Domingo, 31 de Agosto de 2008
luzdequeijas
A Democracia é considerada hoje no mundo, como o sistema político a atingir ou conservar, por todos os países . Todavia, ela embora sendo a garantia mais segura para obtenção de princípios fundamentais ao homem , comporta em si própria algumas contradições a esses mesmos princípios – como sejam por exemplo, a necessidade de manter sigilosas muitas das medidas e decisões importantes, a nível nacional e também mundial .
O secretismo é sempre algo deveras assustador e contrário às normas claras, em que se deve mover a democracia, em pleno uso .
Não se compreende muito bem como em democracia podem coabitar os chamados grupos secretos (lóbis) ou, como alguns preferem , discretos.
Tudo aponta para um antagonismo incompreensível e do ponto de vista legal totalmente absurdo.
Se partirmos do princípio, não verdadeiro, de que tais organizações somente praticam estudos de reflexão ou privados, assim , vá que não vá. Até seriam úteis. Agora quando se vêem, certas personalidades rotuladas de antifascistas e puros democratas, pertencerem, advogarem e elogiarem a existência destas organizações, com total domínio e interferência na vida da nossa sociedade e do mundo, é difícil de compreender. Provavelmente , assim, terá de ser.
Nada como este poema de Alexandre O´Neill, para bem definir e representar o dito secretismo . A figura de um gato que aparece e desaparece sem dar-mos por ele, ausente quase sempre de afectos, mas muito seguro e nada comunicativo.
“ O GATO”
Que fazes aqui , ó gato ?
Que ambiguidade vens explorar ?
Senhor de ti , avanças , cauto ,
Meio agastado e sempre a disfarçar
O que afinal não tens
E eu te empresto ,
Ó gato , pesadelo lento e lesto ,
Fofo no pêlo , frio no olhar ! ?
De que obscura força és a morada ?
Qual o crime de que foste testemunha ?
Que Deus te deu repentina unha
Que rubrica esta mão , aquela cara ?
Gato , cúmplice de um medo
Ainda sem palavras , sem enredos ,
quem somos nós, teus donos ou teus servos ?
O segredo de que quero falar tem muito a ver com o famoso e temido “sistema”. É, assim podemos pensar, o seu motor . Sem ele talvez o “sistema “ não existisse . Quem sabe se não haveria outras maneiras ?
Recordo-me dos meus tempos de estudante e aluno de um Colégio. Era um estabelecimento semi-interno, frequentado em maior percentagem, por filhos de famílias consideradas com posses, como se dizia na altura. Quando lá entrei fui arranjando amigos que, alguns, hoje ainda perduram. Um desses amigos, um dia, puxou-me para o lado, antes do jantar, e depois de se certificar de que ninguém ouviria , confidenciou-me : sabes temos aqui um grupo de uns tipos muito “peneirentos “. Estão alcunhados por toda a gente pelos “ Finuras “ .
Alguns são conhecidos , mas outros ninguém sabe quem são.
Eles contudo conhecem-se uns aos outros, mas só eles. Corria a fama de que eram muito inteligentes, bons em desporto e tinham grande saída com as miúdas.
Conseguiram deixar esta imagem em todo o Colégio. Corria também que tinham boas notas e até tinham, pelo menos alguns que eu consegui identificar e conhecer mais tarde. Falava-se muito que se tinham munido com informações privadas dos professores, não do conhecimento geral e, assim, impunham-se pelo medo que, artificialmente, criavam junto deles.
Parece que eles próprios faziam constar tais conhecimentos, que deste modo, chegava ao conhecimento dos seus professores e administradores. O bom nome do Colégio poderia ser abalado! Também se dizia que tinham um código secreto para comunicarem. Ganharam a fama de nunca serem castigados como os outros alunos, por via de serem membros do tal grupo.
Os castigos no Colégio eram originados por atrasos, pequenas mentiras, fumar e outras coisas não muito graves. Naquela altura problemas de drogas felizmente não existiam. Com toda esta fama, os outros alunos suspiravam por pertencer também aos “ Finuras”. Toda esta envolvente de elitismo despertava tentações para se ser também um dos membros do grupo. O que havia de realidade ou não , nunca consegui saber ao certo e creio que a maioria dos alunos também não. Aquela imagem de admiração pelo secretismo, vejo agora, que mais não é do que consequência do culto do segredo. Reconheço que ao nível da governação , muita coisa tem que ser mantida em segredo. O mesmo acontecerá no mundo da segurança, da política, na parte comercial e um pouco em tudo, até mesmo na nossa vida privada. O que eu não entendo é aquele mundo que estou a admitir poder existir. Vivemos numa sociedade democrática regulamentada por leis e por uma constituição. Em que parte da nossa constituição se pode apoiar toda a actividade de constante interferência dos grupos secretos ( lobis ) na vida nacional, seja através de membros adormecidos ou acordados ?
Toda a lógica aponta nessa direcção, e só de pensar que qualquer cidadão pode ser condenado (e são-no !), sem sequer ser ouvido , provoca-me arrepios de frio. Se o « sistema » através do segredo estiver em plena ligação ao poder do capital , aos partidos (aparelhos ), organizações secretas, futebol , governo, associações , Igreja, comunicação social e mais um larguíssimo número de centros vivos , então a situação é mesmo complicada !
Quero pensar que assim não é, para descanso deste povo que já tanto passou e ao qual tanto prometeram. Se o for, então que ninguém seja prejudicado sem a possibilidade de saber do que é acusado. Para viver e dormir descansado, afinal, é preciso acreditar nos Homens. António Reis Luz
Quinta-feira, 28 de Agosto de 2008
“A agenda económica do Governo tem como objectivo aumentar, de forma sustentada, o crescimento potencial da nossa economia para 3%, durante esta legislatura. Só com o crescimento da economia poderemos resolver o problema do desemprego e combater as desigualdades sociais. Portugal deve ter como objectivo recuperar, nos próximos quatro anos, os cerca de 150.000 postos de trabalho perdidos na última legislatura”.
Programa do XVII Governo Constitucional (2005 )
Voltemos ao problema sequencial do desemprego, nas versões, governos PSD vs. governos PS, como o PM gosta:
- No 4.º trimestre de 95, o último em que o PSD foi governo de Cavaco, a taxa de desemprego era de 7,3%, ( tendo atingido um mínimo de 4% em 1993 ). Nessa altura na UE, só o Luxemburgo tinha uma taxa inferior à nossa !
Governação socialista- ( 1.º trimestre de 1996 )
- A partir de 1998 o cálculo do desemprego passou a ser feito com nova metodologia (1) que induz uma diminuição no valor das taxas entre 1,5% e 2.0%, embora, ao que parece, nunca o governo fez qualquer correcção na taxa de desemprego anunciada ! Mexidas nos procedimentos burocráticos de inscrição ou manutenção da inscrição, levam a pequenas alterações na respectiva taxa.
(1) (apenas são considerados como desempregados os indivíduos que fizeram diligências concretas para procurar emprego no período de 4 semanas anteriores ao inquérito).
- Não esquecer que o governo socialista admitiu 100.000 trabalhadores na função pública ( satisfação de clientela ), sem justificação, que passaram a fazer parte da população empregada ! Sem esta avalanche os números oficiais seriam outros que não os anunciados.
- A taxa de desemprego deixada para Durão Barroso foi de 7,3% e em 2001 deixar uma taxa 4,5% ( correcção de nova metodologia 6,3% ) é bom, mas muito aparente, face ao exposto e depois de uma governação de vacas gordas, esquecida das reformas urgentes e necessárias.
- Convém, ainda, perguntar se a criação do RMG, não teve qualquer influência/interferência no número de desempregados ?
Por último convém lembrar de que o tipo de governação que levou ao pântano confessado por Guterres na sua fuga, atira para os futuros governos problemas graves e de grandes consequências! (“ os seus orçamentos não foram suficientemente anticíclicos, como deveriam ter sido, como os aumentos salariais excederam o que seria aceitável”.) Resultou daqui o grave problema do défice.
Governação Social Democrata – 2002 a 2005
Ora, nos 1º trimestres de 2002 e de 2005, períodos de referência de Sócrates, a taxa de desemprego era, respectivamente, de 4,5% e de 7,5%. No 1º trimestre de 2008, era superior, 7,6%, tendo descido para 7,3% no 2º trimestre deste ano. Em termos absolutos, o número de desempregados era de 238.000 em Março de 2002, 413.000, em Março de 2005, e 427.000, em Março de 2008 ( 410.000, em Junho de 2008).
Onde estão, pois, os 130.000 postos de trabalho que Sócrates diz ter recuperado?
E como o poderia fazer, se a recuperação dos 150.000 empregos anunciados só seria possível com um crescimento médio de 3%, valor, e Portugal tem vindo a crescer muito abaixo? Outra promessa falhada !
Governação Sócrates – 2005 a 2008-08-28
Ora, a população desempregada era de 413 milhares, no 1º Trimestre de 2005, e de 410.000 no 2º Trimestre de 2008, o que significa apenas uma recuperação de 3.000 desempregados. De 3.000 para os 150.000 prometidos por Sócrates, a diferença é total. Muito grande !
A taxa de desemprego em Portugal baixou uma décima, para os 7,5 em Julho 2008, em relação ao mês passado. O desemprego na UE-27 permaneceu nos 6,8%, e recuou em 20 países da Zona Euro, com destaque para a Polónia , onde caíu para os 6,8 %. A taxa de desemprego mais baixa é a dinamarquesa (2,3 %) !
Compreende-se que o número de desempregados é , sempre, avaliado pelo número resultante da gestão dos inscritos e abatidos no desemprego.
Deste facto, para além de serem de admitir quaisquer limpezas que possam ter ocorrido nos cadernos ( não esquecer as que foram feitas nos cadernos eleitorais e bem ), outros factos relevantes ocorridos, podem estar a influênciar os dados apresentados, ou seja :
a ) Como foi gerida a decisão da abolição do SMO ( serviço militar obrigatório)quanto ao emprego/desemprego ? Libertou num curto período muitos milhares de cidadãos para o mercado de trabalho e criou emprego profissionalizado nas FA ? Decidida, em Novembro de 2004, teve os seus efeitos positivos e negativos face ao desemprego/emprego, por essa altura, da governação Socrates.
b ) Com a crise em alta neste período e a emigração muito elevada, que efeitos pode ter tido ela nos dados do desemprego? Será que pessoas inscritas no desemprego e sem esperança de alcançar emprego, resolvem emigrar e vão dar baixa no desemprego? Se não e são abatidos, logicamente são dados como empregados e não emigrados.
c) Que tal, não haverá uma área de interposição entre o RMG/RSI e as listas de desemprego ? Visto que a inserção não se faz e o subsídio tem subido em flecha.
d) Qual a conexão entre a economia paralela ( 25% do PIB ) e o mundo dos desempregados/empregados? É um mundo obscuro que não paga IVA ao Estado e recebe regalias sociais !
e) Por último, não será de admitir o problema das reformas, cujo número pode mudar avaliações, face aos dados do desemprego/emprego ?
f) O fenómeno anual da colocação de professores movimenta grandes números. Este ano 47 mil professores ficaram sem lugar nas escolas ( empregos qualificados. Ora, " É só fazer as contas ... 47.000 são 11,5 % de 410.000 de desempregados no 2.º trimestre de 2008 !
g) No final de Junho último, havia 22 mil desempregados em formação, através dos centros de desemprego! Recebem uma remuneração mensal de 50% do indexante de apoios sociais. São pelos critérios do INE, considerados empregados, enquanto formandos.
Tudo isto ( de a até g ) não afecta a taxa de desemprego ! Não afecta as ridiculas décimas que o PM tanto enfoca ?
Os casos acima referidos, e muitos outros não mencionados, são uma incógnita para os portugueses, mas facilmente se compreende que os seus efeitos tornem ridiculas as décimas, pontualmente exibidas pelo PM.
Para que não voltem a acontecer casos como do défice das contas públicas e as correcções feitas ( certas ou erradas ), pela 1.ª vez no BP, não seria de criar na AR uma comissão de inquérito a estes casos ? Com a manipulação ou facilitismo, todos os cuidados são poucos. O rigor é fundamental no reanimar da confiança de todos nós ! Para defender políticas de publicidade do governo Socrates, foi-se alterar os valores do défice entregues à UE e dados como certos ! Esta história não pode continuar enterrada, há que desenterrá-la. Já.
A insistência com que o PM aborda este problema dos 150 mil postos de trabalho, além de se perceber que muito o aflige, está a tornar-se uma ofensa ao bom-senso dos portugueses. Não haverá, pois, qualquer razão para que o PM se enfeite com penas de pavão. Nem que os media falem ou escrevam, que estão quase a ser cumpridos, querendo fazer valer que se tratou de postos de trabalho criados, independentemente dos que se perderam! É um sofisma ! Tendêncioso.
Em boa verdade ele deveria pedir desculpas aos portugueses por estarem a ser causticados com um desemprego que atinge um dos seus valores mais altos, 7,3% da população. António Reis Luz
Terça-feira, 26 de Agosto de 2008
O título deste artigo é uma referência a alguém que abandonou a governação do país quando ele estava no pântano! Apesar disso, ou talvez por isso, criou entre março de 2001 e março de 2002, 122 . 708 empregos ! 1000.000, foram na função pública . O monstro que enfrentamos foi obra sua ( no dizer de Pina Moura ) ; “ os seus orçamentos não foram suficientemente anticíclicos, como deferiam ter sido, como os aumentos salariais excederam o que seria aceitável”. Em boa verdade, o homem foi à sua vida e a comunicação social esqueceu-o, para que todos o esquecessem! Quando Durão Barroso sobe à cena foi um coro na mesma CS, de ataque, com uma excepção que se reproduz; “ « O estado de graça» governativo foi morto à nascença por uma «fatwa» dos fazedores de opinião ; o primeiro-ministro foi reduzido ao estatuto de fantasma; Ferreira Leite foi transformada na «bruxa malvada do oeste» ; Morais Sarmento transmutado no « Calvin» do Executivo.
“Desde que José Socrates tomou posse, que fica a sensação de que na mesma comunicação social, estão todos a trabalhar para ele ! É um trabalho de sapa ! Mesmo quando se critica se pretende encobrir, ou justificar, qualquer coisa incomoda para ele. A 29 de Março de 2008, num artigo assinado por Nicolau Santos, no Expresso, e em título podia-se ler; Henrique Granadeiro, presidente da PT diz : “Governo deve ter novo mandato”. Isto é precisamente aquilo que em democracia se não devia fazer! O voto do senhor Henrique Granadeiro vale tanto como o voto do mais humilde português. Agora o presidente da PT ao falar desta maneira está, muito simplesmente, a influenciar milhares de simples cidadãos, no voto em Socrates .
Logo, o presidente da Portugal Telecom (PT), que inaugurou em Santo Tirso, um centro de contacto, com a criação de 1200 postos de trabalho, na presença do PM ! Coincidências ! Agora, quem sabe se o PM deve continuar ou não é o povo, na força do seu voto universal. Mesmo sem se ser experto nas matérias mais badaladas, se entende que este governo manipula dados e, acima de tudo, faz um enorme fogo de artifício com décimas ! É certo que não tem outra coisa para manipular! Mas, mais parece um governo decimal, portanto de virgulas, e o povo começa a entender que deve, antes, ser um governo ponto final ! Tudo isto, ainda, faz mais confusão, quando o senhor PM, obcecado com a manipulação, desabafa de coração aberto para Hugo Chavez, afirmando : “a economia portuguesa está estagnada” !
Desde a sua tomada de posse que a manipulação é uma constante, ou para disfarçar maus indicadores ou para corrigir promessas eleitorais anunciadas sem estudo e fundamentação! Uma das mais polémicas terá sido a promessa da criação de 150.000 novos postos de trabalho.
É certo e sabido que um PM, não dispõe de meios para criar postos de trabalho, a não ser na função pública. Por sinal aqui, uma das maiores responsabilidades deste governo é precisamente reduzir o número de funcionários públicos, (Reforma da Função Pública) para , com isso, reduzir a despesa pública. Sem esta medida concretizada, muito dificilmente a iniciativa privada conseguirá relançar o crescimento económico, com os impostos acima dos das outras economias internacionais e com uma das produtividades mais baixas da UE. O ministro da economia deste governo terá mesmo afirmado, a propósito dos famosos 150 mil novos postos de trabalho : “ nenhum político sério, em qualquer condição, pode garantir qualquer dado sobre crescimento, as exportações ou o emprego ( 31-07-2008.”)
Mesmo sabendo destas realidades ele, o senhor PM, insiste na manipulação dos factos para contornar um dos muitos pontos que nas próximas eleições legislativas, terá de esclarecer aos portugueses ! Fá-lo porque parece seguro da ingenuidade dos portugueses e da sua pouca predilecção pela leitura dos jornais , logo da sua informação . Esquece-se de que tal pode representar a sua maior virtude, pois, se não são informados, também não são desinformados . Acresce, porém, que este povo é dos que mais dificuldades económicas atravessa na UE. Tem que sobreviver, na sua grande parte, conforme estudo do INE, com 12 euros por dia !
Aos portugueses, o senhor PM, vai ter dificuldade em enganar com sondagens virtuais, porque para eles a melhor sondagem é chegar ao fim do mês, ou muito antes, meter a mão no bolso e ela vir vazia. António Reis Luz
Segunda-feira, 25 de Agosto de 2008
Quando se diz que a política bateu no fundo , sobre ela , que mais se poderá dizer ? As cumplicidades são numerosíssimas , as teias são espantosamente grandes , os interesses em jogo de uma complexidade impressionante, e fazer com que tudo isto corra sem grandes « broncas » , é tarefa quase impossível . Mas vão-no fazendo !
Teremos de concluir deste modo, pois não se vislumbra um só sinal tranquilizador de que as coisas poderão estar a caminho de melhorias. Sem se perceber bem a origem do mal , o país afunda-se a pouco e pouco num atoleiro . Os sinais são inúmeros e vêm de toda a parte : do universo do futebol, do mundo da política, da relação dos portugueses com a televisão. E dela própria. A mediocridade banalizou-se , tornou-se normal. O mau gosto alastra. A honra das pessoas perdeu valor e qualidade . Ninguém pode saber, com toda a sinceridade , a maneira de mudar este estado de coisas. Não se sente que haja energia suficiente para inverter tal situação. Há uma espécie de entropia instituída, de conformismo e facilitismo, que puxa o país para baixo. Sempre para baixo !
Perderam-se as referências . Já não se identifica a mediocridade , o mau e o bom gosto misturam-se , confunde-se a esperteza com a falta de carácter , a ambição com o oportunismo. Portugal afunda-se num enorme lodaçal. A salvação já não é colectiva nem é individual, é fugir. Emigrar para retemperar forças. A mente ocupada esquece facilmente as agruras da vida , mesmo as mais penosas. Assim, o contacto com a realidade do país que temos torna-se mais difícil. A maioria das pessoas quereriam ser optimistas, até para criar uma onda de alto astral. Mas não dá . Tudo piora quando se houve ou lê, alguém responsável afirmar : “bons resultados para a nossa economia, o PIB cresceu 0,1 %”. Meu Deus, parece que vivemos num país de atrasados mentais ou que nos querem fazer passar por isso ! Falar claro e honestamente, sem medo de dizer ( mesmo a Hugo Chaves ), que a economia está estagnada. Ou pior, estagnada no fio da navalha!
Vejamos o que pensam os portugueses dos nossos partidos políticos e da Assembleia da República. Os últimos resultados das sondagens de opinião pública ( 2001 ) mostram a sensibilidade que as pessoas têm e que anda perto da realidade , quando muito pecando por defeito ; hoje este tipo de sondagem não aparece publicado e se aparecer ninguém acredita nela! A manipulação é prática corrente. Percebe-se pelas contradições. Até a nossa participação nos Jogos Olímpicos foi anunciada como um grande êxito ! Como é possível ?
“ OS PARTIDOS políticos e a Assembleia da República são as instituições em que os portugueses menos confiam , ainda menos do que nas seguradoras , revela um estudo sobre a imagem dos serviços públicos encomendado pelo governo. Dados que o Ministério ( Alberto Martins ) do governo socialista ( 2001 ) interpreta como preocupante do ponto de vista da qualidade da democracia . Entretanto as coisas só pioraram! E novos motivos de preocupação com a saúde do sistema político são encontrados quando se avalia o nível de identificação com os partidos : Para 53,7 % dos inquiridos não há nenhum partido político do qual cada um se sinta próximo . Nesta sondagem realizada pelo Centro de Sondagens da Católica ainda se conclui que as Forças Armadas , a comunicação social e a banca são , em contra partida , as instituições que mais merecem a confiança dos inquiridos “ . Em ordem decrescente os resultados foram : Forças Armadas 2.36% , Comunicação Social 2.34% , Banca 2.17% , Ordens Profissionais 2.13% , Administração Publica 2.11% , Patronato 2.08% , Tribunais 1.98%, Sindicatos 1.95% , Grupos Económicos 1.89% , Seguradoras 1.88% , Assembleia da Republica 1.86% , Partidos Políticos 1. 49%!
A credibilidade atingiu um nível tão baixo entre os portugueses , que alguma coisa tem que ser feita . Será que os mais altos responsáveis da nação não se apercebem disto?
A realidade é sobejamente conhecida, mas os responsáveis de todos os quadrantes, mais não têm feito do que, como em gíria se diz , “assobiar para o lado” .
Um regresso muito desejado a uma sociedade mais transparente, mais humana e com predomínio da dignidade pessoal, pode estar em perigo. António Reis Luz
Domingo, 24 de Agosto de 2008
O que faz acorrer certas figuras aos clubes , dá que pensar . Seria exaustivo fazer uma relação com os nomes de tantas e tantas pessoas que têm passado pelos clubes portugueses .
Acredito , muito sinceramente , que as motivações serão as mais diversas . Desde figuras que alcançaram notoriedade no campo político , em circulo fechado , e por isso desejam mais popularidade, com objectivo de voos mais altos .
Gente que atingiu tudo na vida , principalmente no mundo empresarial , mas que lhe falta atingir o reconhecimento público .
Outros, ainda, com intenções menos confessadas e finalmente uns tantos que se dedicam a servir a causa pública .
No seu conjunto, o futebol , movimenta hoje interesses importantíssimos. É dentro dele que mais se fala no famigerado « sistema » . Muitas pessoas acreditam que , neste mundo , as coisas não acontecem por acaso .
Parece haver , em determinados momentos , uma mãozinha invisível , a fazer acontecer o inevitável . Lá isso pode !
Muito se especula , nomeadamente em relação às arbitragens . Os árbitros estariam na opinião de muitos , sujeitos aos reflexos condicionados estudados por Pavlov , melhor dizendo , o mérito de cada actuação teria muito mais a ver com o modo como servia o “ sistema “ , do que pela exibição produzida em cada Domingo . Deste modo acabam sempre por descobrir , que só têm a ganhar , actuando de um certo jeito e a partir desse momento já o fazem instintivamente. Mesmo com assobios e vais à mistura .
As receitas dos clubes parecem ser outra fonte de mistério , pois não há dúvida , de que as despesas são impressionantemente elevadas . Os estádios só enchem , na melhor das hipóteses , meia dúzia de vezes por ano . As receitas das transmissões televisivas não podem chegar para tanto ! As quotas dos sócios de pouco valem ... enfim , que faz um certo mistério faz .
Nos tempos que correm , a população está tão alienada pelo futebol , que ninguém conseguiria admitir , fins de semana sem jogos da Liga de Clubes .
No fundo , o futebol mitiga muitos dos problemas do quotidiano ,que afligem as pessoas e as famílias .
Talvez por isso mesmo , ninguém ultrapassa a mera sensação que reside , em si mesmo, de haver um certo mistério à volta deste mundo do futebol . Estas linhas foram escritas, até aqui, em 2002 ( só um louco o faria ), hoje, vale a pena abordar o "Apito Dourado". Assim se chamou e começou em 2004 ! Meteu escutas telefónicas que ficaram gravadas ( a linguagem era vernácula) e vieram a público. Depois de sete anos de investigação e de processos judiciais, o “Apito Dourado” chegou à barra dos tribunais. Pelo menos alguns dos inúmeros processos. Ao todo foram 170 arguidos, mais o Presidente da Liga, que responderam às acusações de corrupção desportiva activa, passiva e prevaricação. Os árbitros, teriam beneficiado da oferta de artigos em ouro, "fruta " ( meninas)e outros presentes..... Aqueles que não agradavam, nas suas actuações, ao “sistema” , com a opinião dada pelo observador do jogo recebiam uma avaliação fraca. Instalou-se o medo entre eles! O "sisema funcionou mesmo, durante muitos anos. A verdade desportiva foi defraudada.
Alguns dos arguidos são figuras públicas, desde dirigentes desportivos, a autarcas e responsáveis pela arbitragem. Mesmo assim a "montanha pariu um rato", pois, só houve acusação para um limitado número de jogos. Era preciso expôr o processo publicamente, mas, sem grande profundidade...... para não assustar . Mudar alguma coisa, também, para que as coisas possam ficar, mais ou menos, na mesma! Vamos ver ....no futuro ?
Entretanto, na parte final , este processo foi chamado de " Apito Final" , Freitas do Amaral sentenciou como parecer: ".....não deixa ainda de sugerir aos responsáveis da FPF a realização de eleições intercalares para o seu órgão jurisdicional, considerando-o «ferido de morte e sem «condições, internas ou externas, para continuar a exercer as suas funções». O "sistema" afinal sempre existiu ! E talvez ainda exista !
António Reis Luz
Sábado, 23 de Agosto de 2008
Quando não há tempo, nem dinheiro, resta-nos uma voltinha pelos “blogs” de língua portuguesa. Sempre dá para ler e saber coisas diferentes, com gente diferente e num mundo diferente : citemos vários “flashes”, sobre a velhice:
“ É até uma coisa meio impressionante. Andamos pela rua e o que vemos é uma leva de velhinhos sentados nos banquinhos tomando sol, ou lendo o jornal, ou passeando com os cachorros. Se os cachorros cagam, eles não se abaixam pra recolher com o saquinho. Ou seja, o bairro tá lotado de velhinhos e cocós na calçada.
Pra não ser tão extremista, digo que as pessoas que aqui moram, se não são velhinhos (ou cachorros), são casais com filhos. Acho q pq o bairro é silencioso, já que só tem velhinhos. Óptimo pras crianças dormirem “...... mais :
“Apesar de querer fazer graça, queria dizer que pra escrever essas besteiras diárias, fujo um pouco do politicamente correcto. Mas o que é realmente impressionante, não é o numero de velhinhos no bairro, e sim o número de velhinhos activos que vemos por aqui.
Eles fazem de tudo, e quase sempre sem pudores. Fomos à praia 3 vezes no final de semana, e as mulheres com cabelos branquinhos tomavam sol de topless, assim como as jovens europeias. Esse lance de sentar no banquinho da praça e passear com o cachorro, fazem com uma expressão de puro prazer e simplicidade, e pasmem... a grande maioria é bem mais simpática do que o resto que vimos por aí.” Continuemos : “ E como se os impostos existentes não bastassem, desde que este governo de alucinados tomou posse anda no ar a ideia de lançar uma derrama sobre o irs que serviria, imagine-se, para financiar as autarquias...Então os gajos esbanjam que nem uns malucos em obras faraónicas de utilidade duvidosa, levam velhinhos a passear de avião, arranjam empregos para os bois todos, e depois vem pedir o meu rico dinheirinho?!?!? É já a seguir! É que é mesmo já...a seguir! Continuemos ;
O Presidente da Câmara Municipal do Alandroal achou por bem levar a passear os velhinhos do seu concelho. Por conta do erário público e, coincidentemente claro, a três meses das eleições autárquicas. “ Falta pouco ... ; “ Hoje em dia velhinho tá dando o maior ibope e eu não estou falando da novela do Manoel Carlos! Não adianta ser velho, tem que TER um à mão.
O facto é que eu fui levar o meu avó no hospital outro dia e todo mundo se encantou com a cena singela : “que coisa linda uma neta acompanhando o avô nos exames médicos”. Fiz sucesso com médicos, enfermeiros, pacientes... Uma loucura. Mas com os velhinhos a coisa funciona, é batata! Ouçamos ainda mais ; Por isso amiguinhos ao invés de reclamarem de seus avozinhos, levem-nos para dar uma voltinha. Se você não tiver avós, leve algum outro parente, ou alguém que esteja esquecido pela família num asilo qualquer. Não estou garantindo nenhuma promessa de casamento, mas é o tipo de coisa que agrada a todos. Eles ficam felizes pela sua companhia, pelo passeio e você fica com a sensação de dever cumprido, tranquilo, feliz por ajudar aos outros e, quem sabe, você mesmo.
Este é o mundo que temos. O mundo que fez este mundo. Talvez seja diferente se lermos um pouco, num semanário de grande expansão : “ Para Valentim Loureiro José Socrates é um primeiro-ministro bem aconselhado e muito eficaz. De resto ele até anda a copiar o que eu já faço há muitos anos. Até já anda a oferecer computadores e a levar os velhinhos a passear pelo país....”.
Ao lermos estas prosas, mais parece ouvirmos Hitler; ele preferiu atacar as mulheres, os velhos e as crianças nas câmaras de gás. Segundo ele nós, os velhos, não mais possuímos instintos selvagens. Somos covardes, sentimentais. Carregamos o peso de uma história humilhante e a lembrança confusa das épocas de servidão e de humilhação.
Mas a minha esplêndida juventude, não! “Com a juventude iniciarei a minha grande obra de educação, dizia Hitler. Com ela eu poderia construir um mundo novo. Minha pedagogia é dura. Faremos crescer uma juventude diante da qual o mundo tremerá. Uma juventude violenta, intrépida, cruel. É assim que a desejo. Continuava ele.
O mundo venceu Hitler na guerra, mas parece ter perdido a guerra, por ter ignorado que era preciso ensinar nas escolas, que há uma só vida e que ela comporta três fases a que ninguém escapa ; criança, adulto e idoso. Isto é o mais importante da vida.
Depois, e em nome da MORAL, devem ser instruídos os senhores presidentes de Câmara para pararem a ignóbil exploração política de pessoas enfraquecidas na sua vontade e meios. Se quiserem fazer excursões, que as façam com famílias e dessa forma unirão homens e mulheres, crianças, adultos e idosos . Lutemos contra os guetos. Recriemos a vida na sua plena dignidade .
António Reis Luz
Quarta-feira, 20 de Agosto de 2008
Tradicionalmente, costuma-se afirmar que os primeiros Jogos Olímpicos foram realizados na Grécia Antiga no ano 776 a.C., como uma importante celebração e tributo aos deuses. Porém, em 1896, um aristocrata francês, Barão de Coubertin, recuperou os Jogos, tentando reavivar o espírito das primeiras Olimpíadas, que passaram a ser realizadas de quatro em quatro anos desde então (como a tradição grega), tendo sido interrompidos apenas durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, os Jogos eram disputados apenas por atletas amadores. Entretanto, no fim do século XX, a competição foi aberta a atletas profissionais e crianças. Os gregos faziam uma oração no templo de Zeus para que as competições fossem justas. Pierre de Coubertin foi inspirado pelas suas visitas a colégios ingleses e estadunidenses, propondo-se a melhorar os sistemas de educação. Nas melhorias que visionava estava incluída a promoção da educação para o desporto, que ele acreditava ser uma parte importante do desenvolvimento pessoal dos jovens.
Actualmente, os atletas prometem, no juramento, honra, boa vontade e desportivismo. "O importante não é vencer, mas competir. Com dignidade." Esse era o lema do educador francês Pierre de Frédy, mais conhecido como Barão de Coubertin.
A primeira edição das Olimpíadas modernas foi marcada para a primavera de 1896, em Atenas . A principal luta do Barão de Coubertin foi impedir a presença de atletas profissionais nas disputas. Pierre de Frédy gastou praticamente toda a sua fortuna para colocar em prática o sonho da Olimpíada. Morreu pobre e isolado, em 1937, em Genebra, na Suíça. Como forma de reconhecimento, o seu coração foi transportado para Olímpia ( Grécia), onde repousa até hoje num mausoléu. O seu corpo repousa em Lausane, na Suíça. A manifestação do ideal olímpico, através do equilíbrio mente, corpo e espírito, valoriza a verdadeira liderança, naqueles que aspiram à integridade pessoal e querem alcançar a excelência, ou seja, equilíbrio em qualquer actividade profissional, educativa ou pessoal. Estes Jogos Olímpicos em Pequim, de 2008, terão sido aqueles em que a representação portugueses, obteve os piores resultados, em termos de medalhas conquistadas. Já no Europeu de futebol, deste ano, houve algo de estranho! Tudo isto seria de somenos, se a atitude dos nossos atletas se tivesse pautado por uma atitude de equilíbrio da mente, corpo e espirito. Ou se o juramento olímpico tivesse sido cumprido. Não terá sido assim, infelizmente ! Que as culpas não sejam todas assacadas aos atletas. É justo. Estes terão tido as suas ; declarações e actuações arredadas do desportivismo, honra e com a boa vontade, a ficar-se longe de uma atitude muito digna. Houve excepções a confirmar a regra. Também houve atenuantes, que roçam o estado geral do país, a influenciá-los. A verdadeira disputa nos Jogos Olímpicos é um verdadeiro teste ao espírito do atleta. Por esse espírito tem de passar o amor à verdade, à transparência e ao sacrifício ! A doença anda por aí.
Com Carlos Lopes, Rosa Mota, Aurora Cunha e outros heróis olímpicos portugueses, o contexto era diferente. Havia querer, espirito de sacrifício e grande vontade de ganhar. De ouvir o hino nacional também e sem tantas condições, como hoje são dadas. Foram muito dignos !Como podem estes jovens de hoje, saídos há pouco das escolas, até mesmo ainda estudantes, sentir-se quando sabem e percebem que são dados diplomas escolares a centenas de pessoas, sem trabalho ? Dados é o termo ! Com o único objectivo, de falsear as estatísticas. Neste plano estes exemplos na governação actual são muito latos ! O clima de facilidades nos exames é algo de muito contagioso no espirito do povo e mais, dos jovens. O mérito ignorado no exercício da profissão, muitas vezes premiando quem usou caminhos estranhos à verdade e à transparência, desmotiva ! Os presos que não cumprem as suas penas ! Claro que sim, sempre houve ! Mas nunca com a dimensão que há hoje. O facilitismo, a mentira, a denuncia e a falta de dignidade nas atitudes, estão aí ! Descaradamente, infelizmente . O povo percebe isto e muito mais ! Interioriza ! O que é pior .
Por último, uma palavra de respeito para meia dúzia de atletas que, ganhando ou não, tiveram um comportamento digno de campeões ( o povo sabe quem são). Alguns são portuguess por opção, nunca tiveram quem os ensinasse a amar uma pátria. Eles aprenderam sofrendo, muito. Um campeão olímpico tem de saber respeitar os adverários e ter como atitude trabalho (duro), humildade, ambição e liderança. Estes, mesmo quando perdem, são sempre campeões !
No resto, os meninos mal educados, cábulas e a quem fazem a "papinha" toda, nunca farão grande uma pátria. Sem desporto nas escolas, muita educação sexual e certificados "dados", está em marcha o progresso para a destruição, social , ecnómica e ambiental a que chamam “ Entropia”. Geralmente associada ao conceito subjectivo de desordem. Vivemos ignorando o lixo quando arrumamos a nossa casa ! Qualquer dia não podemos entrar ou ,viver nela. Fala-se do país, no seu todo ! O desporto poderia ser uma terapia . Infelizmente ...... está contagiado do mal geral. Depois do maior investimento de sempre! No ranking das medalhas, 19 dos 27 países da UE ficaram à nossa frente ! O habitual ! Igual a nós só o Panamá, declarou feriado nacional pela conquista da medalha de ouro no salto em comprimento ! Vicente Moura retirou o pedido de demissão. Tudo como dantes, o Quartel General em Abrantes.
António Reis Luz
Terça-feira, 19 de Agosto de 2008
A tentação pelo bem ou pelo mal, pelo justo ou injusto, deriva da condição humana. Não das convicções políticas; direita , centro ou esquerda. É este o caso das Leis do Arrendamento Urbano, ao longo de 94 anos ! Têm servido para todos os fins, menos na defesa do interesse nacional! O foco centrou-se nos “senhorios e inquilinos”. Mas, não é uma simples luta entre um grupo maioritário ( os votos ) e influentes -- os inquilinos -- contra um grupo minoritário e vitima da sorte -- os senhorios !
Todavia os verdadeiros interesses estão noutros centros de poder! Foi assim, desde 1914, quando Afonso Costa resolveu, pela 1.ª vez congelar as rendas. Seguiu-se-lhe Salazar. Não porque tivesse medo de perder as eleições.
Mas para ter na mão a pequena burguesia de Lisboa e Porto. Salazar nos anos 50, assumia a preocupação da ordem nas ruas e do crescimento económico. Mas os anos 30 foram anos de ataque ao direito de propriedade, com os proprietários a serem espoliados de todos os modos para se financiarem as grandes obras do regime. Fique sabendo que grande parte de Lisboa foi construída dos anos 30 em diante, com o objectivo de arrendar. Sim, foi a aplicação de poupanças. Deu emprego a muita gente e permitiu a muito mais ter habitação. De forma geral, os prédios foram construídos com esse fim específico. Não existiriam se assim não fosse. Para não descontentar ainda mais a classe média, decidiu congelar as rendas de Lisboa e Porto, medida esta muito injusta para os senhorios. Nessa altura, década de sessenta, o êxodo do interior para as duas grandes cidades fez disparar a procura de habitação, e não havia capacidade de investimento do Estado nem dos particulares para inverter a situação
Esta lei do arrendamento é um ataque ao direito de propriedade. Sempre e em qualquer lado. Com o 25 de Abril , no auge revolucionário, a defesa do congelamento das rendas agravou-se ! Era o Vasco Gonçalves no seu melhor! Muito mais extremista do que Afonso Costa .
Mais adiante, Guterres ainda tenta mexer neste imbróglio, mas bate com a porta . É a vez de Durão Barroso pôr mãos à obra, contudo, com o convite para Bruxelas, endereçou o problema para Santana Lopes. Pela sua mão foi apresentada para discussão e aprovação uma nova lei que se propunha corrigir os gravosos desvios anteriores. Jorge Sampaio dissolve a Assembleia da República e lá ficamos de novo sem correcção à lei do arredamento e sem PM. Marcadas eleições legislativas, no seu programa de governo o PS, propõe-se, apresentar uma proposta de alteração à lei do arrendamento nos primeiros cem dias de governo. Recorrendo a subtilezas e num discurso eleitoralista que dará cobertura a qualquer solução futura que venha a ser adoptada.
Qual é a urgência do Partido Socialista em rever a Lei do Arrendamento Urbano em 100 dias ? Com tanta coisa, ainda mais importante, para fazer?
Todo o País sentiu um arrepio devido à nova lei do arrendamento urbano que o Governo propôs, a Assembleia da República aprovou e o Presidente promulgou. A montanha pariu um rato tendo em vista os trabalhos de preparação que se alongaram por 4 anos, desde a posse do Governo de Durão Barroso até à data recente da publicação da lei.
Para reparar uma injustiça? Dos políticos ou da política, em geral, não será acisado esperar princípios morais. Por imperativos de fomentar o crescimento económico e a renovação urbana arrecadando, ainda, receitas fiscais? Seria uma boa razão . Contudo, neste âmbito é difícil agradar a todos, como gosta o PS ! Afirmou o PS como primeira preocupação para alterar a lei do arrendamento urbano a colocação no mercado de centenas de milhares de habitações que se encontram devolutas. Depois, a situação do mercado de arrendamento estava num caos!
De facto, a lei das rendas estava totalmente antiquada, e beneficiava mais o inquilino do que o proprietário. O Investidor que arrenda um imóvel para habitação, expunha-se a um risco elevado , mais valia investir em escritórios. Em 1975 congelaram-se as rendas. As poupanças dos emigrantes que eram canalizadas para a compra de casas para posterior arrendamento/rendimento, acabaram. Os proprietários viram-se abraços com aumentos ridículos, que mal chegavam para beber um copo. Tudo aliado a leis que obrigavam a recolocar os prédios em condições de habitabilidade ,com pagamento em rendas posteriores, cujo aumento, não daria a recuperação do capital investido em tempo útil. Inquilinos há, que deixaram de pagar cerca de dois anos, e com acções em tribunal para devolução do imóvel e pagamento das rendas, os juizes nada decidiam. É uma situação normal. Por todo o país, mas principalmente em Lisboa e Porto, bairros inteiros estão em completa ruína! São aos milhares, as casas que os senhorios não pretendem alugar. Dormem mais descansados. Embora tenham de pagar o IMI !
Em conclusão : os bancos substituíram-se aos tradicionais senhorios ! Desde há muitos anos. O mercado de arrendamento acabou ! A recuperação dos prédios degradados não se fez. A colocação no mercado, de centenas de milhares de habitações que se encontram devolutas, é mais uma promessa falhada deste governo !
Nesta lei o que é novo, é ir contra a tendência de toda a legislação posterior a 1978, a qual, timidamente, corrigiu alguns dos aspectos mais gravosos da legislação publicada no auge da Revolução de Abril . Na verdade aceita correcções nas rendas anteriores a 1990, mas com limites estipulados pelo governo e indexados à inflação. Qual inflação ? A que corrige os salários ? Sempre mais baixa em relação à realidade ? Este ano de eleições vamos ver !
O número de casos antigos, por razões naturais ( morte dos inquilinos), está em diminuição!
O futuro não pode deixar de passar pelo mercado de arrendamento. O “subprime” americano, aconselha novas cautelas. Já em 2001, último senso, do (INE), 76% das casas recenseadas eram ocupadas pelo proprietário.E também de acordo com o INE, em 2001, existiam cerca de 80 mil habitações vagas e disponíveis para arrendamento. Hoje estamos em cima de uma crise mobiliária de limites incalculáveis, e tal número há - de ser muito maior! A subida das taxas de juro, o elevado endividamento das famílias portuguesas e o facto de os bancos estarem a ser mais restritivos na concessão de crédito à habitação, poderão levar a que algumas pessoas comecem a optar pelo arrendamento. Os especialistas acreditam que a situação pode alterar-se nesse sentido. Parece ser de acreditar que o arrendamento vai surgir como necessário. Como pão para a boca !
Parece que tanto PS, como PSD, estão sintonizados nesta realidade e a pressa com têm mexido neste caso, assim parece demonstrar! Mau grado, as vicissitudes havidas. Terá isto a ver com aquilo de que tanto se fala : o financiamento dos partidos ? Ou com a necessidade de apoiar os construtores no negócio da recuperação de imóveis face, ao mais que previsível, arrefecimento na venda de andares ?
Alguém tem que recuperar a degradação das maiores cidades do país e devolver aos cidadãos o mercado de arrendamento. O governo actual, tal como Salazar nos anos 30, enredou-se em políticas que consomem recursos desproporcionados em favor de grupos, cuja actividade, em nada acresce à riqueza nacional. Mudar o betão pela recuperação imobiliária é algo que vai ajudar muito Portugal . O despesismo público afasta o investimento em sectores produtivos; o País empobrece e a colecta fiscal diminui ! António Reis Luz
Segunda-feira, 18 de Agosto de 2008
Muita gente sente o mesmo . Verga-se perante um autêntico campeão, mas cansa-se com a presença de alguém duvidoso ( nos seus créditos), muito tempo em primeiro lugar! Normalmente, começa a aparecer um chamamento para defender o segundo. Tal chamamento vem, dir-se-ia, do infinito ! Principalmente, quando há um apoio estranho à figura do camisola amarela ! Na nossa frente vê-se uma situação falsa. Forjada. Que o próprio aceita e sabe-lhe bem !
Estamos a falar do apoio dado, em concreto ou por omissão, a quem não dá provas e manipula constantemente. Os planos do “ ímpio “ são sentidos como setas envenenadas ! A repulsa de ver o “ justo “, barrado nos seus méritos, causa revolta. Tal acontece com as figuras do PM e da sua opositora, recente, MFL. A esta, tudo é apontado, faça ela o que fizer. Se fala, é porque fala, se não fala, é porque não fala. Se vai ou não vai ao Pontal . Se lhe perguntam o que pensa sobre a sexualidade, ela responde aquilo que pensa : “ tem por finalidade a procriação” . Então aparece a chacota dos ímpios. As sondagens de opinião são-lhe desfavoráveis. Sempre, faça ou não faça.
Mas a ele, JS, ou não perguntam, ou ele se escusa a responder para não se expor. Tomar uma posição, elucidativa da sua moral, é perigoso. Desafiar os Ímpios é perder as próximas eleições . Afinal o sexo é mesmo um divertimento, com ou sem amor, que o Criador pôs nas nossas mãos. É bom de todas as maneiras. Como o bacalhau pode ser cozinhado de mil maneiras. A solo ou acompanhado. Ou com todos, e nos locais menos indicados! O tal Criador, na sua bondade infinita, além do sexo podia ter-nos dado, logo à nascença tantas outras coisas ( para nos divertirmos), mas esqueceu-se ! Ou até podia ter criado só o homem ou só a mulher. O mundo ficaria deserto numa geração! Não haveria, preservativos, abortos, crianças abandonadas ou órfãs ! Nem divórcios . Nem leis para tal.
Nesta matéria ninguém deve dizer desta água não beberei. Mas, a isso, chama-se pecado para quem quiser acreditar nele. Quanto ao sexo tentemos entender o “ Cântico dos Cânticos :
Ele- Levanta-te ! Anda, vem daí, ó minha bela amada ! Eis que o Inverno já passou, a chuva parou e foi-se embora; despontam as flores na terra; a figueira faz brotar os seus figos e as vinhas floridas exalam perfume.....
Ela- O meu amado é para mim e eu para ele, ele é o pastor entre os lírios, até que rebente o dia, e as sombras desapareçam .
Quem não vê nisto, um hino à Primavera, ao renascer e à procriação, não vê nada. Quem não vê nisto o chilrear dos passarinhos, o rebentar das flores, os namoros carinhosos das aves e animais, então nunca pensou no sentido elevado da procriação. Não sabe o que é um filho desejado. Muito desejado. Só sabe o que é um filho, porque calhou. Daqui para a frente vamos entender o significado de um Ímpio e como eles, cavalgando o fácil e o cómodo, se tornaram uma maioria! Maioria essa que pode, de novo, dar a vitória eleitoral, ao menos preparado, ou melhor, ao mais Ímpio!
Terminemos ouvindo o que os Ímpios dizem do modo de viver a vida, facilmente:
“ Breve e triste é a nossa vida, não há remédio algum quando chega a morte. E também não se conhece ninguém que haja regressado do mundo dos mortos. Foi por acaso que viemos à existência e, depois, será como se tivéssemos desaparecido,,,,,, Vinde pois ! Gozemos dos bens presentes, tiremos prazer das criaturas com o ardor da nossa juventude ! E não deixemos passar as primeiras flores da Primavera. Nenhum de nós falte às nossa orgias .
O silêncio da MFL ouve-se muito longe. Muito mais longe do que a falácia ruidosa dos profissionais da manipulação organizada ! Bem pagos.
António Reis Luz
Sexta-feira, 15 de Agosto de 2008
Não ! Estão muito longe de serem os únicos . Mesmo muito. Parece ser coisa de economistas ! Aqueles a quem o povo paga o curso, para resolverem os problemas económicos do país ! Só que o país não tem capacidade para os perceber. A nossa economia não funciona. Com a crise internacional pior!
Pela terminação da palavra em títitulo, parece ter algo a ver com a inflação. Só que mais complicado! No fundo o povo conhece todas estas Marias, a quem eles chamam Felizbertas ! A inflação é uma coisa que tem a ver com a quantidade de batatas que a gente compra com o mesmo dinheiro. Quando, com o dinheiro bem contado, a gente leva menos batatas para casa, é a inflação . Ponto final . Agora para os economistas a conversa é outra. Falam de crescimento, variação de preços, deflator do consumo e do PIB etc. Mais “ core inflation”, Índice Harmonizado de preços no Consumidor, ganhos de produtividadeetc. ! É melhor ficar por aqui. Até nos faz dor de cabeça !
Bom, tudo isto lido em jornais que querem ser de grande expansão, torna-se mais complicado,99 % das pessoas nã entendem. Porque não fazem, simplesmente, uma reunião só de economistas ? Ou não tiram o Socrates e metem em PM um economista que seja o melhor. Ou dos melhores. Por exemplo o Governador do BP.
Os bancos também estão envolvidos nesta trapalhada ! Porque as taxas de juros também estão a fazer das suas ! E, estas, já são da sabedoria dos Bancos. Só que uns bancos querem baixar os juros ( estimular a economia ) e outros querem subi-las ( controlar a inflação. Então em que ficamos ? Nem queiram saber ! Uns dizem que a inflação é de 4 – 5 % ao ano, mas para outros, se for a tal “ core Inflation” já é só de 2 %.
Depois, isto também aflige muito entendido, pois o caso pode tornar-se incontrolável! Incontrolável ? Mas então com os salários na mesma e os preços a disparar, para o povo que tem de pagar a prestação da casa, os estudos dos filhos, os transportes, a alimentação em alta, etc. , não está já incontrolável? E para os que estão desempregados ou vivem do RSI ? Talvez o povo não tenha estudos para entender tudo isto. Os economistas disso não têm culpa. Coitados fazem o que podem. Até mais ! Que o diga o Dr. Constâncio. As voltas que dá à cabeça para nos fazer entender que em Portugal, está tudo bem !
Ainda não fica por aqui. O dinheiro está bestialmente caro e as matérias primas também. Pobres dos empresários. Só nisto, ( salários e matéria- prima ) lá vão 50 % dos custos ! Há o risco de começarem a abrir falências em série ! Coitados dos empresários. Quanto ao povo não há problema, já têm a flexisegurança ! E o subsídio de desemprego ! O governo já criou 130 mil postos de trabalho! E vai até aos 150 mil ! Não temos trabalhadores para tanto emprego!
Para o povo, entre os que lêem tudo, mesmo sem perceber nada, é assim que pensa: “ eu quero é com o mesmo dinheiro comprar sempre as mesmas batatas ! Claro, quando a inflação sobe é assim. Por aquilo que se entende, com dificuldade, é que os economistas estão divididos, uns querem que o povo fique com o mesmo salário ( sem correcção ! ) . Logo com menos batatas ! Outros, mais bonzinhos, querem que o salário seja ajustado da mesma percentagem, que a inflação subiu . Logo com as mesmas batatas. Outros, ainda, dizem que os salários não devem estar relacionados à inflação, mas , aos ganhos de produtividade. Claro . É assim mesmo . Se o Zé quer ir atrás da inflação, sem a perder de vista, então, deve é trabalhar mais. Se não come menos ! Porque batatas são batatas. Não dá para esticar ! Em que ficamos ?
Trabalhar mais, comer menos, vestir pior , não fazer férias, pagar juros mais altos, vender o carro ( se o tiver ) etc. e não pedir aumento! Por aqui nos ficamos, antes que nos chamem demagogos . Não, sem antes deixarmos ficar uma pergunta ingénua. Muito ingénua mesmo !
O povo ao ler isto vai, certamente, ficar com a sensação de que é ele que resolve a crise? Pois tudo passa por ele ! Quando à crise é ele sempre ele que aperta o cinto. Faz lembrar o Salazar; prendam os suspeitos do custume.
Tal como já aconteceu com o défice das finanças públicas ! Apertámos o cinto e ele desceu. O povo está desconfiado que ainda haverá muitos mais furos para apertar. Coitado, pensa assim , porque não tem instrução para mais. Mas se por acaso estivermos errados e o povo estiver certo ? Caberá, então, perguntarmos: afinal para que servem os economistas ? Só para assustar o povo ? António Reis Luz
Quinta-feira, 14 de Agosto de 2008
São muitos a afirmar que o cão é o melhor amigo do homem. Uns serão, outros talvez não. Mesmo assim, por vezes, alguns parece que pensam ! Logo, se pensam existem, e se existem têm direitos. O menor deles não será a necessidade de fazerem as suas necessidades. Por esta razão maior, demos um salto ao site da CMO. Numa terra tão poluída como Queijas, este não é um problema a menosprezar. Reproduzimos na integra um texto no seu contexto, da CMO:
“Pouco depois chegou o Nuno e aí as coisas começaram a melhorar substancialmente. Fomos até Queijas ver um projecto que a Ana (outra estagiária) tem que alterar, porque depois de concretizado no terreno, a vereadora decidiu que queria a área canina num local diferente do previsto…e entenda-se área canina não como a caixinha de 1×1 com a areia, o dito poste e uns saquitos mas sim uma área relativamente grande, que aqui terá cerca de 120 metros quadrados, devidamente vedada, onde os cães podem correr livremente e que é alvo de intervenção paisagística, com plantação de arbustos e herbáceas resistentes e aromáticas que os canitos parecem apreciar muito, bem como diversidade de superfícies, areia, relvado…etc.
Depois voltámos para o gabinete nos Serviços Técnicos da Câmara Municipal que são ali no Oeiras Parque.”
Até aqui tudo bem. Os cães pensam, logo todos os dias, não esquecem das suas necessidades. E muitos cães dão origem a muitas necessidades. Agora pergunta-se, e quem limpa ? Com que periodicidade?
Mesmo sem resposta, presume-se que, com optimismo, haverá sempre um pouco de odor no ar. Moscas, melgas e mosquitos também . Com prédios e moradias, escolas e centros comerciais por perto etc. Quer isto dizer que todo o cuidado é pouco com este hotel para cães. Com a saúde pública não se brinca!
É bem capaz de haver algum espaço mais apropriado do que este que se apregoa. Ou seja, um jardim. Veja-se, com lago e tudo ! Também já teve bonitas flores. Também do jardim mais antigo de Queijas, dito de Cesário Verde, tiraram-nas todas e meteram nele relva num chão com ondas . Já que não temos praia, nem passeio marítimo, ficamos com as ondas ! De jardim, " nicles". Assim é muito mais barato tratar dele . Quanto a flores, até estão sempre a murchar!
A ser verdade e tendo sido o jardim todo arrasado, bancos arrancados, lago desfeito, que terá acontecido naquelas bandas? “Vão fazer outro, aquele estava mal feito”, disseram os homens que lá estavam a trabalhar! De facto é um estranho jardim. Começou há uns sete anos. Teve altos e baixos na sua conservação e qualidade ! Começou, para aliciar à compra dos andares contíguos, e nunca se soube, ao certo, quando a CMO assumiu a sua responsabilidade nele! Até hoje tem sido um enigma. Hoje virou WC de cães!
Nos restantes 3/4 do jardim que sobram do WC , plantas, árvores e arbustos foram arrancados e levados . Muito antes já tinham vindo 7 palmeiras. Depois de 3 semanas com as raízes ao sol e com aspecto de que dificilmente sobreviriam, levaram-nas. Certamente foram morrer longe para não poluírem o ambiente antes dos caninos. Uma desgraça nunca vem só. Num belo dia de verão chegaram mais de uma centena de pequenos vasos. A população de Queijas habituada a pouco, estranhou. Anda tudo muito intrigado. De vez em quando levam uma regadela, nas que não são roubadas ! Há muitas a precisarem de tratamento em ortopédico ! Não tardará que não desapareçam todos os vasos !
Com surpresa olha-se para uma placa : CMO – Espaços Verdes, três meses de obras valor de Euros 58.338.62 mil !
Para que não haja surpresas, aconselha-se a CMO a visitar outros terrenos nas traseiras da Agencia da CGD. Gastou-se ali muito dinheiro em plantação de árvores, com rega automática e o chão está pejado de cocó de caninos ! Frente a uma escola de crianças bem pequenas ! Estranhamente a junta tão preocupada que anda em fazer pequenas obras ( fazem as suas delicias) não dá por nada. Espera-se que não vá acontecer o mesmo que aconteceu na Alameda de Queijas. Os técnicos da CMO fizeram e desfizeram recomendações da Junta ( outros tempos) e muita coisa teve de ser reposta face aos cuidados e necessidades da população ! Que se discute na Assembleia de Freguesia ?
Francamente, estão passados quase 4 anos e nada se fez em Queijas ! Vive-se do que estava feito de trás, muito de trás . Com o aquecimento global, a subida da temperatura e o degelo, ainda teremos uma praia em Queijas. Nessa altura talvez tenhamos " um passeio marítimo".
António Reis Luz
Quarta-feira, 13 de Agosto de 2008
Este é um novo e grande desafio para que o povo português faça a sua descida ao fundo do poço. No mundo esotérico há muita convicção de que a verdade está no fundo do poço.
Em boa verdade parece mesmo que a verdade está no fundo do poço. A descida até lá é decerto desanimadora e sofredora .... mas é lá que está a verdade. Tem de ser verdade que todo aquele que não ficar a meio, mas descer efectivamente ao fundo do poço é um esoterista por inteiro. O esforço para se descer a grande profundidade e a angustia de não sabermos o que vamos encontrar, ou se voltamos, redobra a coragem e alegria na subida.
O nosso problema de hoje é a falta de preparação de que cada português individualmente e do colectivo nacional para combaterem os seus monstros interiores. Fizeram de nós seres fracos pela ausência do sacrificio continuado. Os grandes campeões nunca o serão sem que antes tenham bebido muitas lágrimas ! Sem terem caído ,exaustos, vezes sem conta. Leventando-se a sofrer!
Neste sentido o poço é um símbolo verdadeiramente universal. Odim, ao beber a água do poço, conseguiu o conhecimento dos acontecimentos passados, presentes e futuros. De certo, logo a seguir a uma viagem de todos nós ao fundo do poço virá à nossa alma colectiva de portugueses, a mesma força que fez com que este povo entrasse pelo mar dentro cheio de confiança e orgulho e, sem surpresa, ficasse frente a frente com gente de outros credos, raças, culturas e riquezas. E com eles aprendesse e ensinasse sem reservas o modo espiritual de estarmos no mundo.
A lenda de Artur e do Graal, remete-nos para duas realidades fundamentais e que se complementam:
- Uma na linha da individualidade aponta a busca da iniciação espiritual ( demanda do Graal ).
- Outra no sentido da restauração de ouro. Um reino no qual poderemos encontrar de novo a harmonia entre os homens e a comunicação entre estes e o divino. ( O regresso de Artur).
O eremita Trevizento informa o sobrinho Parsifal, da tradição do Graal e dos seus guardiões ( os Templáros ) : É pela virtude da pedra "Lapsit exilis "que a fénix se consome e se transforma em cinzas. Mas é destas cinzas que renasce a vida, a fénix renascida. António Reis Luz
No presente, Portugal é um país constituído por três espaços territoriais (as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, no Atlântico, e o Continente, na orla atlântica da Europa).
Num jeito simples podemos dizer, ou concluir, que depois de perdermos o nosso Império Colonial estamos reduzidos às nossas fronteiras com a vizinha Espanha ! Atingimos o ponto mais baixo desde a nossa Independência, pois nessa fase da nossa história a dinâmica nacional era de expansão e desenvolvimento. Hoje é, com optimismo, de estagnação !
No mesmo jeito podemos pensar que o Portugal de hoje se ficou pelas fronteiras primitivas, perdendo as fronteiras de potência Colonial e Imperial. Nada disto está, todavia, mais fora da nossa vocação cultural como um povo que levou a bandeira de Cristo por todo o mundo.
É verdade que hoje já não podemos conquistar o mundo navegando em misteriosas caravelas, as lanchas voadoras dos barões da droga rir- se - iam de todos nós.
Hoje já não há mundo para conquistar com a visão do mundo de mil e quinhentos.
Hoje há mundo para abraçar com a visão de uma globalização que leve uma vida digna a toda a humanidade e onde todos se respeitem sem reticências.
Neste mundo temos as fronteiras ainda mais abertas porque essa sempre foi a nossa vocação colonialista e imperialista mas acima de tudo evangelizadora.
É por estas rotas que no futuro temos de navegar, não em caravelas mas em espirito e desse modo rasgar novas e mais largas fronteiras.
Onde terminarão as fronteiras de segurança de uma NATO à qual pertencemos, e se vê desafiada pelos actos terroristas sem quartel?
Onde estarão as fronteiras económicas da nova União Europeia que queremos ajudar e nos está a ajudar ?
Onde terminarão as fronteiras da cultura espiritual que em bandeiras já levámos como religião pelo mundo inteiro ?
E que tal como membros da ONU ? E da CPLP ? Fazê-lo de novo !
A este oceano podemos chamar de Mundo Global!
É que nós portugueses que há centenas e centenas de anos viajámos em caravelas, e descontando certos desvios que só comprovam a permanente existência do mal, sempre abordámos outros e as outras civilizações e culturas, com pleno respeito por elas.
Nós portugueses, tal como o famoso chefe índio de Seatle, também, “ soubemos uma coisa que talvez muitos outros homens brancos não tenham sabido, o nosso Deus é o mesmo Deus.”
Parece estar próximo o momento de Portugal percorrer novos caminhos em novas missões, desta vez não marítimos mas espirituais, seguindo a mesma vocação esotérica que fez de D. Afonso Henriques um templário iniciado.
Todavia, as nobres missões que Portugal cumpriu no último milénio deixaram-nos de certo modo exaustos como povo, mesmo perdidos e com pouca identidade.
O materialismo e o consumismo mal entendidos afogam o homem e uma nação fazendo-os deixarem de alcançar as novas fronteiras que estão ali mesmo à vista !
E porque a nova mudança de fronteiras e missões nos vão obrigar a novas atitudes, novos valores e aberturas de espírito, parece oportuno e muito conveniente que Portugal, num todo, dê um tempo e pense nas palavras do mestre gnóstico Monoimo :
“ Abandonai a busca de Deus e da criação e demais questões de índole semelhante. Procurai tomando-vos a vós próprios como ponto de partida. Aprendei quem é que, dentro de vós, vos faz ser tudo quanto há e diz, “ Meu Deus, minha mente, meu pensamento, minha alma, meu corpo. “ Aprendei as fontes da tristeza, da alegria, do amor, do ódio, ( ... ) e se investigares cuidadosamente estas questões descobrireis Deus em vós próprios.” António Reis Luz
Terça-feira, 12 de Agosto de 2008
Existiram quatro impérios: • o Império Grego – aglutinando todos os conhecimentos e toda a experiência dos antigos impérios pré-culturais; • o Império Romano – juntando toda a experiência e cultura gregas e fundindo em seu âmbito todos os povos formadores, já ou depois, da nossa civilização; • o Império Cristão – fundindo a extensão do Império Romano com a cultura do Império Grego, e complementando com elementos de toda a ordem oriental, entre os quais o elemento hebraico); * o Império Inglês – distribuindo por toda a terra os resultados dos outros três impérios.
O V Império é um Império desejado por Fernando Pessoa, que este espera que Portugal o crie. Basicamente o V Império, esse tão esperado, consiste na reunião das duas forças separadas há muito, mas há muito que se estão a aproximar: • o lado esquerdo da sabedoria, isto é, a ciência, o raciocínio, a especulação intelectual; • e o seu lado direito, ou seja, o conhecimento oculto, a intuição, a especulação mística e cabalística. Este Império Português caso viesse a existir seria ao mesmo tempo um império de cultura e um império universal.
Que Portugal é um país predestinado no mundo e para o mundo, a sua história parece comprová-lo. Mesmo como país predestinado, nunca poderíamos fugir aos ciclos, mesmo andando, como por vezes parece, em contraciclo ! Provavelmente por isso mesmo. Só andando com o passo trocado, em momentos determinados, podemos liderar um novo ciclo. Englobados dentro de um ciclo, nunca alcançamos os lugares cimeiros.
“… Quase ao mesmo tempo emudeceu a lira de Camões e parou a pena de João de Barros, o cronista da Índia. A providência levou-os a todos quando a Pátria já não precisava dos cantos do Poeta, nem das crónicas do Historiador, nem dos cálculos do Cosmógrafo...”.
À medida que foi sendo consolidado o comércio na rota das índias, a partir da sua descoberta em 1498, a coroa foi absorvendo gradualmente os poderes da Ordem de Cristo. Até que em 1550 o rei D. João III fez o papa Júlio III fundir as duas instituições. Com isso, o grão-mestre passa a ser sempre o rei de Portugal, e o seu filho tem o direito de sucedê-lo também no comando da Ordem de Cristo e das expedições.
Por esta ou outra razão depois de se ter atingido o apogeu de Portugal o nosso país vai começar a entrar em declínio até se extinguir todo o Império !
O declínio irá atingir Portugal em todos os seus aspectos mais essenciais, nomeadamente nos valores morais dos seus cidadãos. Sem eles o país, no seu conjunto, perde a confiança. Os timoneiros, eleitos ou não, igualam-se por baixo.
..... Desprezam os gostos e os valores; o mau gosto torna-se sinónimo de requinte o idiota passa por genial, cantores medíocres são vistos como estrelas. Já não há em Portugal mais lugar para um bravo Português......
Bater bem no fundo é o inicio do virar de página. São os ciclos que ocorreram em todas as grandes civilizações. Portugal e os Portugueses têm de acreditar no V Império de Fernando Pessoa.
António Reis Luz
A antiga figura de um “Regedor” ou de um actual “Presidente de Junta”, deve ser de tal modo abrangente e neutral nas suas funções , que jamais deveria ser manipulada pelas esferas de acção de “grupos”, lóbis, ou mesmo, dos partidos. Os políticos em geral também. Manipular é exercer coacção, é retirar liberdade de expressão e decisão. Podem e devem, tais figuras, dialogar com o seu partido, como devem fazê-lo com toda a gente, principalmente para elucidar os eleitores da sua autarquia. Será o seu desempenho ao longo do mandato e a forma como a população o for apreciando, ou não, que o seu partido deve ter em conta ! A opinião pública é a bússola orientadora. Opiniões avulsas ou envenenadas só devem ter um destino ; o caixote do lixo. Infelizmente os partidos não funcionam assim. É criminoso que um autarca com o apoio total da população seja afastado por motivos políticos( quais ?) pelo seu partido, da sua mais que justa reeleição. Tal só pode significar que “alguém” quereria que tal presidente não fosse um servidor público, mas sim alguém totalmente dependente do partido (ou grupo), que o julga possuir ! Isto é maquiavélico ! Representa tudo o que vai de mal no nosso País. Envolve o problema do financiamento dos partidos. E muito mais do que isso ! A falta de dignidade, também. Não ocupamos os último lugares no “ranking” da EU dos maus exemplos, por acaso . Estamos lá porque o caminho que seguimos não é o melhor para o País nem para a nossa população. Uma cadeira de política e civismo deveria ser leccionada nas nossas escolas . Porque Política e Civismo deveriam andar de mãos dadas desde os bancos da escola. E não andam ! Se andassem, provavelmente, tudo mudaria para melhor. De pequenino se torce o pepino, diz o povo. Leccionar valores indispensáveis a uma política transparente e não sectária. Leccionar o respeito pelo próximo. Leccionando, só quem estivesse acima , bem acima, da corriqueira e baixa politiquice actual, mudaria o mundo e o nosso país. Infelizmente ensina-se alguma política em Portugal, mas leccionada por gente que não o deveria fazer. Fora de tempo. Quando o aluno já não é menino ! Tem que haver outra política porque esta, a que temos, não presta a título nenhum. Ela é indigna, e se o não é, então que se encoraje o debate público com total transparência. Pergunte-se à população se querem esta ou outra política, mas entretanto dêem-lhe garantias de que ninguém será perseguido por falar abertamente destes problemas. Vivem as facções, grupos e tendências acomodadas dentro dos partidos mas, de uma forma rigorosamente sigilosa! Porquê ? O que é que se pretende esconder? Será que têm cobertura constitucional ? Passam por legislação aprovada no parlamento e tiveram aprovação do Presidente da República ? Se nada disto existir, porque se pedem provas ao ser levantada a ponta do véu destas questões ? Porque se castiga quem não esconde ou pactua? Castiga-se marginalizando ! Cobardia . É exactamente por isso que se diz ,com toda a arrogância e sensação de impunidade : “prove o que diz”. É isto que faz medo às pessoas.É isto,que as inibe de falar não só sobre os “lobbies”, mas sobre todo o edifício que está montado no sistema político ! Há gente de mais a fingir que não sabe ! Gente muito responsável, ou seja, gente que o deveria ser. De facto a nossa democracia está a transformar-se num gigantesco mensalão. Parafraseando outros tempos e outros lugares dir-se-á : Já não há em Roma mais lugar para um bravo Romano. ...... António Reis Luz
Segunda-feira, 11 de Agosto de 2008
( Pura ficção)
Convidam-se os leitores para quando ao lerem este artigo, se sentirem
como se estivessem a vogar, não na água de um rio, mas sobre ela.
Este rio, quere - se que represente o estado a que o nosso país chegou, envergonhadamente, na cauda dos países da União Europeia, em tudo que é negativo.
Podem mesmo imaginar esse rio, um daqueles com água pouco transparente ( a poluição ! ) e fria , naturalmente também pouco profunda . A sua torrente vai esbarrando e manchando as imensas pedras espalhadas no seu leito, sem que a água nunca as cubra, nem lave.
Assim, voaremos entre o real e o imaginário, visionando do alto o nosso país. As pedras representam os nossos problemas e as nossas dúvidas. De cima percebe-se melhor ! Vê-se com mais clareza . O afastamento é proveitoso .
Com a publicação deste artigo pretende-se somente levar as dúvidas , sobre a sociedade em que vivemos, até às pessoas que não têm acesso a todo um mundo que se presume existir, pelas contradições visíveis, inexplicáveis e frequentes, que qualquer observador atento pode detectar , diríamos, no seu dia a dia , com um pouco de espírito de observação .
Quem ouvir os noticiários , ler os jornais e alguns livros e for ouvindo os telejornais , procurando estabelecer uma relação entre as várias notícias , depara certamente com acontecimentos aparentemente sem lógica , mas que se percebe não acontecerem por acaso , tal o grau de eficiência que existe na sua execução. É como se um conjunto de pessoas, não expostas, mas muito influentes, através de um complicado sistema de cordelinhos, conseguissem encaminhar todos os acontecimentos a seu belo prazer, supõe-se também que com vantagens próprias asseguradas .
Provavelmente tudo não passará de simples coincidência, ou mesmo pura alucinação. Digamos, o imaginário a funcionar.
Mas, em boa verdade e realidade, os valores são relegados e combatidos, as teorias do “relativismo” são acarinhadas e defendidas .
O mau uso e concepção da “tolerância” atiram - nos para o meio do extenso “lodaçal” em que vivemos.
O mérito, a honestidade, o desempenho, a competência e a inteligência das pessoas parecem ser um estorvo à funcionalidade do “Sistema” que tudo controla.
Este, prefere o servilismo de legiões de “clones” onde abundam o oportunismo, a denúncia, e a incompetência, ou mesmo, o analfabetismo endémico.
Dessa forma conseguem um total domínio estruturado, no mau sentido, da nossa Sociedade Civil ! Foi assim que se deu o aparecimento da descrença e da desmotivação colectivas, por todo o País. A suspeita e o desencanto são o estado de espirito do povo.
Qualquer pessoa mais resoluta e forte no seu carácter, é sempre traída no seu idealismo pelo poder, pela corrupção e pela mentira.
António Reis Luz
Os Sete Dons do Espírito Santo são os valores centrais que se procuram no culto ao Divino. Estes dons, associados à esperança da chegada de um novo mundo, mais justo e sábio, são o que une os devotos do culto do Divino Espírito Santo, num contínuo doutrinário que assenta no joaquinismo medieval, e hoje dá vida à Irmandade do Divino Espírito Santo.
A melhor definição destes dons é aquela que vem directamente do povo que os sente. Para isso vale a pena, recorrendo a Luiz Fagundes Duarte, transcrever o depoimento de um lavrador já octogenário da ilha Terceira, Açores, chamado Gregório Machado Barcelos, recolhido em 1996 por José Orlando Bretão. Nele encontra-se, "vertida no sabor do vernáculo popular e da tradição oral", toda a súmula doutrinária e de bom comportamento social que tem por centro e por representação o Espírito Santo. Perguntado o que sabia acerca dos dons do Espírito Santo, assim terá respondido:
- "É bom que o senhor me pergunte, porque acho que na cidade falam, falam e acertam pouco. Sem ofensa, até acho que não sabem nada, de nada. Mas eu digo como é que meu pai dizia e o pai dele lembrava muitas vezes como era. Eu digo que os dons do Espírito Santo são sete e são sete porque é assim mesmo, é um número que vem dos antigos, como as "sete partidas do Mundo" ou os "sete dias da semana" e não vale a pena estar a aprofundar muito porque não se chega a lado nenhum e só complica. E o primeiro dom do Espírito Santo é a :
- Sabedoria – é o dom da inteligência e da luz. Quem recebe este dom fica homem de sabença. Os apóstolos estavam muito atoleimados e cheios de cagança e veio o Divino que botou o lume nas cabeças deles e eles ficaram mais espertinhos. Depois vem o dom do :
- Entendimento. Este está muito ligado ao outro, mas aqui, quer dizer mais a amizade, o entendimento, a paz entre os homens. Este é assim: o Senhor Espírito Santo não é de guerras e quem tiver patife dum vizinho deve de fazer logo as pazes que é para ser atendido. E o terceiro dom do Espírito Santo é o do :
- Conselho – o Espírito Santo é que nos ilumina e indica o caminho. É a luz, o sopro ou seja, o espírito. É por isso que tem a forma de uma Pomba, porque tudo cria e é amor e carinho. O quarto dom é o da
- Fortaleza, que vem amparar a nossa natural fraqueza – com este dom a gente damos testemunho público, não temos medo. Quem tem o Senhor Espírito Santo consigo tem tudo e pode estar descansado. Depois vem o dom da
- Ciência, do trabalho e do estudo. O saber porque é que as coisas são assim e não assado. É não ser toleirão nem atorresmado como muitos que há para aí. O senhor sabe! O dom da
- Piedade e da humildade é o sexto dom. Quer dizer que o Senhor Espírito Santo não faz cerimónia nem tem caganças. Assim os irmãos devem ser simples e rectos. E depois, por derradeiro, vem o sétimo dom que é o
- Temor mas não é o temor de medo. É o temor de respeito – para cá e para lá. A gente respeita o Espírito Santo porque o Senhor Espírito Santo respeita a gente. Temor não é andar de joelhos esfolados ou pés descalços a fazer penitências tolas: é fazer mas é bodos discretos com respeito mas alegria que o Espírito Santo não tem toleimas nem maldades escondidas. É isto que são os sete dons do Espírito Santo e o senhor se perguntar por aí ninguém vai ao contrário, fique sabendo."
Zé Povinho
Desde a ocupação romana da península até 1830 , ou seja, grosso modo, até à revolução liberal, a freguesia não é autarquia local. É um período caracterizado pela existência de freguesias como elementos da organização eclesiástica , mas sem qualquer inserção na estrutura da Administração Pública do país.
«Freguesia» é uma palavra que vem de «fregueses», e «fregueses» vem de «filii eclesiae» (que deu filigreses, e depois fregueses), expressão que significava «filhos da Igreja», isto é , a comunidade dos fiéis em torno de um pároco que representa localmente o seu bispo. Os órgãos eleitos pelos «fregueses» eram chamados , de acordo com a tradição da época, Juizes. Mais tarde, estes juizes chamaram-se «Juizes de vintena»- designação tradicional que se dava aos encarregados de resolver os problemas de convivência e de economia rural que se punham aos habitantes das freguesias.
E assim se chega ao período , que começa quando a revolução liberal, a partir de 1830, incorpora a freguesia no sistema nacional de administração pública. Foi uma fase de grandes indecisões e de substituição rápida de soluções. O 3.º período , de 1878 para cá , inicia-se com o Código Administrativo de Rodrigues Sampaio (1878), em virtude do qual as freguesias entram definitivamente na estrutura da nossa Administração local autárquica. Assim se têm mantido até hoje, embora, como vimos, sem uma função muito relevante até 1974.
Podemos afirmar que a Freguesia é uma consequência lógica da evolução das Paróquias cujo começo teve origem em 1830 pelo Decreto n.º 25. A partir dessa altura e na base desse Decreto em cada Paróquia haveria “uma junta nomeada pelos vizinhos da Paróquia e encarregada de promover e administrar todos os negócios que forem de interesse permanente local”. A partir de então passaram as Paróquias/Freguesias a fazer parte, como autarquias locais, do sistema administrativo público do Estado.
Ao longo destes 172 anos, apesar de várias tentativas para extinguir as freguesias , estas, ao contrário revitalizam-se. Hoje as Juntas de Freguesias são órgãos do Estado que se afirmam , cada vez mais , junto das populações quer pelo trabalho que desenvolvem quer pelo empenho que manifestam na defesa dos interesses locais. A título meramente informativo mas com o objectivo bem definido de todos os leitores poderem aferir do que era a Paróquia/Junta de Freguesia ao tempo, realçam-se alguns aspectos bastantes curiosos:
1-Têm voto na eleição dos membros da Junta e secretário da junta da Paróquia todos os chefes de família ou cabeças de fogo , domiciliados na área da Paróquia.
2-Era ao regedor da Paróquia que competia presidir à junta e dirigir os seus trabalhos . Além do gesto administrativo da junta, era da sua competência manter a ordem pública , procurando prevenir ou dissipar qualquer rixa , tumulto ou motim.
3- Perante uma morte violenta era competência do regedor não consentir que o cadáver fosse enterrado enquanto o Juiz de Fora ou do Crime não viesse fazer o exame com médicos ou cirurgiões.
4-Também era da sua competência no caso “flagrante delito” ou em seguimento dele prender as pessoas envolvidas, remetendo-as dentro das primeiras 24 horas contadas a partir da hora da prisão , ao Juiz de Fora ou do Crime debaixo de guarda segura acompanhado do respectivo auto que tivesse sido lavrado.
5- Outro aspecto mais de acordo com a hoje chamada Solidariedade Social estava na competência do regedor em recolher quaisquer crianças achadas ou abandonadas na área da Paróquia e encaminhá-las para a roda dos enjeitados do Concelho provendo à sua sustentação e condução; se algum vizinho da Paróquia quisesse encarregar-se da criação e educação gratuita e caritativa da criança desde que fosse considerado pessoa capaz para o fazer, o regedor entregava-lhe a dita criança lavrando-se auto de Entrega que após assinado seria remetido ao Juiz de Órfãos etc.
Não será porém de admirar que apesar de estar consagrada uma verdadeira autonomia das Freguesias no n.º2 do art.237 da Constituição da República Portuguesa estas ainda não o tenham conseguido por vários motivos onde a componente de autonomia financeira tem um forte peso.
António Reis Luz
Os portugueses parecem ter uma relação estranha com a democracia. Andam muito desconfiados. Por um lado não admitem nenhum outro tipo de regime. São republicanos, democratas radicais e parecem envergonhar-se do regime monárquico que os governou oitocentos anos. Parecem querer ignorar o esplendor que Portugal atingiu no mundo inteiro, nesse período !
Por outro lado, olham para os políticos eleitos por nós, empoleirados em Lisboa ou bem instalados nos edifícios públicos de todo o país, e sentem - se constrangidos e mal, mesmo muito mal, representados.
Aqui mora o estranho dessa relação : para a maioria dos cidadãos, aquelas caras são os seus representantes legítimos. Será isto verdade ?
Porém , sentam por eles, quase sempre, um sentimento que abarca desprezo e repúdio, raiva e indiferença, asco e desconfiança . Se quiserem, ainda muito mais do que isto ! Sem exagero.
Vivemos longos anos debaixo de uma ditadura instalada. A grande maioria habituou-se ! Até achava que não era mau de todo. Só que os interesses das grandes potências exerciam sobre Portugal e as riquezas das suas colónias, uma feroz pressão. Lá, Portugal tinha de tudo ! Petróleo, ouro, minérios, madeiras etc, e o respeito dos indigenas !
Eram tudo coisas muito apetecíveis .
Então, aliciados alguns promissores democratas ( ? ) internos, a máquina de propaganda internacional enchia os ouvidos do povo com as qualidades supremas da democracia ! Prometer mais e melhor é fácil e resulta. Hoje continua assim ! Naquela época já se olhava para S.Bento e tínhamos vontade de chorar. Mas tínhamos um álibi: a maioria daquelas figuras estava lá contra a nossa vontade.
As instituições foram minadas, a credibilidade governativa também e o império foi caindo. O regime interno do continente também, e veio o grito de liberdade !
Através de reivindicações profissionais o regime, dito ditatorial, caiu . Veio a liberdade e com ela o assalto ao poder pelos menos preparados em todos os sentidos. A herança fascista deu de comer a muita gente que nunca tinha querido trabalhar. Muitos outros tiveram de fugir. Ainda hoje é arriscado proclamar esta verdade ! Cada vez mais !
Decorridos mais de trinta anos e entrados no século XXI, após a necessária redemocratização, boa parte da sociedade portuguesa continua com um travo amargo na boca ao olhar para os políticos. É como se tivéssemos um corpo estranho na alma !
Só que, agora, não temos que engolir em seco: fomos nós que os pusemos lá! Será assim ? É melhor nem saber.
Mas que somos os verdadeiros responsáveis por toda esta bandalheira, pela falta de carácter e de vergonha, pelas patetices e pelas mesquinhices que eles perpetram. Nisso estamos todos de acordo. Pela bancarrota também !
Vários desses elementos, que na época da ditadura deplorávamos por nos terem sido impostos, são hoje recordados por muita boa gente como figuras respeitáveis e com méritos acima dos actuais eleitos em democracia !
O famigerado ditador, Oliveira Salazar, foi considerado a maior figura de sempre deste país, em programa televisivo de grande audiência. Muitos portugueses terão participado na sua nomeação! O povo interroga-se: não queremos a ditadura, mas esta democracia também não. Não haverá outra coisa para escolher ?
Os mais radicais afirmam que ao estado a que isto chegou, já nem vinte Salazares chegariam para endireitar o país ! Em que ficamos ?
Qual a diferença entre ditadura e democracia ? Quem souber que nos explique !
Talvez seja melhor hoje, escolher um pseudónimo :João verdade
Domingo, 10 de Agosto de 2008
A navegação no Atlântico exigia um novo tipo de embarcação. O sonho dos descobrimentos, levou D. Henrique e os seus homens à concepção, nos estaleiros, daquilo a que chamaram de caravela. Houve a preocupação de que ela fosse rápida, leve e fácil de manobrar. Robusta também. A finalidade era que ela enfrentasse o mar alto e as piores condições atmosféricas. Ao mesmo tempo deveria ser pequena, de modo a poder navegar junto ao litoral. Estava também preparada para navegar com ventos contrários, além de ser espaçosa para poder carregar suprimentos em longas viagens. Oferecia ainda boa estabilidade não exigindo tripulações numerosas.
Podia chegar a terra em praias, mesmo perigosas, ou navegar em mares calmos. As mais antigas caravelas utilizavam apenas velas quadradas, fáceis de manejar, mas sem adaptabilidade quando enfrentava ventos fortes. Aos poucos foi feita a combinação com velas redondas e latinas (triangulares ) , que aproveitavam qualquer direcção do vento, a mais leve brisa. Enfrentavam os ventos fortes, podendo até navegar contra eles. Traduziu-se esta prática num grande avanço relativamente aos conhecimentos náuticos da época.
O sigilo foi sempre protegendo as invenções operadas na construção e navegação das nossas caravelas. Assim, a caravela que foi utilizada em Portugal desde 1442 foi concebida a pensar exclusivamente nos Descobrimentos. A técnica desenvolvida pelos portugueses foi um êxito mundial .
A ligação de Portugal ao mar é algo de muito sentimental e intrínseco da alma lusa . Rodeados por ele , seria improvável que esta ligação não existisse ! É uma odisseia tão gloriosa, a nossa vivência com o mar, que só se estranha como foi possível a um país tão pequeno, consegui-la. Os descobrimento e tudo aquilo que levámos ao mundo ! Depois, ainda foi bonito ver os nossos barcos, cargueiros e paquetes, a cruzarem os mares e unirem o Portugal de aquém e além mar. Ou mesmo a nossa credível industria de construção naval que pediu meças ao mundo mais entendido no ramo.
Infelizmente, perdemos o domínio do mar quando julgámos ter descoberto a liberdade A revolução libertadora ( dos cravos esqueceu-se que Portugal e o seu povo não podem existir divorciados do mar. Ignorar o mar ? Nunca !
A nossa aderência à CEE foi por nós e pelos revolucionários de Abril muito mal entendida. As ajudas que nos chegaram em catadupa para renovar a nossa economia, objectivavam o seu crescimento e modernização. Em época de “ vacas gordas “ foi por todos entendido que o melhor seria abater os barcos e meter o dinheiro no banco ou no estrangeiro ! Os trabalhadores, esses, seriam reformados, prematuramente, pela Segurança Social e passariam o resto da vida entre o banco do jardim e a taberna !
Agora, estamos chegados aos últimos tostões da enorme herança fascista . Reza a história que consumimos demais e produzimos de menos ! Os governos foram fracos e os valores perderam-se na voragem do tempo que passou. O dinheiro também. Ficaram imensas dividas ! E agora ?
Continuar a investir em auto-estradas com dinheiro emprestado ? Não . Agora ao menos que nos esforcemos por construir o futuro. Auto-estradas sim, mas pelo mar. Ruas e ruelas também. Que nos conduzam a novas fontes de energia, de alimentação, de transporte e de inovação. Procurando no mar imenso aquilo que ele encerra e tanto nos está a faltar. O que necessitamos só pode lá estar. Vamos encontrá-lo com muito esforço. Antes, também foi assim !
Aproximemos de nós o fundo do mar. Replantar o fundo do mar já não é utopia. As plataformas continentais podem ser quintas. Até este momento, entre as 40 mil espécies de animais marinhos recenseadas, os investigadores encontraram 15 717 peixes diferentes. Estudem-se e aproveitem-se as correntes oceânicas e a sua influência, que tanto nos ajudaram nos Descobrimentos. As marés e ondas, a sua energia . Proteja-se o equilíbrio dos recursos pesqueiros, em toda a nossa Zona Económica Exclusiva ( ZEE ), a maior da Europa. Desenvolva-se a aquacultura, que representa hoje 43% do peixe consumido em todo o mundo. Trave-se forte luta contra a degradação do meio marinho. Reabilite-se e acarinhe-se a digna classe dos pescadores. Protejam-se rios e estuários, visando a sua sustentabilidade económica e ambiental. Sem perder de vista a pesca artesanal . Fazer tudo isto é um importantíssimo investimento. É garantir o pão de cada dia aos portugueses e encontrar valiosos recursos naturais que temos à mão, mas não à vista. A futura geração saberá agradecer. O betão já não dá pão, tira-o da nossa boca ! Caminhos inovadores são a solução. O plano técnológico é comum ao universo !
António Reis Luz
Sexta-feira, 8 de Agosto de 2008
Rafael Bordalo Pinheiro, vai a caminho de dois séculos, sentiu absoluta necessidade de criar uma “figura” bem representativa do português comum, o povo.
Ficou tal figura conhecida até aos nossos dias por “ Zé Povinho “. De calças remendadas e botas rotas, é a eterna vítima dos partidos, apesar de ir dando a vitória ora a um, ora a outro.
O sucesso obtido foi tão grande, que Bordalo acabou por recriar no barro, em tinteiros, cinzeiros e apitos, a figura símbolo do povo português, lado a lado com a inseparável Maria da Paciência, velha alfacinha alcoviteira.
Desde então é o “Zé Povinho” que, motivado única e simplesmente pelo interesse comunitário, trabalha em prol das suas actividades, sejam elas religiosas, profanas ou culturais.
É o Zé Povinho que sem estudos e diplomas, ( não existiam as Novas oportunidades ! ), após um dia de trabalho árduo vai à igreja e ao clube para reunir, planear e organizar procissões e festas etc.
Entretanto vai-nos dizendo : “ aguento como posso, e quando as coisas me irritam, encho-me de força, de tal forma que já me quiseram chamar Maria da Fonte. Mas eu acho que sou apenas eu – “o POVO.”
Após o 25 de Abril ajustou-se, mantendo velhos hábitos, em vez de os corrigir, permitindo que novas injustiças e novas albardas surgissem cobertas com um fino verniz de democracia.
Hoje, o Zé Povinho é menos analfabeto, mas perdeu algumas qualidades estimáveis como a simplicidade e a naturalidade de outrora, bem como algumas raízes culturais importantes, adquirindo novos costumes pouco recomendáveis..... mas enche páginas na Internet. Por lá o ficámos a conhecer melhor e por lá o pudemos divulgar.
A nossa Mariagrossa ( figura de ficção ) está entre aqueles que adquiriram costumes pouco recomendáveis no pós “revolução dos cravos”.
Não vem ainda na Internet, infelizmente ou felizmente. Não a considero povo, mas uma degenerescência do mesmo.
Vegeta dentro daquilo a que mais à frente chamaremos de “Sistema”.
Representa do povo aquilo que ele tem de pior e só isso. A mentira, a denuncia, a traição, o oportunismo etc., etc. É o lado mais negro do simpático “ Zé Povinho “ , ou seja o lendário “ Joio “ que nas bíblicas parábolas, vive lado a lado com o trigo . Ninguém nos pode explicar a existência maligna desta erva daninha, só que também o símbolo representativo e muito simpático do português, o tem ! O nosso famoso Zé Povinho não poderia deixar de o ter, pois claro, o “ Bem e o Mal”. Sem tirar nem pôr !
Neste caso o joio ( o mal ) do nosso querido Zé chama-se Mariagrossa . Pois ela é grossa e má ! Sempre má na terra das Marias boazinhas !
António Reis Luz
Quinta-feira, 7 de Agosto de 2008
Todos sabemos que a clonagem é a cópia, ou a duplicação, de células ou de embriões a partir de um ser já adulto.
A figura da MARIGROSSA, nome fictício, reproduziu-se nas últimas dezenas de anos em milhares de seres completamente iguais, todos dedicados de alma e coração ao “Sistema”.
O que me parece mais estranho é que toda esta reprodução de «clones» não se processou da forma conhecida, mas de outro processo que, ao que julgo saber, não vem nos compêndios.
Têm um processo de formação totalmente exógeno, ou seja, conduzido por factores exteriores.
São produto de condições criadas de forma muito hábil, não se sabe bem por quem, e que funcionam como a isca posta no anzol para apanhar os peixes. Aqui o segredo passa pela constituição de tal engodo.
A isca e o engodo constituem, não promessas feitas, mas insinuações e pequenas recompensas, que poderão ir aumentando de valor intrínseco.
A oferta desse produto aos humanos, passa por um fenómeno parecido com o que acontece entre o macho e a fêmea em fase de encantamento.
A fêmea poderá representar, quando bela, o engodo. Contudo nada funcionará sem que através de um rubor na face e várias trocas de olhares algo comprometedores, mas bastantes esclarecedores, seja entendida a vontade de namoro ou algo mais. Existe como sempre o perigo de adultério ou mesmo o aparecimento de desconfianças que podem colocar em perigo o segredo jurado pelas trocas de olhares meigos, coniventes e promíscuos.
É assim deste modo que foram reproduzidos os milhares de clones a partir de uma primeira MARIAGROSSA ao serviço do famigerado “Sistema”.
Uma vez apanhado no anzol, o «clone» assim nascido jamais abandona o meio ambiente que o fez nascer, antes pelo contrário, torna-se cada vez mais servil e as recompensas aparecem como ele sabe, de todas as formas e valores.
Há medida que o tempo passar tais «clones» vão ficando totalmente dependentes do “Sistema”. A sua semelhança com os toxicodependentes é total.
Esta gente pouco ou nada tem a ver com o povo, embora andem no meio dele, guardando o segredo num bolso que nunca abrem, nem está roto.
A partir daí quanto mais eficientes forem na denúncia, na mentira e na falta de escrúpulos, mais sobem na vida.
Muitos vão longe. Onde nunca esperaram ir. Os seus familiares também.
As pessoas alheias ao “Sistema” interrogam-se;
como é possível tanta sorte ? Só eu não tenho nenhuma!
Longe ou perto não há «clone» que não sinta segurança na vida.
Não pode é pensar. Se por acaso o fizer então que não o diga .
Remorsos também são proibidos. Dormir bem é muito necessário, pois grande parte do trabalho é feito a coberto da noite!
António Reis Luz
Toda e qualquer pessoa precisa de sentir, de uma forma bem definida, uma identidade pessoal relativamente à sua nacionalidade, família, local de habitação, emprego, clube de eleição, religião etc.
Tudo isto, e muito mais, coabita em nós próprios formando um todo, a nossa identidade, dando a todos nós, sem sombra de dúvida, uma grande consistência moral e comportamental. São as nossas referências que por regra, em grande parte, já nos vêm, em muito, dos nossos antepassados.
Muitas delas são - nos transmitidas de forma genética ou pelo convívio e educação escolar e familiar, mas todas podem, e devem, ser alimentadas e estimuladas. Ou alteradas se for o caso.
No que concerne ao nosso local de habitação, venha ele do nascimento ou tenha sido eleito outro por nós, mais tarde, tudo se passa da mesma forma.
No caso concreto dos habitantes da Freguesia de Queijas, não podemos esquecer que ela ganhou identidade própria há uma dúzia de anos, logo, necessário se tornou ir mais longe em busca da verdadeira identidade das suas raízes.
Porque, de longa data, sempre pertencemos à antiga Freguesia de Carnaxide, velhinha de muitos séculos, se quisermos cavar bem fundo vamos encontrar as raízes que procuramos no nascimento da nossa própria nacionalidade, onde e quando, ela também nasceu. Pois é, não há exagero algum. Depois, relativamente ao nosso concelho, as referências são mais tardias, mas andam quase sempre pelo concelho de Oeiras.
Todavia a realidade surgida com o aparecimento da Freguesia de Queijas, da sua Paróquia e Vila, veio trazer uma nova identidade e um novo sentimento aos habitantes desta circunscrição, para mais não devemos esquecer, que muitos, até já nela nasceram.
A vida ensina-nos que factos escritos como actuais, com o tempo decorrido, logo perdem actualidade, e por isso, carecem ser enriquecidos com outros mais marcantes, por comportarem uma vivência mais vasta e próxima de nós, seres ainda vivos .
É deste modo que compete aos nossos autarcas assumir a responsabilidade de saberem ir marcando junto da população momentos que, se representam também a nossa história de séculos albergados noutras conjunturas demográficas, representam , agora, muito mais ainda, tudo aquilo que soubemos construir numa geração vivida por avós, pais e netos. Três importantes datas ficarão na nossa história para sempre . Datas que vão dos anos 1987, 1993 e 2001 aos meses de Dezembro, Junho e Julho. Aqui estão elas :
v A elevação de Queijas a Paróquia foi, por curiosa coincidência, concretizada dois meses depois da inauguração da sua igreja, ou seja, em 8 de dezembro de 1987, Dia de Nossa Senhora.
v Lei 17-G/93 de 11 de Junho de 1993 :
Artigo 1.º É criada no concelho de Oeiras a freguesia de Queijas, com sede em Queijas, abrangendo os núcleos populacionais de Queijas e Linda - a – Pastora .
v Em dia de grande festa, 7 de Junho de 2001, havia centenas e centenas de pessoas e autocarros à volta das instalações da AR, vindas de todas as partes do País para assistirem a aprovações similares, foi aprovada a elevação de Queijas a Vila, através da Lei n.º 56/2001, publicada no Diário da República n.º 160 I - A série de Quinta Feira , 12 de Julho de 2001. Sede de Freguesia . O nosso brasão foi por isso alterado !
São, pois, responsáveis por assinalar estas datas, muito mais as duas últimas, por apresentarem um cariz civil, os autarcas que estiverem empossados, de tal modo que elas fiquem para sempre nas referências de cada um dos nossos habitantes, de qualquer idade.
São ainda responsáveis pelo respeito digno, devido àqueles que mais se evidenciaram e contribuíram para a símbologia de tais datas. Se não o fizerem não serão dignos deles, nem da nossa história.
António Reis Luz
Sexta-feira, 1 de Agosto de 2008
Convirá recordar a ânsia de exposição revelada pelos anteriores Presidentes da República, por acaso, militantes do PS. Muita especulação criaram na comunicação social, esse era um dos objectivos, o outro seria colocar em xeque a governação do país, muito para além dos “Poderes Institucionais” e do equilíbrio entre eles ! Vejamos algumas notas que sobre elas fazem história : em análise efectuada pela MediaMonitor, as Presidências Abertas de Jorge Sampaio no Alentejo e na Guarda foram motivo de notícias televisivas com duração total de 5 horas e 19 minutos nos períodos em que ocorreram. Estes valores representaram menos de 5% do total de notícias emitidas nestes períodos. Jorge Sampaio realizou de 11 a 16 de Junho a sua Presidência Aberta no Alentejo e de 26 de Outubro a 3 de Novembro na Guarda. Estes dois momentos tiveram diferentes coberturas pelos canais de televisão auditados pela MediaMonitor. A deslocação do Presidente ao Alentejo foi motivo de 48 notícias com duração total de 2 horas e 5 minutos, tendo tido maior destaque na RTP1, que na altura dedicou 1 hora, 3 minutos e 40 segundos a este assunto. Na sua deslocação à Guarda, as televisões emitiram 77 notícias sobre o assunto, com duração total de 3 horas, 12 minutos e 36 segundos. Desta feita, foi a TVI que mais exposição deu a este tema, assegurando quase 55 minutos de informação sobre esta iniciativa. Se em Junho deste ano a RTP1 foi o canal que mais expôs este tema (assegurando 48% do tempo informativo total dedicado à Presidência Aberta no Alentejo), já em Outubro os três canais RTP1, SIC e TVI tiveram um comportamento mais semelhante, tendo a TVI assegurado a maior fatia da informação sobre esta Presidência Aberta na Guarda (29% do total). Mas o peso que estas notícias tiveram nas programações noticiosas dos diferentes canais foi diferente: se na deslocação ao Alentejo a RTP1 se destacou dos restantes canais, ao dedicar a este tema 7.4% da duração total dos seus programas informativos, já a deslocação à Guarda mereceu por parte dos quatro canais uma relevância muito semelhante e muito perto dos 5% da sua programação noticiosa.” Noticias ocorridas em 2002 !
Esta análise foi realizada com recurso ao software e-telenews.com da MediaMonitor.
Continuando a dar uma volta pelas noticias, podemos ler : entre Janeiro e Junho de 2008, José Sócrates foi novamente a personalidade que por mais vezes e durante mais tempo esteve nos noticiários de televisão da RTP1, RTP2, SIC e TVI. O Primeiro-ministro interveio na primeira pessoa em 754 notícias que tiveram perto de 30 horas de duração. Esta análise exclui eventuais programas, debates ou entrevistas realizadas no período, considerando apenas os serviços regulares de informação.
O Presidente da República, Cavaco Silva, foi o segundo com mais intervenções nestes programas de informação, tendo protagonizado 386 notícias com perto de 15 horas de duração. O tempo de intervenção de Cavaco Silva foi, assim, menos de metade do tempo de intervenção de Sócrates no período em análise.
Os poderes mediáticos saltam do PM para o PR conforme a cor da camisola que eles vestirem . O benefício a favor do cor de rosa é inquestionável . Por que será que uma intervenção de cerca de meia dúzia de minutos afligiu tanta gente ? Quando os comentários do PR versaram dois planos : o constitucional e o político . O primeiro foi confirmado pelo Tribunal Constitucional ( não interessa o número de rejeições, mas a sua qualidade ). O segundo de cariz político é subjectivo, logo, não cabe nas funções da TC. Contudo cabe no bom senso do povo. Não no bom senso de um partido com maioria absoluta e que não percebe, nem quer perceber, as regras da democracia. Aliás , eles “ não recebem lições seja de quem for " !
António Reis Luz
Basta estar atento e depois reflectir sobre a agenda dos comentadores da imprensa de referência portuguesa. O nosso objectivo é identificar a importância do tema “Política Nacional” nas prioridades dos colunistas e a forma como argumentam sobre a referida temática, tendo em conta a relevância político-mediática dos colunistas e o ambiente específico português de afastamento da sociedade da vida política, patente no desinteresse pelos temas políticos, na descrença nas instituições e na elevada taxa de abstenção nos momentos eleitorais.
Nos diversos comentadores de serviço, percebe-se neles uma enorme falta de preparação, cultura e imparcialidade ! Os jornalistas parece terem desaparecido de cena, ou estarão trabalhando a coberto do anonimato ? Talvez estejam em meia dúzia de Agencias de Comunicação . Essas sim, acabam por fazer o noticioso diário e semanal, em formato igual para todos os jornais . O preço dos jornais varia, talvez, também, o seu aspecto gráfico, mas as noticias são iguais em todos eles !
Jornalistas conhecidos e outras figuras da sociedade civil, são comentadores de serviço. Sempre os mesmos, como as posições que defendem são normalmente sempre as mesmas. Com largo benefício da dúvida aos partidos de esquerda . Que às vezes até podem não ser . Algo de estranho os faz andar por aí ! Não será o caso, mas tanta fidelidade “canina “, põe o mais avisado de pé atrás.
O Presidente da República resolveu fazer um comunicado ao país. É normal . O contrário é que não seria. Desde manhã cedo o facto foi noticiado com uma estranha insistência !Até com pormenores ! O PR teria interrompido as suas férias para fazer um comunicado oficial, noticiava-se. A RTP 1, órgão oficioso do governo, veio transmitir a comunicação ao país com a voz do PR desfocada! Coincidências. Mais tarde, para corrigir, repetiu a transmissão! O país inteiro sobressaltou-se. Todos se interrogavam sobre o motivo de tal comunicado . Alguns lembraram a forma pouco cuidada como Jorge Sampaio, em tempos, tinha dissolvido a AR. O Presidente da AR, de então, só disso teve conhecimento, pela comunicação social. Foi uma surpresa . Será que Cavaco seria capaz de fazer o mesmo ? Interrogavam-se. Não, o Cavaco é diferente. Tem dado todo o apoio ao PM. Até demasiado !
Acabada a transmissão, lá vieram os tais comentadores . Todos no mesmo formato vociferaram os seus comentários : o PR foi desproporcionado no comunicado, dramatizou, Não justificava. A importância do caso não merecia tanta publicidade. Em vez disto deveria ter falado do estado caótico em que o país está. Portugal é noticia pela sua posição no seio da EU. Cada vez mais último, desemprego etc. De resto tudo é estranho na situação política do país ! As sondagens !
Bom as sondagens deixam toda a gente de boca aberta. Nunca os portugueses desceram tão baixo no seu sempre baixo nível de vida e as sondagens ....... . São altíssimas a favor do governo! É comum ouvir-se por todo o lado . Há uma espécie de almofada que nunca nenhum dos muitos Primeiros Ministros de Portugal, teve a protegê-lo ! Quanto aos tais comentadores, tão pródigos em silêncios ou apoios ao PM, desancaram o PR ! De forma deselegante, áspera e até desabrida. Mesmo desrespeitadora ! O pior tinha sotaque açoreano. Parece ter sido deputado do PS na AR.
O tempo cura tudo diz o povo . Ele lá sabe. Hoje já se ouviram comentários ao caso e foram anunciadas sondagens ( 72 % ) de concordância com o comunicado ! Mas ninguém ainda se interrogou pela imensa publicidade dada ao caso ontem ! Por que razão foi noticiado que o PR interrompeu as suas férias para se dirigir ao país ? Quando à noite, no respeito pelas suas atribuições, tinha um encontro com mais de mil portugueses de sucesso mundial, aprazado ! Talentos estes que se reuniram no Campo Pequeno. Os ~média nem deram por isso ! Não estavam lá os democratras Hugo Chavez, Kadafi ou Eduardo Santos !
Ninguém questiona a importância dos poderes presidenciais na respeitabilidade do povo pelo seu chefe supremo. É certo que o PR não está ligado a interesses . Não pode arranjar publicidade para ninguém . É certo que não é do seu feitio fazer “ Presidências Abertas” como arma política. Também é certo que já lhe fizeram tudo isso e muito mais. Com ele calado !
Nunca o país terá tido um PR tão correcto, leal e respeitador dos órgãos instituídos como o actual.
Também é certo que já tivemos um PR que lembrou a um PM que “ há mais vida para além do défice “ e que este nem isso quis fazer. Tinha muito mais razão e conhecimentos para o proclamar!
Por último fica a pergunta para quem puder responder: quando irá acabar este divorcio entre a sociedade civil , os portugueses e os média ? O que está por detrás de tal divorcio ? Alguém já afirmou, alto e bom som, que o PS não é um partido anti – corrupção. Seria bom que os nossos média abordassem mais este tema. Não necessitariam de fazer qualquer comunicado ao país .
Há muitas perguntas a fazer a quem detém o poder em Portugal e que não são feitas. Isso é uma verdade. Provavelmente se fossem feitas os portugueses teriam muito melhores condições de vida e o país outra respeitabilidade na cena internacional.
António Reis Luz