“De provedor a gestor“
“A EXPERIÊNCIA da última fase do governo PS revela o preço que o Governo tem de pagar se gerir a Administração Fiscal com critérios partidários e aceitar uma lógica de «aparelho» nas nomeações.
Expresso 6/07/2002
Sou obrigado a ter muita consideração por uma pessoa que escreve deste modo desassombrado! Está aqui dito, de forma muito clara, tudo aquilo que eu penso e sinto, mas que não tenho possibilidades de provar. As cumplicidades são grandes e poderosas, o branqueamento está muito bem organizado.
Se a nossa imprensa actuasse deste jeito e em força, o mal que está a afligir o nosso país rapidamente seria erradicado e a primazia dos valores estaria de volta. Não é mensurável, tudo aquilo que os famigerados aparelhos fazem por um lado e escondem por o outro.
O trabalho que estou a elaborar não tem de modo algum a pretensão de ser encarado como um estudo. Aquilo que, tão-somente pretendo, é relançar uma visão conjuntural sobre a informação de que dispomos, e aperceber-me do grau de entendimento político e social que o cidadão comum tem dela. Procurei alguma coisa escrita sobre uma palavra tão falada como é o “ Aparelho “.
Não encontrei. Os estatutos dos partidos nem disso falam!
Do meu contacto com as pessoas, fica-me a ideia, que a maioria julga serem os “ mandões “ do partido.
Percebo claramente que todo o processo de formação dos partidos portugueses foi de grande complexidade. A par das pessoas simples e idealistas que se foram inscrevendo nos partidos, houve, em elevado número bastantes outras que se tornaram militantes, por interesses inconfessáveis.
Os primeiros, nunca deixarão de serem cidadãos anónimos, os segundos quase seguramente chegarão mais alto e provavelmente integrarão o dito, “ Aparelho “.
Admito que os grandes interesses se instalaram dentro dos partidos, por duas vias: através dos financiamentos ilegais e pela entrada de representantes seus, não publicamente assumidos.
Tais militantes entram com protecções externas, e também internas, e vão dar origem aos tão falados barões; sensibilidades; facções; grupos; tendências; famílias etc., que formam o «aparelho».
Estão assim criadas as condições mínimas para se transformar o aparelho dos partidos numa guerra enorme, cujos disparos das balas não podem ser ouvidos no exterior. O silêncio interessa a todos.
Deste modo, tudo se vai decidir por pressões, negociações, chantagens e os critérios nada têm que ver com o perfil ou capacidades dos possíveis candidatos a qualquer desempenho político. É escolhido o candidato que melhor garantia der de defender os interesses de quem o empurra. Se não for competente, logo se lhe arranjam assessores à altura e provavelmente até será melhor assim!
A partir de um certo nível de responsabilidade e com a ajuda dos «média» fabrica-se-lhe uma imagem como ele nunca pensou ter. Também se ele despertar e tentar ser auto-suficiente, do mesmo modo se lhe desfaz a imagem impoluta ou de competente. Portanto o “Aparelho “ é assim, um caldeirão, pior que o do «João Ratão», em que muita gente fica cosida, mas muitos outros são portadores de grandes interesses e governam muito bem a sua vida. Fui militante de um partido do “ sistema “ muitos anos, e depois de ver tanta injustiça, é esta a ideia que tenho dos famigerados “ Aparelhos “ .
Não é por acaso que Portugal não descola de último, cada vez mais último, entre os países que formam a União Europeia. Não é por acaso que o nosso nível de vida é irrisório, mesmo beneficiando das ajudas da comunidade europeia! Também não será por acaso que o fosso entre pobres e ricos é dos mais elevados dessa UE!
António Reis Luz
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