Sábado, 22 de Janeiro de 2011
Ouçam-se as vozes da gente simples que vêm das famílias, dos vizinhos, das igrejas, dos pequenos clubes, das colectividades, das associações, dos ranchos folclóricos, dos dadores de sangue etc. São estas as vozes que ninguém ouve e precisam ser ouvidas. São as vozes desta gente anónima, que não fala nos telejornais, mas que derrubam os governos. Embora não pareça.
Mas, cuidado com as vozes dos que dizem representá-los. Essas vozes estão contaminadas! As redes sociais que por aí andam, são a fingir. Estão adulteradas!
Explique-se à população que é mentira haver, entre outros, sistemas gratuitos como a educação e a saúde. Publiquem-se nos jornais, em linguagem simples, os números astronómicos que os portugueses pagam por eles.
Os números que os portugueses pagam para gáudio das corporações.
Pagam, e depois vêm a péssima qualidade do ensino ministrado, os atrasos de anos na justiça, as longas listas de espera para se ser operado! Vêm, sentindo que cada vez vivem pior.
Pagam quando liquidam os impostos, que podiam ser bem mais leves.
Para permitir melhor compreensão dos factos, diga-se aos portugueses, quanto custa cada aluno ou cada doente, ou cada julgamento ao erário público. Assuma-se a critica da gestão dos milhões e milhões do financiamento feito no ensino e na saúde, de natureza pública. Ou nos tribunais.
Permita-se que ao lado do público funcione o privado, sem medo. Não se privilegie nem um nem outro. Inverta-se o modo de financiamento, entregando o dinheiro aos utentes (ou família), em vez de financiarem, directamente, as instituições. Isso sim, é que é democracia. Porque a democracia é pôr as pessoas a decidirem, todos os dias, onde devem gastar o seu dinheiro.
Fazerem o povo pagar impostos e depois gastar o dinheiro em opções erradas, é não dar ao povo a possibilidade de participar na democracia, para além do voto. Muito para além do candidato que lhe querem impingir.
Esta, será a grande “Reforma da Função Pública” e de Portugal.
A “Sociedade Civil”, mesmo intoxicada pela informação que lhe chega, acabará por perceber e escolher entre quem a serve melhor e mais barato. Não ignoro as lutas que se levantarão com esta nova forma de fazer política; manifestações de rua, greves, boicotes, etc. E indubitavelmente sempre o mesmo argumento:
Isso é servir o capital.
Dirão isto, todos aqueles que gerem o dinheiro do povo de forma incompetente e irresponsável. Mas não querem largar o poder. Dirão isto, todos aqueles que dizem representar o povo, mas somente representam mesquinhas ideologias, muito afastadas do verdadeiro povo.
António Reis Luz
18 Janeiro, 2011 – 13:32 Blasfémis
8 de Janeiro de 2010: Valter Lemos destaca elevado desemprego em toda a Europa
«Em Outubro éramos o sexto país com o desemprego mais elevado, passámos para oitavo [...]»
30 de Abril de 2010: Valter Lemos espera abrandamento do desemprego para o Verão
18 de Maio de 2010: Valter Lemos satisfeito com descida dos números de inscritos nos centros de emprego
26 de Maio de 2010: Governo garante que o desemprego vai cair ainda este ano
30 de Julho de 2010: O secretário de Estado do Emprego, Valter Lemos, considerou hoje, em declarações à agência Lusa, que a inversão da tendência da taxa de desemprego, estimada pelo Eurostat para junho, é uma “boa notícia” para Portugal.
17 de Setembro de 2010:Desemprego: «Números mostram tendência de estabilização»
1 de Outubro de 2010: O secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional, Valter Lemos, disse hoje que os dados do Eurostat são previsões e afirmou estar a aguardar pela confirmação, ou não, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
29 de Outubro de 2010: Valter Lemos: taxa do Eurostat mostra que o desemprego se manteve estável
17 de Janeiro de 2011: «O pior do desemprego já passou» – Valter Lemos
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Nota: A taxa de desemprego foi de 10,6% no primeiro trimestre, 10,6% no segundo trimestre e 10,9% no terceiro trimestre.
" Em todo este caso, a linguagem usada por Jackson (o presidente) foi a de um déspota, ocupado unicamente em conservar o seu poder. A ambição é o seu crime, e nela ele encontrará a sua pena. Tem por vocação a intriga, e a intriga confundirá os seus desígnios e arrancar-lhe-á o seu poderio. Governa por meio da sua corrupção, e as suas manobras culpadas hão-de resultar em sua confusão e sua vergonha. Mostrou-se na arena política como um jogador sem pudor e sem freio. Foi bem sucedido; mas a hora da justiça aproxima-se; em breve terá de devolver o que ganhou, atirar para longe de si o seu lado enganador, e acabar nalgum refúgio onde possa blasfemar livremente contra a sua loucura; porque o arrependimento não é virtude que alguma vez tenha sido dado ao seu coração conhecer. "
(Vincennes Gazette)
Nem a crise em Portugal é, apenas, resultante dos conjunturais desequilíbrios financeiros mundiais nem a crise europeia se reconduz, tão-somente, à contracção do ciclo económico-financeiro.
Por:Orlando Afonso, Juiz Conselheiro
Há uma crise da cultura e da mentalidade que em Portugal tem sido o mais grave dos problemas da sociedade portuguesa. Esta era no século XX, a opinião de António Sérgio quando afirmava que: "O espírito português do quinhentismo foi promessa que se não cumpriu. Dá-nos a impressão de um adolescente, talentoso e prometedor, a quem uma doença do sistema nervoso viesse arrancar subitamente os dotes físicos e mentais" (Ensaios, tomo II, pág. 27 e segs.).
Não se pode fazer renascer um país sem capacidade de reflexão ou com capacidade de reflectir, porém sem ideias próprias; com capacidade de crítica, porém com as ideias dos outros. Não se constrói a Europa tendo em vista unicamente a satisfação de exigências de grupos económicos e financeiros.
A Europa define-se como o espaço da democracia e do direito. Quando o poder económico passa a ser o amo e o direito o criado é o Estado de direito que entra em crise. O direito deixou de ser um valor superior de uma sociedade civilizada para servir os interesses de grupos sem rosto não politicamente legitimados.
A crise vivida reconduz-se à crise de um direito ao serviço dos mais fortes.
Legislação: Agostinho Homem aplaude qualquer iniciativa para combater fraude
“Corrupção empobrece e grassa no País”
Agostinho Homem, ex-vice-procurador-geral da República (PGR), elogia a iniciativa do CM de propor a criminalização do enriquecimento ilícito. O magistrado diz não ter estudado o tema de forma aprofundada, mas realça que qualquer medida que sirva para aperfeiçoar o sistema é bem-vinda.
Por:Eduardo Dâmaso/Tânia Laranjo
"Parece-me que podemos chegar ao enriquecimento ilícito através da corrupção e do tráfico de influências, mas não estudei o assunto. O que sei é que independentemente dos instrumentos que temos não há vontade de levar os resultados até ao fim", afirma o magistrado, que considera que a corrupção "empobrece o País e grassa na nossa sociedade".
Maia Neto, procurador-geral adjunto, também não tem dúvidas em dar a sua concordância à petição. "Ninguém sério pode defender o contrário". Carlos Leitão, ex-presidente da Relação de Coimbra, já assinou a petição. "Considero indispensável que se demonstre, inequivocamente, vontade de pôr cobro ao clima generalizado de corrupção, permitindo o controlo da riqueza suspeita de forma eficaz e transparente, acabando com a sensação de total impunidade". O magistrado diz que se deve facilitar a investigação da corrupção, alertando para o facto de esta estar "praticamente dependente do recurso a escutas, que na maior parte das vezes só podem ser legalmente feitas depois de os actos ilícitos serem praticados e, portanto, já sem utilidade".
Os portugueses já sentem no bolso a subida assustadora de algumas matérias-primas essenciais. A alta do petróleo traduziu-se numa subida superior a 20% do gasóleo em 12 meses.
Por:Armando Esteves Pereira, Director-Adjunto
O preço do trigo bate recordes, a farinha está cada vez mais cara e o custo do pão mais inflacionado. Se por cá a pressão representa só mais um aperto do cinto do magro orçamento das famílias, em várias regiões do mundo é uma questão de vida ou morte e cria revoltas.
Os recentes protestos em Moçambique são um sinal do desespero de milhões de pessoas. A actual revolução na Tunísia teve por fermento a subida do pão e o vírus de Tunes ameaça outros países árabes que não têm o conforto do petróleo. A subida de preços não parece ser pontual ou resultado de pressões de especuladores.
O dinamismo chinês e a emergência da Índia sustentam a tendência. No caso dos bens alimentares, além do crescente consumo chinês há outro factor importante: a subida do petróleo torna mais atractivo o investimento em biodiesel, o que desvia parte da produção de alimentos. Com estes preços, volta a ser compensador para a agricultura portuguesa produzir cereais. Mas já há poucos agricultores dispostos a investir. Basta uma viagem pelo mundo rural, do Norte ao Alentejo, para ver o pousio. É um paradoxo num País com tanto desemprego. Mas a política oficial e os subsídios europeus também incentivaram o abandono.
Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2011
Seis anos depois, ou coisa que o valha, o governo faz saber que o ministro das finanças passa a ser ministro das finanças. até agora foi só a brincar.
publicado por Rodrigo Moita de Deus às 18:00
Parece que Manuel Alegre acusou Cavaco Silva de "caça ao voto". Onde é que já se viu, um candidato andar a cometer esse grave crime, ainda por cima, durante o período eleitoral.
publicado por Nuno Gouveia às 20:17
(actualizado)Prossegue o ataque desesperado dos socialistas (Manuel Alegre, Defensor de Moura, ministros, deputados e dirigentes socialistas) e dos aliados (José Manuel Coelho, Louçã e Rosas) ao Prof. Cavaco Silva, agravado pela previsão de derrota eleitoral dos socialistas nas últimas sondagens publicadas. Devo recordar que os candidatos socialistas chegaram a fazer ao Presidente Cavaco Silva imputações, falsas e sem provas, de crimes: o candidato Defensor de Moura («negócios ilícitos, favorecimentos», RR, 28-12-2010, tendo insistido no «favorecimento», DN, 5-1-2011); e Manuel Alegre («tráfico de influências» e «favorecimento pessoal», Sol, 6-1-2011). E até a oficiosa Edite Estrela falou em «nebulosa» e falta de transparência - Diário Económico, 27-12-2010.Vale-tudo e até tirar olhos aos portugueses para não verem nos media a reposição da verdade.A ideia socialista (PS e Bloco) é esta: não interessa se a insinuação é mentira, basta repeti-la muitas vezes e impedir que o esclarecimento seja veiculado... a tempo. Como aprenderam com o contra-ataque socialista no período de reflexão na véspera das eleições de 14 de Março de 2004, em Espanha.Os pretextos do ataque socialista a um homem sério são não-notícias e uma falácia. As não-notícias são:
A repetição de notícias antigas sobre o Prof. Cavaco Silva ter comprado em 2001 e vendido em 2003 (quando não tinha funções públicas) acções da SLN, holding detentora do BPN (sociedade não-cotada em bolsa), numa transacção legítima, regular e legal - o que ninguém põe em causa! -, como fizeram outros e a preços semelhantes aos de outros, e tendo pago os respectivos impostos e referido essas transacções na declaração de rendimentos (a fonte da notícia foi a declaração do próprio...). Mesmo assim, os socialistas entendem que... Cavaco deve explicar, naquela atitude dos adolescentes que insistem sucessivamente na pergunta «porquê» a qualquer justificação dos pais para não lhes fazerem qualquer vontade...
A permuta de uma vivenda no centro de Montechoro, no Algarve, por uma vivenda na praia da Coelha - esclarecida no JN, de 20-1-2011. A ideia que se insinua é de que Cavaco recebeu um tratamento de favor nessa troca. Eu já passei várias vezes à porta da célebre vivenda Marani, em Montechoro - cujo nome foi usado para fundamentar a origem rural do professor, no costumeiro ataque do preconceito burguês meio-letrado que redunda no maior apoio de alguém de origem modesta e, assim, mais identificado com o povo - e a casa estava muito bem situada e não valer menos do que uma outra, mesmo nova, num aldeamento na praia da Coelha (aliás, cujo nome foi usado para o mesmo fim de reduzir o adversário á saloiice...). Também neste caso, e publicada a escritura, não vi, nem se lhe apontou (!), qualquer ilegalidade, irregularidade ou iletimidade, nessa transacção. Porém, também aqui, depois dos esclarecimentos se continua a pedir explicações!...
A falácia é: o Prof. Cavaco é amigo de fulano e beltrano e, portanto, é responsável pelo que eles fizeram... Fulano e beltrano são José Oliveira e Costa e Manuel Dias Loureiro. Não consta que Cavaco Silva alguma vez tenha sido amigo de Oliveira e Costa, este foi seu secretário de Estado e Cavaco não o reconduziu no segundo Governo. Manuel Dias Loureiro foi seu colaborador no PSD e seu ministro, tendo em 2005, quatro anos depois da compra das acções da SLN e três anos antes das notícias de ilegalidades e irregularidades no BPN, sido indicado para o Conselho de Estado pelo novo Presidente Cavaco Silva, que, apesar destas críticas, conseguiu a sua demissão do dito órgão. Dias Loureiro é amigo sim, mas de José Sócrates, aliás escolhido para apresentar a sua biografia oficiosa «O Menino de Ouro», em 30-6-2008, em que, «hiperbólico», parecia «um fervoroso militante socialista»... Qual é a responsabilidade de alguém pelos actos cometidos por amigos seus, que só vieram a ser conhecidos anos depois?...O Dr. Louçã e outros dirigentes do Bloco, tão calados e tão colaboracionistas de Sócrates na reacção aos escândalos de alegada corrupção do Governo, bufam falácias na expectativa de entrar na próxima remodelação do Governo. E o PS faz insinuações despudoradas ao Presidente na tarefa de vazar lama da corrupção do seu pântano para o quintal limpo do vizinho, procurando reduzir o desastre eleitoral socialista de domingo e apagar os seus próprios erros na escolha dos candidatos e na táctica eleitoral vergonhosa.Pós-Texto (17:34 de 21-1-2011): Ainda a casa da praia da CoelhaO caso da vivenda da Praia da Coelha, permutada com a Vivenda Marani, derivou para a questão da sisa da nova casa (em construção), e de uma licença de obras caducada e que veio a ser novamente pedida e concedida... Apesar da conhecida seriedade do Presidente, ainda há, como Manuel Alegre, quem lhe atire lama sob a forma de insinuações de falta de pagamento de impostos... Creio que as últimas notícias, apenas beneficiam Cavaco. Teria sido melhor que Alegre se abstivesse... de reduzir a abstenção do adversário...* Edvard Munch, Despair, 1892, Thielska Galleriet, Stockholm.
No momento seguinte, responsáveis do BPP e da agência de publicidade apareceram a informar que o dinheiro de Alegre nunca fora devolvido (e que outras figuras da mesma campanha haviam doado, à partida, as suas verbas a instituições de solidariedade). Continuando sem se desmanchar, Manuel Alegre reconheceu que tudo o que andara a dizer dias antes era sugestionado ou inventado. E assumiu o ónus, colocando um ponto final no assunto.
Pelo meio, Alegre ainda teve o topete de querer confundir tudo e todos, perguntando se também pretendiam impedi-lo de escrever livros, tal como o estavam a coibir de fazer textos literários para anúncios... Extraordinário argumento...
Quem diz com esta facilidade, perante todo o país, mentirolas atrás de mentirolas - pequenas, é certo, mas ainda assim mentirolas - deixa no ar as maiores dúvidas. E inquietações.
jal@sol.pt
CONFUNDIR PARA REINAR
Inserido em 21-01-2011 07:50
A estratégia não é de agora e foi alvo de denúncias há mais de 15 anos pela Santa Sé. Em causa, a tentativa (bem sucedida) por parte de alguns ‘lobbies’ feministas e ‘gays’ em mudar, ao nível das legislações mundiais, algumas palavras de significado claro, por outras mais ambíguas. Por exemplo, em vez de “sexo”, passar a usar-se a palavra “género”.
Subjacente está a tentativa de eliminar as diferenças entre homem e mulher, considerando-as um mero condicionamento sócio-cultural. “Sexo” é uma palavra que sublinha a diferença entre homem e mulher, enquanto “género” é muito mais abrangente, porque em vez de apenas dois tipos – feminino e masculino – a nova expressão da moda abrange cinco: feminino, masculino, homossexual feminino, homossexual masculino e híbrido.
Em Portugal, a esquerda rasga as suas vestes por a nossa Constituição (escândalo dos escândalos…!) ainda usar a palavra sexo… e propõe uma nova formulação do artº 13º para se eliminar, de uma vez por todas, esta expressão ultrapassada…
A estratégia de confundir para reinar, sempre foi uma estratégia de poder. É por isso que é sempre bom saber o que está por trás das boas intenções daqueles que nos querem baralhar.
Aura Miguel
Governo reitera legalidade dos cortes salariais
20 de Janeiro, 2011
O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, sublinhou hoje que os cortes salariais na função pública estão a ser aplicados à luz da Lei do Orçamento e não podem «exceder 10 por cento». «O artigo 19º da Lei do Orçamento é claro quanto aos termos em que esse corte é feito (.) diz que acima de 1500 até 2000 é um corte de 3,5 por cento. O que está acima de 2000 tem um corte de 16 por cento sobre o que está acima», disse no final da reunião do Conselho de Ministros.
E acrescentou: «E o conjunto dos cortes entre os 1500 e os 2000, mais o corte que incida só sobre a parte que excede os 2000 não pode exceder 10 por cento, é isso que está na lei e é isso que está a ser feito e foram essas as instruções dadas aos serviços».
Alguns funcionários públicos começaram hoje a ser confrontados com cortes salariais, na sequência das medidas de austeridade anunciadas pelo Governo.
Um conjunto de medidas de austeridade entre as quais uma redução de cinco por cento da massa salarial total da função pública, que se concretizará através de cortes graduais entre os 3,5 e os 10 por cento para os trabalhadores com salários acima dos 1.500 euros, que ficaram definidos na lei do Orçamento do Estado.
Lusa / SOL
17 de Janeiro, 2011Por José António Saraiva
O chamado caso das acções do BPN lembrou-me uma conversa com Durão Barroso, que me dizia há uns anos: «Os ingleses têm um provérbio que diz que quando se atira lama para uma ventoinha todos são salpicados» (a palavra inglesa não era lama mas shit).
Ora, nesta história do BPN, não foi preciso esperar 24 horas para verificar até que ponto o provérbio é verdadeiro.
Logo após Manuel Alegre ter começado a fazer ataques directos a Cavaco, repetindo em todas as declarações que ele tinha de «dar mais explicações sobre as acções da SLN», rebentou o escandalozinho da participação de Alegre numa campanha publicitária do BPP.
O assunto não teria qualquer importância não fosse a teia de contradições em que Alegre se enredou (e que deixaram pesadas dúvidas sobre o seu amor à verdade): começou por dizer que devolveu o cheque ao banco, depois (quando se apurou que o pagamento não fora feito por cheque mas por transferência bancária) disse que devolvera a quantia com um cheque seu, mais tarde (quando se verificou não existir qualquer cheque) remeteu o assunto para a secretária - e finalmente soube-se que ficara com o dinheiro!
Ora, como explicar que um homem tão pouco rigoroso relativamente aos seus proventos se vá meter com os proventos dos outros?
Não sei se esta polémica afectará ou não Cavaco Silva, e de que maneira.
Pode ter perdido votos de pessoas que ficaram com dúvidas sobre o seu desapego às questões materiais, pode ter ganho votos de pessoas que ficaram indignadas com a campanha desenvolvida contra ele e decidiram dar-lhe o voto.
O que me parece evidente é que os ataques a Cavaco afectarão negativamente o candidato Manuel Alegre.
Os portugueses não gostam destes ataques pessoais - muito menos contra uma pessoa que projecta uma imagem de rigor e honestidade.
Mesmo que Alegre tivesse razão, não ganharia nada em ser ele o acusador, transmitindo a ideia de que já tem a derrota como certa e entrou na fase do perdido por cem, perdido por mil - lançando mão de tudo, já não para ganhar, mas para enlamear o adversário.
Lembro, a propósito, uma conversa com José Rodrigues dos Santos, em que este - manifestando-me solidariedade depois de um ataque de que fui vítima - me dizia: «Os insultos dizem muito pouco sobre quem é insultado, mas dizem muito sobre quem insulta».
Mas houve outra coisa que não beneficiou nada Manuel Alegre: o facto de a sua voz nesta questão do BPN ter sido sobretudo secundada por dirigentes do Bloco de Esquerda, radicalizando ainda mais uma campanha que já estava muito encostada à esquerda.
A intervenção surreal de Louçã no Parlamento, dizendo (com ar transtornado) que Cavaco era «dono do BPN», foi um autêntico desastre para Alegre.
Com apoiantes destes, é muito difícil ele apresentar-se como um candidato credível à Presidência da República.
Por tudo isto, a polémica sobre o BPN deve acabar nas urnas por aumentar o fosso entre Cavaco Silva e Manuel Alegre.
E para Cavaco foi bom rebentar quando rebentou, antes da campanha, e não à boca das urnas.
Remato esta crónica com uma frase do ex-Presidente da República Teixeira Gomes contida numa carta escrita de Bougie, onde se exilou depois de deixar Belém, dirigida ao seu amigo João de Barros:
«A lembrança dos dias da Presidência raro me acode a memória e, se isso sucede, logo a repilo com tédio, como se se tratasse de um extenso lodaçal, que atravessei milagrosamente sem nele me afundar».
P.S. - A questão das acções foi desde o início mal colocada. É óbvio que qualquer cidadão vende e compra as acções pelo melhor preço possível. O problema é se o negócio envolve algo menos claro, do tipo: Eu faço-lhe um bom preço, você faz-me este ou aquele favor . Ora alguém está a ver Cavaco Silva envolvido num negócio deste género? Além do mais, ele estava nessa época fora da política e não tinha poder para fazer favores .
PORTUGAL deverá ter de emitir mais de 80 mil millões de euros no decorrer de 2011. Estes números incluem nova dívida pública, refinanciamento da actual e os refinanciamentos do sector privado. No sector financeiro nacional, o montante refinanciado no último ano através do acesso a mecanismos temporários de colateralização de dívidas junto do Banco Central Europeu já ascende a cerca de 40 mil milhões de euros.
Por:António Nogueira Leite, Economista
O primeiro-ministro, após anos de políticas erradas e dois descalabros na execução orçamental em 2009 e 2010 (os dados em contabilidade nacional para o conjunto das administrações públicas só serão conhecidos em Março e o défice sem receitas extraordinárias ficará perto dos 9%), tenta resolver o problema do financiamento de modo absolutamente peculiar a taxas incomportáveis. Num ano em que o défice público tem de cair cerca de 4,5 pontos percentuais de PIB (sem esquecer que há que descontar as agora "providenciais" receitas extraordinárias), a recessão económica e a manutenção destas taxas de juro no financiamento compensam parte dos resultados dos esforços pedidos a funcionários e aos beneficiários de prestações sociais.
O governo tenta caminhar entre os pingos da chuva tirando da cartola as mais exóticas operações de financiamento. Mas, do modo como o faz, já está a comprometer o curto prazo e a desbaratar os sacrifícios que solicitou.
Discurso directo
“Crise moral é mais difícil de superar”
Manuel dos Santos, Deputado do PS no Parlamento Europeu
Correio da Manhã – Qual a sua opinião sobre a iniciativa do CM?
Manuel dos Santos – Felicito o jornal, apesar de as petições ainda terem um caminho a percorrer para atingir eficácia legislativa total. Seja cá ou no Parlamento Europeu, são um pouco maltratadas.
– O que o motivou a assinar?
– O tema sempre foi uma das minhas preocupações, quer no Parlamento nacional como no europeu. Portugal enfrenta cinco crises. A económica, financeira, social e política são ultrapassáveis. A moral será mais difícil.
– Na sua vida política há algum episódio que o tenha marcado?
– Há um desgosto. Quando o grupo parlamentar socialista rejeitou uma iniciativa legislativa que tinha como objectivo permitir o acesso à informação de contas bancárias de pessoas sobre quem recaíam suspeitas de enriquecimento ilícito. Na altura, cheguei mesmo a expressar o meu descontentamento ao líder da bancada parlamentar.
"Temos assistido ao rol de mentiras deste Governo. Vimos que fizeram aos professores, vemos agora os cortes salariais, já tinhamos visto o encerramento de maternidades e outros serviços. Mas o mais SURPREENDENTE É O CANDIDATO ALEGRE ter a "lata" de atacar cínica e hipócritamente o candidato Cavaco Silva, como sendo o responsável por todas estas medidas do Governo!"
CM - 21-01-2011
"O ESTADO GASTOU MAIS, NUM ANO EM QUE DEVERIA TER POUPADO, NÃO É MOTIVO PARA A "SATISFAÇÃO" MANIFESTADA PELO MINISTRO - DAS FINANÇAS".
CM - 21-01-2011
A situação que se vive na Justiça, nas Forças Armadas e nas Forças de Segurança é sintomática de uma das piores doenças que atravessam o regime: a degradação, por via política, dos outrora chamados corpos especiais do Estado.
Por:Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto
Magistrados, militares e polícias são alicerces essenciais do Estado de Direito. Aquilo a que temos assistido é um crime contra o País. Governos com uma indisfarçável vontade de manipulação do chamado ‘poder de Estado’ estão a amordaçar e a desmantelar esses corpos especiais. As magistraturas estão a caminho de uma funcionalização que trará uma factura de custos insuportáveis para o Estado de Direito.
Forças de Segurança como a PSP e a GNR estão a caminho de uma insustentável pauperização e a PJ tem sido alvo de sistemáticas tentativas de controlo político, bem patentes na forma como não lhe tem sido consentida uma política séria de renovação de quadros, condições de remuneração compatíveis com o risco do trabalho de investigação e uma real modernização das suas estruturas. Mesmo assim, os níveis operacionais são de recorte elevado e a independência da instituição e dos seus quadros à prova de bala. Assim tivéssemos mais cinquenta instituições com tamanho músculo e inteligência... O caminho do Governo, porém, não é esse, mas a eliminação pura e simples de tudo o que escape ao seu controlo.
— André Azevedo Alves @ 22:00
coisas que fazem sentido. Por Rodrigo Moita de Deus.
A gasolina atinge preços recorde. MAIS DE 60% do preço é carga fiscal directa. 30% é o custo da matéria prima depois de refinada. Sobram 10% onde também está a carga fiscal indirecta. O ACP escreve ao governo e ao Presidente da República. Pedem a redução dos impostos? Não. Pedem a intervenção no mercado.
Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2011
Grande investigação DN
Conheça o verdadeiro peso do Estado
<input ... >07 Janeiro 2011<input ... >
O DN começa hoje a publicar na sua edição em papel um trabalho de investigação sobre o peso do Estado... no bolso dos contribuintes.
Ao longo de uma semana diremos aos nossos leitores quantas são as entidades que movimentam dinheiros públicos, quanto custam e quantas destas são fiscalizadas. Daremos exemplos, apresentaremos gráficos com dados da Direcção-Geral do Orçamento sobre a evolução da despesa ministério a ministério nos últimos dez anos e que foram cruzados pela nossa equipa de investigação. Mostraremos número de fundações, carros, despesas com flores, concertos e muito mais.
A investigação durou dois meses e teve como objectivo apresentar uma resposta para as questões que o cidadão comum coloca sobre o Estado para o qual contribui. Saber o número de entidades que recebem dinheiros públicos foi o primeiro desafio. Quantas há? O Governo não sabe ao certo e o Tribunal de Contas apenas fiscaliza uma ínfima parte. A grande maioria anda em roda livre e pode crer o leitor que são muitas. Se falta fiscalização e quem fiscalize é natural que a despesa vá aumentando de forma desmedida. Sobre esta realidade teremos a opinião e o contributo de vários especialistas que nos ajudam a entender onde é que o corte deveria ser drástico para endireitar de vez as contas.
O leitor vai ainda poder saber quantos é que são na realidade os funcionários do Estado e quanto é que custam os recibos verdes que aumentam de ano para ano. Também explicamos como é que o Estado compra e qual seria a melhor forma de poupar dinheiro. Poupança é o que não se verifica com as reformas milionárias e alguns salários de gestores públicos e com as derrapagens de obras que todos vamos continuar a pagar por mais uns anos. Leia e verá que os cargos públicos são boas rampas de lançamento. E as célebres PPP?
Equipa
A equipa de investigação é coordenada pela jornalista Maria de Lurdes Vale, que desempenhou vários cargos na editoria do Diário de Notícias desde a sua entrada em 1989. A seu lado estão João Cristóvão Baptista, 27 anos, ingressou na Redacção do DN no ano passado, tendo iniciado o seu percurso profissional no jornal 24 horas em 2006; Rui Marques Simões, 26 anos, trabalha na redacção do Porto, onde iniciou a carreira em 2007; Rui Pedro Antunes, 24 anos, chegou ao ao DN em 2008; Sónia Simões, 28 anos, iniciou a sua carreira em 2003 no jornal Correio da Manhã, esteve no 24 horas e entrou para o DN em 2009. Carlos Diogo Santos, 22 anos, jornalista estagiário, deu os primeiros passos no DN em 2009.
http://www.dn.pt/galerias/videos/?content_id=1750559&seccao=Portugal
CLIQUE ACIMA
LEMBRAM-SE DO MONSTRO TÃO QUERIDO DOS SOCIALIASTA E DEMAIS GENTE DE ESQUERDA. POIS É, É BOM PARA MUITOS DELES E MAU PARA NÓS QUE O PAGAMOS COM ELEVADOS IMPOSTOS
07 Janeiro 2011
De uma iniciativa louvável, o Diário de Notícias começa hoje a dissecar o estado do nosso Estado, num grande trabalho de investigação coordenada por Maria de Lurdes Vale. Nos próximos 7 dias, o DN promete dar-nos a conhecer o "verdadeiro peso do Estado". No dia 14, o DN patrocina ainda um debate sobre o estado do Estado, onde eu irei também estar presente. No trabalho de hoje o DN avança que o nosso Estado é constituído por cerca de 13740 organismos públicos, dos quais 1724 enviam a sua contabilidade para o Tribunal de Contas e somente 418 são fiscalizados pelo mesmo tribunal. Ainda segundo o jornal, todos os 12 dias nasce uma fundação.
A lista das fundações analisadas pelo DN está aqui, e a dos institutos públicos está aqui. Um trabalho a seguir com atenção.
Janeiro 20, 2011
Maria João Marques @ 11:15
«Cavaco irrita-os pela prosaica razão de que até hoje foi o único que conseguiu não se conformar com esse lugar que lhe estava previamente destinado no jogo político do clube dos jacobinos. Cavaco não se deixou tratar com paternalismo como aconteceu com Adriano Moreira. Não disse adeus à piolheira como Durão Barroso e apesar de muito cauteloso e socialmente tímido avança como o cosmopolita Marcelo Rebelo de Sousa nunca avançou nem avançará. Ainda por cima tem uma vida longa pois não está imbuído do sentimento de tragédia de Sá Carneiro. Cavaco podia ter sido outra coisa. Podia ter feito o que não fez. Podia ter sido mais ou menos. Mas ninguém lhe consegue tirar o mérito de ter sido o único que até agora conseguiu que milhares de portugueses dissessem que votam nele sem que isso implicasse terem de fazer uma mea culpa por não serem de esquerda e sobretudo não serem “pêesses”.»
Helena Matos, no Blasfésmias.
Cavaco Silva é um centrista, um estatista, um defensor dos benefícios do Estado e está a léguas à minha esquerda. No seu tempo, no entanto, não se pode deixar de reconhecer que protagonizou um (o único?) projecto político estruturado de centro-direita em Portugal, tendo deixado em 1995 um país consideravelmente mais livre do que o país de 1985 – as privatizações e a liberalização da comunicação social são os paradigmas disto mesmo. O que Cavaco Silva e o seu sucesso eleitoral demonstram é que os eleitores se estão nas tintas para os complexos de esquerda dos políticos (até dos políticos de direita ou que se dizem de direita) e que em Portugal um projecto de centro-direita não vinga não por culpa do tal país sociologicamente de esquerda mas porque a direita não encontra líderes que dizem, sem vergonhas nem desculpas pelas suas convicções, o que são e ao que vêm. (Ou, em alternativa, são socialistas de facto, estão na direita por engano e, novamente, os eleitores não os escolhem porque não dizem o que são e ao que vêm.)
— Ricardo G. Francisco @ 09:13
Sócrates não telefonou a Merkel. A secretária de Sócrates telefonou a Merkel. A secretária de Sócrates, depois do telefonema ter sido feito, passou a chamada a Sócrates. Sócrates apenas falou com Merkel, não fez o telefonema. Entendido?
O problema de Sócrates é o baixo nível de conhecimento da língua Portuguesa dos Portugueses. Isso e a sua formação académica que o leva para uma exactidão científica na utilização das palavras, nem sempre fácil de perceber pelas massas.
Em muito mais do que um sentido, nós, os Portugueses, não merecemos o PM que temos.
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O que hoje parece adquirido como respirar – votar – só há pouco existe de forma livre e universal e, entre nós, assim é. Todas as ditaduras, ditadores e ‘iluminados’ convivem mal com o voto universal. Muitos morreram, outros foram presos por este simples (parece-nos hoje) facto de quererem dar a opinião a todos em situações decisivas para o interesse colectivo.
Por:Paula Teixeira da Cruz, Advogada
Muitos Portugueses, desencantados com a evolução política, não votam, desinteressados de tudo o que diz respeito a decisões colectivas e, fatalisticamente, pensam: "É lá com eles, nada muda." Mas é preciso que, a bem de um destino colectivo, votemos. E devemos escolher o candidato que melhor nos represente a todos e que, na sua condição humana, esteja mais interessado no bem comum, seja mais conhecedor dos problemas nacionais e internacionais e que sirva de travão a falsidades governativas, gastos sumptuosos e corrupção, que nos arruínam como Povo e nos obrigam a andar ‘de mão estendida’ pelo mundo, de uma forma vexatória e pouco digna. A dias das eleições, é certo, há que lamentar muitas das intervenções que se ouve a alguns candidatos e apoiantes.
As pessoas estão cansadas, deprimidas com a situação que atravessam e a elevação podia ter sido um tónico para um País que vive a incerteza. Neste cenário, quem emerge é Cavaco Silva. Tem abordado todos os principais problemas do País: do roteiro para o desenvolvimento, à saúde, à justiça, à agricultura e ao combate à corrupção. Conhece os poderes constitucionais e a Constituição que terá de jurar, tem prestígio e conhecimento e anda longe dos deslumbres do mundo.
O ego dos indígenas está mesmo em alta. Não é todos os dias que os nossos políticos andam nas bocas do mundo. Sim, é verdade que há um tuga fujão à frente da Comissão Europeia.
Por:António Ribeiro Ferreira, Jornalista
Pois, há outro fugitivo que anda a tratar dos refugiados à conta da ONU. E, claro, ainda há um lusitano que anda a pregar por esta Terra de Cristo qualquer coisa sobre as culturas e religiões.
Mas nada se compara ao senhor engenheiro relativo, que por obra e desgraça do destino e do voto desgoverna a Pátria há seis anos.O homem deixou de ser um pobre pacóvio deslumbrado com o poder para se tornar numa figura internacional. Agora é uma criatura falada nas grandes capitais, de Berlim a Washington. Um sucesso obtido a pulso e com uma determinação inabalável: "Minto, logo existo".
Com a campanha presidencial a entrar na recta final, há uma certeza e uma escassa dúvida que ficam.
Por:Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto
Esta terá sido uma oportunidade perdida para transformar esta eleição não na chave que iria resolver todos os problemas do País mas pelo menos na discussão que poderia lançar alguma luz sobre os desígnios que queremos colar ao futuro de Portugal.
Os poderes presidenciais são limitados, ou mesmo inexistentes, em matéria executiva, mas nada inibiria os candidatos de reflectirem sobre a natureza do regime, a vocação que a economia deve ter, os consensos partidários essenciais para que a vida política não seja uma mera fogueira de reputações e vaidades. Seria essencial fazer destas eleições não um despique sobre projectos escondidos de esquerda e de direita, mas uma pedrada no charco em que estamos metidos.
Era essencial que se discutisse a real eficácia do combate ao desperdício de dinheiros públicos, como reforçar instituições essenciais a um paradigma de Estado de Direito Democrático, como tornar eficaz a Justiça, como eliminar a crescente fractura social entre quem tem e quem não tem dinheiro. Não cabe aos candidatos discutirem um programa de governo, mas poderiam perfeitamente estabelecer balizas para a boa governação do País. E nada disso aconteceu nesta campanha perdida.
Opinião de José Luís Ramos Pinheiro: Ninguém segura o Governo
Inserido em 20-01-2011 09:54
Eventual crise governativa agita campanha.
Tem sido debatida a questão de uma eventual crise governativa, na sequência das eleições presidenciais. Sabe-se que Cavaco Silva não morre de amores pelo Governo, mas os outros candidatos também não.
Cavaco Silva talvez preferisse um Governo chefiado pelo PSD, mas Manuel Alegre talvez gostasse de ver o Bloco de Esquerda fazer aliança com o PS.
Por isso, e ainda por cima numa conjuntura económica difícil, um Governo minoritário é sempre um Governo a prazo – qualquer que seja o resultado eleitoral de domingo.
Deste modo, mais do que especular sobre a sobrevivência do Governo, é importante que a campanha eleitoral ainda ajude os eleitores a perceber os caminhos que cada candidato propõe ao país.
Os jornalistas, com as suas perguntas, devem puxar pelos candidatos; e os candidatos, com as suas propostas, ainda têm que motivar os eleitores.
José Luís Ramos Pinheiro
Comentador
Quarta-feira, 19 de Janeiro de 2011
Na mesma semana em que foi assassinado um cronista social faleceu um capitão de Abril, ao primeiro a comunicação social dedica horas, ao segundo dedicou minutos, para o primeiro são ouvidas dezenas de personalidades, do segundo nada se diz, do primeiro até temos de saber por onde vão ser distribuídas as cinzas, do segundo soube-se que o corpo esteve algures em câmara ardente, do primeiro traça-se um perfil de grande lutador pelas liberdades, do segundo pouco mais se diz que era um oficial na reserva.
A forma como a comunicação social tem tratado o homicídio de um mero cronista social tem sido, no mínimo abusiva, são jornalistas, astrólogos, parapsicólogos e uma verdadeira procissão de personagens de um jet set rasca e no meio usa-se e abusa-se das imagens onde se vê o cronista a entregar um ramo de flores a Maria Barroso, imagens que já vi serem repetidas quase uma dúzia de vezes.
A forma trágica como terminou aquilo que o cronista descreveu aos amigos que iria ser uma lua de mel é apresentada por astrólogas, parapsicólogos e outros especialistas deste ramo como uma bela história de amor, um misto de um episódio do Morangos com Açúcar com o Romeu e Julieta. Chegamos ao ridículo de ver as astrólogas e parapsicólogos a tentarem demonstrar a culpa do jovem homicida exibindo e-mails e insinuando que este teria conquistado com palavras o distraído apaixonado, dando a entender que como noutro tempos que o enganou.
E anda este país com problemas gravíssimos distraído com um episódio sórdido da lumpen-burguesia deste nosso jet set miserável, como uma pequena seita de gente que se auto-elege como bonita vive de pequenos luxos obtidos à custa de papalvos, um meio onde se promovem personagens patéticas e decadentes a grandes figuras nacionais, onde autarcas financiam discotecas de astrólogas ou ajeitam as contas de idiotas convidando-os para reis do Carnaval.
Todo este espectáculo mórbido que só serviu para os portugueses saberem um pouco mais sobre se fazem e desfazem as paixões conseguidas com trocas de favores começa a provocar-me náusea, já me custa assistir a um telejornal ou abrir as páginas dos jornais, enoja-me que estes jornalistas me queiram fazer pensar que os grandes problemas do país é como acabam as paixões dos nossos socialites, os sítios que querem poluir com as suas cinzas, ou os sms que trocaram com os seus engates.
Lá que insistam em dizer que crónica social é saber com quem namora uma qualquer Lili decrépita e decadente é uma coisa, agora que a sociedade portuguesa é o pequeno mundo dessa pobre gente é outra coisa. O país tem muito mais com que se preocupar com os engates de modelos, com as trocas de sms, com paixões à primeira vista entre jornalistas de 65 anos e modelos de 20. Chega, começo a sentir náuseas.
in O Jumento
| | PM telefonou a Merkel a pedir ajuda O primeiro-ministro telefonou a Angela Merkel para pedir ajuda e comprometendo-se a fazer «tudo o que fosse necessário» pelo apoio europeu, avança o jornal The Guardian. De acordo com o jornal, Sócrates rejeitou, todavia, uma ajuda internacional à semelhança do que aconteceu com a Irlanda e a Grécia. |
PARA AVIVAR A MEMÓRIA DOS ESQUECIDOS !...
Um dos Motivos porque o Governo se tornou fiador de 20 mil milhões de euros de transacções intra bancárias......??? Os de hoje, vão estar como gestores de Banca amanhã, pois os de ontem, já estão por lá hoje. Correcto???? Se pensa que não, vejamos:
EIS A LISTA :
Fernando Nogueira:
Antes -Ministro da Presidência, Justiça e Defesa Agora - Presidente do BCP Angola
-------------------------------------------------------------
José de Oliveira e Costa: (O TAL QUE ESTEVE NA GAIOLA)
Antes -Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Agora -Presidente do Banco Português de Negócios (BPN)
--------------------------------------------------------------------------------
Rui Machete: (AGORA NINGUÉM O OUVE)
Antes - Ministro dos Assuntos Sociais Agora - Presidente do Conselho Superior do BPN; (o banco falido, é só gamanço) Presidente do Conselho Executivo da FLAD
------------------------------------------------------------------------------
Armando Vara: (AQUELE A QUEM O SUCATEIRO DAVA CAIXAS DE ROBALOS)
Antes - Ministro adjunto do Primeiro Ministro Agora - Vice-Presidente do BCP (demissionário a seu pedido, antes que levasse um chuto no c*)
----------------------------------------------------------------------------------------------
Paulo Teixeira Pinto: (o tal que antes de trabalhar já estava reformado)
Antes - Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros Agora - Presidente do BCP (Ex. - Depois de 3 anos de 'trabalho', Saiu com 10 milhões de indemnização !!! e mais 35.000EUR x 15 meses por ano até morrer...) -----------------------------------------------------------------------------------
António Vitorino:
Antes -Ministro da Presidência e da Defesa Agora -Vice-Presidente da PT Internacional; Presidente da Assembleia Geral do Santander Totta - (e ainda umas 'patacas' como comentador RTP)
----------------------------------------------------------------------------
Celeste Cardona: (a tal que só aceitava o lugar na Biblioteca do Porto se tivesse carro e motorista às ordens - mas o vencimento era muito curto)
Antes - Ministra da Justiça Agora - Vogal do CA da CGD (QUE MARAVILHA - ORDENADO PRINCIPESCO - O ZÉ PAGA) ------------------------------------------------------------------------------
José Silveira Godinho:
Antes - Secretário de Estado das Finanças Agora - Administrador do BES (VIVA O LUXO) --------------------------------------------------------------------------------
João de Deus Pinheiro: (aquele que agora nem se vê)
Antes - Ministro da Educação e Negócios Estrangeiros Agora - Vogal do CA do Banco Privado Português (O TAL QUE DEU O BERRO).
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Elias da Costa:
Antes - Secretário de Estado da Construção e Habitação - Agora - Vogal do CA do BES (POIS CLARO, AGORA É BANQUEIRO)
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Ferreira do Amaral: (O ESPERTALHÃO, QUE PREPAROU O TERRENO)
Antes - Ministro das Obras Públicas (que entregou todas as pontes a jusante de Vila Franca de Xira à Lusoponte) Agora - Presidente da Lusoponte, com quem se tem de renegociar o contrato (POIS CLARO, À TRIPA FORRA).
------------------------------------------------------------------------------------
... faltam aqui muitos, Rui Pedro Soares e quejandos...
O que é isto ? Cunha ? Gamanço ?
É Portugal no seu esplendor . ...e depois até querem que se declarem as prendas de casamento e o seu valor.
|
ESTA VALE A PENA DIVULGAR!!! é uma verdadeira
vergonha...
...batendo as asas pela noite calada... vêm em bandos,
com pés de veludo...» Os Vampiros do Século XXI:
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos
seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer
corar de vergonha os administradores - principescamente
pagos - daquela instituição bancária.
A carta da CGD começa, como mandam as boas regras
de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em
oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço
qualidade em toda a gama de prestação de serviços,
incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas
contas à ordem.
As palavras de circunstância não chegam sequer a
suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo
parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de
contas, o estimado/a cliente é confrontado com a
informação de que, para continuar a usufruir da isenção da
comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada
trimestre um saldo médio superior a EUR1000, ter crédito
de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à
respectiva conta.
Ora sucede que muitas contas da CGD,designadamente
de pensionistas e reformados, são abertas por imposição
legal.
É o caso de um reformado por invalidez e quase
septuagenário, que sobrevive com uma pensão de
EUR243,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio diário
de EUR 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi
forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da
Segurança Social para receber a reforma.
Como se compreende, casos como este - e muitos são
os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza -
não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela
CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de
manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir
para acolher a sua miséria.
O mais escandaloso é que seja justamente uma
instituição bancária que ano após ano apresenta lucros
fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo
quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar
Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver
que contribua para engordar os seus lautos proventos.
É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa,
como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a
pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade.
Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos
servem sob a capa da democracia, em que até a esmola
paga taxa.
Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer
resquício de decência, com o único objectivo de acumular
mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso.
Medita e divulga... Mas divulga mesmo por favor...
Cidadania é fazê-lo, é demonstrar esta pouca vergonha que
nos atira para a miserabilidade social.
Este tipo de comentário não aparece nos jornais, tv's e
rádios... Porque será???
Envie este presépio a pelo menos 12 amigos e terá um Ano Novo aumentado:
Aumento do IVA Aumento dos medicamentos Aumento do pão Aumento das taxas moderadores do SNS Aumento dos transportes Aumento da electricidade Aumento da pobreza Se não enviar, terá um 2011 diminuído: Diminuição do poder de compra Diminuição do salário Diminuição do abono de família Diminuição das prestações sociais Diminuição das deduções e benefícios fiscais ... sob qualquer ponto de vista, 2011 será um ano em GRANDE …queda! |
Publicados os resultados de uma sondagem aos portugueses, lá vem um coro de artigos de opinião, nos quais se pretende dizer que há exagero, que é saudosismo e que hoje temos muita coisa que não tínhamos antes de 74! Quer se dizer com isto, que o mesmo povo que vota está um bom bocado fora da realidade, e que são os analistas aqueles que sabem o grau exacto dos sentimentos que esse povo deveria ter! Gostaria de perceber, quais os motivos que têm levado os jornalistas a não pôrem o “acento tónico” nesta realidade, que de há muito se percebe existir na plebe e ainda, o motivo porque têm pintado Portugal com outras cores e até têm apoiado alguns dos políticos que levaram o país a este estado de alma?
Abaixo ponho em referência, parte do artigo de Graça Franco, que muito aprecio, bem como o trabalho da RR.
“Não estamos apenas a ser alvo de uma crise de confiança dos mercados internacionais. A dura realidade é esta enorme crise de desconfiança interna: os 78% de portugueses que acham que estamos a caminhar na direcção errada e os quase 70% que não vêem qualquer estratégia de desenvolvimento.
Não adianta fingir que não vemos. O país não está apenas em crise económica, há uma outra crise estrutural e de regime. Uma mistura de desconfiança e saudosismo. E, em política, essa é uma mistura perigosa.”
Pessoalmente considero que os portugueses chegaram a esta situação e estado de alma, depois de engolirem muita mentira e sofrimento. Hoje, a tudo o resto, mesmo ao mercado financeiro, ao povo pouco lhe importa. O que querem é que se fale verdade, com mentiras não chegamos a lado nenhum! Quanto aos seus argumentos, Graça Franco, vamos a eles:
a- Quanto à liberdade conquistada, muito haveria a dizer sobre ela, mas, como nada é como foi apregoado, em conversa particular arriscar-me-ia a contradizê-la, publicamente, qualquer cidadão corre imensos riscos!
b- Viver pior ou melhor é por demais subjectivo. Até poderemos ter melhor acesso à educação, mas de muito pior qualidade. Os alunos, sabem tudo acerca de nada!
c- A Saúde, Segurança Social, etc., Temos de esquecer a propaganda de Sócrates e do seu pretenso Estado Social, está tudo em queda livre, melhor dizendo sem sustentabilidade, depois da volumosa dívida que ele criou ao país com o seu investimento público.
d- Auto-estradas, somos o país da Europa com mais por km2! Auto-estradas que nos levam a um país totalmente abandonado e desertificado! Que não podemos pagar, mesmo as famosas SCUTS!
e- Quanto a transportes, gasolina, portagens, carros, etc. Para um povo desempregado ou com cortes brutais nos vencimentos são perfeitas quimeras.
f- Os estudos da “Por data”, “Fundação Manuel dos Santos” (grandes portugueses), fizeram aquilo que o Governo nunca fez, antes, disfarça estatísticas! Tais estatísticas, referem-se àquilo que hoje, mesmo mal, ainda existe. Amanhã, com os leilões da Dívida Pública, mesmo com sucesso apregoado, tais realidades não têm sustentabilidade! Os portugueses querem comer hoje e amanhã, mesmo mal.
As tais duas mentiras de que fala, parecem verdades, porque são mesmo verdades. Os portugueses sabem que já perderam muito poder de compra que tinham e sabem que com uma economia falida, não há Estado Social, nem emprego, nem futuro. Há fome e miséria! Sabem que o nosso Estado tem uma dimensão que nos arrasa. Sabem que o partido do Governo tem milhares de boys a comer bem, e que com uma política, sempre de mentira, não vão ter amanhã aquilo que ainda têm hoje. Portugal vai ao fundo, só vão ficar empréstimos para pagar.” Ter” hoje, mesmo pouco, e não “ ter” nada amanhã, é precisamente aquilo que os portugueses não querem. Estão a pensar neles e nos filhos, portanto, dentro da razão e da verdade.
António Reis Luz
Projecto Farol: Pessimismo
País pior do que em 74
A esmagadora maioria dos portugueses desconfia dos poderes políticos instituídos e está mal informada sobre o desenvolvimento do País nas últimas décadas. Por isso, afirma que Portugal está pior do que no período anterior ao 25 de Abril de 1974.
Por:Diana Ramos
O inquérito feito pelo projecto Farol a 1002 pessoas mostra que 94% dos portugueses desconfiam ou confiam muito pouco na classe política, 89% nos partidos políticos, 84% na Assembleia da República e 90% nos governos. E, quando é pedido um diagnóstico do País, 46% consideram que as actuais condições económicas e sociais são "piores ou muito piores quando comparadas com a vida há 40 anos". Em relação a um passado mais recente, 58% dos inquiridos entendem que a situação está pior ou muito pior do que antes da entrada na União Europeia. E o pessimismo é elevado em relação aos próximos dez anos: 53% admitem que a situação económica será pior ou muito pior.
Para Belmiro de Azevedo, líder histórico da Sonae, que participou na apresentação do estudo, "a amostra é constituída por gente que tem medo", o que motivou críticas do empresário ao papel dos políticos. "Deixemo-nos de folclore político eleitoral e comecemos o trabalho sério", pediu. Para Belmiro, "o objectivo [das campanhas] não é esclarecer, é catequizar as pessoas no sentido de uma certa opinião".
Economia
Belmiro: crise de hoje «é igual ao desabamento de terras no Brasil»
Belmiro de Azevedo critica falta de iniciativa de Portugal e aponta o dedo aos custos dos grandes projectos «megalómanos e sem retorno»
Não há dinheiro. E esta necessidade é um desequilíbrio à escala do «desabamento de terras que aconteceu no Brasil». A opinião é do empresário Belmiro de Azevedo, que esta terça-feira falou aos jornalistas durante a apresentação de um estudo de opinião realizado pelo Projecto Farol, do qual é membro da comissão executiva, incluído no grupo Deloitte.
«Ninguém fecha a porta a uma empresa competitiva e nós temos áreas onde podemos apostar, como o mar, a floresta, a agricultura e o turismo. Estas são áreas que custam mil vezes menos do que os grandes projectos, megalómanos e sem retorno que só aumentam o volume de juros e da dívida de Portugal», disse Belmiro de Azevedo.
«Fico sempre surpreendido com o discurso sobre o novo aeroporto e o TGV. Esse discurso tem de acabar em todos os partidos. A verdade é que não há dinheiro».
«A aposta em projectos sem retorno foi um desastre», reforçou o empresário, lamentando que agora é necessário dinheiro para investir em «recursos qualificados e na economia real, nas empresas que são produtivas e que enfrentam problemas de financiamento».
«O discurso político é o de que temos dinheiro para fazer todos os projectos. Continuam a dizer que somos capazes de arranjar dinheiro. Primeiro não é verdade e esquecem de dizer que, quanto mais devemos, mais caro é o dinheiro e isso mata toda a economia».
«O dinheiro está a ser gasto para se dizer que o Estado não pode cair, que o sistema financeiro, a segunda prioridade do país, é muito importante e não pode cair». Ora, «ficamos sem dinheiro para a economia real, essa sim importante».
Belmiro de Azevedo criticou, assim, o «discurso folclórico e eleitoralista» dos partidos e acusou os candidatos a Presidente da República de não fazerem pedagogia.
«Em campanha eleitoral regressa-se sempre ao mesmo. Há duas ou três frases que parecem encher a campanha e não há explicação do que é dito, não há debate», apontou o empresário, acrescentando que «muitos políticos são obrigados a dizer frases que não acrescentam nada, não existe o contraditório».
Saudosismo
Inserido em 19-01-2011 08:30
Não, não é verdade que os portugueses vivam hoje pior do que antes do 25 Abril embora quase metade (46% !) esteja aparentemente convencida que Sim.
E não foi apenas a conquista da liberdade (que não tem preço!). No acesso à educação, saúde, segurança social, na rede de estradas e transportes, vivemos hoje incomparavelmente melhor. Quem tiver dúvidas basta consultar as séries de indicadores económicos e sociais da Pordata ou ler alguns dos livrinhos da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Está lá, preto no branco: o país que somos e o país que fomos.
É ainda menos verdade que vivamos pior do que antes da adesão à Comunidade Europeia ( já quanto ao pós-euro é outra conversa…) . Mas nós, jornalistas, deveremos questionarmo-nos sobre o porquê destas duas mentiras parecerem verdade a tanta gente.
Mas há mais. Os números do inquérito, ontem divulgados pelo projecto Farol, são um murro no estômago. 76% dos portugueses não confia nos tribunais, 94% nos políticos, 90% nos governos ( quaisquer que eles sejam), 84% na Assembleia da Republica, 75% na própria Administração.
Não estamos apenas a ser alvo de uma crise de confiança dos mercados internacionais. A dura realidade é esta enorme crise de desconfiança interna: os 78% de portugueses que acham que estamos a caminhar na direcção errada e os quase 70% que não vêem qualquer estratégia de desenvolvimento.
Não adianta fingir que não vemos. O país não está apenas em crise económica, há uma outra crise estrutural e de regime. Uma mistura de desconfiança e saudosismo. E, em política, essa é uma mistura perigosa.
Um estudo ontem divulgado conclui que 58% dos portugueses acreditam que Portugal está hoje pior do que antes da adesão à CEE (Janeiro de 1986) e 40% afirmam que as actuais condições são piores do que antes do 25 de Abril de 1974.
Por:Armando Esteves Pereira, director-adjunto
Obviamente, hoje vive-se melhor. Basta lembrar os primeiros anos negros da década de 80, que forçaram a segunda intervenção do FMI no País. E em relação ao período anterior ao 25 de Abril, quem não viveu pode documentar-se e quem viveu pode recordar a miséria a que se assistia nos bairros de barracas de Lisboa, nas aldeias da Beira e de Trás-os-Montes, que sobreviviam em condições muito semelhantes às dos seus antepassados da Idade Média, ou as condições degradantes das relações de trabalho na agricultura do Alentejo e do Ribatejo.
Mas há uma justificação racional para uma certa memória feliz e inventada do passado. É que mesmo na pobreza de antes do 25 de Abril, cada geração esperava viver melhor do que a anterior. O crescimento do PIB na década de 60 foi acelerado e era fácil encontrar emprego. Agora mesmo, os jovens mais qualificados, com licenciatura, mestrado e até doutoramento, não encontram trabalho. Esta geração sub-30 vai ter, provavelmente, um nível de vida inferior ao dos seus pais. Mas os mais velhos também sabem que vão ter mais dificuldades no emprego e temem uma quebra do valor das reformas. Vivemos num País sem esperança.
A coisa está mesmo dramática. Melhor. Anda pelos níveis da faca e do alguidar.
Por:António Ribeiro Ferreira, Jornalista
Ao estilo das fotonovelas dos tempos em que o candidato apoiado pelo senhor engenheiro relativo, por alguns socialistas, pelo Bloco de Esquerda de Francisco Louçã e agora também pelo MRPP andava longe da Pátria, da PIDE, do fascismo, da guerra colonial e de Salazar. Baralhado, desesperado, longe da realidade, o homem já começou a delirar. Agora diz que é o candidato do 25 de Abril, do povo de esquerda, da liberdade e, pasme-se, decretou a morte da democracia se não for eleito Presidente. Postas as coisas nestes termos, importa salientar um pequeno pormenor que o poeta de Águeda não percebeu. Quem pode morrer no domingo é o político Alegre. Uma morte há muito anunciada. Paz ao seu delírio.
Terça-feira, 18 de Janeiro de 2011
Nos últimos dias de campanha presidencial duas coisas comoveram a minha crença na essencial sanidade da política portuguesa.
Em primeiro lugar, ouvi altos dirigentes do PS insinuarem que o actual Presidente já é uma fonte de instabilidade política, e evidentemente que, a ser eleito, continuará a sê-lo. Isto é muito estranho.
O Governo e o PS passaram os últimos meses a convencer o País de que a salvação da Pátria obrigava à aprovação de todas as medidas avançadas, orçamento incluído. Sem elas, não havia Portugal.
Poucas semanas depois, as mesmas pessoas, o mesmo partido, apoiam um candidato à Presidência que já disse com quase todas as letras que, uma vez em Belém, não estaria disponível para trabalhar com governos que não adoptassem a matriz do programa político do Bloco de Esquerda.
Convém recordar que, apesar das alianças de circunstância, o programa político do PS e o do Bloco de Esquerda não são coincidentes, e pelo menos enquanto o PS quiser preservar o seu lugar na política portuguesa continuarão a ser inconciliáveis.
O PS insistiu em meter-se nesta alhada. Mas com ela perdeu qualquer legitimidade para agitar as consciências com o espectro da instabilidade política. É que Manuel Alegre seria a mais constante das fontes de instabilidade, caso fosse eleito.
No fundo, é como se o PS dissesse aos Portugueses: “tudo o que dizemos enquanto apoiantes do Governo desdizemos como apoiantes de Manuel Alegre”. Às dez horas, as medidas inscritas no orçamento são o caminho da salvação; mas às onze, batemos palmas ao candidato que apregoa que as mesmíssimas medidas são uma maldição.
Em segundo lugar, Manuel Alegre lá acabou por recorrer à ladainha do costume. É mais forte do que ele. Pela enésima vez, tivemos de ouvir que, se Cavaco Silva for eleito, a democracia ficará “mutilada”. Passarei por cima da evidente afronta anti-democrática que estas insinuações representam.
Desqualificar o adversário, situando-o fora do jogo democrático, pode servir para agitar papões mortos, mas não certamente para honrar a democracia. Limito-me a recordar que há cinco anos, acerca do mesmo Cavaco Silva, os candidatos da esquerda vaticinaram com uma expressão torturada no rosto dezenas de golpes de Estado constitucionais. Os cinco anos passaram, mas a insanidade ficou.
Miguel Morgado
— ruicarmo @ 13:38
Alegre está em grande e mistura tudo, como lhe dizem que talvez lhe possa ser conveniente: as cerimónias fúnebres de Saramago, o FMI, a caça aos patos, o veto à revisão constitucional, a «luta de vida ou de morte para a democracia nacional», tudo o que sopra. Esta de que as eleições são uma «luta de vida ou de morte para a democracia nacional» é que me parece bem arrancada — já estou a ver Alegre de novo exilado em Argel, fato de cheviote claro, panamá branco, trovando longe da pátria e chorando o fim da democracia às mãos de Cavaco. Mesmo para uma campanha, é bastante.
— ruicarmo @ 13:38
Uma bela fotografia de Francisco José Viegas
Alegre está em grande e mistura tudo, como lhe dizem que talvez lhe possa ser conveniente: as cerimónias fúnebres de Saramago, o FMI, a caça aos patos, o veto à revisão constitucional, a «luta de vida ou de morte para a democracia nacional», tudo o que sopra. Esta de que as eleições são uma «luta de vida ou de morte para a democracia nacional» é que me parece bem arrancada — já estou a ver Alegre de novo exilado em Argel, fato de cheviote claro, panamá branco, trovando longe da pátria e chorando o fim da democracia às mãos de Cavaco. Mesmo para uma campanha, é bastante.
Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2011
A pedido de Bruxelas e de várias famílias, o Governo decidiu mexer no Código do Trabalho.
Por:António Ribeiro Ferreira, Jornalista
Com a habitual pompa e circunstância, a ministra André anunciou que os despedimentos iam ser mais baratos. Com ar sério, garantiu aos indígenas que a medida só ia ser aplicada aos novos contratos de trabalho.
Agora, um dos seus ajudantes, o secretário Lemos, veio a terreiro explicar que, afinal, não é bem assim. Pensaram melhor e decidiram que a nova legislação vai apanhar todos os contratos, novos e velhos.
Como se vê, o senhor engenheiro relativo fez mesmo escola. Ministro e secretário que se preze tem de ser um artista na arte de pregar petas. Uma praga que não é um exclusivo deste desgraçado Executivo socialista. Da democracia ao regime, passando por este País indigente e insolvente, não passa tudo de uma mentira pegada.
Domingo, 16 de Janeiro de 2011
O FMI, questão financeira e política, já se tornou assunto de comportamento entre os portugueses.
Por:João Vaz, Redactor Principal
Após duas experiências, uma das quais especialmente dolorosa e de graves consequências, como foi a do Bloco Central PS-PSD em 83/85, há ainda quem olhe a organização dirigida pelo socialista francês Strauss-Kahn como um novo recurso para mandar mais dinheiro para cima da crise. Puro engano. O FMI não dá, nem garante nada. É a salvação para os credores e não para quem deve.
Marcelo Rebelo de Sousa já explicou que o FMI não mudaria os políticos e actuaria através de quem está no poder. Os remédios do FMI são sempre iguais: corta na despesa do Estado e aumenta os impostos. O FMI não tem nada a ver com beneficência.
A mudança tem de ser feita pelos portugueses. E de certeza que não se conseguirá fazer de mão estendida, como se tornou vício nacional. É grave que, na União Europeia há 25 anos, Portugal não descobrisse outro comportamento: os governos do PSD e do PS, de Cavaco a Sócrates, só se preocuparam em obter fundos europeus. Para construir auto-estradas, abater a frota pesqueira, aniquilar a agricultura, projectar TGV, aeroportos, etc. Foi de tanto nos esforçarmos a pedir que chegámos à situação de pedintes em que estamos. São urgentes outras ideias para Portugal.
Por:Armando Esteves Pereira, Director-Adjunto
O respeitado Nobel da Economia considera a taxa de juro "pouco menos que ruinosa", mas a verdade é que esta emissão paga juros ligeiramente inferiores aos de operação semelhante efectuada em Dezembro. Outro facto importante é ter ficado abaixo dos simbólicos 7%.
No contexto actual, com excepção da linha extraordinária do BCE à Banca, já ninguém empresta barato a Portugal. Teixeira dos Santos e Sócrates têm como missão encontrar financiadores. Vão à China e aos petro-Emirados da Arábia como caixeiros-viajantes vendedores de dívida. Mas esta opção é melhor do que o resgate. O exemplo grego mostra que a ajuda da UE e do FMI não salva ninguém. A dívida grega já está ao nível de ‘lixo’ financeiro e a economia derrapa.
Portugal é a linha da frente da batalha da credibilidade do euro. Se o País cai, Espanha não resiste, até porque a banca espanhola tem aplicados cerca de 60 mil milhões de euros no mercado português, em dívida pública e privada. E o cenário de resgate espanhol é o maior pesadelo para os defensores da moeda única e da própria União Europeia.
Há outra ameaça latente na Europa que vai afectar a nossa vida. A inflação na Zona Euro subiu 2,2% em 2010 face ao ano anterior. É acima do limite permitido pelo BCE. As novas pressões inflacionistas vão provocar pressão nos juros.
Estado
Compras públicas suspeitas de ‘luvas’
DIAP e PJ investigam eventuais pagamentos de subornos a funcionários.
CM 16-01-2011
Pela boca morre o peixe. Manuel Alegre (no âmbito da estratégia de fazer campanha apenas para comentar as frases de Cavaco) acha que um padre apelar a "a exercer o direito cívico" é "eleitoralismo do século passado" e violação da separação entre Igreja e Estado; no dia seguinte, claro, admite que um sacerdote fale num comício seu em nome do Bloco.
Por:Francisco José Viegas, Colunista
Critérios muito elásticos por estas bandas. Cavaco é populista porque fala dos salários; Alegre promete intervir em tudo o que a Constituição interdita o presidente de intervir, inclusive nos projetos de revisão constitucional.
Que Cavaco comente a situação económica, é uma interferência fatal e criminosa; que Alegre o faça, é bem-vindo. Alegre caiu na esparrela armada pelos seus apoiantes; eles não o querem ver eleito. Preferem terra queimada.
Sábado, 15 de Janeiro de 2011
PORTUGAL QUE SE CUIDE. Temos na nossa história dos dois últimos séculos, todos os sintomas de uma decadência contínua, à medida que fomos perdendo todo o império conquistado e mundialmente invejado. Ainda com esse império, vimos cair a ditadura. Com a sua queda Portugal foi, estranhamente, enfraquecendo a olhos vistos. Os países e civilizações, não desaparem só pela queda de uma forma de poder, mas desaparecem principalmente pela perda de valores, usos e costumes. Também pelo enfraquecimento das suas lideranças políticas e, neste caso, Portugal está mais baixo que nunca. Está sem valores e sem lideranças dignas desse nome. Aquilo que temos, é um parente muito afastado de uma verdadeira liderança, que garanta ao povo poder dormir descansado. O enfraquecimento social é notório e confrangedor! Talvez depois de nós, portugueses, venham a cair outros países europeus e até talvez a Europa. Outros mundos estão emergentes, e estas coisas são como os “alcatruzes da nora”, para uns poderem estar em cima, outros terão de estar em baixo.
Desde a antiguidade até aos nossos dias nenhuma civilização reconhecida pelo seu poder militar, cultural ou tamanho dos territórios conquistados, sobreviveu à erosão dos tempos. A história comprova-nos esta realidade inevitável. Gigantes subjugaram, progrediram, cresceram aos olhos das outras nações mais fracas, despertaram cobiças envaidecidos pelas suas capacidades e grandeza, finalmente, sucumbiram, mais século menos século, a uma época florescente. Como exemplos na antiguidade, os Romanos, os gregos, os Cartagineses, os Egípcios, o próximo e médio oriente, as civilizações da América Central, nomeadamente os Maias, Azetecas e Incas, China e Japão, nos nossos dias, a Alemanha, a Itália, intervenientes na primeira e segunda, guerras mundiais, o imperialismo japonês através de uma China medieval com objectivos bem claros, os governos não democráticos de Salazar, Franco e Mussolini.
As ambições impossíveis de sustentar e conter, projectadas pelos líderes adulados e glorificados pelos povos em questão, caíram inevitavelmente por terra. As invasões e as transformações de ordem política, social e religiosa amoleceram esses «imperadores» bem como os avanços militares desmedidos e cruéis. A ganância permanente do poder transformou-se rapidamente em autênticos fracassos pela impossibilidade de manutenção da actividade militar e força política. Grandes áreas conquistadas foram objecto de surpresas inesperadas onde se ceifaram milhares de vidas, principalmente militares, dando-se desse modo o enfraquecimento das ditaduras. O último dos ditadores a cair parece ter sido Saddam Hussein e com ele o seu desumano regime. Morto ou vivo que ele esteja, adivinha-se para sempre um mistério à volta de tudo o que aparecer na comunicação social sobre a sua sorte. Rodeado de duplos, tudo parece ter sido previsto por ele, mesmo a apregoada existência do seu ADN que os americanos dizem possuir! Não lhe terá sido difícil deixar que fosse roubada pelos invasores, a tal prova de individualidade, mas que até pode ser de um dos vários sósias que toda a vida manipulou! Só não previu cair tão depressa como caiu e foi enforcado pouco tempo atrás. A Babilónia dos "jardins suspensos", já havia caído depois de ter sido o centro do mundo, tal como Bagdad, a cidade das “Mil e uma noites”.
António Reis Luz
O Estado emitiu pelo menos 5000 milhões de euros em dívida pública que é detida pelo próprio Estado! O Estado a dever a si próprio!
Terra à vista, capitão!
E avistada a prometida guarida costeira, mandou o nosso capitão, o terror dos mares meridionais, fundear a nau e aparelhar a escuna com 15 homens que com ele foram em expedição a terra seca.
E chegados a terra, foi o capitão orientado pelo mapa em pele de índio pintado, alcançando o almejado local onde antes o escondeu. Deitaram mãos ao labor os mais fortes da marinhagem. A expectativa crescia pois as enxadas, que a terra atacavam, nada traziam, nem deixavam adivinhar sortes melhores que as de uma toca maninha. Onde estaria o Tesouro? Tê-lo-iam roubado? Estaríamos a escavar em descuidado lugar?
Fizeram saber que 18 gestores públicos, não acatando as ordens do Ministério das Finanças, terão aplicado 315 milhões de euros fora do Tesouro. Isto é, o tesouro das empresas fora 'escondido' fora do Tesouro da fazenda nacional.
A ideia do Ministério das Finanças é óbvia: concentrar toda a tesouraria e disponibilidades de todas as instituições públicas para assim evitar que o Estado se endivide mais. Para quê pedir dinheiro emprestado pagando juros elevados para financiar uns se há outros com excesso de tesouraria que o aplicam a taxas mais baixas? Quem ganha com a intermediação? Os intermediários. Quem perde com a intermediação? O Estado.
Os gestores públicos defenderam-se argumentando que nem sempre o cofre da fazenda pública permite o tipo de operações que eles desejam: contratos de fixação de taxas de juro a prazo, credit default swaps, forwards cambiais, opções sobre matérias-primas ou produtos energéticos, etc. Esses depósitos podem então ser vistos como um custo implícito destas empresas para acederem a produtos financeiros de que necessitam e que os concorrentes usam.
Nesta incessante e fundamental busca pelo corte de custos, algo me escapa com muito maior dimensão. É sabido que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social terá um património aproximado de 9,5 mil milhões de euros. Também se sabe que, por regulamento, mais de 50% deste património têm de estar aplicados em títulos representativos de dívida pública portuguesa ou outros garantidos pelo Estado português. E é aqui que o caso parece bizarro pois o Estado emitiu pelo menos 5000 milhões de euros em dívida pública que é detida pelo próprio Estado! O Estado a dever a si próprio!
E para quê? Para fazer face a oscilações do orçamento da Segurança Social (Estado), dizem. Mas se para poder responder a compromissos assumidos tem de vender o que tem em carteira (dívida pública nacional) como é que isso difere da emissão de nova dívida? Se não houver quem compre no mercado primário acham que alguém lhe pega no mercado secundário em caso de necessidade?
E já nem falo na bizarria dos juros pagos pelo Estado ao dito Fundo do Estado!
Se procuram formas de eliminar dívida abatam esta de imediato ou então, o que seria muito mais sensato, troquem-na por outra. Mas não se esqueçam de que em tal caso estamos a endividar-nos para financiar terceiros...
Jack Sparrow, o pirata das Caraíbas, está feliz: encontrou o Tesouro cheio de títulos da sua própria dívida!
João Duque
Texto publicado no caderno de economia do Expresso de 8 de janeiro de 2011
Sexta-feira, 14 de Janeiro de 2011
O estilo ajuste directo
ISTO confirma um certo padrão da governação socialista: seleccionam-se umas empresas em detrimento de outras, sem concurso, sem critérios ou quaisquer justificativas que sejam conhecidas ou escrutináveis.
Não sei, mas em alguns países, estas coisas são investigadas, seja pelos jornalistas, pela oposição e por vezes mesmo pelas autoridades judiciais e de controle, como sejam Tribunais de Contas, concorrência e assim.
Por cá, elogia-se o «fazer» (seja o que for), a comunicação social dá eco acéfalo às «iniciativas» e algumas empresas embolsam ajudas directas pagas pelos contribuintes.
Blasfémias
Comentário
O sistema não é bem Venezuelano, é mais do género Mexicano, tipo poder único e quase perpétuo, de décadas acima da lei e sem escolhas, porque a oposição dorme ou limita-se a não existir. Antes foi a dos impostos ao riscos, que veio a seguir à do relatório da OCDE e à dos impostos dos carros eléctricos, que sucedeu à dos 12,5% de IRC. Tudo cantado pelo galo-geral na ópera de São Bento. E vai cantar mais.
O PRIMEIRO-MINISTRO TEM A CORAGEM DE FALAR EM "SUCESSO"!
Ministro subscreve preocupação com salários
O ministro da Economia subscreveu hoje a preocupação do comissário europeu da Concorrência, Joaquín Almunia, sobre os baixos salários em países como Portugal, mas observou que o aumento salarial deve acompanhar o crescimento da competitividade.
O Regressado Silva
10 de Janeiro, 2011Por José António Saraiva
Depois de Cavaco Silva sair do Governo e perder as presidenciais, o Contra-Informação fez um boneco a que deu (impiedosamente) o nome de O Acabado Silva .
O tempo passou, Cavaco regressou e tornou-se Presidente da República, obrigando os responsáveis do programa a trocarem o nome do boneco por O Regressado Silva .
Pois foi esse regressado , após cinco anos de presença em Belém - que lhe roubaram, diga-se, alguma impetuosidade -, que na semana passada defrontou Manuel Alegre.
Confesso que me preparei para um confronto desinteressante.
Dispus-me a ver um espectáculo monótono, com Alegre ao ataque - embora não muito agressivo - e Cavaco à defesa, refugiando-se nos limites das atribuições que a Constituição confere ao Presidente da República.
Um Alegre grandiloquente e aqui e ali dramático - e um Cavaco monocórdico, evitando entrar em diálogo com o adversário e estabelecendo uma relação preferencial com a moderadora, como meio de se defender de eventuais questões incómodas postas pelo opositor.
Deve dizer-se que, até aí, os debates tinham sido fraquíssimos.
Às vezes penosos - sendo difícil acreditar que alguns daqueles homens pudessem ter pensado, por um segundo sequer, serem presidentes da República.
O próprio Cavaco transmitia a ideia de ser um avozinho simpático, repetindo como um professor primário a cartilha dos seus poderes, muito longe do fulgor que fizera dele o melhor primeiro-ministro de Portugal depois do 25 de Abril.
Quanto a Alegre, também não tinha mostrado especial acutilância, sendo mesmo batido por Fernando Nobre no debate com este.
Dizia constantemente que não se considerava antecipadamente derrotado, o que significava que tinha a derrota como certa.
Mas, até por isso, esperava--se que reunisse um último suplemento de energia para fazer um brilharete perante o previsível vencedor das eleições, mostrando que era ele quem merecia o cargo - e que Cavaco só seria reeleito em consequência da inércia decorrente de já estar em Belém.
Ora, nada disto aconteceu.
Cavaco não foi um avozinho, Alegre não se superou, e até - surpresa das surpresas - os portugueses mostraram um inesperado interesse pela disputa, premiando este debate com quase o dobro da média de audiências dos anteriores!
Mas vamos por partes.
Primeiro, o debate não só não foi desinteressante como foi o melhor debate político dos últimos anos.
Depois, Cavaco não se colocou à defesa mas antes partiu desde o primeiro minuto para um ataque cerrado; e Alegre, apanhado de surpresa, nunca conseguiu recompor-se dos golpes que sofreu logo de início, passando o resto do tempo meio atordoado.
Finalmente, Cavaco, em lugar de se esconder atrás da moderadora para evitar Alegre, ignorou muitas vezes as perguntas (e as interrupções) de Judite de Sousa, dirigindo-se directamente ao adversário - e repetindo, como um refrão, que ele tentara enganar os portugueses, lançando inverdades a seu respeito.
Cavaco Silva usou uma técnica pouco vulgar neste tipo de confrontos.
Em geral, um candidato ou fala pela positiva, dizendo o que o move (ou quais são os seus méritos, como Fernando Nobre fez à saciedade), ou ataca o opositor.
Ora Cavaco não fez uma coisa nem outra.
Sabendo que o ataque pessoal nunca cai bem, atirou-se a Alegre. mas para o criticar por ele o ter atacado!
Ou seja, Cavaco atacou para se defender.
Para - alegadamente - limpar a sua honra.
Usando uma técnica semelhante à de Álvaro Cunhal, fingiu não ouvir certas questões (como uma alusão de Alegre a um episódio ocorrido na Madeira), falando sempre apenas do que lhe interessava e do modo como lhe interessava.
E aproveitou a seu favor os temas delicados, transformando a defesa em ataque, como no caso BPN , em que acusou de má gestão a administração nomeada pelo Estado.
Esta afirmação tornou-se, de resto, um dos temas da campanha, e promete novas revelações.
Será que Francisco Bandeira, que tem presidido ao BPN em part-time, é o mesmo Francisco Bandeira que Armando Vara promoveu na CGD?
Enfim, onde esperávamos ver um Cavaco amorfo e aguardando ansiosamente o fim da campanha, vimos um Cavaco enérgico e combativo; e onde esperávamos por um Manuel Alegre gastando os últimos cartuchos, vimos um Alegre vencido e quase conformado.
Apesar disto, alguns jornais, como o Público, ainda lhe deram a vitória - tentando desesperadamente relançar uma campanha que naquele debate teve o seu dobre a finados.
Mais razão teve o Correio da Manhã quando escreveu «Furacão Cavaco atira Alegre ao chão» ou até João Pereira Coutinho ao afirmar: «KO ao primeiro assalto».
Cavaco Silva mostrou que ainda tem grande energia - e que o fato de Presidente da República lhe serve mal, constituindo para ele um colete-de-forças.
Mesmo assim, nenhum dos seus adversários nesta campanha se mostrou à altura do lugar.
jas@sol.pt
MORRER DA CURA
10 de Janeiro, 2011Por Mário Ramires
Não é possível gastar-se tanto dinheiro na Saúde e mais de 600 mil portugueses não terem sequer médico de família.
Hospital S. Francisco Xavier, Lisboa, Outono de 2009: o bombeiro que acabara de estacionar a ambulância no átrio das urgências sai a correr do lugar do condutor para abrir a porta traseira por onde há-de sair a paciente, com visível dificuldade, amparada por dois outros bombeiros. A senhora, de meia-idade, combalida e aparentemente sem forças sequer para andar sem apoio, traz bata e máscara e é imediatamente conduzida para a zona de rastreio, de onde segue directamente para os gabinetes de atendimento médico, sem passar pela sala de espera destinada aos utentes, onde logo soaram os comentários: «Mais uma com gripe A».
Nem cinco minutos volvidos, mal ainda os três bombeiros tinham partido na ambulância que não chegaram a desligar, começaram os gritos no hall do hospital: uma voz de mulher reclamava vigorosamente com uma médica e uma enfermeira, entre um irreproduzível chorrilho de palavrões e a repetição da afirmação «Eu espirro para onde eu muito bem quiser».
O agente da Polícia de plantão ainda tentou acalmar a histérica senhora, propondo-se chamar-lhe um táxi. Também ele, como resposta, levou com uns quantos palavrões cara-a-cara, que a mulher não se calava nem se continha e sobrava-lhe força para gritar enquanto rasgava a máscara e a bata e arrancava do pulso a fitinha prioritária a que tivera direito e que haveria de atirar contra o estupefacto polícia. «Qual táxi... eu vou como eu quero. Eu espirro onde quero. Ninguém me impede de espirrar». E repetia para o agente a ordem de ida para o mesmo destino para o qual já mandara a médica e a enfermeira que a atenderam e a advertiram para não tirar a máscara enquanto espirrava, porque era para isso mesmo que ela servia, para prevenir o contágio... e nem era por elas, médica e enfermeira, porque também elas tinham máscaras e batas e ainda luvas, que haveriam de deitar no lixo mal acabasse a consulta e que substituiriam por material novo para o paciente que se seguisse... e por aí fora.
Com a Saúde não se brinca nem se poupa. É coisa demasiado séria.
Mas o que se passa com os gastos na Saúde em Portugal não é brincadeira alguma.
Ano após ano, vai-se agravando o gigantesco buraco orçamental - o que se conhece e o que se desconhece - e as dívidas a fornecedores, com destaque óbvio e natural para a indústria farmacêutica e para as farmácias, agravam-se aos milhares de milhões. Sem que se perceba muito bem como. Ou melhor, sem que se perceba com que retorno para a Saúde Pública.
A Saúde não é um negócio. Mas alimenta demasiados negócios.
O episódio citado daquela senhora no Hospital S. Francisco Xavier é caricato e um exemplo menor. Mas é elucidativo dos desperdícios que se amontoam na Saúde. E dos quais a campanha contra a gripe A é um dos exemplos mais flagrantemente chocantes.
Só em material acessório gastaram-se rios de dinheiro: das máscaras, às batas, às luvas, às espátulas, aos termómetros, ao sabão líquido e desinfectantes, às toalhitas e por aí fora. Mais, sobretudo, as vacinas. Só nestas - com eficácia e efeitos duvidosos para muitos especialistas e segundo as notícias que foram vindo a público - o Estado hipotecou-se em milhões. Para, depois, nem lhes dar vazão. Enfim...
E os exemplos multiplicam-se. Ainda nesta semana, o Tribunal de Contas divulgou as conclusões da auditoria aos SUCH (Serviços de Utilização Comum dos Hospitais) e concluiu pelo «despesismo injustificado», dando como exemplo os prémios milionários atribuídos a directores comerciais de uma instituição que teve resultados negativos nos dois anos sindicados.
Um dos problemas desta Saúde é que ninguém é responsabilizado pelos gastos astronómicos sem resultados correspondentes nem pelo reconhecido despesismo injustificado .
Já se viu algum político ou gestor ou administrador hospitalar ser responsabilizado por despesismo injustificado ?
Não, nem podia. Porque nem foram criados mecanismos de responsabilização dos políticos, nem sequer existe um sistema de avaliação dos ditos gestores e administradores.
E, assim, por mais que se identifiquem gastos injustificados, continuará sempre na mesma... ou seja, sempre pior.
Porque o buraco da Saúde não pára de aumentar.
E, não obstante, há mais de 600 mil portugueses que não têm sequer médico de família e já há estudos que prevêem que este número chegue, muito em breve, a um milhão.
Pela nossa rica Saúde!!!
mario.ramires@sol.pt
José Sócrates tem feito tudo o que pode. Não para evitar a falência de Portugal. Mas para evitar a sua própria falência política. A falência de Portugal é um dado adquirido: um país que coloca dívida com um juro de 6,7% é, para todos os efeitos, um morto-vivo.
Por:João Pereira Coutinho, Colunista
Desde logo porque a economia portuguesa, anémica e recessiva, será incapaz de produzir a riqueza necessária para aguentar estes empréstimos suicidas e, ao mesmo tempo, continuar a flutuar. Quando o Banco Central Europeu esgotar a paciência, ou os bolsos, no apoio aos ‘periféricos’, esgotam-se também estes ‘sucessos’ no leilão da dívida. Até lá, Sócrates terá mais um dia, ou uma semana, ou um mês: balões de oxigénio com que poderá proclamar que não precisa do Fundo Europeu ou do FMI para nada. Infelizmente, precisamos nós: um resgate internacional pode não ser uma solução a longo prazo; mas, no curto prazo e enquanto a Europa pondera o seu próprio futuro como união monetária, permitiria juros mais civilizados para que a pátria respirasse e arrumasse a casa. ‘Sucesso’, disse Sócrates? Só mesmo para ele.
SE NÃO PUSEREM UM TRAVÃO EM SÓCRATES E NESTE PS, UM PAÍS DE OITO SÉCULOS DESAPARECE.
"Se um dos grandes trunfos da democracia foi o desenvolvimento, Portugal encontra-se neste momento numa perigosa encruzilhada."
Por:Paulo Pinto Mascarenhas, Jornalista
No ano em que se celebram – se ainda houver alguma razão para celebrar – 37 anos do 25 de Abril, o país sofre a suprema humilhação de já poucos quererem comprar o que resta da soberania nacional, oferecida por José Sócrates e Teixeira dos Santos em periódicos leilões da dívida pública.
O governo vende-se barato nos mercados internacionais e os contribuintes vão continuar a pagar caro décadas de corrupção, incúria e despesismo do Estado.
Não deixa de ser assustador ouvir José Sócrates repetir que Portugal não precisa de nenhuma assistência financeira quando todos sabemos que o país já se encontra nas urgências e só sobrevive ligado às máquinas do Banco Central Europeu.
Sócrates queixa-se do aproveitamento político da oposição a propósito de uma possível intervenção do Fundo Monetário Internacional. Mas o primeiro-ministro só se pode queixar de si próprio: foi ele quem abriu as portas à recessão e ao FMI. Pouco mais falta que entregar a pesada factura ao próximo inquilino de S. Bento e ao povo português.
A evidência empírica disponível aponta no sentido de que os programas de ajustamento orçamental centrados em cortes de despesa afectam menos o crescimento económico do que programas de igual magnitude assentes em aumentos de impostos.
Por:António Nogueira Leite, Economista
Adicionalmente, o trabalho empírico de referências mundiais na economia política das instituições, como Alberto Alessina, aponta inquestionavelmente para a existência de maiores dividendos políticos quando se levam a cabo programas assentes na racionalização da dimensão das administrações públicas. Por consequência, se quisermos viver num país com condições mínimas de viabilidade, teremos de levar a cabo o maior exercício de racionalização do Estado de toda a nossa história.
Ainda recentemente, um estudo do Banco de Pagamentos Internacionais concluiu que para Portugal voltar aos níveis de endividamento de 2007, o saldo primário das administrações públicas teria que ser positivo de 5,7% ao ano nos próximos 5 anos ou de 3,1% ao ano nos próximos 10 anos. Nunca no passado levámos a cabo semelhante gesta. Mas agora não temos alternativa se queremos evitar que o Monstro gere uma catástrofe de proporções historicamente singulares para nós e para os nossos filhos. É que o Monstro assumiu proporções inimagináveis face ao que Cavaco denunciou em 2000.
Dia a dia
O FMI, questão financeira e política, já se tornou assunto de comportamento entre os portugueses.
Por:João Vaz, Redactor Principal
Após duas experiências, uma das quais especialmente dolorosa e de graves consequências, como foi a do Bloco Central PS-PSD em 83/85, há ainda quem olhe a organização dirigida pelo socialista francês Strauss-Kahn como um novo recurso para mandar mais dinheiro para cima da crise. Puro engano. O FMI não dá, nem garante nada. É a salvação para os credores e não para quem deve.
Marcelo Rebelo de Sousa já explicou que o FMI não mudaria os políticos e actuaria através de quem está no poder. Os remédios do FMI são sempre iguais: corta na despesa do Estado e aumenta os impostos. O FMI não tem nada a ver com beneficência.
A mudança tem de ser feita pelos portugueses. E de certeza que não se conseguirá fazer de mão estendida, como se tornou vício nacional. É grave que, na União Europeia há 25 anos, Portugal não descobrisse outro comportamento: os governos do PSD e do PS, de Cavaco a Sócrates, só se preocuparam em obter fundos europeus. Para construir auto-estradas, abater a frota pesqueira, aniquilar a agricultura, projectar TGV, aeroportos, etc. Foi de tanto nos esforçarmos a pedir que chegámos à situação pedinte em que estamos. São urgentes outras ideias para Portugal.
Quinta-feira, 13 de Janeiro de 2011
TALVEZ NÃO!
(Pura ficção) - Queira Deus....
Convido os meus leitores para quando lerem este artigo de opinião, se sentirem como se estivessem a vogar, não na água de
um rio, mas sobre ela. Este rio, quero eu que represente o estado a que o nosso país chegou, envergonhadamente, na cauda
dos países da União Europeia, em tudo que é positivo e na vanguarda das coisas que ninguém deseja. Podem mesmo imaginar
esse rio, um daqueles com água pouco transparente (a poluição !) e fria , naturalmente também pouco profunda. A sua torrente vai esbarrando e manchando de verde, as imensas pedras espalhadas no seu leito, sem que a água nunca as cubra, nem as lave.
Assim, voaremos entre o real e o imaginário visionando do alto o nosso berço. O país, que a incompetência nos está a legar.
Com a publicação deste artigo o autor pretende somente levar as suas dúvidas , sobre a sociedade em que vivemos, até às pessoas que, como ele, não têm acesso a todo um mundo que se presume existir, pelas contradições visíveis, inexplicáveis e frequentes, que qualquer observador atento pode detectar, diríamos, no seu dia a dia, com um pouco de espírito de observação .
Quem ouvir os noticiários, ler os jornais e alguns livros e for ouvindo os telejornais, procurando estabelecer uma relação entre essas notícias, depara certamente com acontecimentos aparentemente sem lógica, mas que se percebe não acontecerem por acaso, tal o grau de eficiência que existe na sua execução. É como se um conjunto de pessoas, não expostas, mas muito influentes, através de um complicado sistema de cordelinhos, conseguissem encaminhar todos os acontecimentos a seu belo prazer, supõe-se também, com vantagens próprias asseguradas. Provavelmente tudo não passará de uma simples coincidência, ou mesmo de pura alucinação da minha parte. Digamos mesmo, o imaginário a funcionar sem freios. Mas, em boa verdade e realidade, os valores são relegados e combatidos, as teorias do “relativismo” são acarinhadas e defendidas. O mau uso e concepção da “tolerância” atiram - nos para o meio do extenso “lodaçal” em que vivemos. O mérito, a honestidade, desempenho, competência e a inteligência das pessoas, parecem ser um estorvo à funcionalidade do «sistema» que tudo controla! Este, prefere o servilismo de legiões de “clones” onde abundam o oportunismo, a denúncia, e a incompetência, ou mesmo, o analfabetismo endémico.
Dessa forma conseguem um total domínio estruturado, no mau sentido, da nossa Sociedade Civil ! Foi assim que se deu o aparecimento da descrença e da desmotivação colectivas, por todo o País. A suspeita e o desencanto são o estado de espirito do povo. Qualquer pessoa, mais resoluta e forte no seu carácter é sempre traída no seu idealismo pelo poder, pela corrupção e pela mentira.
António Reis Luz
Filed under: Tomás Belchior @ 13:45
Anda tudo eufórico com o nosso super-poder de vender dívida a 10 anos à taxa de 6,7%, mas há uma coisa que eu não percebo no meio de todo este histerismo para inglês ver: se andamos a pagar um preço ruinoso pela nossa dívida, se na prática já estamos a fazer as “reformas” que seríamos obrigados a fazer caso o FMI nos emprestasse dinheiro, se o empréstimo do FMI seria feito a taxas mais baixas do que as que estamos a pagar actualmente, estamos a ganhar exactamente o quê ao não pedirmos ajuda?
Depois de levarmos com os custos da independência energética agora temos de também de pagar os custos da independência financeira? Isto tudo só para o Primeiro-Ministro se poder sentir muito satisfeito consigo próprio?
A OLÍVIA CRIADA E A OLÍVIA PATROA! EXCELENTE PREMONIÇÃO!
http://www.gforum.tv/board/1653/423553/socrates-contra-socrates.html
VALE A PENA CLICAR ACIMA, PARA VER E OUVIR, UMA EXCELENTE ANÁLISE POLìTICA DO GOVERNO DE SÓCRATES FEITA PELO PRÓPRIO SÓCRATES
Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2010
Precisamos de um outro D. Dinis para repensar a agricultura em Portugal”
Paulo Rangel reafirmou ontem, em Torres Vedras, a agricultura como uma das suas principais preocupações. Segundo o candidato, a agricultura deve deixar de ser encarada numa perspectiva estritamente económica, mas como uma “questão estratégica de defesa nacional”.
De facto, Portugal transformou-se rapidamente num país com uma economia eminentemente terciária, de prestação de serviços, não apostando na produção de bens tangíveis.
Paulo Rangel salienta a necessidade do país em ter “reservas agrícolas”, denunciando o plano económico socialista. Portugal deverá voltar a virar-se para a produção agrícola como aposta na criação de riqueza e valor internos, apoiando a agricultura e os agricultores. O país deve manter uma capacidade de produção que garanta a autonomia perante os mercados internacionais.
A aposta no desenvolvimento da agricultura é, também, necessária na medida em que esta contribuirá para atenuar as disparidades entre interior e litoral. De qualquer forma, lembrem-se zonas bastante próximas de Lisboa e com uma componente agrícola significativa e frequentemente esquecida, nomeadamente: Azambuja, Mafra, Torres Vedras e Sintra. Uma aposta forte e clara neste sector de actividade teria repercussões positivas em todo o território nacional.
O buraco financeiro registado nos cofres do Ministério da Justiça é revelador do estado a que chegaram as finanças públicas e da forma como são geridos os dinheiros dos portugueses.
Por:Rui Rangel, Juiz Desembargador
A este propósito, o Tribunal de Contas, órgão insuspeito e governado por um socialista sério, rigoroso e de mão-cheia, disse que a situação é elucidativa relativamente à forma irracional e pouco séria como os dinheiros de alguns fundos são geridos. Disse mais: as coisas têm de ser investigadas e têm de ser encontrados os responsáveis.
O buraco financeiro de 323 milhões de euros é um caso de polícia. Mas é um caso de polícia sem rostos e sem responsáveis. Isto não incomoda Sócrates e os actuais responsáveis do Ministério da Justiça? E não incomoda os deputados da República?
Estou certo de que sim. Então é preciso dar um sinal e fazer uma investigação, doa a quem doer, à situação financeira do Ministério da Justiça. A começar pela venda de património imobiliário, cadeias e tribunais, pelos arrendamentos dos tribunais, pelas adjudicações dos sistemas informáticos e outros e pelas obras realizadas.
Mais uma vez, como é habitual entre nós, a culpa vai morrer solteira. Temos uma gestão danosa, pouco séria e irresponsável dos dinheiros públicos, que provocou um rombo no orçamento do Governo, e negligenciamos o apuramento dos seus responsáveis. O manto de silêncio, o esconde-esconde, é regra. E quem ousar denunciar estes casos de gestão ruinosa, que podem esconder fenómenos de corrupção ou tráfico de influências, é inimigo da democracia e do governo.
Infelizmente, a democracia permite, no xadrez partidário, que uma mão lave a outra. Apesar de todas estas imperfeições, era o que faltava se não se pudesse pôr em causa o carácter dos governantes, dos políticos e dos gestores públicos quando nos oferecem buracos desta dimensão e quando há tribunais que não têm dinheiro para pagar a luz e outras despesas correntes ou para ordenar exames de DNA aos criminosos.
Vivemos uma época em que não há governante ou gestor público que se preze que não tenha o seu buraco financeiro. Vale a pena ter um buraco financeiro nas contas públicas para resolver o seu buraco financeiro particular. Ninguém deve levar a mal, a vida custa a todos e o povo foi criado, alimentado e engordado para isto. Agora, são também os juízes que têm de ajudar a atenuar o buraco, suportando cortes salariais excessivos e desproporcionados, o que coloca em perigo a sua independência funcional e económica. Estar com a crise financeira e com os portugueses, contribuindo com a sua parte de sacrifício, não é estar com o buraco financeiro que ajudou a enriquecer ilicitamente alguém.
Para reflexão, vejam o que, mais uma vez, disse o Tribunal de Contas: "As alterações constantes da proposta de lei vão, todas, num único sentido: restringir os direitos consolidados, reduzir as componentes do sistema retributivo de forma desproporcionada e infundamentada, apoucar e aviltar a condição e o estatuto do magistrado, nivelando-o pelo estatuto da Administração Pública."
Em Portugal os medíocres dão as mãos para atacarem os honestos e competentes.
A força de Cavaco
Inserido em 13-01-2011 09:21
O Presidente da República revela ser, cada vez mais, um político acima da média. Cercado pela polémica do BPN, Cavaco percebeu que tinha que politizar o discurso de campanha e começou a atacar o Governo, a falar de escolas, de agricultura, dos avisos que ninguém ouviu, da crise política ‘’grave’’ que admitiu poder vir a aí.
O PSD entusiasma-se com a expectativa e Passos Coelho até veio dizer que, se o FMI cá entrar, tem que haver eleições, porque este Governo não serve para liderar a recuperação do país.
Mas convém ter calma. Cavaco já começou a esfriar os entusiasmos. Pode haver crise política, claro, é até o mais provável. Mas quem conta com Presidente para a provocar, dissolvendo o Parlamento ou demitindo Sócrates, pode estar a precipitar-se. Ontem à noite, em Bragança, Cavaco já esfriou os ânimos e explicou que dissolver a Assembleia da República é algo que um PR só faz em condições muito excepcionais. E lançou um novo slogan: ‘’A força do Presidente vem da força do povo’’.
Para bom entendedor, o recado fica dado: se o povo lhe der muitos votos e insistir muito... talvez ele ajude a empurrar Sócrates.
É A CORDA AO PESCOÇO DOS PORTUGUESES, é a governação de um impreparado.
Krugman considera "ruinosa" taxa de juro do leilão da dívida pública portuguesa
13 Janeiro 2011 | 08:05
Lusa
O Prémio Nobel da Economia Paul Krugman comentou ontem o leilão da dívida pública portuguesa, considerando a taxa de juro "ruinosa" e alertando que "mais sucessos [destes] e a periferia europeia será destruída".
É A CORDA AO PESCOÇO DOS PORTUGUESES
Na apreciação que faz no seu blogue, o economista considera a taxa de juro do leilão da dívida pública portuguesa "pouco menos que ruinosa". Recorde-se que o governo português colocou ontem obrigações a dez anos com uma taxa de juro de 6,716%, inferior à da emissão anterior, que atingiu os 6,806%, tendo registado uma procura 3,2 vezes superior à oferta. Na maturidade a quatro anos, a taxa de juro foi de 5,396%. Esta foi a primeira colocação portuguesa de Obrigações do Tesouro a cinco e dez anos desde que a Irlanda recebeu auxílio internacional. No seu comentário, Krugman sublinha que "considerar um sucesso a capacidade de Portugal colocar obrigações a dez anos a uma taxa de juro de 'apenas' 6,7% diz alguma coisa do profundo desespero da situação europeia". O Nobel argumenta que, "se se pensar sobre a dinâmica da dívida, uma taxa de juro tão alta é pouco menos que ruinosa". Adianta, porém, que "não é, de facto, tão má como as pessoas estavam à espera na semana passada, daí o sucesso". Mas alerta: "Mais alguns sucessos e a periferia europeia será destruída." Ontem, antes do leilão que se realizou durante a manhã, a Bloomberg citava o “Financial Times” alemão para divulgar que a Comissão Europeia e o fundo de resgate europeu estavam a preparar uma ajuda a Portugal que poderia chegar aos 100 mil milhões de euros se fosse necessária.
A EX SLN ESTÁ COM ALEGRE
É natural que o candidato Manuel Alegre nunca mais fale das acções compradas e vendidas por Cavaco Silva à SLN de Oliveira e Costa. E isto porque a nova SLN, que agora se chama GALILEI, é muito amiga dos socialistas. O seu presidente, Fernando Lima, é membro da Comissão de Honra de Manuel Alegre e a sede de campanha pertence ao mesmo grupo. Como se vê, agora é tudo gente boa, pura, fraterna, socialista, que odeia especuladores e o capitalismo de casino.
António Ribeiro Ferreira - CM
Cavaco Silva alertou para o perigo de uma crise política séria. O que significa esse aviso? Para Alegre, significa uma ameaça intolerável do presidente sobre o governo.
Por:João Pereira Coutinho, Colunista
Curiosamente, não lhe ocorreu o contrário: que o aviso de Cavaco é apenas a antecipação de uma ameaça que o governo se prepara para fazer sobre os portugueses. E essa ameaça lida com a presumível vinda do FMI depois das presidenciais, uma fatalidade que significaria, numa democracia civilizada, a certidão de óbito do executivo. Em Portugal, pelo contrário, Sócrates já avisou que não sai, venha quem vier; o que remete para a Assembleia a difícil tarefa de o enxotar, uma hipótese que implica uma moção de censura apoiada pela esquerda e direita. Quando Cavaco fala de uma crise política grave, não fala da sua acção como presidente; fala da inacção de um governo que promete assobiar para o lado quando o tecto nos cair em cima.
Braga: Acesso ao novo hospital da cidade é a va mais cara do país
Estrada a 12 mil € o metro
A cidade de Braga vai ter, a partir de Maio, a estrada mais cara do País. Trata-se da via de acesso ao novo hospital da cidade, cuja construção arrancou estes dias e que está orçada em 8,3 milhões de euros.
Por:Secundino Cunha
Atendendo a que a ‘avenida', de quatro faixas de rodagem, terá 700 metros de comprimento, conclui-se que cada metro vai custar aos contribuintes 11 857 euros.
Este pedaço de via rápida, da responsabilidade da empresa Estradas de Portugal (EP), atinge valores considerados astronómicos, sobretudo se tivermos em conta que, em Portugal, a construção do quilómetro de auto-estrada, incluindo os custos de expropriação dos terrenos e obras de arte (túneis e viadutos), custa, em média, 4,5 milhões de euros.
"Trata-se de uma via de características urbanas, com os terrenos a preços altíssimos e com a necessidade de construção de acessos de vária ordem", disse ao CM fonte da EP, sublinhando que "só as condutas de água, luz e outras infra-estruturas que urge refazer representam entre dez e vinte por cento do custo total da obra".
A via de acesso ao novo Hospital Central de Braga deve estar concluída no início do próximo mês de Maio, altura em que a unidade de saúde deve abrir ao público.
A primeira parte da empreitada consiste na construção do nó de ligação à circular urbana, na zona do antigo Feira Nova.
Portugal colocou 1249 milhões de euros sendo que, nos títulos a 10 anos, a taxa média ponderada baixou para 6,716 % face aos 6,806% observados no leilão anterior.
Mesmo assim, para Filipe Silva, gestor do mercado de dívida do Banco Carregosa, "em suma, diria que Portugal consegue financiar-se, porém, a custos muito elevados, incomportáveis para as expectativas do crescimento da economia". O analista considera ainda que a longo prazo, "a situação não é sustentável e vai requerer uma solução nacional ou externa".
PS: Por muita propaganda que o primeiro-ministro faça, a verdade é que temos PORTUGAL com um futuro muito sombrio! Ninguém pode esquecer que quando deveria ter tomado medidas como as que agora tomou, andou a propagandear as virtudes do INVESTIMENTO PÚBLICO e das PPP, a pôr em prática medidas eleitoralistas para ganhar as eleições ( aumentos de 2,9% na função pública etc..) e a vender Magalhães ... será que os portugueses se vão esquecer disto. Será que o candidato do PS às PRESIDENCIAIS, não percebe isto? Como pode ele vir dizer na TV que Portugal não precisa de ajuda?
O sucesso relativo do leilão de dívida pública portuguesa foi notícia relevante nas praças financeiras mundiais e animou as Bolsas. Portugal colocou a emissão a dez anos a juros ligeiramente inferiores aos de Dezembro e abaixo dos 7% que o mercado pressionava nas últimas sessões.
Por:Armando Esteves Pereira, Director-Adjunto
A guerra ainda não está ganha, mas o facto de o país ontem ter resistido significou uma vitória na primeira batalha. Portugal sofreu pressões importantes para pedir o resgate, mas na Europa há uma corrente – de que faz parte o BCE, principal guardião do Euro – que tem ajudado a resistir. Na feliz expressão da eurodeputada Elisa Ferreira, Portugal é a "pedrinha que segura o dique". Se a pedrinha cair, o mar agitado pode destruir toda a Zona Euro. Espanha e Bélgica (um país que só a União Europeia mantém unido) correriam o risco de ser arrastados. Como a Espanha tem uma dimensão económica que é o dobro do conjunto formado por Grécia, Irlanda e Portugal, seria muito caro, quer para a União Europeia quer para o FMI, o resgate deste gigante. A existência da moeda única estaria em causa, e com ela a própria União Europeia.
Mas para Portugal não ser arrastado no dominó que derrubou a Grécia e a Irlanda há ainda muito caminho a percorrer. Por muita ajuda que haja, o principal trabalho é do Governo. Tem de apresentar uma execução orçamental de 2011 credível. Os dados do primeiro trimestre serão decisivos.
Quarta-feira, 12 de Janeiro de 2011
Processo
Gestores do BPP desviam 100 milhões
Inquérito da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários está praticamente concluído. DIAP já foi informado.
CM 12-01-2011
ANA JORGE
"Num ano em que salários baixam e impostos sobem, o Ministério da Saúde faz um aumento brutal no custo de vacinação e atestados".
CM 12-01-2011
Porquê criminalizar o enriquecimento ilícito? A argumentação pode ser quase infinita mas basta constatar o tipo de sociedade que construímos.
Por:Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto
A partir da apropriação do Estado por fortes grupos de interesses, construiu-se uma sociedade desigual em que a institucionalização opaca de comportamentos de favorecimento de quem tem poder e dinheiro é em si uma exploração dos que estão longe deles.
O doente que continua a ser tratado como um número nos hospitais; o idoso que é deixado a morrer sozinho; o sem--abrigo abandonado à sua sorte; o trabalhador que se vê espoliado de um futuro porque as empresas e os próprios governos não asseguram as suas contribuições obrigatórias para os fundos que garantem as prestações sociais; os desgraçados trabalhadores por conta de outrem que pagam a principal factura do Orçamento do Estado; o empresário que nunca chegará a sê-lo porque não pagou o suficiente em comissões; enfim, todos perdem materialmente qualquer coisa. Na retaguarda de cada uma destas situações, há sempre uma injustiça objectiva, uma negligência visível. Só uma perseguição destes comportamentos na sua forma de ilegalidade ou de laxismo poderá representar um real enriquecimento dos que não têm poder e, por acréscimo, a superação das profundas desigualdades.
O engenheiro relativo voltou a fazer um número que adora. Já foi o campeão do menor défice, da maior criação de empregos e do moribundo Tratado de Lisboa.
or:António Ribeiro Ferreira, Jornalista
Agora aparece como o resistente aos mercados, aos terríveis especuladores e às forças das trevas que conspiram todos os dias contra o seu Governo, o seu alegre candidato presidencial, a esquerda, o Estado patrão, omnipresente, gastador, laxista e castrador da pobre e débil economia lusitana.
Feliz com os números preliminares do Orçamento de 2010, obtidos à custa da subida dos impostos e do fundo de pensões da PT, garante que não precisa de ajuda financeira externa, isto é, da Europa e do FMI. Pois é. A paciência tem limites. É tempo de a senhora Merkel e de o senhor Sarkozy entrarem em cena. Aturem-no, por favor.
Terça-feira, 11 de Janeiro de 2011
A campanha de Alegre mete dó. Não apenas pela forma desesperada como o bardo vai rapando o latão do lixo dos escândalos pífios (o ‘caso BPN’, o ‘caso das escutas’) para atacar Cavaco.
Por:João Pereira Coutinho, Colunista
Mas porque o homem nem se apercebe que o seu principal adversário não é Cavaco; é o PS, que o deixou entregue ao seu destino, sem se comprometer com a campanha. Não é preciso olhar para as sondagens para saber que o largo do Rato não morre de amores pelo seu candidato. Basta acompanhar as suas deambulações: todos os dias, as televisões apresentam as ‘arruadas’ de Alegre. E o que espanta é a ausência.
Quando muito, Alegre tem meia dúzia de gatos pingados que o ouvem entre o bocejo e o ronco. Como foi possível chegar a isto? Fácil: pela alienação de todas as partes. A esquerda ‘independente’ que o apoiou em 2005 não lhe perdoou a rendição; e o aparelho não lhe perdoou a independência de 2005. Alegre não é apenas um homem só; é, coisa mais triste, uma contradição ambulante.
Segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011
A sujidade começa finalmente a desaparecer da campanha presidencial. Importa agora ver os sinais que vêm de fora e do único candidato a Belém.
Por:António Ribeiro Ferreira, Jornalista
As pressões para a vinda do FMI aumentam todos os dias. França e Alemanha não vão deixar o Governo do senhor engenheiro relativo continuar a viver no mundo da mentira e Espanha não está disposta a suportar a irresponsabilidade lusitana. Cavaco Silva avisou que o segundo mandato não vai ser igual ao primeiro, e já tem o dedo no botão da bomba atómica da dissolução parlamentar. Quem não percebe nada do que se está a passar é Alegre. O pobre homem continua a bramar contra o tal plano da direita de ficar com um Presidente, uma maioria e um Governo. Pois é.A democracia sempre foi uma grande maçada para a esquerda. Mas é o que temos. É o povo, estúpido, quem mais ordena.
Merkel tem estado atenta à situação financeira portuguesa e pressiona agora Sócrates a aceitar o resgate
Resgate do FMI custa 80 mil milhões
Responsáveis da Zona Euro querem entrada do FMI em Portugal para evitar contágio a Espanha.
TERRA QUEIMADA
— Carlos M. Fernandes @ 19:26
A TVE mete as touradas e o terrorismo no mesmo saco, a ministra Pajín quer multar quem chamar “feio” ao próximo e a tensão entre a polícia e os hoteleiros (e os seus clientes) aumenta, devido à lei do tabaco. Atenção a esta guerra silenciosa pela liberdade. Cai Espanha e cai o último bastião europeu, a última esperança de reverter a maré totalitarista que nos entrou pela porta de casa. Feridos de morte, os socialistas espanhóis lutam com a arma que têm — o poder — para impor o seu modelo de sociedade, e, ao mesmo tempo, desviar as atenções do estado calamitoso em que deixaram o país. Com a oposição não se pode contar, mas os cidadãos, espevitados pelos 20% de desemprego, pelas dificuldades dos negócios privados e por um porvir negro, começam a achar pouca piada às manobras de diversão de Zapatero e dos seus serafins.
O financiamento é necessário para salários, pensões, investimentos e apoios sociais
Por:Luís Marques Mendes, ex-líder do PSD
Neste último fim-de-semana agravou-se o cerco a Portugal relativamente à eventual entrada do FMI. Os sinais claros chegaram da poderosa Alemanha e da vizinha Espanha, com a conivência da França e sempre com a pressão da mais influente imprensa desses países. O desafio é que Portugal tem mesmo de recorrer ao apoio financeiro internacional.
No entretanto, a meio da semana passada, a primeira emissão de dívida pública de curto prazo foi financiada a uma taxa de juro bem elevada – praticamente superior em 80% ao juro praticado há um ano. Como se tudo isto não chegasse, o juro da dívida a dez anos voltou no fim-de-semana a ultrapassar a barreira mítica dos 7%, o que indicia que os nossos futuros financiamentos não vão ser nem fáceis nem baratos.
São, todas elas, notícias da maior gravidade e preocupação. É que elas têm a ver com o financiamento da nossa economia. O financiamento que é necessário para salários, pensões, investimentos e apoios sociais. Financiamentos que são precisos não para daqui a alguns anos, mas sim para daqui a poucos meses. Financiamentos sem os quais fica bloqueada por completo a nossa já depauperada vida económica nacional. Apesar da vital importância do que está em jogo, a campanha eleitoral para a Presidência da República entretém-se a discutir questiúnculas em torno do BPN e do BPP, alheando-se de tudo quanto é essencial. Vários dos candidatos em presença, sem nível nem qualidade, comprazem-se com o pingue-pongue da mais reles politiquice, enquanto o país se vai deteriorando e afundando. Os factos importantes são omitidos enquanto as minudências ocupam a energia da campanha.
Este contraste é arrepiante. Não é apenas o contraste entre o país político e o país real. É, sobretudo, o contraste entre a realidade e a superficialidade, entre o essencial e o acessório, entre a seriedade dos problemas do país e a leviandade do comportamento político.
Dir-se-á que isto é o jogo da política. Para alguns, talvez seja. Mas este é o jogo que deprime, degrada e conspurca a política. O jogo que afasta os cidadãos em vez de os mobilizar. Um jogo sem grandeza e sem futuro.
Apesar dos ensinamentos da Primeira República, muitos dos nossos políticos persistem no erro de iludir a realidade. Apesar das lições da crise, insistem nos vícios que conduziram à degradação. Que mais será necessário acontecer para perceberem que cheira mesmo a fim de regime? Que também na política é preciso mudar de vida?
E VAI CAVANDO A NOSSA SEPULTURA
O espanhol ‘El Mundo’, que ontem voltou a fazer manchete com as pressões franco-germânicas para Portugal ser alvo de resgate, citava um funcionário do Ministério alemão das Finanças que explicava que quando o preço da dívida de um país supera os 7%, como acontece com Portugal, já não é rentável ir aos mercados buscar dinheiro.
Por:Armando Esteves Pereira, director-adjunto
É mais vantajoso recorrer ao mecanismo europeu de ajuda. Berlim e Paris querem parar o contágio do vírus do euro. O resgate português exigiria, segundo as contas do Eurogrupo, entre 60 a 80 mil milhões de euros. Se, à semelhança da Irlanda, o resgate implicar apoios à Banca, o total do cheque pode ascender a 100 mil milhões, repartidos entre os parceiros europeus e o FMI. Mas ninguém garante que o dominó que começou em Atenas, passou por Dublin e agora se desloca para Lisboa pare nesta costa atlântica e não se propague a Madrid, Bruxelas ou Roma, o que ameaçaria a moeda única e até a União Europeia.
Quanto a Portugal, nem a interessada generosidade chinesa deverá livrar da intervenção do FMI. Mas é o Governo que tem de pedir o resgate, e Sócrates vai resistir até ao limite. Sabe que se Cavaco for reeleito a 23 de Janeiro a vinda do FMI significa o fim do Governo.
Independentemente dos folhetins da política, os portugueses vão pagar caro a austeridade que aí vem, imposta pelos credores. O cruel orçamento de 2011 é só o início.
NUM PAíS em crise como o nosso é um escândalo o que se passa com os carros dos senhores governantes. O cidadão comum aperta o cinto até ao último furo, enquanto os agiotas que nos levaram à ruína se passeiam à vontade. Os políticos e os seus "afilhados" perderam a noção da ética e do bom senso, formando um "clã de silêncio" que atravessa todos os partidos.
Celso Neto, Sátão
Domingo, 9 de Janeiro de 2011
NUM PAÍS EM RUÍNA, A PRIMEIRA PÁGINA DO MAIOR SEMANÁRIO É OCUPADA COM MENTIRAS
DIVIDA EXTERNA BRUTA
DANIEL BESSA
Os números normalmente divulgados dão conhecimento de uma dívida da economia portuguesa para com o exterior da ordem dos 100% do PIB: mais exatamente, 180 biliões de euros, no final de setembro último, ou seja, 105% do PIB de 2010.
O agravamento dos prémios de risco devidos pela dívida portuguesa, tanto pública como privada, aumentará rapidamente os encargos a suportar por esta dívida em 3% a 4% do PIB, em cada ano - diminuindo ao rendimento disponível dos residentes. É isto o que a opinião pública tende a considerar; e não está bem.
A dívida acabada de referir é uma dívida líquida: excesso de passivos para com o exterior (505 biliões de euros, ou seja, 294% do PIB) sobre ativos externos, que também detemos (325 biliões, ou seja, 189% do PIB, valores, todos, à mesma data de 30 de setembro de 2010).
O agravamento dos prémios de risco da dívida portuguesa, a permanecer, não agravará apenas o custo da dívida líquida mas da totalidade da dívida bruta (uma vez que, na sua quase totalidade, os ativos externos não "beneficiarão" de idêntico aumento das taxas de juro). Chegaremos, com facilidade, a um valor da ordem dos 10% do PIB, em cada ano, para pagar, não os juros da dívida externa, mas o agravamento destes juros.
Brinca com fogo quem acha que ainda não devemos muito...
Texto publicado na edição do Expresso de 30 de dezembro de 2010
Esvaziada a campanha de privilégio na venda das acções por haver provas de as ter vendido a preço inferior ao de alguns, avança, em manchete, a sugestão de que foi privilegiado na compra das mesmas.
Há tanto tempo que falaram que as comprara a um euro, não se percebe bem porque é que isso passou agora a ser novidade.
Mistérios...
Ainda é PR e tudo indica que continuará a sê-lo. Não sabem atacá-lo no campo das ideias. Deliram com fofocas. Que deixarão marcas, sem proveito mas com prejuízo para Portugal.
António José de Matos Nunes da Silva
TRESANDA A SOCIALISMO BARATO
A LAMA DO BPN VERTIDA SOBRE CAVACO
Afinal, o assunto não morreu, como o Miguel Morgado perguntava: estrebucha... Este caso é um bluff e apenas uma tentativa de enlamear um homem sério, por motivo político desprezível.
Para além de bluff, é um absurdo. Por detrás do caso está a mão que atira a pedra, mas esconde o longo braço: José Sócrates. Como, aliás, o próprio Expresso reconhece na edição de hoje, 8-1-2011 («Governo instigou Alegre a não deixar cair o caso»). O mesmo Sócrates que ameaça poder o Presidente Cavaco Silva vir a ser alvo de um processo cível por ter comprado e vendido acções do BPN, quando afirmou no Parlamento, em 7-1-2011, que o «Governo deu indicação para que todas as pessoas que tiveram algum benefício resultante da "gestão danosa do BPN" sejam alvo de ações judiciais de carácter cível», explicando que «as orientações que nós demos foi no sentido de agir também civilmente sobre todas as pessoas que possam ter tido algum beneficio resultante da ma gestão danosa do BPN»!...
Note-se que poste é apenas uma pausa no contra-ataque decisivo que as forças que apoiam Cavaco Silva não devem suspender: os alegados 5 mil milhões de euros colocados pelo Governo de José Sócrates no BPN, desde a sua nacionalização em 2-11-2008. Ao qual, voltarei em seguida.
O Expresso, agora dirigido pelo Dr. Ricardo Eu-Sou-Controlado* Costa, volta hoje, 8-1-2011, à carga sobre o requentado tema das acções da SLN do Prof. Cavaco Silva (e da sua filha). Agora, com a ajuda da revelação do ex-amigo de Cavaco e há bastante amigo de Sócrates (e apresentador de «O Menino de Ouro»), que revela que ele pagou 2,2 euros, em vez de 1 euro, como Cavaco). Imagine-se a debilidade financeira do grupo do Dr. Balsemão, para ter de pôr o socialista mano de António Costa à frente do Expresso... ( ... )
Ensino: Paulo Portas acusa Governo de "garrotear" escolas com contrato de associação
Braga, 09 jan (Lusa) - Paulo Portas acusou o Governo de "garrotear" as escolas que trabalham por contrato de associação e quer que recebam do Estado o mesmo financiamento que as oficiais.
Lusa
18:33 Domingo, 9 de Janeiro de 2011
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Janeiro 9, 2011
— André Azevedo Alves @ 17:55
Reproduzo de seguida um texto enviado pelo leitor Fernando Gomes da Costa:
Caro candidato e deputado Manuel Alegre:
Como costuma dizer, “os portugueses conhecem-me” e eu incluo-me nessa categoria. Por isso, venho solicitar-lhe que me envie um texto, obviamente de características literárias, sobre o tema “a minha relação com a honestidade intelectual”
De momento não lhe posso dizer para que fim se destina o texto (literário), mas sei que isso não é para si um obstáculo. No entanto, fica desde já a promessa de lhe enviar um cheque/ transferência bancária/ vale de correio (também pensei em acções da banca mas não sei se sabe o que são), na certeza de que me devolverá o meu cheque e também um seu cheque através da sua secretaria.
Certo da disponibilidade e abertura que sempre demonstra para estes pedidos, agradeço antecipadamente o seu texto (literário), também certo de que após as eleições todos poderemos confirmar, face à sua votação, que não resta dúvida nenhuma que “os portugueses o conhecem”.
Oliveira Martins, Pres. Tribunal de Contas