Esta é mais uma genialidade importada e publicada, sem a menor preocupação de se curar de saber da sua adaptabilidade à realidade portuguesa. Não há dois países iguais. Chega de importação de ideias !
Se o país votou maioritariamente neste governo, foi porque queria a aplicação do seu programa e não do programa da oposição ou de ideias importadas. O nome dado a este novo imposto é ofensivo para os milhares de pobres e para um Estado de direito. Dentro em breve, conceitos de esquerda e direita, progressista e conservador, serão também ridículos. São maneiras de mascarar situações !
A solidariedade irá ter para as pessoas um alto valor. Não o significado de uma simples taxa !
A escalada dos preços irá ser imparável . De há muito que se sabe ter o petróleo os dias contados. O crescimento das Sociedades Industriais também . Muitas coisas mudarão . A água e muitas matérias primas vão escassear. Teremos de reduzir as actividades da vida actual e quotidiana. A agricultura, o ensino, o comercio retalhista etc. Palavras como precariedade, produtividade, tecnologia, crescimento e muitas outras, perderão o seu sentido. É com isto que teremos de viver, prever, planear e governar. O estandarte das eólicas, é só isso. Nada mais. O mundo mais consciente dos graves problemas deste século tem procurado outras alternativas, a saber: hidrogénio, carvão, energia hidroeléctrica, energia solar, eólica e das ondas, petróleo sintético, despolimerização termal, biomassa, hidratos de metano, energia ponto zero e até a gravidade! Está concluído que todas elas não passam de complementares do petróleo! Sem ele nada !
Também se concluiu que a única alternativa, apesar de alguns perigos, é a energia nuclear! Não será por acaso que alguns países de economias emergentes já fizeram as suas encomendas aos dois únicos países que dominam o fabrico de centrais nucleares ( EUA e França). Quem não fez, nem daqui a 50 anos conseguirá este tipo salvador de energia !
Entretanto e por estas razões, este século enfrentar uma forte turbulência global . Irá surgir uma estabilidade diferente, a que for possível. A utilização do automóvel definha por completo. Os transportes terão de ser repensados. As pontes serão um luxo a equacionar. O próprio avião perderá a sua utilidade comercial e a procura exponencial que tem tido. O emprego terá um novo conceito e as leis do trabalho serão dia a dia acordadas , localmente, por aqueles que tentam sobreviver e dão as mãos. A população mundial era no início do século XIX de dois mil milhões de habitantes e hoje é de 6,5 mil milhões ! Eles sem petróleo viviam “ com uma sardinha para três “, nós sem o petróleo, só com muita inteligência iremos conseguir manter este estado !
A grave crise económica mundial e o fim do petróleo barato, põem à prova todos os conceitos de desenvolvimento do nosso país. É importante pensar o país nesta nova óptica. O Mundo está a fazê-lo, mesmo sem poderes de adivinhação ! Um governante não pode dizer-se surpreendido pelas crises que estão a chegar. Quem governa deve acima de tudo e em permanência, ter várias soluções para o mesmo tipo de problema. A razão deste facto é simples para quem entender que nos tempos que correm, as variáveis em presença vão mudando de valor e até vão surgindo outras impensáveis. Mesmo assim é preciso adivinhá-las ! Com a depleção virão, obrigatoriamente, grandes mudanças económicas. Viver será permanecer no mesmo local. A mobilidade de pessoas e mercadorias será lenta e difícil. Portugal precisa de um Plano de Ordenamento Integrado visto nesta óptica. Será nesta óptica que se deverão fazer os investimentos públicos. O país terá de ser olhado bem no seu interior. As suas aldeias abandonadas devem constituir no urgente Plano de Ordenamento Integrado uma importante referência ! Poderão ser a salvação. O território terá de ser um todo e nunca o que temos hoje; quase 5 milhões de pessoas a viverem nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. O resto do país muito abandonado! De notar que é desseordenamento que poderá nascer a interacção homem/ espaço, uma gestão que deve estar sempre presente nas tomadas de decisão de um governo. Sem por antecipação à chegada dos acontecimentos.Quem não tiver o dom de adivinhação fica de fora. Seja a planear ocupações, a optimizar o aproveitamento das infra-estruturas e, até, na preservação dos nossos escassos recursos.
Reabilitar uma boa rede de transportes ferroviários, ligando as aldeias e todas os centros populacionais entre si. Fazer um levantamento de saberes tradicionais perdidos. Ajudar os pequenos agricultores a dominarem boas técnicas agrícolas ( perdidas) e na comercialização dos seus produtos. Também na preservação de centenas de subculturas . Os mais velhos ajudarão os jovens a gostar do amanho da terra abandonada. Reabilitar saberes em extinção, como; fabricantes de arreios, ferreiros, ferradores, ténicas de fabrico de utensílios de agricultura, tratadores de animais de tracção e de produtores de carne e leite, etc. . A agricultura assumirá um papel de grande relevo em futuro próximo. Com métodos baratos e simples ! Quanto à pesca tudo se poderá passar do mesmo jeito. É uma fonte de alimentação a implementar de forma artesanal, dentro das nossas tradições.
Quanto aos investimentos e dentro deles, parece importante garantir a construção das barragens e de um plano de rega nacional. Não esquecer as mini-hidrícas. Muitas até em ribeiras e riachos.
A navegabilidade dos rios é obra indispensável, nomeadamente do Tejo, Douro, Mondego e Guadiana.
O TGV passará à história. A velocidade deixará de ter importância. O próprio avião perderá a sua utilidade comercial e a procura exponencial que tem tido. A Portela melhorada + Montijo e Alverca chegarão. O ensino e as escolas terão de ser repensados . A escola da aldeia e a sua professora são peça de grande utilidade. Os transportes escolares e as grandes escolas já foram. Os hospitais e Centros de Saúde também. O que era verdade há só três anos, já é mentira hoje. Etc.
Por último e, ainda, quanto à taxa Robin e à caótica situação em que os portugueses vão mergulhando a cada dia que passa, qualquer taxa sobre os produtos petrolíferos não passa de uma falsa panaceia. Depois do que se escreveu sobre os dias que aí virão, a dita taxa assume um significado muito pouco relevante! Ai isso, os brasileiros chamam "tapar o sol com a peneira" !
O governo afirma estimar arrecadar 100 milhões de euros retendo para si 20. Os restantes 80 euros vão para matar a fome aos pobrezinhos! Os outros portugueses, ainda não pobrezinhos (mas pobres), numa situação de desemprego crescente, de salários a descer desde o ano 2000, atulhados em créditos de emergência para pagarem a casa, com os cereais a ficarem caríssimos, as suas dividas dispararem em jacto, o desmantelamento dos sectores primário e secundário por falências aos milhares e, quando os portugueses já cortam no pão, espera o PM que estes portugueses continuem a andar de carro ? E a consumir como até hoje ! Não se diga que não foi prevista esta realidade quase certa. O consumo para.
Sem grandes estudos é quase certo que o valor da taxa Robin ( 100 milhões ) não chegará para suportar a baixa da receita nos combustíveis . Mais as do IVA, IRS e outras, ao que tudo indica, também, irão diminuir por efeito do abaixamento do consumo e salários.
Lá terá, mais uma vez o governo, que ir à classe média ( entretanto desaparecida ), buscar a salvação dos pobrezinhos. Não haverá Robin que nos valha. Nem haverá mais: "Porreiro pá ! ". Venha o senhor que se segue.
Talvez, também, não se tenha estudado a vantagem de baixar os preços dos combustíveis, baixando o ISPP ( escandaloso nos seus 60%). Não é orçamentalmente possível ? Claro que é. Bastará retardar ou anular os investimentos em Betão ! Mesmo parcialmente. Bastará não se permanecer obcecado em ganhar eleições ! Servir o país é estar disponível para tudo. Até ao serviço da ONU.
Com os combustíveis mais baixos, poder- se – ia recuperar as PMEs e com elas recuperar as exportações, aumentar as receitas de impostos e diminuir o desemprego. Recuperar todo o tecido produtivo e em simultâneo, preparar novas formas de organização da economia, muito menos dependentes do petróleo e do gaz. Fazer aquilo que já se devia ter feito. Baixar a Despesa do Estado e a dependência do exteror. A divida pública. Lá dizem os ingleses: " The small is beautiful". E mais democrático!
Mudar é preciso, mas com o país unido, solidário e totalmente motivado. Não é com ataques à esquerda e à direita, mesmo quando tal não existe. É tempo de falar verdade, custe a quem custar .
António Reis Luz