em 9 de fevereiro, eles vêm sendo alimentados pelos funcionários do parque.
Na última segunda-feira, 30, o diretor de campo da reserva, Rajesh Gupta, disse tê-los avistado se alimentando de uma presa em companhia de T25.
"Eles tinham um aspecto saudável. Parece que o tigre macho está deixando os filhotes se alimentarem da presa, e não pegando todo o alimento para si", disse Gupta.
Raridade
Especialistas em vida selvagem dizem que esse tipo de relacionamento entre o macho e os filhotes é extremamente raro.
Normalmente, os tigres deixam totalmente para a mãe a responsabilidade de cuidar das crias – que, na ausência da tigresa, muitas vezes são simplesmente vistas como alimento pelo tigre dominante.
BBC Brasil | 01/06/2011 11:59
O Estado existe para servir os cidadãos e estes têm que se rever na capacidade positiva deste de legitimar uma relação de confiança essencial. Quando David Osborne nos fala da crescente oportunidade e necessidade de recolocar na agenda o “reinventing the government”, está claramente a colocar a tónica num dos elementos centrais da modernidade competitiva das nações. Importa mais do que nunca reposicionar o Estado como “pivô” central da organização, monitorização e funcionamento adequado das nações e aproveitar as dimensões qualificadoras do conhecimento, inovação e competitividade como atributos capazes de fazer reganhar a confiança estratégica do cidadão naqueles que o representam e têm uma responsabilidade superior na garantia de patamares adequados de qualidade de vida e desenvolvimento social.
A reinvenção estratégica do Estado, enquanto “plataforma de centralidade” onde convergem as dinâmicas de qualificação dos diferentes actores sociais, ganhou hoje um paradigma que não se pode cingir às especificações operativas de mecanismos mais ou menos necessários de Governo Electrónico ou de ajustamentos organizacionais adequados a determinados posicionamentos conjunturais de orgânica interna. Como muito bem nos elucida Samuel Hungtinton, a propósito do eventual choque de civilizações, o que está em causa é a capacidade endógena do Estado se auto referenciar como o primeiro antes de mais e último antes de tudo, centro de racionalidade dos processos sustentados de evolução da sociedade civil. Se é importante, como Francis Fukuyama não pára de reiterar, a evidência da capacidade da sociedade civil protagonizar dinâmicas de liderança nos processos de mudança, não menos verdade é que compete ao Estado modelar a dimensão estratégica dessa mudança.·
No quadro da Sociedade do Conhecimento e da Economia Global, cabe ao Estado o saber assumir de forma inequívoca uma atitude de mobilização activa e empreendedora da revolução do tecido social. Ou seja, independentemente da dinâmica de mudança assentar nos actores da sociedade civil e da sua riqueza em grande parte depender a estabilidade estratégica das acções, cabe ao Estado, no quadro duma nova coerência estratégica e duma nova base de intervenção política, monitorizar, acompanhar. Esta cumplicidade estratégica é essencial para a garantia de padrões coerentes de desenvolvimento e equilíbrio social. Nas sábias palavras de António Paim, emérito politólogo brasileiro, só assim se garante a verdadeira dimensão de confiança entre todos os que acreditam no futuro.
É neste sentido que a legitimidade de actuação e sustentação estratégica se torna central. Processos de compromisso e convergência entre uma base central forte e pontos de descentralização territorial autónomos e indutores de riqueza e bem-estar social a partir da inovação e conhecimento têm que ter por base uma forte relação de cumplicidade estratégica entre todos os actores do tecido social. Um compromisso sério entre uma capacidade natural de mobilizar e empreender e ao mesmo tempo uma vontade de tornar os processos estáveis nos resultados que potenciam. A modernização do Estado assenta em larga medida na capacidade de protagonizar esse desafio de mudança de paradigma.·
Há que fazer por isso opções. Opções claras em termos operacionais no sentido de agilizar a máquina processual e através dos mecanismos da eficiência e produtividade garantirem estabilidade e confiança em todos os que sustentam o tecido social. Opções claras em torno dum modelo objectivo de compromisso entre governação qualificada central, geradora de dimensão estabilizadora e indução de riqueza territorial através da participação inovadora dos actores sociais. Opções assumidas na capacidade de projectar no futuro uma lógica de intervenção do Estado que não se cinja ao papel clássico, dejá-vu, de correcção in extremis das deficiências endémicas do sistema mas saiba com inteligência criativa fazer emergir, com articulação e cooperação, mecanismos autosustentados de correcção dos desequilíbrios que vão surgindo.
David Osborne tem razão em insistir na actualidade e pertinência da chama da reinvenção do Estado. É essencial na Sociedade moderna do Conhecimento consolidar mecanismos estratégicos que façam acreditar. Cabe ao Estado esse papel. Encerra em si uma missão única de fazer da sociedade civil uma fonte permanente de mobilização de criatividade e inovação e de estabilização de participações cívicas adequadas. A governação é hoje um acto de promoção e qualificação da cidadania activa. Importa ao Estado ser relevante. Importa ao Estado constituir-se como um operador de modernidade. Por isso, nunca como agora a sua reinvenção é um desafio de e para todos. A Reinvenção do Estado é em grande medida a reinvenção da Nação.
Por Francisco Jaime Quesado
Jerusalém, al-Quds al-Sharif (a nobre cidade santa), tem uma longa e rica história acentuada por seu significado religioso, simbólico e estratégico. Ela permanece como testemunha da vida e das culturas dos numerosos povos que ali reinaram. A longa historia, sua importância central e o imaginário espiritual da cidade deram origem a uma vasta literatura sobre o passado de Jerusalém. E graças à emoção que a cidade suscita, poucos autores foram capazes de resistir a colorir os seus trabalhos com análises selectivas visando a mostrar que grupos de pessoas têm mais direito sobre a cidade. O resultado é que agora se pode achar diversas fontes de apoio a qualquer argumento, e que há pouco consenso acerca de longos períodos da história da cidade. Na verdade, há, provavelmente, poucos assuntos que tenham gerado tanta pesquisa e análise mutuamente contraditórias. Portanto, uma revisão geral da história de Jerusalém não deveria se deter sobre detalhes, mas ao contrário, tentaria detectar as linhas gerais que se combinam para formar o legado de Jerusalém. A diversidade e santidade da cidade, bem como seu potencial como um centro de convergência de diversas civilizações e intelectuais, são a grandeza de Jerusalém. É este legado que nós, que lidamos com Jerusalém presentemente, devemos lutar para proteger.
A terra, o seu povo e a sua história
Há mais de 5000 anos, depois de um período de seca que assolou a Península Arábica, os cananeus, tribos dos árabes semitas, vieram estabelecer-se nos territórios a leste do Mar Mediterrâneo que formam, hoje, a Síria, o Líbano, a Jordânia e a Palestina. Os Jebusitas, um subgrupo cananeu, fundaram Jebus - Jerusalém no lugar onde ele está localizado hoje e edificaram o primeiro muro ao seu redor, dotado de 30 torres e sete portões. Aproximadamente 2000 anos mais tarde, os filisteus, vindos de Creta, chegaram à terra de Canaã. Misturaram-se com as tribos cananéias e viveram na área sudoeste da moderna Palestina, sobre a costa do Mar Mediterrâneo na área que agora se estende na Faixa de Gaza até Ashdod e Ashkelon. Os cananeus deram aos territórios que eles habitaram o nome bíblico de "A Terra de Canaã", enquanto os filisteus deram-lhe o nome de Filistina ou 'Palestina'.
Os cananeus descobriram que estavam numa localização estratégica e cercada por poderosos impérios originários do Egipto a sudoeste, através do Mar Mediterrâneo a oeste, e Mesopotâmia e Ásia a nordeste. Mais de um milénio antes do nascimento de Cristo, egípcios, assírios, babilónicos, persas, mongóis, gregos e romanos cresceram ao redor da terra dos cananeus e filisteus e a governaram por variados períodos de tempo. A posição geográfica da área significava que ela servia tanto como uma ponte entre os vários impérios regionais, como uma arena para lutas e conflitos entre eles. Em consequência, os cananeus nunca puderam estabelecer um estado forte e unificado, e as suas organizações políticas tomaram a forma de cidades independentes dotadas de governos ligados por relações federativas. Entre as cidades costeiras mais proeminentes dos filisteus, cananeus e fenícios que habitaram a área da actual Palestina estavam Beirute (Bairtuyus), Sidon, Tiro, Acre, Ashkelon e Gaza. As cidades cananéias do interior incluíam Jericó, Nablus (Shikim) e Jerusalém (Jebus). A religião dessas primeiras civilizações da Palestina era centrada na natureza: o céu era o Deus Pai e a terra era a Mãe Terra. Esses povos semitas de Canaã formaram a base do tronco do qual descendem os palestinos de hoje.
Em termos de geografia, demografia, sociedade, economia e vida cultural, Jerusalém tem sido o centro da Palestina e o grande ponto de encontro de importantes corredores este-oeste, norte-sul. De facto, desde os tempos das civilizações mais primitivas da Palestina, Jerusalém tem sido a parte mais importante e inseparável da Palestina. Assim, quem quer que controle Jerusalém fica numa posição de dominação sobre a Palestina. Nela localiza-se a raiz da turbulenta e conflituosa história da cidade de Jerusalém.
Por volta do século XVIII a.C., Abraão veio de Ur, no sul da Mesopotâmia, para a terra de Canaã. Ele estabeleceu-se nas cercanias do Vale do Jordão. Visto que nem o velho e nem o Novo Testamento não haviam sido revelados durante sua vida, Abraão não era nem judeu nem cristão, mas um crente na unicidade de Deus. Ele é descrito no Génese como tendo adorado "o mais alto Deus". O Corão menciona que ele era um 'muçulmano', não na acepção moderna de alguém que segue as leis reveladas no Corão, mas sim no sentido de ter entregado a "sua submissão à vontade de Deus". Assim, cristãos, muçulmanos e judeus ainda rogam por ele em todas as suas preces, como acreditam que Deus lhes exortou a fazerem. Agar, a concubina de Abraão, gerou-lhe o seu filho Ismael, de quem os actuais muçulmanos traçam da sua descendência; entrementes, a sua mulher Sara gerou-lhe o filho Isaac, do qual os actuais judeus traçam a sua linhagem. Abraão mudou-se para um lugar perto de Hebron (al-Khalil), onde viveu pregando o monoteísmo. Quando morreu, Ismael e Isaac sepultaram-no na mesma cova onde a sua mulher Sara foi sepultada. Seu filho Isaac gerou Jacó (Israel), que viveu na região de Harran (Aram).
Por volta de 1300 a.C., os doze filhos de Jacób (Israel) partiram para o Egipto. Eles integraram-se com os egípcios e José, o mais jovem dos filhos de Jacób, casou com a filha do sumo-sacerdote. Originalmente um pequeno grupo de pessoas, multiplicaram-se, e ganharam força durante várias centenas de anos no Egipto, tornando-se os israelitas. Foi no Egipto que Moisés, 'o fundador do judaísmo e o mais eminente legislador e também profeta para as três religiões reveladas, nasceu e estudou filosofia egípcia, tornando-se letrado em todas as ciências dos egípcios. Moisés, juntamente com seu povo (B'nei Israel) deixaram o Egipto por volta do século XIII a.C. vaguearam durante 40 anos no Sinai, e durante esse tempo ele recebeu a lei divina judaica no monte Sinai (Tur).
Após a morte de Moisés, Josué assumiu a liderança dos israelitas e conduziu-os para o oeste pelo rio Jordão até Canaã. A primeira cidade cananéia que Josué conquistou foi Jericó, destruindo-a juntamente com seus habitantes. Depois, ele assumiu o controlo de Yashuu’ (Bayt Ele), Likhish, e Hebron, embora os filisteus tenham bloqueado o avanço do povo de Moisés rumo à costa, na área entre Gaza e Jafa, enquanto os cananeus impediram-nos de conquistar Jerusalém. Quando chegaram a Canaã, foram influenciados pelos cananeus e imitaram os seus ritos religiosos, especialmente na apresentação de ofertas sacrificiais ao Deus Baal.
Nos 150 anos seguintes, os israelitas, filisteus e cananeus controlaram, alternadamente, porções da área da moderna Palestina, com os cananeus (jabusitas) controlando Jerusalém. Mas nenhum grupo foi capaz de consolidar o controlo sobre toda a área. Houve numerosas lutas entre grupos, sendo que cada um mantinha a sua própria cultura e sua própria independência.
Por volta de 1000 a.C., o rei dos israelitas, David, pôde subjugar os pequenos estados de Edom, Moab e Amon. Durante sete anos ele fez de Hebron a sua capital, mas, depois transferiu o centro do poder para Jerusalém pelos últimos 35 anos do seu reinado. Depois dele, o poder passou para o seu filho Salomão, que é famoso por ter erguido o lugar de adoração conhecido como o Templo de Salomão. Para os judeus, esse templo tornou-se o centro da vida religiosa e o símbolo básico de sua unidade. Tornou-se ainda um ponto de peregrinação emocional para o povo judeu.
Com a morte de Salomão, o seu reino foi dividido em dois: o Reino de Israel, ao norte, composto por dez tribos, com Samaria (Sabastia) como sua capital, e o Reino da Judéia, ao sul, composto por duas tribos, com Jerusalém como sua capital. Lutas crónicas entre os dois estados e batalhas colocando-os contra os cananeus e os filisteus, caracterizaram esse período da história do Oriente Próximo.
Por volta de 720 a.C. os assírios, sob o rei Sargão, destruíram o reino israelita ao norte. Em 600 a.C. os babilónios, sob o comando de Nabucodonosor, conquistaram o reino israelita sudeste, destruindo o templo de Salomão em aproximadamente 586 a.C. Em ambos os casos, a maioria da população foi levada para a Assíria e a Babilónia, na Mesopotâmia, como escrava. Quanto a Jerusalém, tornou-se uma colónia babilónica. Por volta de 838 a.C. Ciro, rei dos persas, foi capaz de conquistar o império babilónico (Mesopotâmia), prosseguiu nas suas conquistas até que ocupou a Síria e depois a Palestina, incluindo Jerusalém, permitiu que os escravos de Nabucodonosor retornassem à Palestina, e o Segundo Templo foi concluído em 515 a.C.
Quando o império grego floresceu (eles ainda governaram Jerusalém durante sete anos) a Palestina caiu sob o domínio do Egipto (322-200 a.C.) e depois por um certo período sob o governo dos selêucidas da Síria de 200 a 142 a.C. Nesse ano, o rei Antióquio IV, que tinha danificado o Templo de Salomão forçou os judeus a renunciarem ao judaísmo e a abraçarem o paganismo grego. Por volta de 63 a.C., depois que os romanos subjugaram os seldjúcidas na Síria, o general romano Pompeu assumiu o controlo sobre Jerusalém. Com a ajuda dos romanos, Herodes tornou-se rei da Judeia no ano 40 a.C. o seu reinado durou até à sua morte no ano 4 A.D. Durante esse tempo, o Templo de Salomão foi reconstruído em Jerusalém e houve a perseguição, o processo de crucificação de Jesus Cristo, depois do que, sobreveio a propagação da fé cristã.
Na era de Tito, cerca de 70 A.D., os romanos infligiram aos judeus uma derrota devastadora. Tomaram Jerusalém e queimaram o templo judeu de uma vez por todas. Sob Adriano, várias décadas depois, os remanescentes finais da população judaica foram subjugados e expulsos da Palestina. Os romanos ergueram uma nova cidade sobre as ruínas de Jerusalém, a qual eles dominaram de Aelia Capitolina, com referência ao imperador Aelius Adrianus. Cerca de 395 a.D. Jerusalém tornou-se uma cidade bizantina e cristã. Mas embora a Palestina e seus habitantes se tornassem uma parte do império bizantino política e religiosamente, a vida e a cultura dos cananeus locais permaneceram voltadas para Jerusalém.
Após um breve período de controlo pela Pérsia, no começo do século VII A.D. a Palestina e o resto da Síria saíram do jugo dos romanos e caíram na esfera do império arábico-islâmico. Jerusalém tornou-se a primeira direcção das preces dos muçulmanos (qibla) - 'o primeiro dos dois qiblas'- e a Palestina 'os recintos que Deus abençoou'.
Em 638 A.D., o segundo califa, Omar ibn al-Khattab, chegou a Jerusalém. É importante notar que pelo, aproximadamente, 1300 anos desde a chegada da civilização árabe - muçulmana à Palestina, até o século em curso, Jerusalém permaneceu árabe, do ponto de vista da língua, da cultura e da demografia.
Omar acreditava que Alá ordenara respeito à santidade a cidade de Jerusalém e o respeito por Ahl al-Kitab (O povo do livro). De acordo com o islão, a liberdade de culto a Ahl al-Kitab em Jerusalém é uma dádiva de Deus e, por isso, não pode ser subtraída por mãos humanas. Assim, Omar não tomou a cidade pela força, mas pelo contrário, instituiu a Convenção de Omar, um acordo que determinava o controlo muçulmano sobre a cidade mas reconhecia o direito inalienável à liberdade de expressão para judeus e cristãos em Jerusalém. Omar confiou as duas famílias árabes muçulmanas em Jerusalém as chaves da Igreja do Santo Sepulcro. Ele agiu assim a fim de mandar uma mensagem aos muçulmanos de que a igreja era um templo sagrado que não deveria ser danificado, desrespeitado ou violado de nenhum modo, e como uma resolução para rixas entre várias seitas cristãs sobre quem deveria controlar a igreja. Das famílias árabes residentes na cidade, algumas se converteram ao islão imediatamente, enquanto outras mantém até hoje sua fé cristã. Entre essas famílias árabes cristãs e muçulmanas da velha Jerusalém estão os Khalidis, os Alamis, os Nuseibehs, os Judahs, os Nassars e os Haddads.
A lei muçulmana vigorou em Jerusalém e na Palestina desde o século VII A.D. até o começo do século XX, exceptuando o período das Cruzadas. Os cruzados capturaram a cidade em 1099 A.D., viram-na libertada pelos aiúbidas sob Saladino em 1187 A.D., e depois recapturaram-na em 1229 A.D. Cerca de 15 anos mais tarde, os muçulmanos, outra vez, ali restabeleceram seu governo, e a cidade não saiu mais do seu controle até a ocupação britânica na I Guerra Mundial, em 1917.
A primeira Guerra Israelo-árabe foi causada pela independência de Israel e começou em Maio de 1948, tendo terminado em Janeiro de 1949. De um lado estava Israel, e do outro, Egipto, Iraque, Jordânia, Líbano e a Síria, membros da Liga Árabe. A recusa à partilha da Palestina, imposta pela ONU, gerou a declaração de guerra a Israel em 15 de Maio de 1948, um dia depois da fundação do Estado Judeu.
Os israelitas que contavam com o apoio dos Estados Unidos derrotaram os seus opositores, ocuparam a Galileia e o deserto de Neguev. Com as conquistas, o território israelita passou de 14 500 Km2 para 20 900 km2. Jerusalém, que tinha 105 mil árabes e 100 mil judeus, foi dividida entre a Jordânia e Israel, que incorporou os territórios a oeste do rio Jordão, e a Cisjordânia. A faixa de Gaza, com 40 quilómetros de comprimento e 8 de largura, ficou na posse do Egipto. Esta primeira guerra criou um dos mais complicados problemas para a paz na região: um imenso número de palestinianos refugiados. Já na época eles eram mais de 300 mil. Os palestinianos – árabes que viviam na região da criação do Estado de Israel -, ficaram sem uma nação. Muitos fugiram para o Líbano, para Gaza ou para a Jordânia.
O conflito entre árabes e palestinianos tem origens históricas. No Corão, livro sagrado dos muçulmanos, os israelitas são definidos como elementos minoritários e como um povo no qual não se deve confiar e que precisa ser mantido sob controlo. A disputa entre estes dois povos tem raízes na antiguidade. A presença judaica na palestina remonta ao segundo milénio antes de Cristo. Em 635, durante a expansão islâmica, a região da Palestina foi ocupada pelos árabes. No início da Idade Média, a Palestina pertencia ao Império Romano e era habitada, na sua maioria, por cristãos. Somente no século VII a região foi conquistada pelos muçulmanos e, durante os séculos seguintes, o controlo da Palestina oscilou entre diferentes grupos até à incorporação da região no Império Otomano. Este último começou a formar-se no século XII e chegou a ocupar terras na Síria, Argélia, Bulgária, Sérvia, partes da Grécia, da Hungria, do Irão e da Arábia, além da Turquia. No século XIX, a maioria dos judeus concentrava-se no Leste Europeu e dedicava-se ao comércio e ao empréstimo de dinheiro a juros. Com o desenvolvimento das burguesias nacionais e da Revolução Industrial, no entanto, os judeus foram responsabilizados pelo desemprego em massa e pela concorrência com as classes dominantes. A partir daí foram confinadas a guetos, sofreram várias perseguições e massacres. O resultado disso foi a emigração para a Europa Ocidental. Esta situação levou o jornalista judeu Theodor Herzi, em 1896, a criar o movimento sionista, cujo objectivo era estabelecer um lar judeu na Palestina. Este povo começou a colonizar o país e, em 1897, fundou a Organização Sionista Mundial. Depois da 1.ª Guerra Mundial, os países europeus, de olho no petróleo e na posição estratégica da região, passaram a dominar a área. Em 1918, a Inglaterra ficou responsável pela região. Um ano antes, o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Lorde Balfour, apoiou a fundação de uma pátria nacional judaica na Palestina. Tudo isto aconteceu ao mesmo tempo que os ingleses tinham prometido aos árabes a independência em troca de apoio para ajudar a expulsar os turcos da região. Acreditando nas promessas de Balfour, milhares de judeus foram para a Palestina, compraram terras e estabeleceram-se em núcleos cada vez maiores. Neste período, começaram os choques entre judeus e árabes. Os judeus criaram um exército clandestino (haganah) para protegerem as suas terras e, à medida que crescia a emigração judaica para a Palestina, aumentavam os conflitos. Durante a 2.ª Guerra Mundial – em consequência da perseguição alemã -, a emigração judaica para a região aumentou vertiginosamente e a tensão chegou a níveis insuportáveis; os britânicos na época, tomaram o partido dos Aliados e dos árabes, do Eixo. Em 1936, quando os judeus já constituíam 34% da população na Palestina, rebentou a primeira revolta árabe. Bases e instalações inglesas foram atacadas e muitos judeus foram assassinados. A Inglaterra esmagou a rebelião e armou 14 mil colonos judeus para que pudessem defender as suas colónias. Em 1936, quando os judeus já constituíam 34% da população na Palestina, estourou a primeira revolta árabe. Bases e instalações inglesas foram atacadas e judeus foram assassinados. A Inglaterra esmagou a rebelião e armou 14 mil colonos judeus para que pudessem defender suas colónias. Pouco tempo depois, a Grã-Bretanha tentou controlar a emigração judaica para a área e, desta vez, os judeus atacaram os ingleses. Em 1946, o quartel-general dos britânicos foi dinamitado e 91 pessoas morreram.
Apesar destes ataques, os judeus conseguiram apoio internacional devido ao Holocausto, que exterminou mais de 6 milhões de judeus. Desde então, os Estados Unidos passaram a pressionar a Inglaterra para liberar a imigração judaica para a Palestina. Em 1948, os ingleses deixaram a administração da região para a Organização das Nações Unidas que, sob o comando do presidente norte-americano Harry Truman, determinou a divisão da Palestina em duas metades. Os palestinos, que somavam 1.300.00 habitantes, ficaram com 11.500 km2 e os judeus, que eram 700.000, ficaram com um território maior (14.500 km2), apesar de serem em número menor.
Os judeus transformaram suas terras áridas em produtivas, já que era uma sociedade moderna e ligada ao Ocidente, aumentando ainda mais as diferenças económicas entre judeus e árabes, que sempre tiveram uma filosofia fundamentalista e totalmente contrária ao Ocidente. Neste mesmo ano, o líder sionista David Bem Gurion proclamou a criação do Estado de Israel. Os palestinos reagiram atacando Jerusalém que, segundo a ONU, deveria ser uma área livre. Desde então, o Oriente Médio se tornou palco de conflitos entre israelitas e palestinianos. O motivo da guerra está muito além das diferenças religiosas, passa pelo controle de fronteiras, de terras e pelo domínio de regiões petrolíferas.
Em 1994, quando o mundo se consciencializou das barbaridades de Hitler, tomou providências para que a matança fosse interrompida. Era tarde de mais para esconder toda a verdade. Os sobreviventes judeus, por quererem evitar a repetição do holocausto, propuseram à ONU a criação de um Estado Judaico nas Palestina, onde antigamente se localizava Canaã. Com pressões de todos os lados, no espaço de três anos, A Assembleia Geral das Nações Unidas determinou o estabelecimento do Estado Judeu na Palestina e que seria seguida, após alguns meses, da proclamação do Estado de Israel. Segundo muita gente, a Palestina nada mais é, que a terra que foi prometida por Deus aos Judeus que saíram do Egipto e caminharam 40 anos pelo deserto em busca destas terras. Viveram ali muitos anos, mas foram expulsos por outros povos que habitavam a região, espalhando-se então por todo o mundo. Haviam passado quase dois mil anos, quando regressaram, encontrando a terra prometida habitada pelos árabes e dominada pelos ingleses. Quando os ingleses saíram, para permitirem a criação do Estado de Israel, começaram as lutas com os países vizinhos. Dos catorze milhões de judeus que existem por todo o mundo, só um pouco mais de um quinto vive em Israel; há mais judeus em Nova York que em toda a nação judaica. Com uma população residente de 6 milhões, a comunidade judaica dos Estados Unidos é de longe a maior. Ao todo, os Estados Unidos, o Canadá (300 mil), e a América Latina (620mil) concentram mais de 65% dos judeus. Os judeus tiveram de se adaptar constantemente à língua e aos costumes dos locais que escolheram para viver. Devido à influência do Estado de Israel, o hebraico voltou a ser a língua básica da educação judaica, depois da língua nativa das comunidades da Diáspora.
As Fontes de Energia Alternativas conhecidas são neste momento as seguintes:
Eólicas, Geotérmica, Solar e Biomassa, ou ainda outras fontes alternativas podem merecer análise como as marés, ondas, xisto, Fissão Nuclear (é a quebra do núcleo de um átomo instável em dois menores e mais leves). Todas com vantagens e desvantagens, mas ainda num estado de aproveitamento bastante incipiente. A nível mundial é muito mais correcto falar de petróleo, dentro das causa económicas, do que vagamente da economia mundial. Em boa verdade esta depende em absoluto das fontes de energia e, no caso, o petróleo domina maioritariamente a realidade económica mundial. As alternativas de que falámos aparecem como tal, de forma muito incerta, empurrando as estratégias mundiais de todos os países, muito mais no sentido de garantirem o consumo do petróleo enquanto ele existir, do que para as áreas da investigação e desenvolvimento de outros tipos de energia.
Das causas apontadas para os conflitos mundiais e locais, a economia e as religiões, a maioria das vezes elas não aparecem isoladamente, mas sim, entrelaçadas. Será caso para dizer de mãos dadas. Justificam-se mutuamente e são habilmente manobradas ao serviço das ditas estratégias das grandes potências mundiais. Como poderia o Homem sobreviver sem os recursos mundiais do seu planeta? Ele que à terra e ao mar arranca, numa labuta de sempre e para sempre, os produtos de que precisa para se alimentar, viver e confeccionar toda a sorte de utensílios de que necessita. Ele que, na constante tentativa de viver numa sociedade cada vez mais rica e mais confortável, lhe tem sabido dispensar um ritmo impressionante de progresso, e que já se volta, ambicioso, para os espaços siderais. A economia mundial tem, pois, os seus alicerces nos recursos naturais, tanto no estado primitivo como na forma final conseguida através das operações levadas a cabo pelo Homem para os tornar utilizáveis. Será o caso dos recursos que se extraem do solo e do subsolo e de que os minerais metálicos e os combustíveis são os exemplos mais marcantes. Por seu turno, é o mundo dos seres vivos – animais ou vegetais – o manancial primário dos recursos naturais. O Homem explora-o e desenvolve-o desde o seu aparecimento na face da Terra – pescando e caçando, criando animais domésticos, abatendo árvores, cultivando o solo.
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