O país do dr. Manuel Pinho, que o ‘DN’ revela, é outro: um local afectivo, onde os trabalhadores, de lágrimas nos olhos, lhe agradecem o apoio dado ao patrão, onde os funcionários de uma tintureira o esperam entusiasticamente à porta da empresa que ele fez o favor de salvar da bancarrota e onde, até mesmo, um responsável da CGTP (instrumentalizado, como se sabe, pela estratégia dogmática e irresponsável do PCP) lhe dá os parabéns pelo apoio dado ao sector da cortiça.
Isto para não falar do reconhecimento anónimo que espontaneamente se gerou à sua volta, como regista o jornal: "Ele apontou aquilo que eu disse", dizia uma senhora que falou com Pinho, espantada pela abertura que o ministro demonstrou. A natureza do problema não chega a ser esmiuçada até porque este caso serve apenas de intróito ao que vem a seguir: "A situação repetiu-se ao longo dos dias com muitas outras pessoas que quiseram dar uma palavra de apoio, fazer um comentário ou alertar Pinho para algumas dificuldades que se sentem na indústria".
Contrapondo a "atitude rezingona" da Oposição ao "arregaçar as mangas" de que ele dá provas, o dr. Pinho não deixa de estabelecer uma diferença fundamental: entre os que apresentam "propostas muito teóricas" (os rezingões) e os que se caracterizam por oferecer "soluções concretas" (os que arregaçam as mangas). Ele obviamente está entre os que arregaçam as mangas e não perdem tempo a pensar porque sabem que a "teoria" sempre foi um sério obstáculo ao desenvolvimento nacional. Ele é um ministro do engº Sócrates, expoente máximo de uma esquerda pragmática que não se deixa tentar pelas incertezas da reflexão. Não por acaso, o dr. Pinho tem a certeza de que se as eleições fossem "lá em cima", no mundo criado pelo ‘Diário de Notícias’, nem era preciso fazê-las: "Esta gente votava dez vezes em mim". De mangas arregaçadas, presume-se. E de costas voltadas para a mais elementar teoria.
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