Domingo, 9 de Janeiro de 2011
| | Portugal deve recorrer ao fundo resgate «rapidamente» - Mayer Portugal «terá de recorrer» ao fundo de resgate europeu se os mercados continuarem a não lhe oferecer condições aceitáveis de financiamento, disse hoje à Lusa, em Berlim, o chefe do gabinete de estudos económicos do Deutsche Bank, Thomas Mayer. |
|
|
Sábado, 8 de Janeiro de 2011
Faz parte do pensamento igualitário a ideia criminosa de que o meio determina a vida.
Por:João Pereira Coutinho, Colunista
Digo ‘criminosa’ porque este determinismo social é um convite à desistência e à vitimização do indivíduo: se os meus pais são pobres, analfabetos e limitados, a vida que me espera é igualmente pobre, analfabeta e limitada. Eis, em resumo, o bordão dominante que tem infectado o nosso sistema de ensino: se o aluno falha, a culpa não é dele nem da escola; a culpa é dos pais, dos avós, dos vizinhos, eventualmente do cão e do gato.
Um estudo recente do Ministério da Educação vem demolir este mito: a formação dos pais tem importância, sim; mas uma modesta importância. O grosso do sucesso está na escola: na aplicação dos professores e, presume-se, na aplicação dos alunos.
Claro que, para sermos rigorosos, nada disto espanta: qualquer um de nós é o exemplo, ou conheceu exemplos, de quem partiu em desvantagem e, através do esforço individual, a foi suplantando. Mas é sempre grato ver a ‘ciência’ a descer ao senso comum para avisar: professores e alunos, trabalhem. O recreio das desculpas acabou.
Quem acusa com tanta arrogância e aparente convicção, explicou muito mal os seus buracos pessoais. O director da campanha de Manuel Alegre reconheceu que o candidato declarou ao IRS o dinheiro que recebeu pela publicidade ao Banco Privado Português. E agora? Qual a mentira que vem a seguir? É que Manuel Alegre tem de explicar porque mentiu tanto aos portugueses! Porque se embrulhou em tanta contradição!Chega de baixa política, o país está de rastos!
Caixa Geral de Depósitos (CGD), liderada por Faria de Oliveira, vendeu, no último dia do ano, 2,5 por cento da EDP à Parpública.
Por:Miguel A. Ganhão, Editor Executivo
Já tinha vendido outros 2,5 por cento, em Setembro, à mesma instituição. Trata-se de um negócio do Estado consigo mesmo. Até aqui nada de novo. Intrigante é encontrar uma explicação para a razão de ser deste negócio. No início de Janeiro, as acções da EDP cotavam-se a 3,17 euros, o que fazia com que a participação da CGD valesse cerca de 566 milhões de euros.
A venda da primeira ‘tranche’ deu-se com a cotação nos 2,42 euros. A segunda venda, a 31 de Dezembro, encontrou as acções a 2,56 euros. Três perguntas: quem financiou a Parpública? O negócio deu prejuízo? Se sim, quanto e onde está contabilizado?
Fala-se do presidente da Galilei (ex-SLN), Fernando Lima, para substituir António Reis à frente do Grande Oriente Lusitano.
Depois de várias vicissitudes, a Águas do Alardo chegou ao fim. Foi declarada a insolvência.
Pinto Monteiro está farto que os crimes fiscais entupam as secretarias do Ministério Público e já escreveu ao ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.
Na próxima quarta-feira Portugal enfrentará novamente os mercados com duas emissões obrigacionistas, com um montante que pode chegar aos 1,25 mil milhões de euros.
Por:Armando Esteves Pereira, Director-Adjunto
A julgar pela pressão dos últimos dias, o custo dos novos empréstimos baterá recordes. Não é apenas por causa do défice e do elevado endividamento que o País está novamente na tabela mundial dos que têm mais risco financeiro. A debilidade da Banca portuguesa, que tem dificuldades em conseguir financiamento externo, é outro calcanhar de Aquiles.
A queda acentuada em Bolsa das acções da Banca registada ontem é consequência desse temor. Em todas as praças financeiras, Portugal é olhado como a próxima vítima do Euro, e as operações de financiamento do País são acompanhadas atentamente. As dúvidas aumentam o custo para o País. Pagar o que for preciso aos credores para evitar o resgate europeu e do FMI não é a decisão mais inteligente, e nem sequer é solução, porque o País é demasiado frágil para manter um braço-de-ferro contra a corrente dos mercados.
No mesmo dia em que os mercados subiam os juros, José Sócrates anunciava no Parlamento que o défice de 2010 ficava em 7,3%, como o prometido. Esqueceu-se de dizer que esta meta foi alcançada à conta de uma subida dos impostos e do truque da nacionalização do fundo de pensões da PT, que em 2010 foi receita, mas que nas próximas décadas será uma despesa paga com juros.
"VIVEMOS UMA ECONOMIA DE CORRUPÇÃO. É INCONCEBÍVEL NÃO HAVER UMA LEI."
JOÃO BRAGA" - FADISTA
Henrique Neto: "Partidos são um polvo
Henrique Neto é um histórico do PS. Foi dirigente e deputado, mas, nos últimos anos, afastou-se desses cargos. Natural da Marinha Grande, onde foi empresário, tem sido muito crítico do Governo de José Sócrates.
Por:António Sérgio Azenha
Correio Manhã – Nos últimos anos, tem sido um grande crítico da corrupção em Portugal. Concorda com a petição lançada pelo ‘CM’ sobre a criminalização do enriquecimento ilícito?
Henrique Neto – Estou de acordo. Vou assiná-la no dia em que começarem as assinaturas e já comecei a chamar a atenção de amigos para a petição. Por exemplo, discutir o caso BPN sem a lei do enriquecimento ilícito é como estar a chover no molhado: as pessoas enriqueceram, levaram o dinheiro para onde quiseram e, agora, os portugueses vão pagar a factura dos prejuízos do banco. Com o nosso sistema jurídico, é quase impossível haver consequências [desses actos].
– A criminalização do enriquecimento ilícito é necessária para moralizar a vida política?
– Claro que sim. É a única via para que as pessoas tenham algum receio: há dinheiro a rodos em Portugal, algum ganho legitimamente, outro ganho na economia paralela. Por isso, a criminalização do enriquecimento ilícito é um forte dissuasivo da corrupção.
– Como avalia o problema da corrupção em Portugal?
– A corrupção cada vez mais está a levar mais recursos do País. E esse problema, mais tarde ou mais cedo, vai ter de ser encarado com um Governo mais sério do que este.
– O Governo e o PS não têm querido combater a corrupção?
– O PS tem ignorado e facilitado a corrupção em Portugal. As Parcerias Público-Privadas (PPP) são um veículo da corrupção. O Tribunal de Contas todas as semanas manda cá para fora exemplos de dinheiro mal gasto. E o Governo não diz nada. Por exemplo, o primeiro--ministro é das pessoas que têm, neste momento, mais processos em tribunal, e não estou a dizer que ele é culpado. Mas só o facto de ele ter casos em tribunal e a justiça levar tanto tempo para julgar isso é uma preocupação para o cidadão.
– Como explica que os políticos não tenham vontade de criminalizar o enriquecimento ilícito?
– A única explicação é que os políticos têm interesse nisso. Os interessados não são só os deputados, são também os governantes, os autarcas. A máquina partidária é um polvo gigante.
– Os interesse partidários e os interesses pessoais dos políticos sobrepõem-se aos interesses do País?
– Há uma solidariedade com a corrupção e com os corruptos que está a destruir a democracia portuguesa.
– A eventual inversão do ónus da prova tem sido muito criticada. Como encara esta discussão?
– Ninguém pode invocar o ónus da prova para não dizer onde arranjou o dinheiro. Por isso, sou favorável à inversão do ónus da prova.
CADA VEZ MAIS PAÍSES A INCRIMINAR
A criminalização do enriquecimento ilícito está a crescer em todo o Mundo. Os países subscritores da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, assinada em 2003, estão a acelerar a entrada deste tipo de crime nos regimes legais de cada um. Os mais rápidos têm sido os países sul-americanos e asiáticos. Brasil, Colômbia, Argentina e México têm leis fortemente penalizadoras deste tipo de crime. Tal como Hong Kong, que tem tido bons resultados. Na Europa, o crime existe em França desde 2003 e está na forja na Alemanha e na Irlanda. Estes países controlam o património dos políticos e funcionários em sede do processo civil e com um severo regime de confisco de bens, mas têm projectos para criar o tipo de crime.
CAMPANHA DE RECOLHA DE ASSINATURAS ARRANCA NO DIA 12
Para que o Parlamento discuta em plenário a Petição do ‘CM’, são necessárias quatro mil assinaturas. É um direito que pode ser exercido por qualquer pessoa já a partir do próximo dia 12, quarta-feira. Há duas formas de o fazer: ou através do site do ‘CM’ ou presencialmente, em qualquer delegação ou na sede do jornal, em Lisboa. Para tal, basta fazer-se acompanhar de um documento de identificação.
«EU NÃO ALIMENTO CAMPANHAS SUJAS, DESONESTAS»
|
O candidato presidencial Cavaco Silva afirmou hoje que não alimenta «campanhas sujas, desonestas», questionado se comprou ações da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) a «preço de saldo» em 2001. |
Sexta-feira, 7 de Janeiro de 2011
CAVACO SILVA, JOSÉ SÓCRATES E A POLÌTICA À PORTUGUESA
— André Azevedo Alves @ 16:57
Se o “caso” SLN, por si só, FERISSE DE MORTE A CANDIDATURA DE CAVACO SILVA, José Sócrates já não seria Primeiro-Ministro há muito tempo.
Insurgente
"EM JANEIRO , SOBE AO OUTEIRO; SE VIRES VERDEJAR, PÕE-TE A CANTAR, SE VIRES O SÓCRATES PÕE-TE A CHORAR"
|
|
O candidato presidencial Cavaco Silva declarou hoje que os portugueses devem ter saudades dos "bons tempos" em que Portugal era "um país credível e respeitado" e considerado um "bom aluno" na União Europeia.
|
Banca
BPN perde 2,3 mil milhões em depósitos
No final de 2008, o banco tinha recursos de 5,1 mil milhões de euros, valor que hoje é inferior a três mil milhões.
Por José António Lima
O economista João Salgueiro apontou esta semana algumas evidências sobre a crise que o país está a enfrentar.
Ao contrário dos espíritos mais pessimistas, disse que esta «é uma época esperançosa, pois, finalmente, os portugueses perceberam que existe um grande problema», que estão metidos «num grande sarilho». Perceberam mesmo? Há, pelo menos, uma parte significativa que não terá percebido bem, a avaliar pelos 784 milhões de euros gastos em compras por multibanco, entre os últimos dias 20 e 26 de Dezembro - mais 14,6% do que na mesma semana de Natal de 2009... Mas estarão em vias de perceber. E já no início de 2011.
João Salgueiro aponta ainda o dedo ao discurso desresponsabilizador e em tons cor-de-rosa que José Sócrates vem repetindo, como na mensagem natalícia que dirigiu ao país: «O primeiro-ministro continua com fantasias, a querer convencer-se a si próprio de que estamos a ter um bom desempenho. Mas estamos a ter um péssimo desempenho» e Portugal apresenta, nos últimos anos, «o pior resultado da zona euro em termos de crescimento do produto (PIB)».
E Salgueiro não poupa críticas aos vários Governos que «não criaram as condições para um mercado mais concorrencial» e deram todas as facilidades a empresas como a EDP, a Galp ou a PT, entre outras: «Dá-se a possibilidade a empresas, que não estão em condições de concorrência, de fazerem lucros volumosos». E de repartirem, escapando aos impostos, dividendos extraordinários e não menos volumosos - acrescente-se.
ONDE João Salgueiro falha nas suas certeiras opiniões é ao desvalorizar a importância e ao diluir responsabilidades nos casos BPP e BPN. «Estes dois casos são marginais», conclui com ligeireza o ex-presidente da Associação Portuguesa de Bancos, que conviveu largos anos com os irresponsáveis gestores do BPP e do BPN. Casos marginais?! Que já custaram ao Estado e aos portugueses milhares de milhões de euros?! Só se forem marginais na acepção mais corriqueira de casos de polícia . E de ladrões...
jal@sol.pt
Abaixo da linha de água
3 de Janeiro, 2011Por José António Saraiva
Dois temas que indignam especialmente a esquerda (e não só) são o caso BPN e a compra dos submarinos.
Os milhares de milhões de euros enterrados pelo Estado no Banco Português de Negócios ou submersos nos novos submarinos fazem muita gente dar saltos.
Os ex-gestores do BPN são apelidados de «criminosos» com a maior descontracção e os governantes que decidiram a compra dos submarinos são tidos como irresponsáveis ou socialmente insensíveis.
Custa a perceber a razão de tais ódios.
Em primeiro lugar, os dinheiros gastos no BPN e nos submarinos não evitariam a crise actual nem a resolveriam.
Quando muito, poderiam adiá-la uns quinze dias...
Depois, é preciso atentar no seguinte.
Após a descoberta de graves problemas na administração do BPN, relacionados sobretudo com a gestão de José Oliveira Costa, os accionistas convidaram Miguel Cadilhe para presidente do conselho de administração - que aceitou o lugar sob certas condições, denunciando de motu proprio as irregularidades e apresentando a seguir ao Governo um detalhado plano de viabilização.
Ou seja: os accionistas não fugiram nem queriam que o banco fosse nacionalizado; e estavam decididos a suportar os custos da sua viabilização.
É claro que o plano podia falhar e o BPN poderia falir - com todas as consequências daí decorrentes.
Mas isso não foi possível verificar, pois o Governo optou pela nacionalização.
Foi isto o que se passou.
Por isso, não se percebe bem a indignação de muitos: o Estado entrou no BPN porque quis - e por estar convencido de que o geriria melhor do que Cadilhe.
E assumiu as suas responsabilidades conscientemente e sabendo ao que ia.
Mas esta obsessão da esquerda com o BPN terá também que ver com outras coisas.
Primeiro, com o facto de lá estarem vários ex-governantes de Cavaco Silva (Oliveira Costa, Dias Loureiro e Arlindo Carvalho); depois, com o ódio que a esquerda tem aos bancos, como símbolos do capitalismo .
Não há intervenção pública em que Louçã não fale nos lucros fabulosos da banca (chamando-lhes às vezes «pornográficos»).
Ora, todos sabemos que muitos desses lucros são virtuais.
Por outro lado, mal de nós quando os bancos não tiverem lucros!
Sem banca não há economia: não é possível financiar o crédito à habitação, o crédito ao investimento, o crédito às pequenas, médias e grandes empresas, o crédito ao Estado, etc.
Certas pessoas ainda continuam a funcionar como se os bancos tivessem um dono de charuto na boca que no fim do ano enche os bolsos com maços de notas.
Ora esse tempo passou.
Os bancos são hoje sociedades de accionistas, grandes e pequenos, e são as pessoas que lá têm as suas economias.
Claro que se podem criticar os ordenados - por vezes exagerados - de alguns administradores, e alguns prémios que, num tempo de grandes dificuldades, são manifestamente imorais.
Mas isso são contas de outro rosário.
Mal de nós quando os bancos não tiverem bons lucros e boa liquidez.
Aí é que estaremos mesmo mal.
Quanto aos submarinos, também tem havido à volta do tema muita demagogia.
Uma coisa são as eventuais luvas recebidas por alguém no negócio; outra coisa, bem diferente, é o negócio.
A compra de quatro submarinos foi decidida pelo Governo socialista de António Guterres, sendo a encomenda reduzida para dois no tempo de Durão Barroso.
Até por isso, não parece muito correcto este Governo estar sempre a invocar os submarinos como desculpa para tudo.
Por outro lado, não faz nenhum sentido colocar a compra dos submarinos em alternativa às despesas sociais, como repetidamente se tem feito.
Procura induzir-se a ideia de que os submarinos não servem para nada - e roubaram o pão a muita gente.
Seguindo essa lógica, enquanto houvesse em Portugal uma pessoa com fome não poderia investir-se em mais nada: nem na Defesa, nem na Cultura, nem no Desporto, nem na Ciência, nem em coisa nenhuma.
Ora isso é uma tontice.
Depois, é preciso pensar que um dos maiores capitais que Portugal tem é a plataforma marítima.
As nossas águas territoriais e a zona económica exclusiva são dos poucos anéis que restaram ao país - depois da independência das ex-colónias.
É por aí que passa boa parte do nosso destino.
Mas como poderemos justificar internacionalmente essa soberania se não tivermos meios para a defender?
Como poderemos, perante a comunidade das nações, reivindicar o direito sobre essas águas atlânticas (cada vez mais cobiçadas) se não tivermos meios para as controlar, para as policiar, para as proteger?
É óbvio que, se há meios policiais e militares que se justifiquem, são os que têm a ver com os nossos domínios marítimos.
Pôr isso em causa é não perceber nada de nada.
Na discussão destes temas, como em tudo, o problema do país é outro: é faltar gente preparada para debater as questões como deve ser e tomar as decisões certas.
Se houvesse mais preparação, não se diriam (nem fariam) tantas asneiras.
Assim, desejo a todos os leitores um Feliz Ano de 2011 - fazendo votos para que a demagogia não tome definitivamente o lugar daqueles que ainda procuram pensar com alguma lucidez.
Representante da empresa dos blindados trabalha para o Estado português
7 de Janeiro, 2011Por Luís Rosa
Representante da empresa que vendeu os blindados à PSP trabalha para empresa do Ministério da Defesa. A Milícia, empresa privada que vendeu seis viaturas blindadas ao Ministério da Administração Interna, partilha o mesmo advogado com a Empordef, SGPS - holding detida a 100% pelo Ministério da Defesa, que gere as participações sociais em empresas públicas da área militar.
Trata-se de João Henriques Pinheiro, militante do PS (secção de Benfica), sócio do escritório Capitão, Rodrigues Bastos, Areia & Associados e consultor jurídico do ex-ministro Severiano Teixeira e do Ministério da Saúde até Junho de 2009.
Desde Abril de 2002 que Henriques Pinheiro é advogado da Empordef, tendo mesmo exercido funções de administrador da Defloc - empresa de locação de equipamentos militares detida pela holding estatal - entre Agosto de 2008 e Fevereiro de 2010. Por outro lado, Pinheiro representa a Milícia desde o início do concurso público para a compra de seis viaturas blindadas. E enquanto procurador da Milícia assinou o contrato, no valor total de 1,2 milhões de euros, com o governador civil António Galamba.
O contrato estipulava um prazo de dez dias para a entrega das viaturas, mas apenas foram entregues duas: uma a 22 de Novembro e outra seis dias depois. Assim, Galamba enviou uma carta a 28 de Dezembro à Milícia onde denunciou o contrato - pois o atraso já tinha ultrapassado 30 dias estipulados contratualmente como prazo máximo para a entrega das quatros viaturas em falta.
O Governo Civil de Lisboa prepara-se agora para accionar judicialmente a Milícia, solicitando a resolução judicial do contrato e o pagamento de uma indemnização que poderá ser feito em género, ou seja, através da transferência a custo zero da titularidade das duas viaturas já entregues.
luis.rosa@sol.pt
NENHUMAS PARA SER PRESIDENTE DE TODOS OS PORTUGUESES
BPN - CAVACO AFINAL VENDEU BARATO
QUANDO CAVACO SILVA VENDEU AS ACÇÕES POR 2.40 EUROS, O BPN ESTAVA A VENDÊ-LAS POR 2.75. AO CONTRÁRIO DO QUE SE PROPALOU,
CAVACO PODIA TER VENDIDO MELHOR E O "AMIGO" SÓ O PREJUDICOU. O DIRECTOR DA SIC VEIO JUSTIFICAR O ATAQUE, POR CAVACO NÃO TER FALADO. A INTENSÃO DOS FALSOS ACUSADORES É DENEGRIR TUDO O QUE ELE DISSER. ESTA GENTE É INCAPAZ ATÈ DE DEFENDER A PÁTRIIA!
DESDE 2008 QUE EXISTE PUBLICADO UM COMUNICADO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA EXPLICANDO TUDO, MAS A MALDADE É SUPERIOR, EM GENTE DE POUCOS ESCRÚPULOS!
Alguém disse, um dia destes, que pior do que a crise e a falta de uma orientação firme, nesta tragédia em que Sócrates nos mergulhou, é a total falta de princípios e de ética, a democracia completamente corrompida - o tal "pântano" que fez Guterres afastar-se. Até agora, os primeiros-ministros podiam seguir melhores ou piores políticas, doutrinas mais ou menos controversas, ou até estar rodeados de alguma gente corrupta (podemos imaginar Cavaco enganado nos amigos políticos, mas não cúmplice dos seus negócios). Agora, é o tal "pântano", que Guterres viu e de que fugiu, a dominar completamente.
Barroso foi oportunista e mau governante, e fez Portugal trocar um bom e cobiçado comissário europeu por um medíocre e pouco respeitado presidente da Comissão. Mas, enfim, tinha um curso superior limpo. E não consta que andasse a promover uma marca dúbia como a do Magalhães, ou se envolvesse em Freeports, Tagusparks e Faces Ocultas. Ou que se antecipasse a uma decisão europeia, para pôr na mão dos EUA dados sobre os seus cidadãos (o que certamente não melhorará a imagem do Governo junto dos americanos). Algum de nós, como investidor lúcido, acreditaria em medidas de um Governo de Sócrates? Em Portugal, e no PS, pensar num bom 2011 é acreditar num 2011 sem Sócrates.
Pedro D´Anunciação
Quinta-feira, 6 de Janeiro de 2011
EM 2008 CAVACO SILVA fez publicar um comunicado no qual presta todas as informações sobre uma atoarda posta a correr, relativamente a acções que transacionou, no seu leígitimo direito, e num momento em que não tinha qualquer actividade política, eis a notícia publicada pelo Expresso:
Venda de acções rendeu 147,5 mil euros a Cavaco e foi feita por carta
publicado 10:41 05 janeiro '11
Aníbal Cavaco Silva ganhou, pela venda das acções que tinha da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), 147.500 euros. Esta informação foi avançada pelo "Expresso" em 30 de Maio de 2009, numa notícia onde revelava também cópias das cartas que Cavaco e a sua filha enviaram à SLN.
Comentários:
1 - Há alguma ilegalidade na transacção posta em causa? Se há, que se diga, em lugar do partido do Governo, se perder em insinuações vagas e pedidos de resposta completamente incompreensíveis,só exercidos para confundir o povo e levá-lo a votar enganado.
2 - O estado foi prejudicado? O valor de venda não era o praticado à data? Os impostos não foram pagos?
3 - Os contactos comerciais não são habitualmente dirigidos aos Presidentes das Empresas? Não são eles ou alguém em sua representação, que assina estas decisões?
4 - A campanha que a esquerda está a fazer é vergonhosa. Enxovalham toda a gente que é honrada e protegem aqueles que facto, até microfones roubam.
5 - Este assunto, levantado pelo Expresso em 2008, foi devidamente esclarecido por Cavaco Silva. O comportamento da maioria dos candidatos desta campanha é totalmente vergonhoso, pela calúnia insinuada e não devidamente esclarecida e provada, pela comunicação social que lhe dá voz.
Entardecer em São Martinho do Porto (Vítor Xavier ).
SEM ALEGRIA, SEM MORAL E COM MUITA, MUITA, MENTIRA E MALDADE. SERÁ ISTO O SOCIALISMO PROMETIDO PELOS PROFISSIONAIS DO INSULTO?
UM ANO FEITO DE ESPERANÇA
Novamente, o Prof. Cavaco Silva insiste na necessidade de «não iludir a realidade» e não «faltar à verdade», lembrando o que tinha dito e aconteceu. Os socialistas, como Manuel Alegre, que criticam Cavaco por, alegadamente, não assumir a sua responsabilidade no estado actual do País - o consulado governativo de 1985-1995 ou a promulgação dos diplomas do Governo?!... - são os mesmos que reagem com cólera a qualquer palavra que lhes soe a intervenção na área da governação... O Presidente da República centrou a sua mensagem no combate ao crescimento da probreza e da exclusão social e não teve papas na língua para notar os «mais de 600 mil desempregados». Na verdade, a maior exclusão social dos nossos dias é a exclusão do trabalho e nisso o Estado tem culpa, quando fomenta políticas de preguiça (rendimento social de inserção crónico e subsídio social de desemprego, que prolonga a inactividade) em vez de políticas de integração económica e promoção do trabalho remunerado.
Ao mesmo tempo, Cavaco Silva louvou as instituições da sociedade civil que trabalham no apoio dos pobres e as acções de voluntariado. Tem sido bastante desprezada, pelos analistas, a constância do apoio do Presidente da República às instituições da sociedade civil, especialmente na caridade, nas empresas, na educação e formação e na pesquisa, seleccionando, encorajando e exaltando, casos notáveis de sucesso. Se esse apoio e louvor tivesse sido seguido pelo Governo, em vez do socialismo de Estado, Portugal não estaria tão debilitado nessas áreas, pois a sociedade civil tem demonstrado capacidade de iniciativa, serviço e resultados, mesmo sem contar com os meios que o Governo reserva para as suas instituições.Por fim, o Prof. Cavaco Silva lembrou a sua trilogia do desenvolvimento: aumento da competitividade das empresas, crescimento das exportações e redução do endividamento. Em contraponto à mobilização socratina total para as infra-estruturas, cujo rendimento marginal é agora muito reduzido e cujo nível de qualidade já não constitui entrave ao desenvolvimento, Portugal precisa daquilo que o meu professor Stefan Tobisch chamava os instrumentos «soft» (apoio às empresas e formação/educação).Contamos com a promessa do Presidente da República de que 2011 seja, mesmo, «um ano feito de esperança». Não será de recuperação económica ainda, porque não chegámos ao fundo do nosso vale, mas queremos que seja um ano de recuperação moral e política.* Imagem editada daqui.
A «PILHAGEM» DA GALINHA BPN PELA CAIXA
Já me tinha chegado a informação, mas não quis crer. A informação era sobre o enigma do impasse do BPN e contrapunha ao método habitual do socratismo um processo de reestruturação financeira, ditado pela situação de agonia do Estado. Assim, aquilo que estava a acontecer não era a engorda do BPN para o Governo o ceder, mimoso e luzidio, a um grupo amigo, à maneira da prikhvatizatsiya de Yeltsin. Era a secagem do BPN e o varrimento do lixo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para o BPN: sedução dos melhores clientes e negócios do BPN para a Caixa e passagem de crédito mal-parado e de clientes e negócios inconvenientes para o BPN... Como é evidente dada a natureza nuclear da operação do nacionalizado BPN, o Governo validou esta estratégia e é responsável por ela.Agora, chega-me uma segunda informação no mesmo sentido e mais concreta:«Um cliente rico pede ao seu gestor no private banking do BPN um financiamento, cujas condições representam um excelente negócio para o banco. Dada a quantia elevada, o gestor precisa de "luz verde" dos seus superiores. Essa autorização nunca chega, não existindo qualquer resposta apesar da insistência do gestor. Ao contactar o seu cliente, pedindo desculpas por este atraso anormal, este revela-lhe que durante esse tempo foi repetidas vezes assediado pela CGD para que obtivesse o financiamento junto deles. O curioso é que o cliente apenas tinha partilhado este negócio com o seu gestor... Esta história não só aconteceu, como não é uma história isolada...»
Se assim é, e parece ser, a Caixa aproveitou o encargo da administração do BPN, nestes dois anos e dois meses, desde 2-11-2008, para se livrar do seu lixo, que varreu para debaixo do tapete do BPN, e compor os seus livros - tal como o Estado, que teria de reflectir, mais cedo do que mais tarde, essa situação nas suas contas -, muito stressados pela sua utilização, pelo Governo Sócrates, como braço de socorro financeiro de certos grupos e empresas em dificuldades, ao mesmo tempo que pilhou o BPN dos melhores clientes e negócios. Esta hipótese explicaria a dificuldade de venda do BPN a outros bancos: estes têm informação do que está a acontecer e recusam ficar com o lixo.Se esta hipótese estiver correcta, como soa, o aumento do capital do BPN em 500 milhões de dinheiro vivo do Estado é para tapar o buraco alargado pela própria administração da CGD e iludir os interessados renitentes a comprar uma galinha depenada de clientes e negócios, mas com a boca dos funcionários para alimentar.Se a hipótese se confirma, importa dizer que a estratégia do Governo/CGD de usar o BPN como máquina de secagem de clientes e de carro do lixo da Caixa, um veículo de despejo de créditos mal-parados e maus negócios, é inadmissível e está errada, pelo maior encargo financeiro que provoca para os cidadãos portugueses. O Governo deveria ter aceite o plano Cadilhe e não ter nacionalizado o BPN.* Imagem editada daqui.
— Maria João Marques @ 15:43
MANUEL ALEGRE TALVEZ NÃO SOFRA DE AMNÉSIA, mas trata-nos certamente como néscios. Então não é que o senhor escreve um texto literário sobre a relação com o dinheiro e nem se dá ao trabalho de saber para que finalidade quem lhe pede o texto a vai usar? Mas alguém acredita nisto? E sendo que quem lhe pede o texto é uma agência de publicidade, e sabendo que as agências de publicidade se dedicam a publicitar instituições e produtos, e sabendo ainda que bastava aparecer o seu nome associado a uma marca numa iniciativa publicitária para emprestar a sua credibilidade à marca publicitada e para que os destinatários considerassem que Alegre sanciona e recomenda essa marca, e sabendo nós que ninguém trabalha a pedido de uma agência publicitária na expectativa de o fazer de graça, o que pensar desta forma atabalhoada como Manuel Alegre distribui os seus textos literários? Devemos pensar o seguinte (se acreditarmos na explicação): que Alegre é demasiado descuidado e incompetente para ser Presidente da República.
Quinta-feira, 29 de Julho de 2010
Brasil
PS HABITUADO A TER COMO PRESIDENTE DA REPUBLICA UM HOMEM SEU! MOBILIZOU VÁRIOS CANDIDATOS PARA INSULTAREM CAVACO!
NO PODER HÁ MUITOS ANOS, E COM O PAÍS DESTRUIDO, NÃO QUEREM LARGAR O PODER!
Eleições presidenciais
|
Cavaco Silva defende-se dos ataques cerrados de Defensor Moura
2010-12-24 11:15:23
Lisboa – No debate desta quinta-feira, entre Cavaco Silva e Defensor Moura, este acusou o actual Presidente da República de não ser isento no caso BPN.
Defensor Moura pôs em causa a isenção e honestidade de Cavaco Silva, acusando-o de ter obtido «lucros chorudos» com acções do banco BPN. Cavaco Silva primeiro disse que «nem ia responder» mas acabou por se render e acusou o adversário de enveredar por uma «campanha suja».
O deputado socialista confrontou o actual Presidente com acusações graves de parcialidade, que incluíam, o favorecimento de ex-governantes seus, em cargos públicos, a sua posição como accionista no BPN, ou o tratamento de privilégio de uma câmara do PSD, no Dia de Portugal (caso relatado por Defensor de Moura que alegou «tenho aqui os documentos»).
Cavaco insurgiu-se e deixou a postura do início do debate de não responder a provoçaões e respondeu em relação às acusações sobre o BPN: «Eu, como Presidente da República, apenas o que fiz em relação ao BPN foi a aprovação do decreto de nacionalização, depois de o Governo e o Banco de Portugal me terem informado por escrito de que não havia alternativa à estabilização do sistema financeiro português e havia grandes prejuízos para os depositantes».
Já relativamente à acusação de desonestidade Cavaco respondeu «É preciso nascerem duas vezes para ser mais honestos do que eu». «Os portugueses não se deixam enganar, sabem onde está a verdade e onde está a mentira. Há uma coisa que resistiu durante todo o meu tempo de político, foi a minha honestidade», alegou Cavaco.
A poucas horas da consoada, o espírito natalício foi pouco, ou nenhum, no sexto debate para as presidenciais, o primeiro em que Cavaco Silva foi confrontado de forma mais agressiva.
(c) PNN Portuguese News Network
|
A direcção do PS enviou por correio electrónico uma carta aos militantes do partido, na qual Cavaco Silva é violentamente atacado. A notícia é avançada hoje pelo Diário de Notícias. Na carta é pedido aos militantes que colaborem com o processo de recolha de assinaturas de Manuel Alegre, apresentado como "uma referência do Portugal democrático" a quem o PS "deu o seu apoio inequívoco".O documento, assinado por Edite Estrela, lança ainda duras críticas ao Presidente da República, explicando que a sua reeleição “abrirá as portas a um governo do PSD" e, com isso virão ainda "políticas conservadoras e neoliberais".Fazendo uma referência ao caso das escutas que envolveram a presidência, é dito que durante o mandato de Cavaco "foram frequentes as quezílias, intrigas e até campanhas, dirigidas por assessores da sua confiança", as quais foram "destinadas a atingir a idoneidade do Governo e do primeiro-ministro".
DIPLOMA QUE NÃO EXISTIA
Por Pedro Jorge Castro
Cinco dias depois de se ter refugiado em Paris,
em Julho de 1964, Manuel Alegre escreveu ao
cunhado, António Portugal, marido da irmã, e
fez-lhe um pedido: “Preciso urgentemente
dos meus documentos universitários, inclusive
as cadeiras feitas e respectivas classificações.
Junto do meu padrinho tenho possibilidades de
completar o meu curso. Seria óptimo
se ‘arranjassem’ as coisas de modo a que o
certificado dissesse ter eu o 3.º ano completo.”
A seguir, juntou um alerta contra a PIDE:
“Será conveniente que esses documentos
venham por mão própria, para esses
filhos da puta não os roubarem no correio.”
Manuel Alegre não concluiu o 3.º ano de Direito,
daí o uso de aspas no verbo “arranjassem”.
A carta, manuscrita, foi interceptada pela PIDE
e está arquivada na Torre do Tombo,
tal como uma transcrição dactilografada
pela polícia política.
A ficha curricular de Manuel Alegre, guardada
no Arquivo do Departamento Académico da
Universidade de Coimbra, indica que o poeta
concluiu o 1.º e o 2.º ano de Direito, mas quanto ao
3.º ano apenas regista aproveitamento na disciplina
semestral de Direito Fiscal.
Esteve inscrito também em Economia Política, a cujo
exame faltou, e nas cadeiras anuais de Administração
e Direito Colonial, Finanças e Direito Civil – mas não
as concluiu.
Confrontado com esta questão, há um mês, numa
entrevista dada à SÁBADO sobre outros aspectos da sua
resistência ao salazarismo, Manuel Alegre respondeu que
não se lembrava de ter feito um pedido ao cunhado sobre
este assunto. Questionado sobre se, tendo em conta que
não continuou o curso por ter resistido à ditadura, acharia
natural pedir para lhe
passarem o diploma como se tivesse o 3.º ano completo,
Manuel Alegre respondeu: “Não, de maneira nenhuma.
Nem tinha sentido, nem eles passavam. Então passavam
a uma pessoa que é exilada? Não tem sentido
nenhum. Não me lembro nada disso. Nem tem sentido.”
Nessa entrevista, o candidato mostrou--se ainda convencido
de que tinha concluído o 3.º ano do curso:
“A memória que eu tenho é que tenho o 3.º ano de Direito
e que estava a fazer cadeiras do 4.º ano.”
Esta semana, confrontado com a informação oficial da
Universidade de Coimbra (segundo a qual apenas completou
uma cadeira do 3.º ano), Duarte Cordeiro, director de
campanha do candidato apoiado pelo PS e pelo Bloco de
Esquerda, disse que Manuel Alegre mantinha a resposta
dada há um mês.
O candidato às presidenciais de Janeiro entrou na
Faculdade de Direito em 6 de Novembro de 1956, e a sua
última avaliação tem data de 19 de Março de 1964. Estes
sete anos e meio foram marcados por uma intensa
actividade contra a ditadura, nas lutas estudantis, durante
o serviço militar em Mafra e nos Açores, e na guerra colonial
em Angola, onde esteve preso cinco meses.
Quando voltou a Coimbra sentiu-se vigiado em
permanência: “Os gajos da PIDE não me largavam. (...)
Percebi que estava arrumado e que, mais dia, menos dia,
ou ia para a cadeia ou teria de ir embora do país”, conta
no livro Uma Longa Viagem com Manuel Alegre, escrito
por João Céu e Silva. Na mesma página, diz que
não completou o curso e sublinha: “Nem o quis fazer
por via administrativa.”
Carregue na próxima foto para ler a carta na íntegra
http://www.sabado.pt/Multimedia/FOTOS/
-spam---b--Politica---b----spam-/FOTOGALERIA-
%28NAO-MOVER-SO-COPIAR%29-%2838%29.aspx
Recuperar a ética e a justiça como valores de uma sociedade pressupõe referenciais e esperança
Por:Paula Teixeira da Cruz, advogada
Depois do caminho que temos percorrido, com a sacralização do ter e do parecer, num ambiente de dúvidas, suspeições, fraudes, corrupção, tristes certezas e de todo o tipo de estratagemas que minam a nossa sociedade; depois dos erros acumulados, transversalmente, nos valores, no civismo, no político, no económico - vamos forçosamente ter de escolher outro percurso. No contexto que vivemos e com a severidade dos tempos que aí vêm, há duas portas que, em alternativa, podem ser abertas e que levam a caminhos muito diferentes.
Na verdade, ou iniciamos um caminho de contestação global - a tentação é forte e haveria bons motivos - de diluição institucional, de desresponsabilização colectiva e individual, que acabará seguramente numa convulsão social, num empobrecimento generalizado, com os riscos todos a subir e não apenas os das bolsas ou o do primeiro leilão do ano. Por esse caminho estaria assegurada a manutenção do império do "espertismo" e a colonização parasitária daqueles que, por qualquer meio, conseguem sempre chegar aos poucos recursos. Caminho alternativo seria o termos a coragem dos mea-culpa que cabem, do retorno aos valores, da cultura de responsabilidade e da responsabilização - sim, incluindo o político e o económico - e de nos atrevermos a um modelo menos material mas mais sustentado, mas onde igualmente não se criem quaisquer condições para gerar fundados sentimentos generalizados de injustiça, de impunidade, de vale tudo e ou de nada vale. Em suma, um caminho de uma sociedade em reconstrução, que começa numa educação cívica.
A recuperação da ética e da justiça como valores de uma sociedade pressupõe referenciais e esperança. É o momento para aqueles que detêm quaisquer níveis de responsabilidade saírem ou demonstrarem as suas capacidades a outros níveis: ao nível do exemplo e ao nível da competência (atrevo-me mesmo a dizer do mérito, essa palavra que nos últimos anos é tão maldita, que os seus cultores eram e são apelidados pejorativamente de meritocratas, como se o mérito não pudesse existir nos actos mais simples como nos mais complicados).
Vão-se-nos abrir duas portas e só temos de escolher entre a que nos conduz a um desígnio colectivo, ainda que difícil, ou a que nos abre o caminho da libertação da raiva, da desregulação colectiva, onde os mais fortes, por si ou por cumplicidades ocultas, continuarão a tratar dos seus destinos, dirigindo-nos.
A campanha das presidenciais está a ser animada com o ‘caso BPN’, sobretudo, centrado na questão das acções de Cavaco Silva. Manuel Alegre entendeu perguntar a quem é que Cavaco Silva terá vendido as acções mas este recusa-se a responder.
Por:Eduardo Dâmaso, director-adjunto
Ora, por partes: Manuel Alegre tem toda a legitimidade para colocar a questão no plano político e Cavaco não pode refugiar-se num altivo ‘não comento’. Em democracia, todas as questões relacionadas com o exercício de cargos públicos podem colocar-se. Mas, diga-se também em abono da verdade, o que importa no ‘caso BPN’ não são verdadeiramente as acções de Cavaco Silva.
O que importa no ‘caso BPN’ é o que ele simboliza numa sociedade cada vez mais fragilizada por insuportáveis fracturas sociais e económicas. Traduzindo: ninguém suspeita que Cavaco tenha tido ganhos ilegais no BPN, mas o candidato não pode descartar-se a falar de um banco que é um caso de polícia e por onde passou a fina flor dos seus amigos pessoais e políticos. Como foi possível, aliás, manter alguns deles na sua candidatura, há cinco anos, quando já tanto se sabia sobre o desvario do BPN!? E Alegre, pelo seu lado, não pode fingir que está tudo bem na forma como o actual governo está a gerir a situação do banco. O silêncio de um e outro só exala um tipo de perfume: o que reina nos pântanos.
ARMAS: MINISTRO da DEFESA ADMITE INDÍCIOS DE «CRIME MUIO GRAVE» |
O ministro da Defesa admitiu hoje a existência de indícios de que foi cometido um «crime muito grave» na unidade de comandos da Carregueira, em Belas (Sintra). «Há indícios de que se praticou um crime grave nessa unidade. Há um incidente muito grave nessa unidade», afirmou Augusto Santos Silva, à margem de um encontro sobre indústrias do mar, realizado em Lisboa.
|
Quarta-feira, 5 de Janeiro de 2011
E PARA MUITO PIOR !
SALAZAR
EVITAVA - Só participava em eventos públicos quando não tinha alternativa. Empenhou-se na criação do Hotel Ritz mas faltou à sua inauguração; apesar de todos os convites, nunca assistiu ao lançamento à água de um navio de Alfredo da Silva, patrão da CUF; e nem sequer esteve na recepção que marcou o início da Fundação do seu grande amigo Ricardo Espirito Santo - aliás o banqueiro comunicou-lhe os casamentos de duas filhas, mas disse logo que nem o convidava por saber que ele declinaria.
SÁBADO - 19-11-2009
HOJE: Não há "Festa nem Dança onde não vá a Maria Constança ....
Pronto. Acabaram as guerras sobre o número de desempregados, os aumentos e as descidas, os postos de trabalho criados ou destruídos, as comparações com os meses anteriores, com os anos passados.
Por:António Ribeiro Ferreira, Jornalista
Os jornalistas deixam de falar em períodos homólogos, trimestres para trás ou para a frente. Ainda bem. Era uma grande maçada ouvir os responsáveis dos partidos políticos sempre que apareciam os números do Instituto de Estatística. Agora vai ser tudo diferente e tão fiável como as sondagens que nos impingem os diferentes institutos. Vai ser tudo feito pelo telefone. Móvel ou fixo, tanto faz. Não interessa. É claro que os desempregados deviam ter um aumento no subsídio para manterem o aparelho activo. E não vale deixar mensagens do tipo "alô, alô, me liga de volta".
DESEMPREGO HISTÓRICO
Com a economia portuguesa a viver a recessão mais grave desde a década de 70, é natural que se sucedam vários recordes negativos. Um dos mais preocupantes é o desemprego, que está, pela primeira vez , acima dos 10% e não deverá ficar por aqui. As previsões internacionais apontam para valores acima de 11% em 2010 e alguns economistas mais pessimistas falam mesmo em taxas na ordem dos 15%.
EXPRESSO - ECONOMIA
TEMPO NÃO É DINHEIRO ....
«BPN contesta Cavaco e diz que tem quatro administradores em exclusivo», diz o Negócios, de 2-1-2011. E fonte do BPN acrescenta que «a Administração do BPN é composta por sete elementos, tal como a da CGD, sendo que quatro estão em exclusividade». Então, ainda é pior. Se o consumo de dinheiro público, que a administração do BPN não estanca, fosse por falta de tempo dos administradores, até compreendia...
POPULISMO E BLOGOSFERA
— Miguel Botelho Moniz @ 18:48
QUEM PARECE NÃO TER ENTENDIDO BEM O TEXTO DA PETIÇÃO DO CM É O SIGNATÁRIO NUNO GAROUPA, que escreveu [negritos meus]:
«O enriquecimento ilícito é um sinal evidente de corrupção, de incumprimento de obrigações fiscais, de injustiça social e de subdesenvolvimento. É intolerável numa sociedade com uma distribuição da riqueza tão assimétrica como a portuguesa.»
É que a petição refere exclusivamente detentores de cargos públicos, pelo que o grosso da evasão fiscal, injustiça social e subdesenvolvimento não deverão mudar. Além disso, não vejo bem o que a distribuição da riqueza tem a ver com o caso. Se houvesse mais igualdade de rendimento a corrupção era menos grave? Ou será que o que o realmente preocupa é a fuga ao fisco e a assimetria social em si mesma? Se calhar era mais eficiente criminalizar a riqueza.
Hoje, Portugal enfrenta o primeiro exame dos mercados. É apenas uma emissão de 500 milhões de euros, quase uma gota de água dos 20 mil milhões de novas necessidades de financiamento do Estado para o corrente ano.
Por:Armando Esteves Pereira, Director-Adjunto
A tendência de subida de juros das últimas semanas deve aumentar o custo desta operação a curto prazo (empréstimo de seis meses) para valores recorde. A colocação de hoje ainda deve ser uma questão de preço, mas, se a desconfiança dos mercados permanecer nos próximos meses, a dúvida é se os credores ainda continuam a comprar dívida portuguesa. Se houver ruptura e o Estado não conseguir dinheiro para pagar os salários, as reformas e compromissos com os fornecedores, a única opção do Governo será mesmo a de pedir o resgate à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Desde a crise grega que os mercados financeiros desconfiam dos países periférico. Portugal padece, como os helénicos, de problemas de sustentabilidade de finanças públicas, com largos défices e elevado endividamento, associados a fracas perspectivas de crescimento económico. As dúvidas sobre se este País consegue pagar as dívidas são legítimas. A história da última década, com anemia económica e crescente endividamento, depois de vendidas as principais jóias da coroa nas privatizações, é um péssimo precedente. Com outra década no mesmo ritmo, Portugal não conseguirá pagar as contas.
Medina Carreira quer corruptos na cadeia
Medina Carreira e João Cravinho apoiam a petição do Correio da Manhã pela criminalização do enriquecimento ilícito. Em declarações ao CM, Medina Carreira diz que "os políticos sérios deviam ser os primeiros a tomar a iniciativa de propor a criminalização". Lendo o texto da petição, Medina considera mesmo que "1 a 5 anos de prisão é pouco".
Por:Paulo Pinto Mascarenhas/ Cristina Rita
Já o socialista João Cravinho entende ser "muito importante que um órgão nacional como o Correio da Manhã tome a iniciativa de um grande debate público sobre a criminalização do enriquecimento não justificado".
O fiscalista Medina Carreira vai directo ao assunto: "Assino a petição. Eu sou a favor da criminalização do enriquecimento ilícito para todos os que exercem ou exerceram cargos políticos." Mais: "É fundamental que se escrutinem algumas fortunas que são conhecidas, de políticos que começaram sem dinheiro e saíram ricos não se sabe bem como."
Por seu lado, o antigo deputado e ministro do Equipamento do PS, que apresentou um pacote anticorrupção em 2006, o qual viria a ser muito alterado pela própria bancada parlamentar do PS, defende que "a criminalização do enriquecimento não justificado nada tem rigorosamente que ver com a inversão do ónus da prova". Uma opinião com a qual concorda Medina Carreira: "O argumento da inconstitucionalidade da inversão do ónus da prova é um falso problema."
Medina Carreira, que foi ministro das Finanças do I Governo Constitucional, entre 1976 e 1978, afirma que a política deve ser vista "como um serviço ao País e como uma honra". Por isso, acrescenta, "deveriam ser os políticos sérios a assumir uma iniciativa como esta".
João Cravinho classifica a iniciativa da petição do CM como "extremamente importante", reservando outros comentários mais alargados para o dia de hoje.
O plano anticorrupção apresentado em 2006 pelo então deputado Cravinho consistia precisamente em colocar sob suspeita qualquer pessoa que apresentasse declarações de rendimentos que não correspondessem ao real património. Cravinho disse, então, que faltava coragem para combater a corrupção.
MAIS DE 140 MIL CONSULTAS MARCADAS ONLINE NUM ANO |
HÁ QUEM TENHA UMA JUNTA QUE FAZ ESTAS CHAMADAS, COM POMPA E CIRCUNSTÂNCIA, EM LUGAR DE CONSEGUIR UM CENTRO DE SAÚDE PARA A SUA POPULAÇÃO Num ano, mais de 180 mil portugueses inscreveram-se no sistema de marcação de consultas online nos centros de saúde, que registou mais de 140 mil consultas realizadas. O sistema e-agenda foi lançado em Janeiro de 2010 com a ideia de facilitar a marcação de consultas com o médico de família, permitindo aos utentes fazê-lo a partir de casa, escolhendo o dia e hora da sua conveniência. |
Terça-feira, 4 de Janeiro de 2011
| | Imobiliário: investidores estrangeiros fogem de Portugal O volume de investimento imobiliário em Portugal atingiu cerca de 600 milhões de euros em 2010, semelhante aos anos anteriores, apesar da fuga dos investidores estrangeiros preocupados com a credibilidade do país, indica um relatório da Cushman & Wakefield. |
|
|
Segunda-feira, 3 de Janeiro de 2011
O ano que agora entra é uma espécie de ano quase zero na nossa história recente. Se 1974 foi um ano fundador, o ano zero da nossa democracia, e depois 1975, pela estabilização do regime, um ano quase zero porque ensaiou um novo ponto de partida, 2011 anda muito perto do significado que este último teve para Portugal.
Por:Eduardo Dâmaso, director-adjunto
Não é que aí venha um novo golpe militar, mas adivinha-se um tempo tão intenso e tão incerto por força da crise económica que é como se estivéssemos a entrar num gigantesco túnel sem que se saiba sequer se tem saída. O desemprego, o endividamento externo, um poder político cada vez mais fraco, uma economia afundada na depressão geral são algumas das desastrosas condições de partida deste 2011. Seria mais fácil vencer tantas dificuldades se pressentíssemos no País as lideranças adequadas para dar a volta, mas esse é, porventura, o problema de mais complexa solução. Mesmo que venha o FMI, sempre ficaremos depois com a classe política que se perfila.
A democracia é assim, faz-se com os que vão a votos dentro e fora dos partidos e, nessa perspectiva, os que vão a jogo têm muito mérito. Por isso, talvez fosse tempo de os partidos de poder (PS e PSD) se deixarem de calculismos cínicos. Têm de ser revitalizadas as condições de democracia interna, e os tempos não vão de feição nesse domínio. Mas é chegada a hora de devolver nobreza à política, e isso talvez seja a grande reforma que falta e que não se faz de forma teleguiada.
Relatório do Ministério da Educação
Os alunos do Ensino Básico e Secundário têm dificuldades em estruturar um texto encadeado ou em explicar um raciocínio com lógica, revela um relatório do Gabinete de Avaliação do Ministério da Educação (GAVE).
Alunos têm dificuldades no raciocínio
O documento mostra que os estudantes portugueses têm mais facilidade nas respostas que requerem selecção, revelando mais dificuldade nos itens de construção. Estas limitações estão ligadas às debilidades da escrita. Para o director do GAVE, Hélder Diniz de Sousa, este resultado "não é um dado novo, nem sequer é um dado exclusivamente nacional". Defende por isso que pais, alunos e escolas devem preocupar-se mais com a qualidade daquilo que os estudantes aprendem do que com os resultados alcançados.
O responsável diz ainda que as famílias devem mudar de atitude, pois estão muito preocupadas com os resultados e não tanto com a forma como é feita a aprendizagem.
Por:Luís Marques Mendes, ex-líder do PSD
O Correio da Manhã resolveu lançar um movimento com vista à subscrição de uma petição a favor da criminalização do chamado enriquecimento ilícito.
Não posso estar mais de acordo com esta iniciativa. Afinal, de há anos a esta parte tenho falado e escrito em abundância sobre o assunto, propondo o preenchimento desta lacuna do nosso ordenamento jurídico.
Na generalidade dos países europeus, o enriquecimento ilícito ou injustificado é crime. Há mesmo uma Convenção das Nações Unidas, já ratificada por Portugal, que prevê este tipo de crime. Apesar de tudo isto, tem faltado vontade política no nosso país para consagrar legalmente esta mudança. Aliás, uma grande parte dos nossos políticos foge desta questão como o diabo da cruz!
A verdade, porém, é que faz todo o sentido consagrar este tipo legal de crime. Numa sociedade como a nossa, há os que enriquecem pelo seu mérito, talento e engenho, de forma legítima e por meios lícitos e legais. Esses devem merecer o nosso aplauso.
Ao contrário, há os que fazem fortuna com facilidade sem que se perceba como, os que enriquecem demasiado depressa sem que se entenda a verdadeira razão, os que apresentam um património e um nível de vida pouco condizentes com os rendimentos que auferem. Esses devem merecer a nossa censura.
Só que não chega a censura ética e social. É necessária também a censura criminal.
Naquelas situações, quando o enriquecimento não é natural ou não é alcançado por meios normais e legítimos, o desvalor que daí resulta para a sociedade não pode passar impune. Deve ser criminalmente sancionado. Sob pena de estarmos a pactuar com exemplos que minam seriamente a democracia, a economia e a vida colectiva.
No fundo, do que falamos é de combate à corrupção. De ter ou não ter vontade para a combater. De haver ou não haver instrumentos eficazes para fazer esse combate. Essa é a escolha essencial.
Eu sei, todos sabemos, que há anos o combate à corrupção deixou de estar na agenda política e no discurso oficial. Não interessa agora saber se isto resulta de uma mera omissão de uma pensada cumplicidade. Importante é perceber que a melhor forma de pactuar com a corrupção é não fazer do seu combate uma grande prioridade nacional. Os corruptos agradecem. A democracia, essa, fica mais frágil e vulnerável.
Muita alma ficou espantada com o estudo de um gabinete do Ministério da Educação sobre as capacidades dos alunos do Secundário. Melhor, sobre as suas incapacidades.
or:António Ribeiro Ferreira, jornalista
Os rapazes e raparigas não sabem raciocinar ou escrever. Grande novidade. Basta andar por aí, ver televisão, ler jornais ou ouvir rádio. E não se diga que a culpa é do Governo do senhor engenheiro relativo. Não é. O mal já vem de longe. Muitos homens e mulheres que ocupam hoje lugares de destaque na sociedade portuguesa padecem do mesmo mal. Foram vítimas do mesmo sistema. Também não sabem raciocinar ou escrever. E seria manifestamente injusto pedir a esta gente que obrigasse os meninos e as meninas de agora a perceberem uma pergunta, um texto e a escreverem umas frases com algum sentido. O que está a dar é ser burro. E quanto mais burro melhor.
Sábado, 1 de Janeiro de 2011
TRIPLICA O NÚMERO DE DIVÓRCIOS
Somos cada vez mais incapazes de assegurar o regular funcionamento da família nuclear, essa prodigiosa realização da cultura humana, que conseguiu juntar, no mesmo espaço, sexo, educação, reprodução, vários tipos de amor, asilo para os velhos, solidariedade, traição e grandes assados no forno.posted by FNV on 12:28 AM #
A criação de grandes empresas
Inserido em 31-12-2010 20:17
Neste momento de crise discutem-se formas de reduzir custos e melhor distribuir a riqueza. Esses são problemas evidentes na sociedade portuguesa. Mas há outro problema a que não se presta a devida atenção: como aumentar significativamente a riqueza do País.
Esse é um problema universal. Numa conferência realizada em Massachusetts, em Abril deste ano (ver http://blog.masstlc.org/2010/04/notes-from-nantucket-conference.html), referia-se que a resolução desse problema passava pela criação de empresas baseadas na economia do conhecimento que atingissem rapidamente valorizações superiores a mil milhões de dólares.
Na conferência discutiram-se estratégias para o desenvolvimento desse tipo de empresas. Um factor crítico de sucesso identificado foi a existência de mentores para empreendedores.
Mas a afirmação mais intrigante foi a de um interveniente que proclamou que “o pensamento racional nunca foi gerador de riqueza ou de grandeza”. Por essa razão, a criação de grandes empresas deve-se sobretudo a fundadores que optam pelo sonho e não pela razão.
António Câmara
31 Dezembro, 2010 – 19:40
O velho que agora acaba, que nada trouxe de bom, será seguramente melhor que o novo prestes a despontar. Que me recorde, neste País do descontentamento eternamente mergulhado em crise, nunca um novo ano se anunciou tão sombrio. Muito embora se me afigure que 2011 será o ano das grandes decisões, que serão vitais para o nosso futuro enquanto País. Delas resultará a inversão deste ciclo de decadência à custa de esforço, trabalho e mérito próprios ou a continuação do empobrecimento deslizante.
É tudo uma questão de atitude: projectar bem e realizar melhor, nunca contando com dádivas do Céu, seja este o FMI, a UE ou a China. Trabalhando e contratualizando na base e ignorando as soluções milagreiras da cúpula, totalmente esgotada e alienada. Mudar em poucos anos aquilo que levaria uma geração com reformas graduais.
Blasfémias
Chegou o tempo das grandes rupturas e elas terão de começar por baixo. Por uma questão de sobrevivência. A palavra à sociedade civil, ou ao que resta dela.
Passe a ironia, votos de Bom Ano.
Blasfémias
PAÍS DE FIDELIDADES
Manuela Ferreira Leite (www.expresso.pt)
0:00 Sexta feira, 31 de Dezembro de 2010
|
A notícia de que o Governo e o PSD não se entendem na escolha das pessoas que deverão constituir o grupo de trabalho para reavaliar as parcerias público-privadas e as grandes obras públicas é desanimadora.
Na verdade, este facto, não sendo novo, revela que está instalada na sociedade portuguesa uma desconfiança entre os cidadãos de proporções preocupantes baseada, quase sempre, no conhecimento da simpatia partidária de cada um.
Esta atitude deve-nos fazer refletir até que ponto se deteriorou o nosso sentido democrático.
Será que o facto de alguém ter uma opção política clara o torna suspeito para cumprir os seus deveres para com o país?
Será que está subvertida a noção de opção ideológica e ela se tornou um meio de criar agentes políticos, impeditivo de agir de forma independente, quando se trata de defender os interesses do país?
O que é feito da ética, do sentido de serviço público, do interesse nacional?
O critério da confiança pessoal e da 'lealdade política' que tem minado o sector público, não se pode sobrepor à seriedade intelectual.
Enquanto formos um país de fidelidades versus competências não nos mobilizaremos para ultrapassar as nossas dificuldades.
O Natal é um bom momento para começarmos a arrepiar caminho.
Texto publicado na edição do Expresso de 23 de dezembro de 2010
Cavaco e Sócrates estragaram o Natal: falam do que não sabem. Dois americanos revelam como qualquer dos dois faz pouca falta à pobreza.
Durante a semana, e na véspera de mais um Natal, descobriu-se que Sócrates e Cavaco se pegaram pela mais terrível das fatalidades sociais - a pobreza. Pouco importa aqui se algum tem razão - o que interessa é que ambos olham a pobreza como um problema do Estado. Melhor dito: como um problema que se resolve pela atenção que lhe dedicam, eles representantes do Estado. Que absurdo.
Herbert Gintis, um economista quase desconhecido do grande público (e dos poucos que cruzam economia e generosidade nos seus estudos), defendeu em 2002 que quanto mais uma sociedade se expõe às virtudes e deficiências do mercado aberto mais os seus membros revelam disponibilidade para a caridade. Pausa: Gintis não é um desses liberais americanos que defendem o mercado contra todas as evidências. Pelo contrário: autointitula-se ex-marxista e Martin Luther King pedia-lhe documentos para sustentar as suas ideias de combate à desigualdade.
Na verdade, este professor da Universidade do Massachusetts não conclui que o Estado é nocivo - nem podia. O que ele diz é que os mercados colocam estranhos em contacto e que, dessa interação livre, nascem quase sempre benefícios mútuos. Esses benefícios, por sua vez, desenvolvem nas pessoas um sentido de preocupação com outros além da família e dos amigos mais próximos. Quanto mais livre e independente é essa interação, quanto mais habituados a lidar com gente fora de círculos sociais controlados, maior é a generosidade.
Mas Theodore Roosevelt Malloch diz que sim, que a presença de um Estado forte diminui a disponibilidade para dar. Theodore, que Margaret Thatcher apelidou um dia de "sherpa global", acusa governos e governantes (no livro "Being Generous", 2009) de serem forretas com a caridade porque o dinheiro não lhes pertence. E ilustra: os franceses dão 0,14% do seu PIB, os alemães 0,26%, os britânicos 0,73% e os americanos 1,7% do PIB. Ou seja, os franceses dão 12 vezes menos do que os americanos. E os portugueses?
Entre 2005 e 2007 doaram (via IRS) 3,5 milhões de euros para a caridade, cerca de 0,002% do PIB, e outros 7 milhões por vias diretas - tudo somado, 0,006% da riqueza. Ou trinta mil vezes menos do que os americanos. Sócrates e Cavaco estão preocupados com a pobreza - se Gintis estiver certo, faziam melhor em afastar-se dela.
Talvez a conclusão seja radical, sobretudo para alguém que acredita e defende o papel redistributivo do Estado. Sucede que isso não impede de tentar perceber o que a demagogia política esquece: as pessoas respondem a incentivos e quase nunca o fazem da forma como os políticos esperam. Os infantários de Haifa, Israel, mostram bem como isto acontece: num país de Estado tão forte, a lei resolveu punir com multas os pais que se atrasavam a apanhar os filhos ao final do dia. Os atrasos pioraram - os pais passaram a chegar duas vezes mais tarde. A razão? O atraso passou a ser qualquer coisa que podiam tranquilamente comprar - quando antes, pelo contrário, carregavam o peso moral de deixar os filhos à espera ("Journal of Legal Studies", vol. 29, 2000). Isto para dizer: Cavaco e Sócrates podem bem digladiar-se pelo título de campeão da pobreza que os dois ficam mal na fotografia.
Políticos messiânicos, que chamam a si em exclusivo a resolução de problemas como a pobreza, são o oposto do Pai Natal: em vez de esperança e espírito de partilha, espalham desconfiança e egoísmo entre os homens.
Texto publicado na edição do Expresso de 23 de dezembro de 2010
"Para onde foram parar estes depósitos ? Adivinhem ....... CGD ? QUENTE....QUENTE....pORQUE É QUE PASSADOS DOIS ANOS, AGORA É O (DES)governo que não ata nem desata ?"
ZANGADO
Hoje, 11h46m