O facto de a freguesia ainda não dispor de saneamento básico não preocupa a maioria dos 55 habitantes. De facto, estes defendem que, "a internet é importante para fixar os jovens".
Na casa de Joaquina Monteiro, de 81 anos, a internet é comparada ao aparecimento da televisão. Ali, é José Lages, com nove anos, que comanda as operações no pequeno computador ‘Magalhães’. "Muitas vezes, no fim de jantar, juntamo-nos à volta do computador", garante o pai de José, Jorge Lages. "É mais fácil para ter acesso à informação e utilizamos muito o computador para falar com a família no estrangeiro", reconhece Joaquina, enquanto observa o neto a utilizar o portátil. "Ainda ontem vi, pelo computador, o meu filho que está na França", adianta. O que continua a faltar são os esgotos – os dejectos são despejados nas fossas, como há várias décadas.
AUTARCA DIZ QUE O INVESTIMENTO FOI "BEM FEITO"
No passado, os habitantes de Ruivós que quisessem ter acesso grátis à net tinham de percorrer 20 quilómetros até à sede do concelho. Além disso, aquelas pessoas que já tinham placa de rede móvel poupam agora 30 euros por mês.
Lourenço Caramelo, presidente da Junta de Freguesia de Ruivós, explicou ao CM que o investimento "rondou 20 mil euros" mas foi "bem feito". "Sentimos a necessidade de proporcionar aos mais novos qualquer coisa de que eles gostassem muito. Por isso nada melhor do que a internet grátis", referiu o autarca, que já recebeu "muitos elogios" pela iniciativa. Quanto à falta de saneamento básico, Lourenço Caramelo reconhece a falha mas garante que "é uma competência da Câmara. Compreendemos que não pode chegar a todos".
"NÃO TEMOS ESGOTOS MAS VAMOS TENDO OUTRAS COISAS"
A internet sem fios chegou a Ruivós há cerca de duas semanas e é o assunto que domina as atenções dos idosos. Alguns queixam-se de que, realmente, o saneamento "faz falta", mas isso não implica que a localidade não possa ser dotada de outras infra-estruturas.
Clotilde Pereira, de 79 anos, falou ao CM junto à tampa da sua fossa e concorda com a instalação da internet, que não é para ela, mas sim "para os mais novos e para as crianças que hão-de vir. Não temos saneamento, mas vamos tendo outras coisas", diz a moradora, considerando que não é um problema o facto de não haver saneamento básico. "Temos a fossa, e quando está cheia, a Câmara vem cá e esvazia-a, por isso não há problema. Nunca tive saneamento e não morri."
APONTAMENTOS
CEM MIL SEM ESGOTOS
Segundo o Inquérito às Despesas das Famílias de 2006/07, do Instituto Nacional de Estatística, existiam em Portugal cerca de cem mil famílias que não tinham rede de esgotos instalada nas habitações.
300 MIL ‘MAGALHÃES’
Segundo os últimos dados do Ministério da Educação, já foram distribuídos 300 mil computadores ‘Magalhães’ por todo o País. Ainda falta entregar 150 mil, que chegarão aos alunos só depois da Páscoa, garantiu a ministra da Educação há uma semana.
CM - 10-07-96
05 Abril 2009 - 13h26
Existem cerca de 31,9 milhões de portugueses e luso-descendentes até à terceira geração espalhados pelo Mundo. Se não fosse a emigração, Portugal teria actualmente uma população de mais de 40 milhões de habitantes.
O estudo, intitulado ‘Emigração: A diáspora dos portugueses’, foi feito pelo empresário português Adriano Albino, de 78 anos, natural de Grijó de Parada, em Bragança, mas que emigrou para Terras de Vera Cruz em 1951.
A conclusão do empresário é resultado de um estudo detalhado realizado através de um levantamento de portugueses que emigraram para diversas partes do mundo entre 1951 e 1965, altura de grande emigração portuguesa. Segundo estatísticas oficiais, 4,53 milhões de portugueses emigraram durante esse período de tempo.
A partir desse número, Adriano Albino calculou um coeficiente multiplicador dessas famílias que chegaram às diferentes parte dos Mundo.
No Brasil, para onde partiram 1,2 milhões de portugueses, depois de realizar uma investigação de campo através de entrevistas e recolha de dados de centenas de emigrantes, o empresário considerou que o factor multiplicador seria nove, o que totaliza 10,8 milhões de portugueses.
Com base nessa mesma metodologia, Adriano Albino estendeu o estudo a outras regiões do Mundo, concluindo que existem 9,31 milhões de portugueses e luso-descendentes nos EUA e Canadá, 3,19 milhões em África, 154.800 na Ásia, 7,54 milhões espalhados pela Europa e 193.360 na Oceania.
O estudo, recentemente publicado no Brasil, teve em consideração o nome do emigrante, estado civil, data da chegada, cidade de origem, número de filhos, netos e bisnetos, e cada uma dessas regiões do Mundo.
05 Abril 2009 - 00h30
Espanha vai aprovar uma lei sobre branqueamento de dinheiro pelos políticos. Aproveitando a transposição de uma directiva comunitária, o governo espanhol acrescentou novas regras. Com essa lei, bancos, seguradoras, antiquários, joalharias, galerias de arte, notários e empresas ficam obrigados a informar as autoridades sobre operações suspeitas.
Mas os destinatários do novo diploma não se diluem nessa genérica e vaga designação que são os ‘titulares de cargos públicos e políticos’. Agora, operações que venham a ser feitas por chefes de Estado e de Governo, ministros, secretários de estado, deputados, membros de tribunais superiores, incluindo do Ministério Público, passam a estar sob vigilância.
Por cá, o sentido é contrário. Tudo o que é político, senador ou personalidade, tende a ficar a salvo da lei. É preciso esticar a corda e a tensão instalar-se para saber se é possível pedir autorização para inquirir, investigar, pedir informação. Perguntar, apenas, então, dá direito a umas atoardas de um cão de fila qualquer.
Por cá, as leis são minuciosamente trabalhadas para preservar quem está próximo do poder e as nomeações pensadas em função de interesses particulares. Isso é ‘o poder’, obviamente democrático e sempre construído à sombra da velha legitimidade dada pela máxima de que o povo é quem mais ordena...
CHEGA DE SANTOS SILVA -
" Uma coisa é certa : a parelha funciona.
E, seja qual for a cabeça pensante, ainda bem para o PS que é Sócrates quem vai a votos e não Santos Silva.
Porque este, com a sua simpatia e afabilidade reconhecidas, não ganhava nem a Jerónimo de Sousa."
O SOL - 4 de Abril de 2009
SANTOS SILVA - Socialista, Social-democrata ou sómente SS ?
"E essa confusão leva-me a pôr uma hipótese ela própria " heterodoxa ". Será Santos Silva que está sempre de acordo com o chefe - ou, pelo contrário, será o chefe que segue as opiniões de Santos Silva ?
Quem é, afinal, o ventríloquo ?
Quem é que dita a táticta ?
É Santos Silva que, qual cordeiro, diz tudo o que Sócrates lhe manda dizer - ou é Sócrates que imita com os lábios as palavras que Santos Silva articula na garganta ?
É Santos Silva que fala pela cabeça de Sócraes - ou Sócrates que fala pela cabeça de Santos Silva ?
É Santos Silva, o celebrado professor universitário, que recebe lições do licenciado - ou este que segue as lições do professor ?
O SOL - 4 de Abril de 2009
SANTOS SILVA - Também é isto que distingue as pessoas que mantêm a espinha direita, dos yes man.
Uns são capazes de dizerem o que pensam mesmo quando é inconveniente; os outros só dizem o que é conveniente dizerem.
Na política habituámo-nos a que haja muitos YES MEN por duas razões : porque muitos políticos não pensam nada e portanto adoptam as ideias que vêm de cima - e porque, querendo assegurar os lugares que têm, receiam que qualquer heterodoxia possa fazer com que as percam.
Mas dos homens superiores espera-se mais alguma coisa.
Espera-se um rasgo, uma discordância - porque não é crível que pensem sempre o mesmo que os chefes ou que vivam no pânico de lhes desagradar. É por isso que a subserviência de Augusto Santos Silva me faz alguma confusão.
O SOL - 4 de Abril de 2009
SANTOS SILVA - Um político ou um comentador, para se fazer ouvir, para influenciar a opinão pública, não pode ser sempre previsível - tem de ser de vez em quando inesperado, tem de ser capaz de temperar o elogio com a crítica e vice-versa.
Quando se sabe sempre de antemão o que irá dizer, quando se tem a certeza de que não dirá algo de surpreendente, o interesse pelas suas intervenções reduz-se a zero - e a sua influência será limitada ou nula.
Qualquer intervenção política só poderá ser influente se tiver alguma novidade.
O SOL - 4 de Abril 2009
SANTOS SILVA - Outra coisa que impressiona é a sua fidelidade cega ao líder.
Apesar de ser muito inteligente, segundo se garante, não diz nada da sua cabeça.
Não foge por um momento à ortodoxia.
Não usa um único argumento novo, não tem uma única nuance em relação ao que diz o chefe : repete as mesmas coisas com as mesmas justificações.
Por vezes faz-me lembrar Vasco Graça Moura - que também é indubitavelmente inteligente e culto mas apoia acriticamente quem estiver no poder no PSD.
Faz-me confusão como estes homens não percebem que os elogios recorrentes se banalizam e perdem todo o efeito.
O SOL - 4 de Abril 2009
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