Não se compreende como, nesta era de computadores e da internet, ainda podem manter-se tais erros e como pode o Governo não fornecer às ditas assembleias de apuramento de resultados os meios informáticos necessários para evitar tamanho absurdo. Custa, ainda, a crer que não se apurem responsabilidades pelos dados errados e não se reformule o sistema de apuramento de resultados para que semelhante espectáculo não se volte a repetir.
Mais ainda: sou levado a crer que discrepâncias semelhantes tenham existido nos escrutínios anteriores. Desta vez, emendou-se porque aqui, neste blogue Do Portugal Profundo, notámos a diferença e a amplificação do assunto forçou as instituições a recalcular os resultados.
Não é admissível que existam dois escrutínios paralelos - um do Governo e outro do Tribunal Constitucional -, discrepantes, ambos fiscalizados por uma Comissão nacional de Eleições apática.
O que agora se conhece sobre o número de eleitores e votos não modifica a análise, que aqui fiz, do número e crescimento abismal dos eleitores-fantasma e das condições de realização da eleição presidencial de 23-1-2011. Verifiquei, aliás, em claro benefício do infractor - o Governo, que boicotou a eleição, com a não realização da habitual campanha de apelo ao voto e a não comunicação da alteração do número de eleitor e de assembleia de voto aos portugueses que aderiram ao Cartão do Cidadão, e distorceu os resultados, com o empolamento da abstenção com o crescimento incompreensível do número de eleitores-fantasma e a sua não eliminação -, que se pretendeu provocar o adiamento da tomada de posse do Presidente da República com o alibi desta discrepância.
Como de costume, o Governo, acossado, lá apresentou um bode expiatório, enquanto os responsáveis pela trapalhada dos eleitores-fantasma e da eleição, continuam a merecer a confiança de quem lhes deu as ordens.
* Imagem picada daqui.