Porque será que quando um político (e especialmente um autarca) é condenado, a populaça rejubila e quando é absolvido vocifera?
08 Agosto 2009 - 00h30 O Presidente da República, Cavaco Silva, já não tem confiança pessoal no primeiro-ministro, José Sócrates
Conflito: Belém e S. Bento de costas voltadas
Cavaco desconfia de José Sócrates
CM
As relações entre Cavaco Silva e José Sócrates estão definitivamente estragadas. Não por razões políticas ou ideológicas, naturais em pesoas que têm trajectórias diferentes. A questão essencial que os separa dá pelo nome de ‘confiança pessoal’. O Presidente da República deixou de confiar na palavra e nos compromissos pessoais assumidos pelo primeiro-ministro na confidencialidade das reuniões que os dois têm em Belém.
O primeiro caso que deixou Cavaco Silva verdadeiramente perplexo aconteceu com o polémico Estatuto dos Açores. A reacção indignada do Presidente não aconteceu só por razões de interesse nacional, como referiu nas duas comunicações ao País, em Julho e Dezembro de 2008. Em causa estiveram igualmente questões de lealdade, institucional e pessoal. Isto é, alguém – leia-se, Sócrates – assumiu compromissos em privado que foram rompidos em público, com o pretexto de que era essa a vontade do líder açoriano, Carlos César, fervoroso adepto do primeiro-ministro, e da maioria socialista na Assembleia da República.
O facto de o Tribunal Constitucional ter atirado para o lixo o Estatuto e os artigos mais polémicos não fez sarar a ferida de Cavaco Silva. E agora, de uma forma que é encarada em Belém como uma vingança mesquinha – muito ao estilo da actual direcção do PS –, o neurocirurgião João Lobo Antunes, cavaquista confesso, foi afastado do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida por ter tido um papel muito activo no parecer que acabou por rejeitar o diploma, conhecido por ‘Testamento Vital’, que o PS queria aprovar no final da legislatura e foi obrigado por isso mesmo a deixar cair.
Belém não tem dúvidas em afirmar que Sócrates se comprometeu a indicar o nome de João Lobo Antunes para mais um mandato. De S. Bento dizem que não, e falam mesmo de "mais uma intriga". Mas conhecendo-se o perfil institucional e a habitual reserva de Cavaco Silva em falar do que se passa nos seus encontros com Sócrates, a perplexidade assumida publicamente e de forma oficial vale por mil palavras.
Porque, rir é o melhor remédio!
"Enquanto atendia um paciente idoso, o médico estabeleceu conversa com ele sobre o País e, como era inevitável, sobre o Primeiro-Ministro.
A certa altura o paciente disse:
- Bom, o Senhor Doutor sabe, o primeiro ministro é como uma tartaruga em cima dum poste...
Sem perceber , o médico perguntou o que queria dizer com isso de uma tartaruga num poste.
E o paciente respondeu:
- É como quando o senhor vai por uma estrada, e vê um poste com uma tartaruga tentando equilibrar-se no cimo dele. Isso é que é uma tartaruga num poste...
Perante a cara de interrogação do médico, o paciente acrescentou:
Então é assim:
O Senhor Doutor
- não entende como ela chegou lá;
- não acredita que ela esteja lá;
- sabe que ela não subiu lá sozinha;
- sabe que ela não deveria nem poderia estar lá;
- sabe que ela não vai fazer absolutamente nada enquanto estiver lá;
- e não entende por que a colocaram lá!!!
Perante isto o que temos que fazer é ajudá-la a descer e providenciar para que nunca mais suba, pois lá em cima, definitivamente, não é o seu lugar!"
"Pinhanços Dixit"
É muita coisa junta. São trapalhadas atrás de trapalhadas.
Mas este foi apenas o mais recente dos imbróglios que têm ficado mal esclarecidos.SOL - 07-08-2009
A última foi o suposto convite a Joana Amaral Dias.
Finalmente, José Eduardo Moniz despediu-se da TVI. Custou, mas saíu. Ele, que levou a estação de Queluz da falência financeira e de audiências a uma invejável condição de líder destacada e de sorvedora de receitas no mercado nacional.
Porque sai, então ?
José Sócrates, ainda antes de tomar posse como primeiro-ministro, no seu "abraço de urso" aos detentores dos media - acreditando que, assim, "domesticaria" a comunicação social - foi a Espanha acertar com Zapatero a entrada da Prisa na TUI. E o amigo Pina Moura haveria de ser presidente do Conselho de Administração. Mas Moniz ficou. E resistiu. E Pina Moura saíu.
E Moniz foi resistindo. A tudo e a todos. Incluindo à tentativa falhada da PT. Até agora, a mês e meio das eleições. Sócrates, enfim, conseguiu o que queria. Mas talvez tarde demais.
SOL 07-08-2009
Opinião
Lisboa e o fim dos dinossauros
Leilões de penhores duplicam em 2009
Os bens leiloados são quase todos de ouro - amarelo, que o branco é ínfimo. Podem ser vendidos ao fim de três meses, embora a generalidade dos prestamistas apenas o faça meses depois. "Só enviamos para leilão as situações-limite. Não queremos alienar clientes", diz Paulo Paixão, director-geral da Casa de Crédito Popular, com 16 balcões no país.
Nemátodo: foco crítico no Buçaco
04-08-2009 14: 04
A Quercus denunciou esta terça-feira a existência de um foco crítico da doença do nemátodo do pinheiro numa zona do Perímetro Florestal do Buçaco, acusando a Autoridade Florestal Nacional (AFN) de ainda não ter actuado.
«Um dos sítios mais críticos do ataque do Nemátodo da Madeira do Pinheiro [NMP] ocorre no Perímetro Florestal do Buçaco (com uma área de cerca de 974 hectares), próximo da localidade de Espinheira, no concelho de Penacova, onde há locais com mais de 50 por cento de árvores com murchidão/mortas sem que as mesmas tenham sido abatidas por motivos fitossanitários», critica a associação.
Segundo um comunicado da direcção da Associação Nacional de Conservação da Natureza (ANCN) «existem pinheiros a secarem, desde o ano passado, sem que sejam removidos, isto num perímetro sob gestão da AFN, promovendo a propagação da doença de forma dolosa».
«A situação é demasiado grave, exigindo-se o apuramento de responsabilidades pela situação e dos motivos que levaram a esta situação», defende a Quercus.
Domingos Patacho, dirigente da Quercus, em declarações à agência Lusa, revelou que naquela zona próximo da Espinheira são visíveis «dezenas de hectares» de áreas com «30 a 50 por cento de árvores mortas», que já «deviam ter cortadas e retiradas há muito tempo».
«Não queremos ser alarmistas, mas há algum risco para a Mata Nacional do Buçaco», advertiu.
Doença continua a expandir-se
A ANCN refere ainda que após ter sido detectado, no ano passado, no centro do país, nos concelhos de Arganil e Lousã, o NMP continua a expandir-se.
«A situação agravou-se de tal maneira que, após algumas análises, em 27 de Junho de 2008, todo o território continental de Portugal foi declarado pelo Governo como área afectada e de restrição», refere o comunicado.
O último ponto da situação sobre a doença indica «que o Perímetro Florestal do Buçaco foi e continua esquecido, o que está a favorecer a propagação do Nemátodo pela zona centro do país», revela a Quercus.
«Actualmente continuamos sem saber com exactidão a extensão de área realmente afectada pelo Nemátodo da Madeira do Pinheiro, sendo necessária mais informação disponibilizada publicamente», exige a Quercus
Publicado por LR em 3 Agosto, 2009
Porque será que quando um político (e especialmente um autarca) é condenado, a populaça rejubila e quando é absolvido vocifera?
Um quinto dos computadores do Estado é vulnerável a "ataques" da Internet, revelou um estudo conjunta de uma equipa de Coimbra. Este estudo detectou «30 mil vulnerabilidades de 17 tipos distintos».
Esta equipa criou um sistema informático que permite avaliar a segurança da Internet portuguesa e que concluiu que a rede nacional «nem sequer está protegida da RBN – Russian Business Network, uma das mais perigosas organizações do crime cibernético do mundo».
Através deste sistema informático, denominado NONIUS, foram varridos 3,6 milhões de endereços electrónicos existentes em Portugal e 11 mil domínios .pt tendo sido detectadas «30 mil vulnerabilidades de 17 tipos distintos».
Perante estes dados, os investigadores concluíram que o nível de segurança da Internet portuguesa é «perigoso», o segundo numa escala de quatro graus, o que leva estes especialistas a pretenderam «criar uma onda de consciencialização» sobre o problema.
Em declarações à TSF, o coordenador deste estudo explicou que as conclusões agora anunciadas surgiram ao longo de um trabalho de dois anos.
«No patamar aceitável, pelo menos um em cada cinco computadores testados está vulnerável, enquanto que no patamar perigo, pelo menos um em cada cinco está vulser utilizado para cometer outros crimes nerável e no máximo pelo menos um em cada dois», explicou Francisco Rente.
Estas falhas, segundo este especialista, podem levar à «perda de informação confidencial estatal, corrupção de informação governamental e roubo de informação bancária».
Apesar de muitos pensarem que nada têm de interesse no computador para ser roubado, Francisco Rente lembrou que os alvos podem ser informações relacionadas com «homebanking, fotografias privadas ou uma simples conversa».
«Há sempre aquela possibilidade de um computador comprometido ser utilizado para cometer outros crimes», concluiu Francisco Rente, que aconselha todos a terem um sistema de protecção para o seu computador.
TSF <input ... >28 JUL 08 às 12:45
PS - Afinal para que serviu o Plano Tecnológico ? Em vez da profusa distribuição de computadores (alguns, muitos, já empenhados), não teria sido preferível substituir o equipamento público ? Ou esta será outra encomenda de "Magalhães" ?
Admitindo que o PS poderia ainda ter algum fôlego para um segundo mandato, esperámos por um programa eleitoral esperançoso.
Nós, portugueses, há anos que não renovamos a população, não nascem crianças suficientes. Queremos ter um futuro? A promoção da natalidade deve então ser uma prioridade de um Governo que pense de verdade no País.
Sofia Delicado
Gonçalo Pires, no SIMplex (no post "Profissão: céptico")
Como é lindo de ver a Esquerda a inovar com o dinheiro dos contribuintes e a "explicar ao povo" os méritos das suas políticas públicas.
Só não percebo porque todos estes políticos que adoram "arriscar" e "inovar", no que são - nas palavras do Gonçalo Pires - altamente competentes, não se tornam exclusivamente empresários. É uma dúvida que domina o meu espírito há anos...
Não tarda muito e lá teremos de ir orar todos a esta Senhora... Publicado por rui.freitas às 01:05
"Fernando Pinto, o presidente do conselho de administração da TAP, não entrega a declaração de rendimentos ao Tribunal Constitucional (TC) desde 2002. Tendo o seu último mandato terminado a 5 de Dezembro de 2008, Fernando Pinto devia ter entregue o documento a 5 de Fevereiro – pelo menos a declaração de cessação de funções – mas voltou a falhar o prazo estipulado pela lei nº 25/95, que são 60 dias."
Seria esta, a razão?
"O presidente do conselho de administração da TAP, segundo a declaração de rendimentos apresentada ontem no Tribunal Constitucional (TC), recebeu mais de 816 mil euros em 2008. Quase o dobro do estipulado pelo estatuto remuneratório, que fixou o salário de Fernando Pinto para o mandato de 2006/2008 nos 30 mil euros mensais, acrescidos de regalias. O que deveria dar um total anual de 420 mil euros."
Mas, pensam que foi só ele?
"Tal como o presidente da TAP, Fernando Pinto, os restantes membros do conselho de administração da empresa também entregaram ao Tribunal Constitucional (TC) as suas declarações de rendimentos. Os administradores brasileiros Michael Conolly, Luíz Mor e Manoel Torres declararam ter recebido no ano passado 571 248 mil euros cada um. Um valor que também fica muito acima do que foi fixado pelo estatuto remuneratório da TAP para o mandato de 2006/2008."
No momento em que o (des)governo "xuxialista" clama ter reduzido as despesas do Estado e se arroga ao direito de "proibir" reformas superiores a 5.000 euros, descobriu-se, agora, de onde vêm os salários.
Daqui, pois então... E os trabalhadores - todos os trabalhadores - que paguem a crise!
(pequena localidade entre o Pinhão e S.João da Pesqueira, no Alto Douro Vinhateiro.
Foto: António Reis Luz)
A Sociedade não pode prescindir da célula vital
Não há duvida de que, no presente contexto sócio-cultural, a família atravessa bastantes dificuldades. Estou certo, no entanto, de que a subsistência da família, adequando-se aos novos contextos deste mundo em mutação, guardando e valorizando o essencial, há-de comprovar o seu lugar fundamental e insubstituível na vida e estruturação da pessoa humana e da própria sociedade. Não se pode negar a ninguém o direito de nascer do amor de um pai e de uma mãe, de crescer e se desenvolver, amado e sendo amado de forma gratuita e incondicional, de viver a experiência das mais profundas relações interpessoais da conjugalidade, paternidade-maternidade, filiação e fraternidade.
A própria sociedade não pode prescindir desta sua célula primeira e vital, que é sua origem e fundamento, e lhe possibilita entender-se e estruturar-se, antes de mais, como uma família de famílias. Além da transmissão da vida e do enquadramento único e mais propício ao seu crescimento, a família é ainda uma escola imprescindível de sociabilidade. Nenhuma outra instituição proporciona à sociedade fonte mais natural de humanização e personalização, nem cultivo mais eficaz das virtudes e valores do respeito, da justiça, da solidariedade e do lugar insubstituível e subsidiário de cada um, permitindo descobrir e conciliar o bem individual com o bem comum, e os direitos pessoais com as obrigações e exigências da vida social.
Fundada na união matrimonial do homem e da mulher, a família é uma preciosidade que a humanidade não perderá, estou certo, a não ser que negue a sua própria verdade, desumanizando-se.
Expresso 20-08-2009
04 Agosto 2009 - 09h00
Opinião
As PME podem ser protagonistas de uma nova epopeia: a internacionalização da economia portuguesa.
Num tempo em que o discurso político parece conferir prioridade às micro, pequenas e médias empresas (PME), os agentes políticos e o tecido empresarial passaram a dispor de um importante instrumento de trabalho. Refiro-me à ‘Parceria para a Internacionalização das PME’ que as três principais organizações empresariais – AEP, AIP e CIP – subscreveram com o Governo. O País passou a ter um referencial estratégico que deverá servir de bússola ao esforço de internacionalização da nossa economia, que, face à crise, se tornou num imperativo nacional pelos reflexos positivos que terá nas nossas exportações e nas finanças públicas.
Importa que as PME interiorizem quatro objectivos: qualificação dos recursos humanos, investimento e valorização das marcas, inovação permanente e estruturas dimensionadas para o mercado global. O âmbito e os propósitos do memorando vão muito para além do ‘cheque à internacionalização’. A internacionalização passa a nortear a nossa diplomacia económica, abrindo portas e criando pontes. A começar pelos empresários portugueses na diáspora, parceiros privilegiados para as PME que apostem na internacionalização como factor de competitividade. Por outro lado, não deveremos perder de vista o contributo que grandes empresas nacionais podem propiciar às PME, pela divulgação da sua experiência, por associação, cooperação e todas as formas que lhes permitam ganhos de escala compatíveis com os desafios da valorização das marcas e dos produtos portugueses no mercado global.
O apoio público às PME portuguesas que optem pelas aquisições e fusões no mercado internacional ou que apenas se fiquem pelo alargamento das suas redes comerciais tem de ser encarado como essencial a uma economia que continua a ser pequena e demasiado fechada. No que toca à AEP, temos procurado fazer a pedagogia da internacionalização das PME portuguesas. Daí a nossa aposta na procura e conquista de novos mercados para as nossas exportações. Realizámos já dezenas de acções, nomeadamente em mercados emergentes, como o Irão, e somos agentes activos na organização de feiras de negócios, operando no Brasil, com uma empresa própria, e em Angola, em parceria com a Feira Internacional de Luanda. Para o ano iremos abrir outras portas, nomeadamente na Rússia. Connosco, como aconteceu com a Export Home Angola, irão dezenas de PME portuguesas que, levando mais longe o nome e as marcas de Portugal, podem muito bem ser, no século XXI, protagonistas de uma nova epopeia: a internacionalização da economia portuguesa.
( ::: )Mas, quando olhamos para o que são hoje os nossos grupos económicos, para os passageiros que vão nos aviões do PM em visitas de Estado, é fácil perceber que a liberdade, para eles, não se traduziu na reivindicação de poderem prosperar fora da protecção pública e do favor político, mas exactamente o contrário. É sintomático que alguns "empresários e economistas" se tenham sentido impelidos a produzir há dias um "manifesto" a apelar à continuação das "grandes obras públicas" que José Sócrates prometeu fazer, com o dinheiro do Estado, isto é, dos contribuintes. Sintomático que, entre esses "empresários" de referência lá venham os presidentes ou ex-presidentes da Estradas de Portugal, REN, PT ou CTT: ou seja, a fina flor dos herdeiros dos capitães-donatários de outrora, a quem a Coroa concedia privilégios e cargos por bons serviços prestados ao poder. Eles querem, pois, que o Estado não deixe de gastar: pois claro que querem, é disso que depende a sua própria existência... (:::: )
Expresso 02-08-2009
A família entrou no debate e veio para ficar. Depois de cair a ideia de "entre marido e mulher ninguém meta a colher" com as leis de protecção das vítimas de violência doméstica, há normas para protecção de crianças, muitas vezes pondo em causa o direito à autodeterminação dos pais. Mas há mais. O Estado avança com novas leis do divórcio, de consagração das uniões de facto e, para breve, pode abrir-se o debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. "A esfera privada passou para o debate público", assume Anália Torres, socióloga.
A agenda política, segundo a professora universitária do ISCTE, "reflecte um debate latente de luta por direitos, de maior consciência democrática e de cidadania". A família e tudo o que nela se passa deixou de ser "um assunto fechado", discutido entre quatro paredes. Até porque, prossegue, o modelo de família tradicional, "como estrutura autoritária, centralizada no poder absoluto do pai" morreu. Há uma cultura de direitos, de diálogo, de procura de felicidade e de igualdade dentro da própria família. Ela tornou-se, hoje, uma estrutura democrática", adianta a socióloga que vê na transposição para a agenda política destes temas um efeito desta mudança de atitude no núcleo mais pequenino de organização da sociedade.
Mas não será apenas isso. O Estado não é altruísta e atento. Digamos que não se pode dar ao luxo de ser indiferente às pequenas decisões que as famílias vão tomando porque, em última análise, tende a apanhar com as consequências delas. "Mesmo a questão da fertilidade - a decisão absolutamente privada de ter ou não ter um filho - é um problema com consequências na sustentabilidade de todo o sistema social". Sem renovação de gerações, não há sistema de segurança social que aguente e daí para o lançamento de medidas de políticas de incentivo à natalidade, de apoio à conciliação entre família e trabalho vai um passo de um anão. E ele foi dado.
Quer isto dizer que a família tem força ? Nem que seja de pressão indirecta, disso não restam dúvidas. Porque, apesar de todas as alterações sofridas, a família é, em todos os países europeus, o aspecto considerado mais importante da vida dos cidadãos. Está acima dos amigos, do trabalho, da política ou da religião nos inquéritos sobre "atitudes e valores na Europa". E isso, como se sabe, vale muitos votos. Afinal, com a família nenhum político pode brincar.
Expresso 20-08-2009
Os prejuízos do ano passado representam um agravamento de 642 milhões de euros face aos valores apresentados em 2007. Ainda assim, Costa Pina destacou que as empresas públicas obtiveram 'importantes melhorias dos seus resultados', mas estas foram, porém, ofuscadas pelas variações negativas na Parpública e no sector da Saúde.
A empresa que gere as participações do Estado teve um prejuízo de 133 milhões de euros, justificado pelo impacto negativo das contas da TAP, enquanto o sector da Saúde registou um resultado líquido negativo de 220 milhões de euros.
Ao longo de 2009, o Estado concedeu 387,5 milhões de euros em subsídios ou indemnizações compensatórias às empresas públicas. A maior fatia foi para a RTP, que recebeu mais de 159 milhões de euros, o que, ainda assim, representa uma quebra de 10 milhões face ao ano anterior.
No que respeita às empresas financeiras, Costa Pina sublinhou o 'excelente desempenho do Grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD) ao nível da remuneração do accionista'. Quanto ao BPN, o governante destacou a melhoria de desempenho desde a nacionalização e remeteu a sua privatização para a próxima legislatura.
MAIOR INTERVENÇÃO ESTATAL
O peso do sector empresarial do Estado em 2008 subiu para 4,8 por cento do PIB, o que representa um crescimento de 0,7 pontos percentuais face ao ano anterior.
O relatório atribui este aumento à inclusão de novas entidades no sector da Saúde.
Já o esforço financeiro do Estado com as empresas públicas cresceu 26 por cento para 811 milhões de euros. 'Trata-se de uma opção deliberada por parte do Executivo em assumir as responsabilidades num universo importante de empresas que são as prestadoras de serviços públicos', considerou Costa Pina.
O secretário de Estado destacou, ainda, que no ano passado as empresas públicas diminuíram os prazos médios de pagamento em 21 dias e aumentaram o emprego.
INDEMNIZAÇÕES
Compensatórias/Subsídios em 2008 | Em milhares de euros |
Comunicação Social | 159 031 |
RTP | 141 588 |
Lusa | 17 443 |
Gestão de infra-estruturas | 40 335 |
Infra-estruturas ferroviárias | 40 335 |
REFER | 40 335 |
Transportes rodoviários | 71 506 |
Carris | 52 100 |
STCP | 19 405 |
Transportes ferroviários | 71 516 |
CP | 32 365 |
Metro de Lisboa | 26 122 |
Metro do Porto | 13 029 |
Transportes fluviais | 10 957 |
Soflusa | 4516 |
Transtejo | 6441 |
Transportes aéreos | 20 161 |
SATA Internacional | 9523 |
SATA Air Açores | 308 |
TAP | 10 330 |
Resultados líquidos | Em milhões de euros |
Parpública (Empresa que gere participações do Estado) | - 133 093 |
Impacto das Participações | |
TAP | -329 |
EDP | -71 |
Galp | -46 |
Inapa | -32 |
Fonte: Direcção-Geral do Tesouro e Finanças
Helena Garrido, "Jornal de Negócios", 4-8-2009
Quinta-feira, 30 de Julho de 2009
O efeito da política socratina: 39,9% querem a União Ibérica!
«A hipotética união de Espanha e Portugal resultaria num país com a maior extensão da União Europeia, o terceiro maior da Europa atrás da Rússia e Ucrânia, e o quinto em população, com mais de 57 milhões de habitantes, a seguir à Alemanha, Reino Unido, França e Itália. A soma do produto Interno Bruto, a preços correntes, dos países ibéricos daria como resultado a quinta economia da União Europeia».Como se tem visto, a degradação que o socratismo produziu não foi apenas económica e social, foi também nacional: rejeição da vontade de ser português em muitos portugueses cansados da miséria e regressão económica face aos outros países; e adesão ao iberismo como resultado da sedução castelhana de Sócrates.
8:00 Terça-feira, 7 de Jul de 2009
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O ministro Manuel Pinho, que começou a semana a rasgar papéis num estúdio de TV, sai de cena com um gesto à altura do que foi o seu glorioso mandato de gafes e inconveniências. Por se encontrar no Parlamento, onde um deputado pode mandar outro 'pró c...', Pinho deve ter pensado que um par de chifres não tinha importância nenhuma. E talvez a coisa passasse com um pedido de desculpas se tivessem sido outros os resultados das europeias e não estivéssemos com novas eleições à vista. Assim, não havia margem para o primeiro-ministro minimizar a gravidade do gesto. Como no caso do tal deputado do PSD, ele diz tudo sobre o respeito que o titular de um cargo político tem, não já pelos seus pares e pelos eleitores, mas por si próprio e pelo lugar que ocupa.
Que isto tenha acontecido no último debate da actual legislatura sobre o estado da nação é de uma ironia amarga. Porque aquele par de chifres fica como despedida simbólica de um Governo que chega ao fim do mandato esgotado e num recuo táctico tão pronunciado que ameaça renegar a sua identidade. Um Governo que começou por dar mostras de grande vontade reformadora, que teve a coragem de iniciar mudanças profundas em variadíssimos domínios da nossa vida pública; mas ao qual faltou depois o talento para levar essas reformas a bom termo. Até que a crise ditou as suas regras e pôs fim a todas as veleidades.
Como no fim da segunda maioria de Cavaco Silva, estamos naquele ponto em que tudo começa a correr mal. E numa equipa com uma liderança forte, todas os méritos e deméritos acabam por recair sobre quem lidera. Mas a verdade é que, salvo honrosas excepções - Vieira da Silva, Luís Amado, Pedro Silva Pereira no círculo íntimo, Teixeira dos Santos enquanto a crise não chegou, Maria de Lurdes Rodrigues antes de se ter deixado cegar pela teimosia - a equipa de Sócrates é politicamente fraca na Saúde, na Defesa, ou no Ensino Superior e abaixo disso nos restantes ministérios. Foi piorando com o tempo e está hoje cheia de pesos mortos que, tal como Pinho, nada acrescentam e só atrapalham. Sócrates, cujo empenho e combatividade não esmoreceram, merecia melhor sorte.
JP Sá Couto acusada de ilegalidades
A CDU acusou a empresa que fabrica os computadores Magalhães de ter um comportamento "inaceitável e indigno" com os trabalhadores, apelando a uma "fiscalização completa e rigorosa" da JP Sá Couto.
O deputado da CDU, Honório Novo, eleito pelo Porto, pediu hoje uma "fiscalização completa e rigorosa da Autoridade para as Condições do Trabalho à JP Sá Couto", a empresa que constrói os computadores Magalhães.
O parlamentar falava no Porto aos jornalistas em conferência de imprensa realizada para denunciar o comportamento "inaceitável e indigno" daquela empresa nas relações com os trabalhadores. "A JP Sá Couto parece entrar pela mais dura e inaceitável discriminação sindical, perseguindo e despedindo trabalhadores sindicalizados, numa afronta inqualificável aos direitos individuais (...) consagrados na Constituição", afirma o parlamentar. Citou o caso de uma trabalhadora cujo contrato terminava no final de Agosto e que foi despedida em Julho com dispensa de comparecer nas instalações até ao final do contrato, após ter sido identificada como estando filiada no Sindicato dos Trabalhadores da Indústrias Eléctricas do Norte. Honório Novo referiu que a JP Sá Couto "incorre em ilegalidades" ao pagar abaixo dos valores estabelecidos no contrato colectivo das indústrias eléctricas, mantendo "pelo menos 155 trabalhadores na mais aviltante precariedade". O deputado referiu que 155 dos 160 trabalhadores afectos à produção do computador Magalhães na JP Sá Couto (que tem um quadro de pessoal de 300 elementos) são recrutados a empresas de trabalho temporário, tendo sido contratados com a exigência do 12º ano como habilitações literárias mínimas. "Todos estes trabalhadores estão a receber salários de 465 euros mensais, menos 101 euros dos 566 euros de vencimento mínimo previsto no contrato colectivo das indústrias eléctricas", disse. Honório Novo referiu que, nas negociações salariais, a administração da empresa reconheceu que não está a pagar segundo o contrato colectivo das indústrias eléctricas, mas sim de acordo com o dos trabalhadores do comércio, que prevê níveis salariais inferiores. O deputado, que também é candidato à presidência da Câmara de Matosinhos, município onde a JP Sá Couto tem a sua sede, afirmou ainda que a autarquia, não deve consumar a cedência de um terreno àquela empresa, onde será instalada uma nova unidade para aumentar a capacidade de produção, sem se assegurar que de facto os postos de trabalho são "estáveis e de qualidade". Contactada pela Lusa, a vereadora Luísa Salgueiro, que substitui o presidente da Câmara Guilherme Pinto, em férias, comentou a situação afirmando que o protocolo que formaliza a cedência do terreno, que está em fase de aprovação, prevê a criação, nas novas instalações, de 320 postos de trabalho estável. "A Câmara seguirá a situação com atenção e actuará de imediato se verificar que as condições do protocolo não são cumpridas", garantiu a autarca.
A Lusa contactou a JP Sá Couto para obter um comentário a estas acusações, que não foi possível obter até ao momento. Expresso 02-08-2009
João Vieira Pereira - Expresso 02-08-2009
Olhando para os lucros semestrais apresentados por alguns bancos e empresas fica a dúvida se de facto há crise. Os lucros do BCP cresceram 45% para 147,5 milhões e os do Santander Totta 1,7% para 278 milhões. O BES registou uma quebra nos ganhos mas mesmo assim lucrou 246,2 milhões. Mas os valores que mais surpreenderam foram os resultados da Brisa (56,9 milhões de euros, mais 9%), pelo facto de terem sido baseados no crescimento das receitas das portagens. No segundo trimestre do ano o tráfego médio nas auto-estradas cresceu 2,3% em relação a 2008. Como indicador económico este dado é importante e pode significar uma alteração nos hábitos de consumo dos portugueses face à crise.
IMPOSTOS
Os programas eleitorais são uma soma de intenções e objectivos cujo resultado é irritante. Nunca explicam como os pretendentes a governantes querem chegar àquelas metas bonitas onde impera a igualdade e uma sociedade sem falhas. Odes à hipocrisia, acabam esquecidos pouco tempo depois das eleições. Irrita por isso a tentativa de utilizar chavões na caça ao voto. E nesta semana o PS excedeu-se.
Teixeira dos Santos é um aluno excepcional. À medida que o seu protagonismo aumenta (proporcional à sua competência, é preciso ser justo neste capítulo), vai aprendendo os truques políticos para transformar as más notícias em medidas populares ao serviço da causa socialista. Esta semana em entrevista à SIC veio em socorro de Sócrates, que quando fala sobre impostos a probabilidade de dizer uma asneira está perto de 100%. Teixeira dos Santos, o superministro em virtude do disparate de Pinho, anunciou uma diminuição das deduções à colecta na área da saúde para os mais ricos. Fica sempre bem utilizar este chavão, "os mais ricos"... seja lá isso o que for... (as contas apontam para que uma pessoa que tenha um ordenado bruto mensal de 4700 euros brutos pertence aos ricos). A medida é vendida como justiça popular, mas na realidade é um aumento de impostos para quem está doente...
Estes, "os mais ricos", já pagam mais impostos exactamente por receberem mais. A taxa de imposto em Portugal é progressiva de acordo com o rendimento e aqueles que mais recebem são taxados a 42%, isto sem contar com os descontos para a segurança social que são de 11%. Ou seja, mais de metade do ano todo o rendimento gerado por essas pessoas vai directamente para o Estado, dinheiro esse também utilizado para financiar o Sistema Nacional de Saúde.
Claro que para este valor existe depois uma série de deduções à colecta, nomeadamente despesas de saúde; despesas de educação e os famosos PPR. E é sobre as despesas de saúde, para as quais não há limite ao que pode ser directamente abatido aos impostos, que o Governo socialista supostamente quer diminuir para "os mais ricos". Para Sócrates não há apenas doentes, há os doentes ricos e os doentes pobres, e os doentes ricos têm de pagar mais por estarem doentes do que os pobres. Não há justiça social quando as pessoas são taxadas por quanto estão doentes e não por aquilo que ganham.
De uma forma ofensivamente primária, algumas vozes de esquerda têm vindo a propor um confronto - e uma opção - entre Estado Social e Estado Liberal (ou dito liberal, já que, para os proponentes, equivaleria a um Estado materialmente marcado pela lógica do capitalismo selvagem).
Porém, nos termos em que vem sendo enunciada, a equação revela uma pobreza confrangedora. Além, evidentemente, de uma profunda desonestidade intelectual e política.
Antes de mais, e porque há várias esquerdas, está longe de ser unívoco o sentido do que seja esse tal Estado Social. Depois, conceda-se que as ditas vozes de esquerda verberam um Estado Liberal cujos contornos jamais explicitam (limitam-se a lançar o anátema sobre uma política que entendem ideologicamente vocacionada para dar mais a quem tem mais e menos a quem tem menos!).
Num nível de raciocínio menos básico, aceitemos que direita e esquerda secundam o propósito genérico de melhorar o nível de vida das populações e de sustentar um sistema de protecção social significativo. Mas não iludamos o reconhecimento de grandes divergências entre os caminhos preconizados.
A esquerda continua a radicar a sua proposta política na ideia basilar de que o Estado deve estar em todo o lado e a tudo deve prover. Para cumprir o paradigma, quer um Estado economicamente forte, capaz de promover o investimento, de condicionar a vida das empresas, de induzir o emprego. Um Estado prestador, centralizado, interventor e paternalista. Em suma, e sempre, mais Estado.
Esta esquerda quer redistribuir, mas nunca enfrenta o problema prévio da geração de riqueza necessária a tal redistribuição. Com o mesmo à-vontade com que proclama a urgência de novas prestações sociais, anuncia novos projectos à custa do erário público. Contudo, jamais explica como e quando se paga tanta e tão generosa iniciativa. O crescimento da dívida e o aumento dos impostos são temas proscritos - até se tornarem verdades orçamentalmente inexoráveis.
Ora, a alternativa deve assumir que os portugueses aspiram à realização pessoal num quadro de coesão social, daí retirando consequências políticas. A prioridade é aumentar a riqueza. A viabilidade de um modelo social justo depende disso. Mas não só. As reformas estruturais têm de incluir o próprio Estado. Perante a exigência do novo mundo global, os portugueses precisam de se emancipar de um Estado tutelar e castrador.
Só um Estado modernizado, qualificado, motivado e reinventado será capaz de enquadrar o desenvolvimento, com base na liberdade de escolha e na mobilização da sociedade. Em suma, mais riqueza e melhor Estado.
Tudo nos antípodas da quadratura do círculo que a esquerda levianamente propõe: mais Estado e mais despesa, sem soluções para o crescimento económico
8:00 Segunda-feira, 3 de Ago de 2009
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Estatuto dos Açores começou numa noite de Julho de 2008 e morreu numa tarde de Julho de 2009. Infelizmente passou um ano. Tempo de mais para resolver uma questão simples.
Como é que dois parlamentos conseguem aprovar por unanimidade um diploma que tem 140 artigos e 19 inconstitucionalidades?
Ora aqui está uma pergunta para a qual é difícil encontrar uma resposta aceitável. Ou talvez não, porque a atribulada vida do Estatuto dos Açores é, a par da Lei do Financiamento dos Partidos, o mais acabado exemplo do autismo que, por vezes, se abate sobre os nossos partidos. Sobre todos os partidos.
Se algum cidadão resolver passar um dia a desafiar leis, será seguramente multado, taxado e condenado pelo Estado a variadas coisas. Ora, o que o parlamento açoriano e a Assembleia da República fizeram não anda longe disso: votaram e aplaudiram um texto que era, à luz da Constituição, um monte de ilegalidades. Com a pequena diferença de que nada lhes acontece.
Não está em causa a necessidade de os Açores terem um novo Estatuto. Está em causa que, para cumprir esse objectivo, todos tenham esquecido que existe uma Constituição.
Neste caso ninguém se portou bem:
a) os parlamentos, pelo simples facto de terem votado coisas sem saberem o que estavam a fazer. Se sabiam ainda é pior;
b) os partidos, que foram incapazes de votar contra o Estatuto porque havia eleições nos Açores em 2008 e tinham medo de perder votos;
c) outra vez os partidos, porque tentam sair à pressa de uma fotografia onde estiveram enquanto isso lhes deu jeito;
d) Carlos César, por ter esquecido que a sua vontade política deve ser conforme à lei e por não ter percebido que o Presidente da República tem a obrigação de defender os seus poderes;
e) Cavaco Silva, porque prescindiu de enviar as normas mais graves para o Tribunal Constitucional quando o podia e devia ter feito. Fez bem em defender os seus poderes mas fez muito mal em abdicar de um poder básico: o de pedir a fiscalização preventiva de todas as normas que lhe levantavam dúvida. Quis escrever direito por linhas tortas. E fê-lo, perdendo imenso tempo e abusando da nossa paciência;
f) José Sócrates, que pareceu aceitar a posição do Presidente para depois ceder a Carlos César e acabar enredado em argumentos constitucionais sem qualquer fundamento.
No meio disto tudo, as relações entre o Presidente e o primeiro-ministro degradaram-se de forma visível. Valeu a pena? Claro que não. Depois disto, Cavaco Silva e José Sócrates podem pedir-nos para dar o exemplo? Claro que não.
Sempre que se aproximam eleições, alguns partidos políticos tomam-se de acrisolados amores pela classe média e de ódio aos ricos. Quando tinha 18 anos eu também dei para este peditório. Mas agora que o primeiro-ministro e o ministro das Finanças me consideram no mesmo patamar de riqueza de um Américo Amorim ou um Belmiro de Azevedo fico, por um lado, muito honrado - mas, por outro, não acho grande graça.
Pensava eu que um homem rico é alguém que é dono ou importante accionista de empresas, bancos e sociedades, detentor de propriedades e que possui recursos suficientes para não ter de se preocupar com o futuro quando se reformar - pelo que eu e os meus colegas do Expresso seríamos da chamada classe média. Descobri agora que, afinal, nós é que somos os ricos. Extraordinário! Espantoso! Nós que estamos endividados por vários anos à banca devido à casa que, como 90% dos portugueses, tivemos de comprar; nós que, se surge um imprevisto sério de saúde de uma familiar, temos de suportar os tratamentos (e lá se vai a almofada financeira que tínhamos); nós que nos preocupamos em ir aos hipermercados mais baratos; nós que se rescindirmos o contrato de trabalho, constataremos que os nossos meios de sobrevivência dão para seis meses; nós que andamos a rezar para que, quando chegarmos à reforma, a Segurança Social ainda pague pensões (menores do que aquelas a que teríamos direito); pois, nós é que somos os ricos! Sem jogar no casino de Monte Carlo, sem jantar na Tour d'Argent, sem viajar em avião particular, sem Bentleys nem Rolls Royces, sem ir fazer compras no Natal ao Harrod's - mas ricos, pelo menos para Sócrates e Teixeira dos Santos.
E é sobre estes ricos que o PS, se voltar a ser Governo, quer reduzir as deduções fiscais (o que, aliás, tem vindo a fazer nos quatro orçamentos que apresentou), depois de já ter criado para eles um novo escalão de IRS de 42%. Ora estes ricos representam, segundo dados de 2006, 43963 agregados familiares, que ganham mais de €100 mil brutos por ano. São 1% dos contribuintes - mas já pagam 27% do total do IRS arrecadado pelos cofres do Estado.
São, portanto, e antes do mais, uns ricos contribuintes, que um futuro Governo PS se prepara para continuar a espremer, em favor dos quase dois milhões que, por ganharem até 10 mil euros por ano, não pagam um tostão para o fisco e dos 1,2 milhões (45,3%) que recebem entre 10 mil e 19 mil euros/ano e também pagam muito pouquinho.
São, depois, uns ricos tansos fiscais (salve, Leonardo Ferraz de Carvalho!). Na verdade, apesar de pagarem mais que qualquer outro grupo de contribuintes e não terem qualquer hipótese de fuga porque são na generalidade trabalhadores por conta de outrem, são tratados discriminatoriamente em relação a outras fontes de rendimentos, essas sim mais próximas do comportamento dos ricos de verdade: mais-valias mobiliárias (isentas se forem realizadas após um ano do investimento inicial), tributação de dividendos (que só pagam 10%) ou aplicações financeiras (que são taxadas a 20%).
Ora neste quadro é bom que se diga ainda o seguinte:
1) o resultado de nova limitação nas deduções fiscais deste grupo dará origem a uma receita para o Estado de mais 7 a 9 milhões de euros, segundo António Lobo Xavier, uma gota de água no oceano dos 70 mil milhões de euros que o fisco cobra todos os anos em IRS;
2) O desequilíbrio das contas do Estado também pode ser corrigido por cortes na despesa e não apenas por aumentos da receita. É mais difícil, dá mais trabalho e, claro, rouba votos em vez de os acrescentar;
3) Também há a via de tributar mais pesadamente o consumo dos 'ricos', como propõe Ferreira Leite: carros de luxo, iates, aviões particulares, caviar, champanhe, tapetes persas, tudo o que é suposto um 'rico' ter.
Mas não, o PS parece ter outra opção: acabar com os 'ricos', ou seja, os trabalhadores por conta de outrem que ganham melhor em Portugal. O objectivo deve ser ficarmos todos pobres. Ou passar-nos a mensagem de que os melhores, os mais válidos, os que sobem por mérito devem ir para o estrangeiro. É uma excelente via para nos tornarmos a Albânia da União Europeia.
Mas tantas nomeações não justificam que José Sócrates faça agora uma lista com 4 efectivos e 6 suplentes. A Lei é clara e determina que os suplentes não podem ser em número inferior ao dos efectivos. E também diz que nenhuma lista pode ter mais do que 5 suplentes. Sócrates devia conhecer melhor a Lei Eleitoral da Assembleia da República. Tentar não custa, mas o Tribunal Constitucional não deixará passar esta ilegalidade no momento de entrega das listas. A maioria absoluta de 2005, as chamadas de deputados ao Governo e as nomeações políticas em catadupa quase esgotaram a lista de candidatos por Castelo Branco, encabeçada por José Sócrates.
Nota: existem outras listas de candidatos pelo Partido Socialista à AR com o mesmo problema. Costuma acontecer em momentos críticos: prometer mais lugares do que aqueles que se tem, realmente, para oferecer.
publicado por Carlos Nunes Lopes às 13:20
link do post | a blogosfera perdeu a sua consciência crítica |
De uma vez por outra o órgão bizarro dá sinais de vida. Normalmente pelas piores razões. Desta feita, decidiram dar um ar da sua desgraça e aprovaram uma interessante directiva em vésperas das eleições. As cabecinhas iluminadas do órgão bizarro acham que têm o direito de se imiscuir nos critérios editoriais de jornais, rádios e televisões privadas que não dependem do Estado para nada e que ainda contribuem com muito dinheiro para sustentar as excelências que adoram regular e controlar a Comunicação Social.
A directiva, que obviamente não é vinculativa, mostra até que ponto a liberdade é um conceito vago para os senhores e senhoras deste órgão bizarro. Em primeiro lugar, o órgão bizarro acha que os jornais, rádios e televisões devem censurar as opiniões dos candidatos às Legislativas de 27 de Setembro e às Autárquicas de 11 de Outubro. Isto é, o órgão bizarro acha que os eleitores que compram jornais, ouvem rádios e vêem televisões são uns verdadeiros atrasados mentais, pouco preparados para viver em Democracia e que não conseguem perceber quem é quem no mundo da política. Assim, para evitar influências nefastas, o órgão bizarro sugere que os candidatos sejam varridos da Comunicação Social.
Mas a directiva vai mais longe. As cabecinhas do órgão bizarro acham que todos os candidatos a todas as eleições têm direito a participar em debates, a ser entrevistados e por aí adiante. Em nome de conceitos vagos que não dizem coisa alguma mas que servem para encher a boca a muita gente, o órgão bizarro acha inadmissível e pouco democrático que haja debates exclusivamente entre os líderes dos partidos que efectivamente podem ganhar as eleições.
O órgão acha que pode andar por aí a sugerir a forma como os jornais, rádios e televisões vão organizar a cobertura das eleições. E o órgão acha, obviamente, que os espaços e tempos de antena devem ser cuidadosamente medidos para preservar o tal pluralismo. É evidente que a culpa disto tudo não é do órgão bizarro. A culpa disto tudo é dos partidos políticos que aprovaram na Assembleia da República a criação desta enorme aberração chamada ERC.
Afinal o que é a classe média ?
O PS garante que vai beneficiar a classe média, O PSD diz que o PS confunde classe média com os ricos. Em que ficamos ?
"Classe média" é um conceito que está sempre na boca dos políticos, até porque representa, grosso modo, o vasto conjunto de eleitores que pode fazer a diferença entre uma vitória e uma derrota. Mas, em bom rigor, é algo bastante subjectivo.
Segundo se sabe, as primeiras utilizações do conceito remontam à Idade Média para definir todos aqueles que não eram nobres nem camponeses. As primeiras referências escritas, porém, só se encontram no final do século XVIII, na obra de Thomas Gisborne "An Enquiry Into Duties of Men in the Higher and Midlle Classes of Society in Great Britain."
A Wikipédia refere-se-lhe como uma classe social que se convencionou possuir "um poder aquisitivo e um padrão de vida e de consumo razoáveis, de forma não apenas a suprir as suas necessidades de sobrevivência como também a permitir-se formas variadas de lazer e cultura.
Na sociedade actual, a definição possível terá que vir das estatísticas. Mas «non troppo». É, pelo menos, para aqui que remete Teixeira dos Santos quando confrontado com a pergunta quase infantil: "Afinal, de que falamos quando nos referimos à classe média ?". "Ninguém tem uma definição objectiva do que é a classe média", afirma o número dois do PS pela lista do Porto e, por acaso, o ainda ministro das Finanças e da Economia. "Vir aqui com uma definição de natureza estatística e objectiva chocará sempre alguém", diz ainda, admitindo que haverá sempre quem, tendo rendimentos elevados (face a uma média nacional), se possa reclamar, legitimamente, como pertencendo à "classe média".
Teixeira dos Santos garante " O PS não quer prejudicar a classe média, quer beneficiá-la". Estatisticamente falando, segundo os números do IRS de 2006 (os últimos disponíveis), está a referir-se a quase 40% das famílias portuguesas. Aquelas que têm rendimentos anuais brutos entre os e 1000 e os e 27500. Incluem-se aqui as pessoas com rendimentos mensais líquidos entre os e 600 e os e 1400 por mês. C.F. e J.S. Expresso 02-08-2009
" Os rendimentos sobre o capital pagam 20% e os sobre o trabalho chegam a 42%. Vendo isto, os socialistas optaram por ... penalizar quem trabalha".
Henrique Monteiro - Expresso
" O PS parece não ter outra opção : acabar com os "ricos", ou seja, os trabalhadores por conta de outrem que ganham melhor em Portugal. (... ) É uma excelente via para nos tornarmos a Albânia da União Europeia."
Nicolau Santos , idem
" O PS tem medo de afrontar o peso do Estado porque receia a sua esquerda. O PSD tem o mesmo medo porque o pensamento dominante na opinão pública e na comunicação social não percebe que o Estado vive tão só e apenas com os impostos de quem trabalha e investe. "
Proença de Carvalho - Weekend Económico
" O sistema Financeiro é dono dos Governos. A democracia é refém dos poderes económicos".
Francisco Louçã - Jornal de Notícias
Conclusão : O estado político do país e dos portugueses deve-se ao Poder Económico, Sistema Financeiro e à Comunicação Social ! Inteiramente de acordo !!!
Esta santa aliança coloca ainda o PS na direita, motivo porque ele tem medo da sua ala esquerda. Este desvio do eixo político para a esquerda vai levar o país à miséria e os donos da alta finança voltarão a fugir para o Brasil e a Comunicação Social inscreve-se no PCP. O povo terá de fazer a sua revolução para colocar as coisas na ordem. Chega de aviltamento.
Responsável da CNE diz que mesas de voto são um problema
"Se os partidos não tiverem delegados, e se as pessoas da mesa pertencerem a "clubes" que se dão bem, tudo pode acontecer", adverte porta-voz da CNE.
O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, Nuno Godinho de Matos, considera que as garantias de democraticidade do acto eleitoral têm vindo a reduzir-se nos últimos anos por via da sub-representação dos partidos nas mesas de voto, sobretudo nas eleições autárquicas.
"Incomoda-me muito este tipo de problema, pois aqui há uns dez anos acontecia em locais predominantemente do interior, e em zonas de uma grande força de um só partido. Nos últimos anos a situação tem-se vindo a agravar. Passou a suceder de Norte a Sul, já está no litoral, e extravasa já um só partido, por vezes diz já respeito a forças que concorrem em coligação", disse à agência Lusa.
Nuno Godinho de Matos frisou que o que garante a democraticidade do resultado eleitoral é a "composição plural" da mesa e, nos casos onde os presidentes de câmaras municipais ou de Juntas de freguesia" não se esforçam" para garantir a pluralidade da mesa, a situação é "preocupante".
" Quando o acto eleitoral fecha, quem vai contar os votos são as pessoas da mesa mais os delegados partidários. Se os partidos não tiverem delegados, e se as pessoas da mesa pertencerem a "clubes" que se dão bem, tudo pode acontecer", adverte o responsável da CNE.(.... )
Público 02-08-2009
Paulo Campos sondou Joana Amaral Dias para as listas do PS02 Agosto 2009 - 00h30
Paulo Campos admitiu ontem que sondou Joana Amaral Dias para integrar as listas do PS. "Tentei indagar se a Joana Amaral Dias estaria disponível para participar com o PS no próximo combate eleitoral." Apesar disso, reafirma que não a convidou formalmente para qualquer cargo. Versão diferente avança a ex-deputada bloquista.
'Foi-me perguntado directamente se eu estava disponível para integrar as listas, ser deputada pelo PS na próxima legislatura. Este convite foi-me feito pelo secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos', afirmou categoricamente Joana Amaral Dias, que garante agora que 'cada um saberá tirar as suas conclusões', sobre o caso. Apesar de admitir contactos com Joana Amaral Dias, Paulo Campos exige a Francisco Louçã um pedido de desculpa, dado não ter existido qualquer convite formal. Algo que o dirigente do BE classificou de 'patético'. 'O dr. Paulo Campos, em 24 horas, desmentiu-se a si próprio. Não me peçam que o leve a sério', atirou o dirigente do BE.
O PS lamenta a atitude de Francisco Louçã e acusa o bloquista de ter 'faltado à verdade'.
02 Agosto 2009 - 00h30
Oscar Wilde costumava dizer que as maneiras são anteriores à moral. O aforismo aplica-se à telenovela Joana Amaral Dias. Nos últimos tempos, o país discutiu febrilmente quem mentiu na história das listas de deputados.
Terá sido o PS? Terá sido a donzela? Terá sido o maléfico Louçã, que subiu a parada e acusou Sócrates de prometer à donzela um instituto público? Ouviram-se os actores do filme e não é difícil reconstituir o enredo: houve uma ‘sondagem’; houve uma recusa; sobre o instituto, uns negam e outros nada dizem.
Infelizmente, o essencial ficou de fora: o ‘caso’ das listas, antes de ser político, é sobretudo comportamental. Ele começa e, para mim, acaba na forma como a srª Joana Amaral Dias publicitou o convite e, pior, a sua heróica recusa. Transformar conversas privadas em argumentos públicos não é próprio de gente civilizada.
Enquanto o país real vive momentos dramáticos, é naturalmente patético o comportamento de alguns elementos da classe política que, indiferentes a tudo isto, andam entretidos com jogos florais verdadeiramente lamentáveis, que revelam, acima de tudo, uma profunda falta de respeito por quem sofre, e muito, no seu dia-a-dia. O episódio do convite feito a Joana Amaral Dias para integrar as listas de deputados do Partido Socialista é bem um exemplo de que há políticos e políticas que não merecem o voto dos portugueses. Começa por ser lamentável que um partido com responsabilidades na vida nacional ande a aliciar militantes de outro partido para as suas listas. Mais lamentável ainda é a oferta de lugares no aparelho de Estado para quem aceitar violar os seus compromissos partidários. E, como afirmou Francisco Louçã, é patético que o PS venha, ainda por cima, exigir um pedido de desculpas ao Bloco de Esquerda. O medo de uma derrota eleitoral não justifica tudo. Tenham juizinho.
Dia a Dia
Tenham juizinho
Portugal vive momentos muito difíceis. O desemprego já chegou aos 9,3 por cento, há milhares de cidadãos sem qualquer rendimento disponível e sem apoios do Estado, o crédito malparado de famílias e empresas não pára de aumentar e as perspectivas para o curto e médio prazos não são nada positivas.
Para facilitar a detecção destas obras plagiadas, há vários programas informáticos que pesquisam na internet e comparam os resultados obtidos com o texto apresentado pelo aluno. Em poucos minutos, o utilizador encontra partes ou até mesmo o texto integral dos vários documentos apresentados pelos estudantes em nome próprio, apesar de terem sido copiados. O plágio é considerado acto criminoso: a punição pode ir até aos três anos de prisão. Em Portugal, estão três casos a serem julgados em tribunal, de acordo com o Expresso.Teses são alvo de investigação
Motores de pesquisa ajudam a encontrar plagiadores
Mestrados a 1500 euros
A simples introdução de uma frase num motor de pesquisa de internet, como o Google ou o Yahoo!, permite detectar um texto plagiado como teses de mestrado, monografias ou simplesmente trabalhos académicos. Na internet, todo o tipo de documentos necessários a uma vida académica de sucesso estão à venda com preços a oscilar entre os 500 e os 1500 euros.
‘Portugal Agora’: Chávez cala rádios
O programa radiofónico ‘Portugal Agora’ foi suspenso por tempo indefinido após decisão de Hugo Chávez de anular as licenças de 32 rádios e duas estações de TV.
CM - 02-08-2008
Terça-feira, 28 de Julho de 2009
O socratinismo e a Igreja
Sábado, 1 de Agosto de 2009
Auto-crítica de Sócrates: «Nós fomos o Governo que menos fez» .
" PORTUGAL PROFUNDO"
A auto-crítica de José Sócrates na BlogConf de 27-7-2009
(editado pelo João Martins no Blog do João, em 1-8-2009)
“O que eu queria dizer é que nós fomos o governo que menos fez”.
" O irregular e promíscuo funcionamento dos poderes públicos é a causa primeira de todas as outras desordens que assolam o país.
Independentemente do valor dos homens e das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos supõem ser, por direito, os representantes da democracia.
Exercendo de facto a soberania nacional, simultâneamente conspiram e criam entre si estranhas alianças de que apenas os beneficiários são os seus militantes mais activos.
A Presidência da República não tem força nem estabilidade.
O Parlamento oferece constantemente o espéctaculo do desacordo, do tumulto, da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo, escandalizando o país com o seu procedimento e, a inferior qualidade do seu trabalho.
Aos Ministérios falta coesão, autoridade e uma linha de rumo, não podendo assim governar, mesmo que alguns mais bem intencionados o pretendam fazer.
A Administração Pública, incluindo as autarquias, em vez de representar a unidade, a acção progressiva do Estado e a vontade popular é um símbolo da falta de colaboração geral, da irregularidade, da desorganização e do despesismo que gera, até nos melhores espíritos o cepticismo, a indiferença e o péssimismo.
Directamente ligada a esta desordem instalada, a desordem financeira e económica agrava a desordem Política, num ciclo vicioso de males nacionais.
Ambas as situações somadas conduziram fatalmente à corrupção generalizada que se instalou ... "
Oliveira Salazar no livro : "Como se levanta um Estado"
Quando as pessoas sabem que não vale a pena recorrer aos tribunais, votar serve exactamente para quê? Os partidos andam a pedir uma larga participação eleitoral. Mas vamos votar para quê? Se as leis não têm consequências, votar naqueles que fazem as leis serve para quê? E, meu caro leitor, antes que me apelide de lírico, deixe-me salientar uma coisa: a ausência do Estado de Direito não é uma questão que remete apenas para os valores institucionais. Isto também tem um impacto no bolso. A economia é travada, todos os dias, por uma justiça incapaz de punir os faltosos. Um contrato é um papel sem valor em Portugal. Não respeitar uma dívida é um acto que passa incólume. Portugal, caro leitor, é o Olimpo dos caloteiros. Vivemos numa sociedade pré-moderna, pré-contrato, onde um jagunço (que bate no caloteiro) é mais útil do que um advogado (que se bate no tribunal) na hora de reavermos as dívidas. Se é impossível reaver uma dívida através de meios legais, votar serve exactamente para quê? (.... )
Expresso 01-08-2009
Joana Amaral Dias garante que foi mesmo convidada por Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas, para integrar a lista do PS do círculo de Coimbra.
Esta versão, noticiada em primeira mão pela revista "Visão", foi imediatamente desmentida por Paulo Campos. Mas ontem Joana Amaral Dias confirmou ao Expresso que "houve esse convite, foi sério, insistente e eu declinei".
" Desminto que me tenha encontrado com o Paulo Campos, só falámos ao telefone", acrescentou a militante do Bloco, que esteve toda a semana no estrangeiro com o telemóvel desligado: "Na passada sexta-feira confirmei a notícia à comunicação social, ainda falei com Mário Soares, que estava a par do convite, e depois tive que desligar o telemóvel e apanhar o avião". Joana Amaral Dias não levou sequer a sério um eventual convite para a presidência do Instituto das Drogas e da Toxicodependência, que também terá sido falado na conversa com Paulo Campos. "Esses convites só fazem sentido quando são feitos pela tutela".
Joana Amaral Dias foi afastada da Direcção do Bloco no último Congresso, culminando um processo de divergência que começou quando aceitou ser mandatária de Mário Soares nas eleições presidenciais em que Francisco Louçã também era candidato. Nestas legislativas, o PS conseguiu recrutar para as suas listas Miguel Vale de Almeida, ex-dirigente do BE.
Expresso 01-08-2009
Acontece que, por motivos ainda por esclarecer, a sessão deu para o torto e falhou redondamente mesmo nas barbas de Carlos Zorrinho, o homem que dá a alma e o corpo pelas novas tecnologias. Azares que podem acontecer a qualquer um. Mas aconteceu outro incidente inesperado na sessão. Horas antes, o canal Sapo da PT anunciava com orgulho a transmissão em directo do debate. Acontece que mesmo em cima da hora, quando Sócrates já estava na sala com os responsáveis dos blogues convidados para o espectáculo, Luís Bernardo, assessor do primeiro-ministro, proibiu o canal da Portugal Telecom de fazer fosse o que fosse. E, à boa maneira deste Executivo, o autoritário Luís Bernardo não deu qualquer explicação aos perplexos sapinhos. Manda quem pode, obedece quem quer. CM
Correio Indiscreto: Secretário-geral socialista expulsou o canal Sapo da PT da discussão com os blogues
Sócrates implacável com sapos
Já se sabe que as coisas não correram nada bem na sessão de propaganda ou de esclarecimento promovida por José Sócrates com alguns dos blogues mais conhecidos da blogosfera portuguesa. A coisa prometia transmissões em directo e mais umas tantas novidades para mostrar até que ponto o choque tecnológico, uma das pérolas deste Governo, estava a funcionar em pleno.
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