Para as eleições de 5 de Junho, o Estado vai gastar oito milhões de euros só no pagamento ao pessoal destacado para as mesas de voto.
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), Armando Vieira sublinhou, em nome individual, não ter dúvidas em assumir que se devia cortar na despesa com o pessoal destacado para as mesas de voto.
"Não tenho nenhum problema em assumir que porventura este trabalho devia ser de voluntariado, uma acção cívica naquele dia, poupando esse dinheiro à República", declarou.
As mais de dez mil pessoas que vão estar nas mesas de voto, no próximo domingo, vão receber cada uma 76, 32 euros. Contas feitas, só nesta parcela, as eleições vão custar mais de oito milhões de euros ao Estado.
Armando Vieira admitiu que o pagamento é feito com atraso. Por exemplo, os pagamentos das eleições de Janeiro só foram feitos na passada semana, mas o presidente da ANAFRE acredita que os problemas das presidenciais não vão repetir-se a 5 de Junho.
P.S. - Naturalmente que as despesas com as mesas de voto são escandalosas perante a situação económica e financeira do País. O Estado subsídia os partidos na sua campanha eleitoral. Os membros para as mesas são indicados pelos partidos e defendem os seus interesses. Afinal, quem defende a legitimidade democrática. Se houver quem pense que é "tudo boa gente", esse alguém não passa de um sonhador. Os perigos reais que a democracia corre, são maiores do que parece. Nas últimas presidênciais deu para entender isso mesmo. Bonito seria que houvesse muito mais voluntariado. Bonito seria que as forças vivas de cada freguesia tivessem na mesa um seu representante, tal como os partidos. Esta seria a melhor maneira de começar a fazer despertar uma sociedade civil sem a qual Portugal nunca vai despertar. Seria ainda a forma de os partidos perceberem que já há muito que deveriam ter feito esta aproximação. Seria ainda a forma de os eleitos locais perceberem de que não devem servir-se dos subsídios com dinheiro do povo, para fazerem a sua política de grupo. A democracia é outra coisa, muito diferente daquilo que se vem fazendo no nosso país! As redes sociais foram concebidas exactamente para terem força e influência na sociedade civil e fiscalizarem a acção política dos partidos, e não para ficarem prisioneiras destes via subsídios envenenados.