«Sinto uma certa revolta, porque era tão óbvio que isto ia acontecer que é uma pena não terem ouvido a tempo e horas», disse Rui Rio, à margem de um debate em torno do seu livro Política in situ, lançado em 2002 com artigos e intervenções produzidos nos quatro anos anteriores.
Além de revoltado, o autarca manifestou-se «orgulhoso», dado que continua a subscrever o que defendia e alertava então na maior parte dos textos compilados no livro, escritos ainda enquanto deputado da Assembleia da República.
«Em matéria de economia, está praticamente tudo actual. E tenho um sentimento esquisito quando olho para aquilo. Um sentimento meio de orgulho, meio de revolta. Porque não mudava praticamente uma vírgula do que está lá e o que está lá escrito acabou por acontecer, infelizmente», disse.
Rui Rio lamentou que não tenham sido corrigidos os «erros» que apontava então ao governo de António Guterres, e especialmente ao Ministério das Finanças.
«Tenho lá um artigo em que digo: a continuar assim, o país gasta mais do que o que tem, o país está-se a endividar, o endividamento externo é elevado, o défice externo é elevado, está-se a ocultar despesa », realçou.
Para o autarca, «era visível já nessa altura» que Portugal caminhava para o estado a que chegou, de desequilíbrio das finanças públicas.
Rui Rio afirmou que «o país teve muitas oportunidades» para reverter a situação, mas «os governos não fizeram aquilo que se impunha».
O autarca referiu que há no livro questões ligadas à reforma fiscal que ainda hoje defende, «mas que têm de ser adaptadas à situação actual».
«Defendia alguma redução de impostos que não é possível hoje, mas que naquela altura era possível, e espero que venha a ser possível também», exemplificou.
Sobre outros textos, Rui Rio afirmou que continua a defender uma reforma da lei eleitoral, mas reconheceu que são questões que «não têm sido muito discutidas».
O debate sobre Política in situ, que reuniu cerca de uma dezena de pessoas, foi organizado pela Livraria Almedina, Miguel Carvalho e Ideias Concertadas, no âmbito do ciclo de tertúlias Porto de Partida.
Lusa / SOL
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