Em abono desta ideia, recorda-se que Portas já moveu um combate fratricida a Manuel Monteiro para lhe suceder no CDS, enfrentou Maria José Nogueira Pinto, tirou o tapete a Ribeiro e Castro, não soçobrou ao escândalo Moderna/Dinensino, tem escapado às vagas e salpicos do negócio dos submarinos, minimizou os efeitos colaterais do envolvimento do partido no caso Portucale. E até sobreviveu a um Governo com Santana Lopes, regressando ainda não haviam passado dois anos à liderança do CDS.
Portas tem as características de um sobrevivente político: tenacidade, autoconfiança, adaptabilidade, inteligência táctica. Mas algumas das suas sete vidas são-lhe concedidas por uma esquerda que olha para ele e para o CDS com a mesma benevolência e sentido prático com que alguma direita encara Louçã e o Bloco de Esquerda.
Nunca se tinham visto como há dias, por ocasião do debate televisivo entre Paulo Portas e Passos Coelho, tantos comentadores da área do PS e da esquerda em geral a baterem palmas à prestação de Portas e a menorizarem a intervenção de Passos. Esmiuçando qualquer indecisão do líder do PSD, mas incapazes de encontrarem um só lapso nas palavras do líder do CDS. Nem a megalomania de Portas se apresentar como «mais um candidato a primeiro-ministro» mereceu a mais leve estranheza. Nem a argolada de afirmar que «uma maioria também se forma com o CDS com 23,5% e o PSD com 23%» suscitou a mais pequena crítica (ainda que, por essas contas, Portas colocasse o PS como vencedor, com 30% a 35%...).
FOI preciso o regressado Fernando Nogueira impor algum realismo e bom senso: «Ninguém acredita que Paulo Portas possa ser primeiro-ministro, tinha de haver um cataclismo eleitoral». Nem o próprio Portas acredita, como é óbvio.
Já em 2002, antes das eleições, Durão Barroso era visto como um líder frouxo e com dificuldades de afirmação (tal como Passos Coelho, agora) e a moda já era a de apontar Paulo Portas como a esperança do centro-direita. Durão e Portas acabaram por formar um Governo de coligação. Mas com o PSD nos 40,2% e o CDS nos 8,7%. Veremos qual será em 5 de Junho a proporção.
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