Quinta-feira, 2 de Abril de 2009
“MILITANTES DO PS PEDEM LIMPEZA NO APARELHO”
“O PRESIDENTE da Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo, Fonseca Ferreira , elaborou um documento para entregar ao novo secretário-geral do PS ,onde pede uma “profunda ruptura “ interna , para que se crie uma vida partidária diferente e um “ outro tipo de governação “, capaz de reconquistar a confiança perdida dos portugueses. No documento subscrito por 30 militantes, minimiza-se a responsabilidade de António Guterres nos resultados das autárquicas e aponta-se o dedo “ aos rostos da incompetência do aparelho “ socialista .
“ O autismo persistente do aparelho do PS e dos seus responsáveis conduziu aos resultados que se adivinhava “ , lê-se , exortando-se Ferro Rodrigues a afastá-los “ da liderança partidária activa “ . (.... )
Jornal de Notícias 19 Janeiro 2002
A moderna concepção socialista da Gestão Privada dos Servicos Públicos - ( A escola socrática )
Os Governos do Eng. Antonio Guterres dão a ideia de grande sedução pelo capital e, por isso, estão a entregar ao Grande Capital, negócios de grande rentabilidade futura, numa conjuntura em que Portugal ira receber de Bruxelas (III QCA) um volume de investimento para os proximos 7 anos muito superior ao que dispôs para o período 1986-1999, ou seja durante os primeiros 14 anos de integração na UE...no minimo, é muito estranho!
A Zona, 12 Julho 2000
“ No jardim das paixões extintas “
“ (... ) Não há Portugal nem aquele «futuro do passado» de que falava Fernando Pessoa . Não há sentido futurante . Nem da política , nem do país. Não há perspectiva histórica. Eu discordava de Cavaco Silva e combatia a sua política. Mas ele tinha política e projecto. Agora ouve-se Durão Barroso e é um vazio . Infelizmente vai-se a ler a proposta da nova Declaração de Princípios do PS e constata-se que também dela desapareceram a História e a ideologia . Desapareceu o PS . Falta, como disse Medeiros Ferreira , o código genético de um partido que nasceu no combate à ditadura e se consolidou na vitória sobre a tentativa de impor ao país um totalitarismo de sinal contrário . Falta a matriz ideológica : o PS não é uma frente sem fronteiras , é um partido de esquerda . Saber interpretar as novas realidades , começando por compreender que a grande mudança é a do próprio modo de produção , não significa a diluição nem o fim da esquerda . Há uma linha divisória , como demonstrou Bagão Féliz , ao fazer na AR uma verdadeira proclamação ideológica de direita. O PS tem de acentuar a sua identidade de partido de esquerda , capaz de representar politicamente os que são atingidos pelas políticas neoliberais e uma globalização sem regras. Dar à globalização um rosto humano , regulá-la , fazer com que nela tenham voz os que por ela estão a ser excluídos , eis por onde deve começar a renovação do socialismo democrático . Criou-se a ideia de que renovar é virar à direita . Mas não. (.... ) É sobretudo urgente compreender que , tal como o modelo comunista morreu historicamente , o mesmo pode acontecer ao socialismo europeu, se a sua tendência for a de se autodiluir e continuar a derivar para o centro e a direita .
A história tem de voltar à política e à ideologia também. Para que os sonhos não continuem a morrer no jardim das paixões extintas.”
Manuel Alegre - Expresso 20 Julho 2002
“ Por detrás dos direitos “
Eis, pois, que se enraíza um poder inorgânico mas real , cujo ímpar estatuto constitucional o brinda com imunidades e impunidades que inexistem em relação aos restantes poderes institucionais do Estado .
É que um Governo incapaz pode ser demitido ; um ministro que não paga sisa pode ser demitido pelo chefe do Governo ; um parlamento bloqueado pode ser dissolvido pelo Presidente da República ; e um juiz venal pode ser sancionado pelo Conselho Superior da Magistratura .
Todavia, na comunicação Social Pública , em nome de um pluralismo e de uma independência constitucionais que nunca existiram , foram instituídos procedimentos legais bizantinos que bloqueiam a demissão das administrações incompetentes que arruinaram a RTP e que impedem a demissão de directores de programas apostados em faraónicos projectos pessoais de poder .
À sombra dos direitos constitucionais imunitários da “ liberdade de imprensa “ , de “ intervenção de jornalistas na orientação editorial “ e no seu direito de elegerem “ conselhos de redacção “ nasceram não as liberdades individuais do jornalista mas sim privilégios feudais para sinecuras do sector que , com a complacência de proprietários e o medo dos administradores , tomaram virtualmente de assalto o “ fabrico de notícias “ , em favor de um “ jornalismo de causas “.
Por mero acaso , esse “ establishment “ que promove e despromove jornalistas põe e dispõe dos colunistas de opinião , e ascende a um estatuto público quase senatorial é de esquerda e , desde há dez anos a esta parte , achou “ chic “ recrutar jovens esperanças da extrema esquerda .
Sob o signo da liberdade de expressão , a casta dominante do « quarto poder » criou uma faculdade espantosa de fazer e desfazer governos , erguer e pulverizar personalidades , agendar e sepultar causas e , quem sabe , em face do debate europeu , conservar ou desmantelar o próprio País .
Sendo espúrio discutir qualquer forma de controlo jurídico deste fenómeno , haverá que o tratar firme , mas subtilmente , como um problema político .
“ OS PARTIDOS políticos e a Assembleia da República são as instituições em que os portugueses menos confiam , ainda menos do que nas seguradoras , revela um estudo sobre a imagem dos serviços públicos encomendado pelo Ministério da Reforma do Estado .
Dados que o Ministério de Alberto Martins interpreta como “ preocupante do ponto de vista da qualidade da democracia” . E novos “ motivos de preocupação com a saúde do sistema político “ são encontrados quando se avalia o nível de identificação com os partidos : “ Para 53,7 % dos inquiridos não há nenhum partido político do qual cada um se sinta próximo “ . Nesta sondagem realizada pelo Centro de Sondagens da Católica ainda se conclui que as Forças Armadas , a comunicação social e a banca são , em contra partida , as instituições que mais merecem a confiança dos inquiridos “ .
Expresso 05 Outubro 2001
“ Ontem perguntava aqui , em que país estamos nós ? Hoje já quase nem me atrevo a responder . Depois das tremendas afirmações que Jorge Ferreira fez no Sábado . Disse então ele : “os políticos indígenas gozam de uma impunidade total , assegurada por um sistema regido por interesses inconfessáveis , por uma rede de cumplicidades ( suponho que secretas ) e pelo medo . Pelo medo , reparem . E disse mais . Disse que o Ministério Publico e o poder judicial sabem de ilegalidades e de crimes a que fecham voluntariamente os olhos , para que tudo prescreva e essas ilegalidades e esses crimes tenham êxito . O “ polvo de interesses” acrescenta J F , não abrange apenas ( ao contrário do que muitos pensam ) o PS e o PSD , o que obviamente indica que abrange também os outros partidos e as altas instituições do Estado. As próprias comissões parlamentares de inquérito só servem para branquear o Governo ( hoje o do Guterres ,ontem o do impecável Cavaco ) . J. F. apresenta a título de prova o patético comportamento dos deputados socialistas na investigações das privatizações à Mundial Confiança e do Tota e , principalmente , do escândalo da JAE . Escuso de insistir na gravidade destas coisas . Mas convém perceber que a prazo nenhum regime sobrevive sob esta espécie de suspeita “. DN- Vasco Polido Valente
“ As disparidades , incongruências e imprecisões que resultam das declarações que foram prestadas são de tal ordem que não consideramos possível fixar qualquer posição definitiva num relatório final “ , escreve o inspector João Gonçalves , num documento enviado à subinspectora – geral da Inspecção Geral da Administração Interna ( IGAI ) , a 11 de julho .
De seguida , acrescenta : “ De facto , neste processo há demasiada “ verba “ e pouca “ rés” . Isto é , quando pedimos documentos justificativos das decisões tomadas , ou nos dizem que não existem ( e tal está evidenciado nos autos ) , ou se atribui essa inexistência a "despachos verbais" , “ ordens superiores “ , “ determinações “ , “ orientações “ , ou mesmo “ gestão desburocratizada e flexibilizada “ . ( ... ) Este processo transcende a pura legalidade formal “ .
Estes são só alguns dos motivos apresentados por João Gonçalves para formular um pedido pouco habitual nestas situações : “ Entendemos não ter condições objectivas – pessoais e institucionais – para prosseguir na instrução deste processo de inquérito “ . O inspector que averiguou as empreitadas na Quinta de Santo António , na Pontinha – o imóvel do Ministério da Administração Interna que viria a ser destinado à sede da Fundação para a Prevenção e Segurança – pediu a sua substituição ao fim de seis meses de trabalho .
João Gonçalves ouviu , por diversas vezes , António Morais , director do GEPI , Lencastre Bernardo , director do SEF , Armando Vara , ex-secretário de Estado do MAI , Luís Amado , que teve as mesmas funções , o governador civil de Lisboa e técnicos , assessores e até secretárias , sem conseguir chegar a uma conclusão .
“ Quer o queiramos , quer não , este processo está “ contaminado “ por processos políticos de decisão que não podem ser escamoteados , sob pena de a árvore não nos deixar ver a floresta ou , então , de sermos conduzidos por caminhos que não levam a parte nenhuma “, escreveu , premonitório , no primeiro relatório que fez sobre este caso .”
Expresso 4 Agosto 01
“ Promessas por cumprir “
“Há um livro de Krishnamurti, «Freedom From the Known , em que se conta a história de um homem que um dia se dirigiu a Deus para ser instruído sobre a essência da verdade. A resposta de Deus não podia ser mais enigmática: «Sabes, está muito calor,por favor, vai buscar-me um copo de água». O homem procurou um copo de água para Deus, pois a sede da divindade não pode ficar insaciada. Bateu a uma porta, que foi aberta por uma mulher . Apaixonou-se perdidamente por ela, e casaram. Passaram anos e , um dia, uma imensa tempestade de chuva abateu-se sobre a cidade em que viviam . Choveu dias a fio , os rios saíram do leito , alagaram as ruas e inundaram as casas. Na sua aflição , o homem agarrou a mulher e os filhos , tentando salvá-los da fúria dos elementos . Desesperado , invocou a ajuda dos Céus: «Deus, por favor, salva-me, e salva a minha família» . Deus respondeu : « Onde está aquele copo de água que eu te pedi ?».
(... ) Contrariamente ao que gostamos de presumir , a vida hipnotiza-nos com muita facilidade e rapidamente nos esquecemos do que devemos fazer , mesmo quando é Deus quem nos pede «um copo de água». Basta o olhar de uma linda mulher .
"Basta a embriaguês do poder adquirido sem merecimento.” Pode dizer-se dado !
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José Sena Goulão / Lusa
Lopes da Mota saiu da PGR por volta das 18h20 sem falar 02 Abril 2009 - 01h08
Investigação: Procurador Lopes da Mota integrou Governo PS
Governo envolvido nas pressões
As pressões sobre os magistrados do Freeport não se limitam a uma situação interna do Ministério Público. Segundo várias fontes contactadas pelo CM, Lopes da Mota, suspeito de pressionar os investigadores Paes Faria e Vítor Magalhães, é apontado como 'portador de um recado' do Governo.
Conheça todos os pormenores em exclusivo, na edição do ‘Correio da Manhã’ desta quinta-feira.
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CM _ 02 Abril 2009 - 00h57
Jorge Coelho
Mota-Engil: Ganham 15 mil por mês
Os administradores executivos da Mota-Engil receberam, em 2008, 1, 513 milhões de euros. Como são sete, dá uma média de 15 mil euros por mês a cada um.
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02 Abril 2009 - 00h30
Bilhete postal
A marca de Sócrates
José Sócrates referiu as "dez marcas sociais" da sua governação. Duvido da paternidade socrática da maioria desses benefícios – trata-se de lógicas governativas que se arrastam, penosamente, desde há quase uma década.
Sócrates anda iludido: não será o preço do medicamento nem uns míseros ‘euritos’ a mais no salário mínimo que o farão entrar na história. Será antes reconhecido pelo seu próprio exemplo, quotidianamente oferecido às gerações vindouras: o finório sem ofício que alicerçou uma vida nos favores partidários. O talento em alijar toda e qualquer culpa própria para os ombros alheios. A destreza na desculpa pronta. O desplante como atitude existencial.
A verdadeira marca que Sócrates nos legará é o seu triste reflexo pessoal neste fim de regime.
Carlos de Abreu Amorim